Kristen Stewart participou do Drew Barrymore Show para divulgar Love Lies Bleeding e as duas compartilharam histórias sobre seus carros e jogaram um jogo de dados. Confira:
Kristen Stewart fala sobre tempo e reencontrar Dylan Meyer depois de anos 🕰
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Kristen Stewart fala sobre seus bichinhos Cozy e Cole 🐱🐶
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Kristen Stewart esteve no Late Night with Seth Meyers para promover Love Lies Bleeding e falou sobre sua infância e sobre a futura participação no quadro Day Drinking. Confira:
Kristen Stewart revela a Seth Meyers se já trabalhou de ressaca 😹
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“Sou velha.” 👵
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Kristen Stewart fala sobre sua coleção de carros no programa do Seth Meyers 🚗
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Kristen Stewart fala sobre o “skullet” de Ed Harris em Love Lies Bleeding e a semelhança com o pai dela.
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Kristen Stewart participou do Late Show with Stephen Colbert para divulgar Love Lies Bleeding. Confira abaixo:
Kristen Stewart fala sobre sua capa da Rolling Stone no Late Show with Stephen Colbert 🖤
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Kristen Stewart fala sobre o relacionamento com Dylan Meyer e sobre a produtora das duas, a Nevermind Pictures! ✨
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Kristen Stewart lembra como foi trabalhar com Jodie Foster em O Quarto do Pânico ❤
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Em um vídeo para a revista Who What Wear, a qual foi capa da edição digital de março, Kristen Stewart participou do quadro Behind The Looks para comentar o figurino de suas personagens mais famosas.
Kristen Stewart fala sobre o figurino da Bella Swan em Crepúsculo e Amanhecer – Parte 1 para o Who What Wear 👰
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Kristen Stewart participou do quadro Behind the Looks do Who What Wear em que comenta o figurino de suas personagens.
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Kristen Stewart posou ao lado de sua colega de elenco em Love Lies Bleeding, Katy O’Brian, para a capa da edição digital da revista Them. Confira as fotos e a entrevista com as duas abaixo:
Em uma manhã de inverno, em Altadena, sigo o cheiro de suor e o som de Kelela até o quarto de uma casa alugada, onde um monte de queers lutam em cima de um colchão com lençóis de cetim. Entre a pilha estão quatro pessoas não binárias (nomes: Rae, Jay, Ray e Raw), um casal que vai passar a tarde dando uns amassos apaixonados, e, no meio, Kristen Stewart e Katy O’Brian — colegas de elenco no thriller Love Lies Bleeding da A24 — abraçando uma a outra com calor sáfico.
Sessões de fotos como esta podem ser divertidas, mas nunca são divertidas assim — um sentimento palpável no set, enquanto risadas ecoam, membros se entrelaçam e as estrelas da capa desfilam em cuecas boxer. Entre a atmosfera brincalhona e as roupas confortáveis, Stewart está em seu elemento, uma mudança bem-vinda para a musa de longa data da alta costura. “Há 15 anos que desejo fazer uma sessão de fotos assim”, ela sorri depois de finalizar o dia.
Estamos sentadas em um sofá surrado no estúdio de música improvisado na casa de Altadena. Um pedaço grosso de palo santo queima em uma mesa próxima, repleta de baseados descartados e garrafas vazias de cerveja. Stewart usa uma jaqueta bomber preta e touca cor de creme. A luz do sol atravessa a fumaça enquanto ela reflete mais sobre a sessão de fotos: “Parece um pouco tipo, dã, mas de uma forma que é legal e nada contundente. De certa maneira, mostra que cresci até um lugar mais maduro e relaxado em que não estou mais com tanta raiva que isso não aconteceu há 15 anos.”
Faz sentido que a ex-atriz mirim de 33 anos esteja ansiosa para participar de um quadro tão gay neste momento da carreira dela. Depois de anos liderando gigantes de Hollywood como Crepúsculo e As Panteras, seus projetos recentes foram definidos por livre arbítrio criativo e narrativas queer rebeldes. Hoje, o público americano pode vê-la como Lou, a gerente de uma academia decadente com um corte mullet elegante, em Love Lies Bleeding. Também em preparação: o papel principal em uma biografia abrangente da crítica Susan Sontag e uma adaptação do livro de memórias de Lidia Yuknavitch, que marcará sua estreia na direção de longas-metragens.
Para os fãs que estiveram atentos, os projetos futuros de Stewart não é uma mudança repentina. Desde seu trabalho em Para Sempre Alice, de 2014, até sua interpretação indicada ao Oscar da Princesa Diana em Spencer, de Pablo Larraín, ela tem focado no cinema independente. Dito isso, nós nunca vimos algo como Love Lies Bleeding vindo de Stewart. É claro, havia ondas sutis de desejo queer pulsando por seu papel em Acima das Nuvens, de Olivier Assayas. E sim, ela até interpretou uma lésbica assumida (mais ou menos) na comédia romântica de Natal de Clea Duvall em 2020, Alguém Avisa?. Mas há uma diferença entre ser os “vegetais escondidos” de um filme para famílias feito para promover tolerância, como Stewart agora enxerga o original do Hulu, e ser a lésbica controladora no centro de um filme que retrata descaradamente algumas das coisas insanas que as sapatonas passam.
“A identidade foi eliminada dos meus objetivos”, diz ela em relação a Alguém Avisa?. “Eu recebia muitas anotações dos executivos do estúdio em relação ao meu cabelo e minhas roupas. Eu pensava: ‘Vocês leram o roteiro e me contrataram. O que estamos fazendo aqui?’ Era irritante pra caralho.”
Ela continua: “E tudo bem, porque acho que há formas de encobrir as coisas para ser fácil para todo mundo digerir. E não tenho problema com isso. Sinceramente, parabéns para a Clea, porque eu não tenho paciência.”
Com seu filme mais recente, não foi necessário encobrir nada. “É legal pra caralho”, diz ela enquanto ri.
Se Love Lies Bleeding representa um tipo de performance revelação para Stewart, o projeto representa uma revelação mais tradicional para sua colega de elenco, Katy O’Brian, que fez testes para o papel de Jackie — seu primeiro papel principal em um filme — depois que um fã enviou uma DM para ela no Twitter com a chamada de elenco. “Uma fisiculturista gay do Centro-Oeste”, O’Brian leu, sendo ela uma ex-fisiculturista gay do Centro-Oeste. Ela pensou: “Vou morrer se não conseguir esse papel.”
Pessoalmente, a artista marcial e atriz de Mandalorian de 35 anos parece tão poderosa quanto Jackie, seus bíceps feitos para o desejo do TikTok. Embora diferente de sua personagem, cuja ira pirotécnica impulsiona o filme, O’Brian é brincalhona e vulnerável — “um pouco idiota”, usando as palavras dela.
Enquanto almoça em um parque em Beverly Hills, ela se refere a sua primeira impressão do roteiro: “Puta merda.” Consigo ver seus olhos se arregalando por trás do vidro castanho de seus óculos aviador enquanto ela lembra da mistura de entusiasmo e medo: “Estava tremendo enquanto lia”, lembra O’Brian. “Esse definitivamente seria um dos papéis mais desafiadores que já interpretei.”
Também seria o mais emocionante. “Porque a Jackie era uma personagem completa com interesses e emoções verdadeiras”, ela me conta. “E também havia algumas cenas de sexo.”
Com certeza havia. Na verdade, essas sequência feitas com muita habilidade são parte da razão pela qual Love Lies Bleeding reflete um ponto de virada não só na carreira das atrizes principais, mas também no ambiente do cinema sáfico moderno. Chegando no fim de uma era quase comicamente saturada de um certo tipo de narrativa lésbica — isto é, em grande parte morna, muitas vezes branca e sempre antiquada — o segundo filme propulsivo de Rose Glass representa tudo que filmes desse tipo não são. É cheio de tesão, bruto e comprometido em representar relacionamentos queer contemporâneos com todas as marcas reveladoras de ternura e toxicidade que os tornam legitimamente nossos. Raramente desde Ligadas Pelo Desejo das Wachowskis que sapatonas fizeram uma bagunça deliciosa nas telas. A diretora observa enquanto sorri que esse era o plano desde o começo: “Há muitos dramas de época lésbicos muito bons por aí”, ela me conta no Zoom. “Eu sabia que não queria fazer esse tipo de filme.”
O que ela fez foi um sonho febril sáfico em esteroides, uma aventura sinistra e gloriosamente gay, estrelando uma futura galã musculosa e a atriz queer mais reconhecida da geração.
O que você faria por amor? Fugiria de casa? Lutaria? Mataria? Essas perguntas já inspiraram dezenas de suspenses românticos. Para nossa sorte, Love Lies Bleeding adiciona algumas novas pautas ao cânone, como: O que você faria por um sexo tão bom que faz você sentir que nasceu de novo? Tão legítimo que substitui as pontas soltas da sua vida por um propósito repentino e inegável? O quão longe você iria por uma ativa piedosa que coloca você em um altar? Por uma princesa versátil que faz você se sentir uma deusa?
Entra Lou, de Kristen Stewart, e Jackie, de Katy O’Brian. Situado em uma cidade do sudoeste durante os Estados Unidos de Reagan, Love Lies Bleeding é ao mesmo tempo uma história de vingança e uma representação revigorante e empática, uma que trata seus personagens com curiosidade em vez de cuidado. Enquanto outros filmes possam focar nas consequências trágicas de uma obsessão romântica, esse busca entender como duas personagens que quase não se conhecem podem levar seu amor a extremos sanguinários.
“O que eu amo nesse filme é que ser queer não é o conflito”, diz O’Brian. “É o tipo de filme que eu, uma pessoa queer, gostaria de assistir — não ter um drama em relação a minha sexualidade e só admirar essas duas malucas.”
Nossas protagonistas se encontram bem no começo, quando Jackie faz uma parada na academia de Lou a caminho de uma competição em Vegas. O encontro pode ser facilmente interpretado como cósmico, o tempo parece desacelerar enquanto elas flertam entre os supinos. Para O’Brian, o momento traz lembranças de sua primeira atração queer. “Eu tive a mesma experiência quando vi uma pessoa com aquele tipo de aparência andrógina pela primeira vez — alguém que não estava preocupado em passar todo o tipo de maquiagem e tal”, ela me conta. “Foi o meu despertar.”
De volta na academia, Jackie corajosamente abaixa os shorts, oferecendo a bunda para ser preenchida por esteroides romenos. “Já consegue sentir?” Lou sorri depois de administrar a injeção. “Como Popeye e seu espinafre.” Logo as duas chegam no apartamento de Lou, onde tropeçam amorosamente até uma cama iluminada como mel. O que acontece em seguida é uma série de cenas de amor marcantes — enérgicas, mas sem pressa, verdadeiramente eróticas sem cair na objetificação sáfica. “Comparado a algo como A Criada, em que você as assiste gritando no ato, esse é mais íntimo”, O’Brian observa.
Stewart concorda, notando que o que torna as cenas sensuais é mais do que uma atenção detalhista às manobras físicas. “Não consiste em mostrar o sexo simulado no filme”, ela diz. “Isso me deixa muito envergonhada. Estou cansada de assistir e de fazer.”
A atriz está muito mais interessada no subtexto sexual e no diálogo implícito que alimenta a intimidade na tela — “as maneiras nas quais você deixa a pessoa com quem você está ficar no controle ou ser consumida”, ela explica. “Essas foram as escolhas, e foram decisões muito bem articuladas, mesmo que não-verbais, que fizemos juntas. E sem essa dinâmica, ninguém teria gozado. Literalmente, daria para tirar o corpo da cena. Você poderia me dizer a coisa certa, e isso é o que vai me levar até o orgasmo. Me diz que eu sou algo para você. Me diz que eu posso ser maior do que você, embora eu tenha 1,65m e você tenha 1,80m, e eu chego lá.”
A atração instantânea de Jackie e Lou é ainda mais marcante sabendo das circunstâncias nada sexy do encontro das duas na vida real. Isso foi em 2022, em uma manhã quente de primavera em Los Angeles. Stewart havia sido escalada para o elenco recentemente e O’Brian estava chegando para uma leitura de química.
“Nunca pensei que conheceria Kristen Stewart. Então, eu cheguei e ela estava lá. Pensei: ‘Hm, é a Kristen Stewart. Que legal.’” Não muito tempo depois, enquanto outra Jackie em potencial gritava em outra sala, a novata decidiu se apresentar. “Fui falar com ela para ver qual era a vibe, ver se conseguiria”, O’Brian conta. “Então fui até ela e disse: ‘Oi, eu sou a Katy. Vou fazer um teste para a Jackie. E a Kristen estava parada, tipo: ‘Não me diga.’”
Até então, não parece o tipo de interação que se traduz naturalmente em lamber as axilas uma da outra na frente de uma diretora, que neste momento está a menos de uma hora de acontecer. “Eu disse para ela: ‘Foi muito rápido chegar aqui, mas pareceu longe porque meu gato fez xixi no meu carro e eu não consegui tirar o cheiro.’ E foi assim que eu conheci a Kristen.”
Quando pergunto para Stewart sobre o encontro, ela diz que as energias incompatíveis das duas, na verdade, as posicionou de maneira ideal para os papéis que interpretaram. “As interpretações estranhas que tínhamos das nossas personagens e o que podia estar acontecendo em um certo momento nunca eram as mesmas. Era perfeito, porque elas são obcecadas uma pela outra mesmo quando raramente estão conversando sobre a mesma coisa.”
Dois anos e uma filmagem de seis meses depois, as duas compartilham o ambiente facilmente, se enrolando em um sofá banhado pelo sol em um momento. Durante um intervalo nas fotos, puxo uma cadeira. Estamos conversando sobre astrologia quando O’Brian pega um caderno desgastado entre as almofadas. Engulo em seco, percebendo as páginas familiares manchadas de café. É o meu diário, digo timidamente.
“Posso olhar?” Ela sorri, ciente do quanto o pedido é audacioso, mas encantadoramente despreocupada.
“Claro.”
Stewart observa em silêncio do outro lado do sofá enquanto O’Brian vira as páginas, para, e lê em voz alta: “Boa menina.”
Olho em volta, nervosa e envergonhada com a intimidade repentina. “Uma fala do filme de vocês”, murmuro.
Stewart se ilumina, reconhecendo rapidamente o momento — um em que Lou exala aprovação enquanto Jackie se masturba. “Não há nada melhor do que esse sentimento”, ela exclama, projetando-se na personagem de O’Brian. “Me diga que estou fazendo um bom trabalho. Nossa, faço qualquer coisa.”
Mais tarde, Stewart elabora em relação à potência que essas narrativas sexuais carregam: “Estamos todos em nossas mentes, é tudo fantasia. Não significa que é mentira, mas precisamos acreditar nas histórias que escutamos sobre nós mesmos para então pensar com o corpo, levar para o exterior, e permitir que seja tocado do jeito que você decidiu que é bom.”
Acontece que, às vezes, as histórias que contamos para nos excitar nos deixa com peças faltando quando a manhã chega. Jackie e Lou aprendem do jeito difícil. Mais ou menos na metade do filme, depois de uma noite de briga e sexo transcendente, nossas namoradas acordam com uma reviravolta brutal, as levando a um caminho sangrento de retribuição.
Contrastando com inúmeros filmes tímidos sobre desejo não correspondido, Love Lies Bleeding realmente deixa as lésbicas transarem e se descobrirem, subvertendo o que significa ser um filme “lésbico”. “Insinuar que a ‘nossa’ experiência pode ser um gênero próprio é perigoso. Não quero perpetuar isso”, diz Stewart. “Temos tanto a descobrir, tanta auto exploração e toques em nós mesmas. Precisamos chegar na base, cara. É a única maneira de contar histórias, vindo de dentro.”
Entre a beleza e o caos de músculos e carros explodindo, Glass encontra maneiras sutis de continuar a codificação sáfica. Notavelmente, como O’Brian observa, Lou chega em uma cena de crime usando uma roupa curiosamente específica. “Ela coloca a roupa de assassinato”, a atriz ri. “Ela usa um macacão vermelho com mangas curtas. É estiloso, mas um look para limpar um assassinato? É hilário.” (Acho que se podemos ter moda para ir na feira, podemos ter a roupinha perfeita para nos livrar de um cadáver.)
Na verdade, Jackie só está começando. Porém, mesmo quando o filme se aprofunda mais na violência, ele ainda traça as texturas da codependência tecidas através de relacionamentos que podemos reconhecer. Sim, os riscos foram exagerados para um efeito dramático. Mas quem entre nós não buscou a promessa do amor até as garras da obsessão?
De volta em Altadena, Kristen e eu estamos falando sobre sangue. Especificamente, ela está descrevendo a inspiração sensorial para sua adaptação de Chronology of Water, a exploração impressionante de Lidia Yuknavitch sobre luto, fetiche e ambição adolescente.
“Eu amo o livro, amo a escrita. Eu consigo sentir o cheiro, consigo senti-lo pulsando e vazando, e isso precisa ser visto”, ela me conta. “A primeira cena do filme é só sangue escorrendo do corpo.”
Sangue verdadeiro, acrescenta a diretora, antes de pensar em voz alta: “Devo fazer que ela encha um coletor menstrual ou pego um frasco de sangue direto da veia? Precisa ser grosso.”
Ela está falando sobre Imogen Poots, que vai estrelar o filme. “Vou pegar o sangue dela e o meu, provavelmente”, Stewart reflete.
Usar o próprio corpo não é a única maneira pela qual ela busca levar a si mesma para a adaptação. Além de Poots, Stewart vê o resto do elenco formado por ex-atores mirins: “Pessoas que sentimos falta, mulheres que pararam de ser contratadas porque não eram mais ‘as meninas’.”
“Não quero dizer que não trabalham mais”, ela esclarece. “Mas quero dar papéis bons pra caralho para pessoas que eu admirava quando era pequena. Quero colocá-las nos filmes.”
Para Stewart, ir para trás das câmeras é uma transição natural. Depois de se sentir restrita em sets anteriores, ela anseia pelo fluxo criativo. “Trabalhar com um diretor ruim é como respirar por um canudo, como se qualquer verdade ou espaço a ser visto fosse sufocado”, diz ela. “Sinto que não tenho mais para onde ir. Tenho que fazer um filme.”
Enquanto os últimos raios do sol da tarde preenchem a sala com a luz âmbar, a nossa conversa volta para a química — o tipo que junta pessoas, que excita, que nos inspira a crescer. Estou pensando especificamente em uma passagem de Chronology of Water. Abrindo de novo o diário que O’Brian achou nas almofadas do sofá, começo a ler: “Você verá que há um tom subjacente e um enredo para a sua vida por baixo…”
“… da história que lhe contaram”, Stewart continua, de cór. “Quem saberia disso além de você? Sua habilidade de se metamorfosear, como material orgânico em contato com elementos transformadores.”
Muitos atores desejam ser vistos como o ideal platônico de si mesmos, esculturas de cena no olhar público. Stewart procura algo diferente: o espaço para ser mutável, para resistir aos limites calcificados das expectativas da indústria. “Em uma palavra, eu sou líquida pra caralho, cara”, diz ela. Conclui-se que essa liberdade a levaria até Yuknavitch, cujo livro de memórias encontra beleza em “reapropriar a dor, as experiências ruins e a narrativa.”
“Recontar a história é tão necessário para a sobrevivência de qualquer pessoa que já precisou mudar o caminho no qual foi colocada”, ela continua. “Entende?”
Concordo, depois pergunto: “Está falando um pouco de você, né?”
“Com certeza”, ela confirma depois de uma pausa. “Não sei mais de quem falaria.”
Kristen Stewart é capa da edição de primavera da revista Who What Wear e conversou com a amiga e ex-colega de elenco em The Runaways, Riley Keough, para o recheio. Confira abaixo as fotos, vídeos e a entrevista traduzida:
Riley Keough: Oi!
Kristen Stewart: Ei, e aí?
RK: Minha nossa, estou tão feliz em te ver. Onde você está?
KS: Na minha casa.
RK: Muito legal.
KS: Deixar a responsabilidade de conduzir algo legível em nossas mãos é engraçado. Pensei duas vezes… Tipo: “Legal, posso falar com a Ri por 50 minutos. Parece bom.” Mas então lembrei: “Espera, queremos que as pessoas tenham conhecimento do que foi falado?” Nada de bom sairá daqui.
RK: Tudo bem porque eu tenho pautas, então vou segui-las. Bem, primeiramente… pude ver este filme incrível enquanto estava de cama com COVID, o que foi uma experiência bem maluca porque sonhei que um demônio tinha possuído meu corpo. Estou na Inglaterra. Fui para a cama e liguei para minha curadora de energia quando acordei dizendo: “Literalmente acabei de sonhar que um demônio possuiu o meu corpo e começou a desejar matar pessoas.” Recebi o seu filme nesse dia.
KS: O desejo de matar era um fato, tipo na realidade do sonho, ou você sentiu a necessidade de matar?
RK: Não acredito que estou dizendo isso em uma entrevista. Nunca contei isso para ninguém além da minha terapeuta, mas era como se um demônio tivesse tomado conta do meu corpo, tipo: “Rawrrr!” Ele estava ameaçando pessoas e eu não sabia o que estava acontecendo. Foi muito maluco. Parecia que havia outra entidade no meu corpo.
KS: Como se você estivesse fora de controle.
RK: Totalmente fora de controle.
KS: Tipo ‘Quero Ser John Malkovich’. Que merda!
RK: Eu acordei com COVID, então talvez tenha sido o vírus entrando de maneira agressiva no meu corpo nos meus sonhos. Então tive que assistir Love Lies Bleeding. Foi tão intenso, mas maravilhoso. Pensei: “Isso é ótimo. Pelo menos não estou sozinha.”
KS: Eu ia dizer que é loucura assistir sozinha. É um filme que você gostaria de assistir em um momento agitado com outras pessoas, em vez de ficar parada e sozinha.
RK: É muito bom, e também, você é muito boa.
KS: Obrigada, cara.
RK: Talvez não pareça para você, mas quando eu estava assistindo, você parecia tão livre na sua performance. Não sei se foi assim quando você estava atuando, mas pareceu muito… viva e livre.
KS: É estranho porque a personagem é meio paralisada, então, ao mesmo tempo, ela não é alguém livre ou acho que você não diria necessariamente que ela é.
RK: Não, ela não é, e por isso é tão estranho… Se eu tivesse lido o roteiro, teria interpretado a personagem de maneira muito mais restrita. Não consigo descrever, mas foi muito especial. Foi muito interessante e queria que você falasse sobre isso.
KS: Foi em um bom momento, pois envelhecer e escolher as coisas certas para você contribui para isso, porque me diverti muito. Eu não queria parar de filmar nunca. Queria que ultrapassássemos o cronograma. Tivemos sorte porque tivemos a chance de voltar e fazer “refilmagens”, o que realmente pareceu uma extensão do processo. O roteiro era preciso, mas tudo parecia maleável o tempo todo… [Rose Glass] realmente permitiu que as pessoas entrassem e habitassem este espaço de uma forma que é rara, e eu realmente adorei a oportunidade e fiquei obcecada pela Lou. Ela era alguém que eu realmente precisava defender o tempo todo… Ela é uma protagonista que é tão satisfatória porque todos nós temos esse demônio e esse monstro lá dentro que diz: “Talvez eu possa ser horrível. Talvez eu possa me assustar muito.”
Além disso, em questão de tom, essa pessoa é alguém que não está acostumada com os olhares, então há uma coisa estranha e irônica que acontece nesse filme para mim. Estou tão ciente do fato de que ela geralmente não é a personagem principal. Sempre que a câmera está em mim, e na Lou, penso: “Espera, tá de sacanagem?” Estou me divertindo e provavelmente foi o que você sentiu. Ela é fechada, estranha, bruta e precisa de muita terapia, mas foi tão divertido interpretar a pessoa boa e afável que… não precisa ser moralmente decente ou que passe por algum processo que faz todo mundo se sentir bem em relação aos filmes e histórias que contamos sobre mulheres. Fiquei muito animada com o quanto o papel era diferente, divertido e sexy de uma maneira “foda-se”. Pensei: “Rose, quem é você?!”
RK: Me surpreendi constantemente com esse filme e com a sua personagem. Pensava: “Ok, é isso. Essa é a personagem”, e então era diferente. Você trouxe tanta textura para ela. Sabe quando você assiste algo e pensa: “Ah, não teria pensado nisso. Não teria feito assim”? Amo quando assisto performances desse tipo. Há momentos em que você é tão engraçada.
KS: Me sinto assim em relação a você o tempo todo. Não é sem sentido. É reciprocidade verdadeira. Me sinto assim genuinamente sempre que assisto você em um filme.
RK: Obrigada! Não foi… o que eu esperava, o que eu teria feito ou escolhido, então realmente amei assistir você.
KS: Rose tinha que me lembrar consistentemente do tom, porque eu sempre diminuía e ela dizia: “Não, não.” Ela nos levava em direção ao balístico, tipo, bombástico. O quanto a Anna Baryshnikov é boa no filme?
RK: Minha nossa, eu pensava: “Essa menina é tão doida.” A atuação foi muito boa. Todo mundo era psicótico.
KS: Ela me impressionou tanto ao vivo. Tenho tendência a provavelmente ser irritante para diretores. Levo as coisas de forma muito literal no momento por algum motivo, então depois de alguns dias, digo: “Não sei por que fiquei tão presa naquilo. Sinto muito mesmo. Era um detalhe tão irrelevante.”
RK: Às vezes, a atuação é como se você estivesse bêbada ou algo assim porque você não está completamente dentro de si. Eu me comporto de maneiras que não são normais e fico com a visão totalmente focada. É tipo: “Sinto muito pelo meu comportamento.”
KS: É, você vai dormir de noite e percebe quando acorda, assim como acontece se você foi idiota enquanto estava bêbada.
RK: Como foi a preparação para esse filme?
KS: Bem normal. Lemos o roteiro algumas vezes juntas e provavelmente tivemos conversas diferentes sobre ele ao mesmo tempo. Todos falavam uns com os outros sobre coisas diferentes e não chegávamos em nenhuma conclusão esclarecedora. Na verdade, tive que fazer o contrário… Eu tinha parado de fumar antes das filmagens, então realmente foi uma merda voltar.
RK: Eu fiquei curiosa. Você estava fumando cigarros falsos?
KS: Não, eram de verdade.
RK: Pensei: “Não tem como ela estar fumando cigarros falsos.”
KS: Eca. Não consigo.
RK: São tão nojentos.
KS: São horríveis e eles não fazem fumaça. Entende? Eles ardem, entram nos olhos e você parece uma fracassada. Mas foi horrível. Foi parte da preparação.
RK: Por que você parou de fumar?
KS: Acho que é algo que todos devemos fazer em algum momento de nossas vidas.
RK: Você parou mesmo?
KS: Sim, não gosto de fazer promessas e tal, mas não gosto mais de fumar cigarros. A Lou fuma cigarros pra caralho no começo do filme, e Rose faz takes. Nós não fazemos as coisas três vezes. Foi divertido. Sempre fomos além. Esse filme tirou alguns anos da minha vida, mas valeu a pena. Eu o amo, mas não foi legal.
RK: Ok, vou olhar as perguntas na minha lista…
KS: No que você está trabalhando agora?
RK: Um filme em Londres. Estou ensaiando.
KS: Que legal. É um cronograma de ensaios muito legal e confortável. Que luxo.
RK: Sim, só trabalho oito dias ao todo, então tenho um tempo para relaxar.
KS: Exceto que não é relaxante trabalhar oito dias em um filme, porque então você pensa: “Ok, é melhor eu arrasar.”
RK: Não sei o que é, mas um papel coadjuvante é muito mais estressante para mim. Você sente isso?
KS: Sim, você se tortura porque põe tanta pressão no seu tempo limitado para passar algo. Recentemente precisei sair de um filme que sei que vai ser espetacular. É daqueles em que o roteiro é tão prosaico. É basicamente uma novela, daria para publicar. Os atores são dois dos meus favoritos atualmente, são jovens também. Eles são pessoas emocionantes que são incríveis pra caralho… Detalhes à parte, meu filme [The Chronology of Water] acabou de receber financiamento.
RK: Fiquei sabendo! Devemos falar sobre isso. Que emocionante. Depois de quanto tempo tentando?
KS: Por mais ou menos três anos… Mas estive segurando essa ideia por seis anos. Foi quando começou o processo de adaptação. Fui para a Letônia. Cara, espacial e ambientalmente, essas áreas do planeta estão se abrindo para nós e para a história de uma forma tão viva, e é tão oficial para mim porque faz tanto tempo. Eu vou abrir a porta certa e surtar. Só de saber as pessoas que estão nos ajudando a fazê-lo, a equipe que montamos, o elenco atual, a maneira como está se desenvolvendo… Tudo isso, o quanto a Imogen [Poots, atriz principal] está comprometida há tanto tempo, parece mais pessoal. Sinto que criei um corpo vivo fora do meu. É um clichê tão grande, mas parece um animalzinho levado, e estou tão orgulhosa quanto com medo… tipo, completamente Frankenstein.
Estou com medo de onde pode nos levar, mas também estou incentivando a irmos até o limite. Acho que a Imogen aguenta, ela é forte o bastante fisicamente. Ela está no momento perfeito da vida. Estou tão feliz por ter demorado tanto porque as coisas se abriram de uma maneira que vai criar um filme melhor. Eu acho que é… o timing perfeitamente exato, e estou muito animada. Vai ser rápido. Três meses e acabou.
RK: Vai acabar, então aproveite cada momento estressante. As duas coisas na minha vida que tiveram um timing divino, até agora, foram o nascimento da minha filha e dirigir o meu filme. Realmente acontece quando deve ser e é tão estranho. É uma coisa realmente mágica que não aconteceu tantas vezes em outras partes desse trabalho, como a atuação e tal.
KS: Sim, porque você está colhendo alguma coisa… Outras pessoas geraram a coisa. Você pode encontrar áreas para encaixar sua pessoa, sua personalidade e vida interior, mas é exterior. Você passa por alguma coisa do lado de fora. É um impulso autogerador tão diferente, semelhante ao do útero.
RK: Parece tão simples, mas é tão mágico ver algo sair da sua imaginação e se realizar… Olha, fazemos tantos rascunhos. Às vezes esquecemos o que deixamos e o que tiramos. Você está fazendo o seu trabalho, o que quer que seja como diretora, e então alguém entra segurando uma caneta amarela porque você escreveu: “Ela está segurando uma caneta amarela.” E você pensa: “Uau.”
KS: Uau, escrevi isso seis anos atrás. Obrigada por notar esse detalhe, pessoa.
RK: Essa coisa toda ganha vida e é tipo: “Uau, todas essas pessoas estão transformando minha ideia em realidade, que loucura.” É como mágica.
KS: É tão divertido falar com você sobre isso porque não conseguimos falar quando estamos dirigindo, então é tão louco colocar em termos básicos assim, em que você diz: “Como fiz isso?” Então é tomado e transformado em algo que vive e respira. Eu sei que é apenas um presente, mas realmente testemunhar… Isso é uma citação do livre: “Testemunhe a vontade.” Precisa de tanta vontade e disposição. Dirigir consiste em procurar pelas pessoas certas que querem algo tanto quanto você, e talvez você queira algo diferente, mas canalizar todo esse desejo é tão emocionante. Vocês vão dirigir um novo filme? O que vão dirigir agora?
RK: Estamos escrevendo três filmes porque somos confusas. Me sento e escrevo 10 páginas e penso: “É esse”, e então fico sem inspiração para continuar escrevendo por um mês e volto para o outro. Estou me permitindo ser lírica e emocional no meu processo de escrita porque é o melhor jeito de escrever para mim.
KS: Sinceramente, há muitas maneiras de entrar na história. Para mim, é sempre detalhe versus qualquer coisa abrangente, e isso provavelmente é minha fraqueza e minha força, o que faz sentido porque sou atriz. Acho que é algo que não devemos evitar, especialmente se você trabalha com roteiristas ou está cercada de pessoas que têm uma abordagem mais prática. É fácil ficar com inveja disso, mas também é muito legal poder dizer: “Sim, mas os meus momentos brilham pra caralho.”
RK: Sou roteirista autodidata como você. Não fiz faculdade para escrever roteiros e levei um minuto para aprender… bem, um minuto tem sido dez anos. [Risos]
KS: Você está tipo: “Desculpa, por que estou sendo modesta?”
RK: [Risos] “Na verdade, sou profissional.” Levei muito tempo para encontrar o equilíbrio entre o que funciona para mim e a estrutura. Não consigo escrever com a estrutura em mente. Tenho que escrever do meu jeito, e então…
KS: Encontrar um esqueleto para suporte. Esses momentos que você gosta de sonhar estão todos conectados. Não estão desconectados. Deixe eles livres, então você pode encontrar uma maneira de juntá-los.
RK: Total. Eu sou um pouco disléxica e muitas vezes escrevo o fim primeiro, é o que funciona para mim. Só sigo o caminho que me leva. Não fico sentada pensando: “Ok, vou trabalhar das 15 às 16h, só vou escrever.” Não consigo.
KS: Meu cérebro funciona melhor pela manhã. Eu adoraria viver aquela vida romantizada de escrever durante a noite, mas acordo pela manhã, me comprometo e não digo uma palavra até terminar.
RK: Tenho uma coisa engraçada em que sou um monstro em um avião.
KS: Eu também! Acabei de fazer isso. Li o livro de capa a capa, fiz uma revisão completa e escrevi três cartas de amor para atores.
RK: Eu preciso voar uma vez por semana porque escrevo tanto em um avião. Sei lá. Talvez por estarmos mais perto de Deus.
KS: [Risos] Uau. Enfim, mal posso esperar para encontrar a coisa certa para fazermos juntas. Além disso, penso em nossas empresas como irmãs, é muito fofo. Dizemos: “Vamos ler tudo de vocês. Podem ler os meus?” Sinto que somos novatas… não de um jeito modesto, mas só acho que nós duas vamos longe com essas coisas. Mal posso esperar para crescermos juntas.
RK: Aw.
KS: Eu imagino duas casas e penso: “O que elas estão fazendo para o jantar? O que tem na cozinha?” Estou tão curiosa para saber o que vocês estão cozinhando, cara.
RK: É realmente inspirador assistir seus amigos trabalharem bem. O que nos leva de volta a Love Lies Bleeding porque eu pensava: “Eu amo meus amigos. Eles são tão talentosos!”
KS: Não é o melhor sentimento do mundo? Tenho muita sorte.
RK: Eu amo me sentir dessa forma porque essa indústria pode ser tão competitiva, especialmente quando lembro dos meus 20 anos fazendo testes contra todas essas meninas e como eu me sentia… como era ser comparada a elas.
KS: O palavreado em torno das atrizes era muito mais desagradável naquela época.
RK: Era uma época maluca. Também era uma época em que éramos tão radicais. Cada papel que conseguia, eu pensava: “Não sou essa pessoa.” Todas as personagens eram garotas perfeitas. Todos os papéis eram a garota loira perfeita. Elas eram todas iguais, e eu dizia: “Não posso interpretar isso. Não consigo. Não é minha especialidade.” Eu ficava tão frustrada, porque nunca seria esse tipo de garota.
KS: Bem, esse tipo de garota não existe. É um arquétipo que deixa as pessoas confortáveis, e algumas pessoas na vida real interpretam essas garotas. Em algum ponto, fica muito difícil. Não acho que seja sustentável.
RK: Acho que por isso você era tão emocionante… Você interpretava as personagens principais, mas do seu jeito. Isso é muito mais comum agora. Os papéis para nós são mais complexos, mas é que torna todas as suas atuações tão poderosas e por que elas se conectam tanto… as meninas estavam assistindo uma menina que não viam sempre.
KS: Eu tentei interpretar aquela garota também. Tentei quando deveria.
RK: Sim, mas simplesmente não há uma parte daquilo em você. Enfim, estou feliz por termos mais oportunidades hoje em dia… Quando você vai filmar o seu filme?
KS: O fato de estarmos no telefone agora é tão… Vai me fazer vomitar porque estou ocupada e preciso fazer outras coisas agora. Estou esperando pela neve. Nos meus sonhos, posso escalar atores para os quatro papéis principais muito rápido, vamos fazer uma dança da neve e torcer por uma tempestade antes de entrarmos em preparação completa para que eu possa fazer uma pré-filmagem. Praticamente só preciso de uns quinze filhos da puta no meu set. Podemos fazer tudo tão pequeno. Vamos filmar em 16 milímetros. Quero filmar um pouco do cenário antes de começarmos. Eu quero criar uma vibe e dizer: “Acreditem, é tudo o que precisamos daqui pra frente a menos que tenhamos dias maiores.” Então, torça pela porra da neve… No geral, essas duas sequências vão nos fazer parecer um filme maior, e se não conseguirmos, vamos começar no dia primeiro de abril.
RK: Bem, isso é muito emocionante. Estou muito feliz por você.
KS: Eu sei! Estou muito assustada e animada, parece que estou vivendo em uma simulação. Não é real e nada importa. Além disso, o sentimento muda dependendo da hora do dia. Pela manhã, eu acordo e literalmente: “Me sigam até o inferno, filhos da puta. Posso fazer qualquer coisa.” À noite, se estou sozinha em um quarto de hotel, fico pensando por que disse para todo mundo que deveríamos fazer esse filme.
RK: Acho que esse é o espectro da direção. É tão intenso. Bem, não tenho nenhum conselho para você porque não sei o que estou fazendo, mas estou tão animada porque é uma aventura maluca.
KS: Queria que você estivesse lá. Não quero te contar, quero que você esteja lá. Vai ser divertido pra caralho. Precisamos fazer um filme juntas.
RK: Ok, vamos. Literalmente disse hoje de manhã para a Gina [Gammell]: “Precisamos encontrar algo para mim e Kristen fazermos porque seria muito divertido.”
KS: Sim! Ok, bem, vamos desligar o telefone. Acho que acabamos, né?
RK: Sim.
Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil