O trailer de Sacramento, filme com Kristen Stewart dirigido por Michael Angarano, foi divulgado oficialmente na manhã desta quinta-feira (27). O filme conta a história de dois amigos, Glenn (Michael Cera) e Rick (Michael Angarano), que embarcam em uma viagem de carro até a cidade de Sacramento, na Califórnia. Kristen Stewart interpreta Rosie, esposa de Glenn. Sacramento estreia no dia 11 de abril nos Estados Unidos. Assista:
Kristen Stewart estrelará a comédia The Wrong Girls para a Neon. O filme, que marca a estreia da noiva Dylan Meyer como diretora, segue duas amigas codependentes que acabam se envolvendo em uma confusão com troca de identidade. Saiba mais:
Kristen Stewart encontrou os colegas de elenco certos para seu próximo filme, ‘The Wrong Girls’.
Stewart, que irá liderar o filme escrito e dirigido pela noiva Dylan Meyer (‘Moxie’), também produzirá o projeto. ‘The Wrong Girl’ foi anunciado em 2023, com Stewart descrevendo-o como uma “comédia de maconheiras” na época. Alia Shawkat também estrelará o filme. Stewart e Shawkat atuaram juntas em ‘The Runaways’ em 2010.
O elenco coadjuvante também inclui Seth Rogen, Kumail Nanjiani, LaKeith Stanfield, Zack Fox e Tony Hale. A NEON lançará o filme nos cinemas nos Estados Unidos e representará os direitos internacionais.
‘The Wrong Girls’ é a estreia de Meyer como diretora. O filme segue Frankie (Stewart) e Molly (Shawkat), duas melhores amigas codependentes que vivem com o salário contado e de trago em trago, quando um caso de identidade trocada leva o caos até suas vidas.
Stewart contou ao IndieWire enquanto divulgava ‘Love Me’ que ela está “dando mortais” em relação ao filme entrar em produção.
“Dylan escreveu o roteiro anos atrás e estamos produzindo agora”, disse Stewart. “Começamos a filmar em duas semanas e estou dando mortais por conta disso. Estou tão animada que podemos filmar em Los Angeles e só esse fato já parece fantasia. Alia Shawkat é minha outra ‘garota errada’ e estamos nos preparando, de uma forma bem literal, agora.”
A produção começou no início de fevereiro. O filme é um dos primeiros independentes a entrar em produção em Los Angeles em meio aos recentes incêndios florestais devastadores.
Durante a produção de 29 dias, o filme empregará aproximadamente 100 pessoas por dia, 95% sendo residentes locais, incluindo o diretor de fotografia indicado ao Emmy Todd Banhazl (‘Winning Time’, ‘As Golpistas’), o compositor e cantor Ty Segall, e a figurinista indicada ao Emmy Heidi Bivens (‘Euphoria’). A banda de punk da Filadélfia, Mannequin Pussy, também levará a energia explosiva para o filme com uma performance ao vivo em um espaço DIY de Los Angeles fechado há muito tempo.
‘The Wrong Girls’ é a terceira colaboração de Stewart com a NEON após o aclamado filme de Pablo Larraín em 2021, Spencer, e Crimes of the Future, filme de David Cronenberg selecionado para Cannes em 2022.
‘The Wrong Girls’ será produzido por Maggie McLean, Stewart e Meyer para a Nevermind Pictures; Alex McAtee, James Weaver, Seth Rogen e Evan Goldberg para a Point Grey; e Allison Carter e Jon Read para a Savage Rose Productions por meio da parceria de produção e desenvolvimento com a NEON.
Além de ‘The Wrong Girls’ e ‘The Chronology of Water’, Stewart brincou dizendo que tem “uma porrada” de outros projetos em desenvolvimento, mas nada que esteja “pronta para revelar.”
Kristen Stewart e Steven Yeun conversaram recentemente com o IndieWire sobre o mais novo filme dos dois, Love Me, e aproveitaram para compartilhar como se sentem em relação à Inteligência Artificial. Os dois também falaram sobre projetos futuros e planos de trabalharem juntos novamente. Leia:
Para Kristen Stewart e Steven Yeun, o romance indie sobre IA, Love Me, é quase indescritível — e isso é parcialmente o que faz o filme ressoar mais.
Love Me, que marca a estreia do casal de diretores Andy e Sam Zuchero, estreou no Sundance em 2024 e agora está em exibição em cinemas selecionados. Stewart e Yeun interpretam um casal incorpóreo ao longo de bilhões de anos: Stewart é uma boia chamada Me que então adota o físico da falecida influenciadora Deja em um mundo pós-apocalíptico. Yeun é o satélite Iam, que assume o papel do marido de Deja, Liam, enquanto a dupla reencena uma série de vídeos do YouTube.
Ainda assim, nem as duas estrelas conseguiram classificar exatamente que tipo de filme Love Me é.
“Eu acho que o filme, de uma forma muito legal, é difícil de definir”, disse Stewart, citando as várias transformações de seu personagem. “Acho que esse é o objetivo. É muito difícil de definir. É difícil dar entrevistas sobre o filme. Foi difícil falar sobre ele no set. Sempre nos perguntávamos se estávamos tendo a mesma coisa, tipo um espiral existencial e, tipo, é por isso que fazemos filmes. Achei que foi muito refrescante.”
Stewart disse que o roteiro dos Zucheros era um “belo trampolim” para interpretar o quanto as pessoas estão “desesperadas” por uma conexão. E a melhor maneira de mostrar a dificuldade das pessoas com isso foi fazer os dois atores, bem, não interpretarem pessoas.
“Eu queria estar em um filme que começa apenas como uma voz solitária, e então que se transformasse em um desenho animado bobo — o que geralmente é a experiência de ser humano — e depois avança mais um pouco e você está com uma maquiagem estranha”, comentou Stewart sobre por que entrou no projeto. “Você está fazendo uma imitação humana estranha e, no final, estamos filmando em 35mm e tocando um ao outro de verdade. Pensei que era um tipo de experiência tão interessante. O filme realmente cutuca o que é se conectar e o quanto estamos desesperados por isso, com toda a transformação que fazemos para nos aproximarmos uns dos outros e do nosso próprio senso de identidade. Pareceu tão ousado para mim, reconhecer que a verdade é tão transitória em vez de tentar fazer alguma declaração revolucionária.”
A produção veio com algumas surpresas para Steven Yeun assim que ele percebeu o quanto o filme seria abstrato. Uma boia e um satélite de verdade foram construídos pela Laird FX para o filme, com Stewart e Yeun também tendo cenas usando trajes de captura de movimento para as partes animadas. “Sims” e “Onde Vivem os Monstros” estavam entre as inspirações para como a animação foi criada depois.
Como a diretora Sam Zuchero contou ao IndieWire em 2023, os dois atores foram filmados por um mês em um estúdio, o que Yeun agora lembra de ter ficado um pouco apreensivo.
“Lembro-me de começar a criar meu personagem, e não considerei isso até chegar no set, mas já havia um conjunto de limitações que existiam para ele e para mim como ator”, disse Yeun. “Pensei: ‘Espera, como assim estou limitado a essas escolhas específicas de figurino e essas restrições específicas?’ E então percebi: ‘Ah, porque o Iam e o Liam também estão.’ Ele está limitado a essas restrições porque faz parte de um conjunto no qual há uma dinâmica acontecendo. Havia uma meta que se espalhou de uma maneira muito bonita. Uma exploração contínua. Ela não para, e acho que é um espelho eterno que, espero, continua ressoando, mas enquanto isso, ainda estou tentando entender o que isso tudo significa.”
Tanto Yeun quanto Stewart, no entanto, garantem que Love Me não deseja fazer uma declaração sobre as políticas da inteligência artificial.
“Não quero me aprofundar muito em algum tipo de declaração. Acho que não estamos planejando fazer isso”, disse Yeun. “Se serve de qualquer coisa, direi que, pessoalmente, como o reflexo de passar por um projeto como este e de assistir a mudança do mundo, não sei se você pode apoiar IA. Parece algo que está se revelando para mim enquanto a incorporamos e nós incorporamos IA na maior parte do tempo. Acho que é o que está se revelando para mim, e o que foi tão fascinante, divertido e assustador na exploração do tópico nesse filme é que, no final, o que é humano vai sair na frente. Eu realmente acho que a IA só se torna um espelho.”
Stewart, no entanto, admitiu que tem medo do quanto a IA pode ir longe.
“A Inteligência Artificial é mais inteligente do que nós. Não sei se temos a capacidade de contemplá-la o suficiente. Eu certamente não tenho noção do potencial”, disse Stewart. “Eu sei que me assusta. Sinto que ela está ouvindo agora, nem quero mencionar.”
Ela continua: “Sinto também que é tão egoísta julgar o que é vivo. Nós crescemos da terra. Somos material orgânico, e eu realmente não sei onde fica o limite do que é ou não é natural. Acho que não é algo que o filme aborda no sentido literal. Sinto que é muito mais emocional e humano do que isso. O filme é totalmente uma metáfora. É um tipo de hipótese elaborada que nos leva a um processo interessante de pensamento que é auto-reflexivo. E, falando sobre a coisa da IA, o filme me levou mais para o meu corpo e menos para a ideia de que estamos nos tornando computadores ou que podemos estar nos fundindo ou como nos integramos. Blah blah blah blah.”
No entanto, Stewart sabia que Love Me renderia memes.
“Um de meus amigos, depois que assistiu ao filme outro dia, me disse que com certeza não escaparemos de uma certa cena. Previram que um meme seria criado para ‘Eu nem sou mais uma boia!’ É tão sério e sincero no final e muito emocionante. Tipo, ‘minha nossa, que porra é esse filme?’”
E aquela imitação viral de influenciadora deixa Stewart “muito, muito feliz” quando assiste.
“Nós dois [com Yeun] daquele jeito foi uma experiência tão vale da estranheza”, disse Stewart. “Não é errado. Não sei, parece IA. Parece que alguém fez aquilo com a gente. E eu penso: ‘Oh, uma prévia de uma realidade alternativa. Que estranho. Poderia ter acontecido.’”
Yeun acrescentou que ele está afastado das reações da internet em relação ao filme.
“Não vi nada disso”, disse ele. “Estive tentando ficar longe das redes sociais há um tempo. Por sorte, meus filhos são jovens demais para me enviarem porque eles não têm redes sociais, mas estou constrangido pensando nisso, porém, talvez seja legal. Não faço ideia.”
Depois de Love Me, Stewart está focando em levar seu primeiro longa metragem como diretora, The Chronology of Water, que foi filmado no verão passado, para algum festival. Stewart adaptou o filme do livro de memórias de Lidia Yuknavitch sobre as experiências transformadoras da autora como uma nadadora. Imogen Poots lidera o elenco, com Scott Free Productions entre os apoiadores. O filme esteve em produção desde 2018.
Yeun também possui outro filme muito aguardado sendo lançado: Mickey 17, de Bong Joon Ho, liderado pelo colega de elenco de Stewart em Crepúsculo, Robert Pattinson.
“Eu amo o diretor Bong”, disse Yeun. “Estou muito animado para as pessoas assistirem esse grande mergulho até o fundo da consciência criativa, sabe? As coisas que acontecem, do que ele desiste, a maneira como ele navega, onde ele é capaz de deixar seu toque e também colocar as mãos para o ar… é realmente admirável. Estou animado para o mundo assistir.”
Yeun também se manteve calado sobre um possível retorno para Beef ou uma participação especial na segunda temporada da série que ele é produtor executivo.
“Estou mais calado em relação à segunda temporada”, disse Yeun, acrescentando que ele adoraria trabalhar com o criador Lee Sung “Sunny” Jin novamente. E com Stewart.
“Digo isso porque você está na chamada e porque realmente me sinto dessa forma, Kristen, tipo, seria tão divertido fazer outro filme com você”, disse ele.
Stewart concordou, dizendo: “Não estou fazendo cena, mas… eu tenho uma lista. Vou chegar até você, tipo, nós vamos trabalhar juntos, porra. Temos trabalho a fazer.”
Em entrevista para o site CBR, Kristen Stewart e Steven Yeun falaram sobre como abordaram interpretar uma boia e um satélite no novo filme Love Me. Leia:
CBR: Kristen, no começo do filme, a boia imita uma influenciadora chamada Deja para convencer o satélite de que ela está viva. Essa imitação então a leva a desenvolver uma identidade própria. Como foi sua abordagem para essa performance? Personagens diferentes, os mesmos ou uma mistura dos dois?
Kristen Stewart: Há uma congruência que nos une, até pessoas que parecem ter vindo de lados totalmente diferentes do mundo. Então, acho que a boia não pode ser nada além de mim. E quando digo isso, quero dizer eu mesma, porque o nome da minha personagem é ‘Me’. Mas não consigo ser ninguém além de mim mesma.Acho que a boia consegue olhar ao redor e sentir inveja de certas coisas que tornam a vida mais fácil, que fazem as pessoas gostarem de você. Acho que todos nós fazemos isso, inegavelmente, o tempo todo. Mesmo que você seja autoconfiante. Não existimos sem o outro. Eu não saberia como existir a menos que eu observasse outras pessoas “existindo”, de certa maneira. E então eu meio que escolhi meu próprio caminho. Então, todos os personagens são muito congruentes. Acho que eles têm muita sobreposição.
CBR: Isso é muito adorável, e tem a ver com a mensagem de Love Me, especialmente considerando que filmes com personagens que são influenciadores tendem a zombar deles. O filme trata a Deja como uma pessoa sincera e ela inspira a boia a se tornar uma versão melhor e mais completa de si mesma.
KS: Sim, tentamos não ser muito severos com nossos influenciadores porque eles são tão vulneráveis. É como se ela fosse a boia. Deja também está desesperadamente tentando se conectar, embora não esteja sendo muito sincera. Há uma honestidade nisso.CBR: Steven, sua performance como satélite foi tão cheia de nuances. No começo do filme, você captura o tom de um assistente de inteligência artificial, o que diminui conforme o satélite se torna mais consciente de sua identidade. Você abordou interpretar o personagem como se ele sempre tivesse consciência e não soubesse?
Steven Yeun: Não sei.
KS: Tipo, consciência da consciência. [Risos].
SY: Acho que sim. Tentei não pensar muito nisso. Se serve de algo, a experiência de filmar em sequência foi reveladora conforme avançamos. E eu não sei se cheguei a entender o que é consciência e percepção daquele ângulo, mas pensei no começo que o satélite era pura função. E ele é próspero sendo apenas “função”.Quase como se ele estivesse feliz em se render a ser só uma coisa necessária. Dessa forma, ele fica em paz, na verdade, porque não precisa se referir a si mesmo. A vida dele é “eu só faço isso e é isso que eu faço.”
CBR: Então, é como se a consciência fosse imposta ao personagem contra a vontade dele?
SY: Para então ser despertado ao ver o próprio reflexo é uma experiência chocante e maluca. Quando ele conhece a boia, é tipo: “Ah, você me conhece? Me descreva, por favor. Me ajude a saber quem eu sou.” Mas depois se torna: “Espera. Acho que não sou assim?” Então, ele entra em conflito com isso, para então entender que a boia na verdade o libertou e, dessa forma, o tirou da estagnação.Então, não sei se foi um passo-a-passo consciente. Se vale de alguma coisa, foi isso que foi tão divertido em atuar com a Kristen. Parecia uma experiência avançada e que se revelou, e o exercício era quase sair do caminho do filme, se tornar daquele jeito. Foi uma loucura.
KS: É como se você precisasse de um empurrão para sair da existência pré-definida. Não sei, um típico homem! [Risos] Só quero dizer que o cara é alguém que precisa dizer: “Maneiro. Eu faço essa coisa. Tenho um emprego. Tenho meu valor e sou funcional.”CBR: Bem, sem entrar em spoilers, o satélite nunca para de fazer o trabalho dele, não é?
SY: Sim, eu entendi a beleza dessa função também. Há uma simbiose com o paradoxo da função e identidade e, para mim, o que amo no nosso filme é que ele não toma um lado.
O filme é a imagem completa. Especialmente porque nosso mundo agora parece tão literal e binário. É revigorante experimentar algo que você não conhece. Sou flexível, e sou tão rígido quanto sou flexível.
KS: É como quando você encontra certas pessoas na vida e de repente sente que voltou para o jardim de infância. No sentido de que você é essencialmente fundamental para si mesmo, mas também totalmente subdesenvolvido. Você pensa na possibilidade ou em se sentir jovem com a outra pessoa. Sinto que esses dois personagens — porque o filme é simbólico, uma metáfora, e obviamente não é baseado na realidade — pensam: “Oh, precisávamos nos encontrar para deixarmos de sermos apenas funcionais.”
Kristen Stewart e Steven Yeun conversaram sobre o mais novo filme dos dois, Love Me, com o site Yahoo Entertainment. Os diretores Andy e Sam Zuchero também participaram da entrevista e falaram sobre o conceito do filme. Leia:
A premissa do novo filme, Love Me, é única: Kristen Stewart dubla uma boia de alta tecnologia que se comunica com um satélite (Steven Yeun) depois do desaparecimento dos humanos na Terra. Para provar que ela é um “ser vivo”, a boia estuda as espécies assistindo vídeos no Youtube de uma influenciadora de lifestyle e do marido dela, que também são interpretados por Stewart e Yeun.
Love Me é a estreia dos diretores Sam e Andy Zuchero, um casal que também escreveu o filme. O longa gerou reações mistas quando estreou no Sundance em 2024, mas os críticos concordaram em maioria que era desafiador e estranho.
Os Zucheros começaram a escrever o filme em 2018, mas parece mais relevante do que nunca em um mundo em que os humanos se apaixonaram pela inteligência artificial e que isso tenha se tornado mundano o suficiente para impactar nosso cotidiano.
“Sempre pensei na IA em termos de senciência, e meio que deixei esse padrão pra lá e comecei a pensar na IA como uma nova forma de vida — e um que é muito apto em manipular emoções humanas”, Sam contou ao Yahoo Entertainment.
Andy completou dizendo que “o filme é menos sobre IA e mais sobre nós, como duas IAs nos enxergam, desvendam a humanidade e tentam entender o que significa estar vivo e apaixonado.”
As duas estrelas do filme gravaram primeiro as cenas em que interpretavam os influenciadores. Para entrar no personagem, Stewart contou ao Yahoo Entertainment que “colocou alguns apliques de cabelo” e estudou influenciadores, que já se desenvolveram desde que o roteiro foi escrito.
Stewart disse que, na época, tinha uma “impressão superficial” de como seria um influenciador, “que é alguém totalmente falso vendendo uma ideia de uma vida inalcançável”. Porém, ela encontrou inspiração em criadores de conteúdo que eram “muito gentis e reveladores em seus vídeos inexpressivos.”
Trabalhando ao lado de Sam, Stewart criou a personagem Deja, que é “uma versão de nós duas que é ingênua, doce, desesperada e sincera demais” — se elas fossem influenciadoras sete anos atrás. A boia de Stewart tenta aprender com as postagens de Deja para simular ser um “ser vivo” o máximo possível.
“Achei legal imaginar a ideia de alguém tentando decifrar o artifício e a afetação”, disse Stewart. “Sinto que todos fazemos isso. Você não nasce como uma coisa definida, então escolhe. Ela está se tornando um conjunto de coisas e todos nós fazemos isso. É realmente um filme sobre relacionamentos humanos.”
Embora a boia de Stewart tenha mentido quando disse ser aquela influenciadora específica, o filme avalia se ela tecnicamente estava mentindo quando disse ser um “ser vivo”. No núcleo do filme está um experimento mental sobre o que a IA pode extrair de nós se tudo o que ela sabe é o que postamos online.
Andy comentou ao Yahoo: “Mesmo que você possa dizer que o que compartilhamos nas redes sociais é uma representação básica do que somos, existem ideais que temos que estão presentes por lá e que vão ao cerne da humanidade. Mas então é temperado com a monetização e a criação de uma marca de você, que é muito distante de quem realmente é você… então há um processo de desinfluência e fechar a cortina da pretensão do que mostramos versus o que realmente somos.”
Yeun contou ao Yahoo Entertainment que o filme atraiu primeiramente por conta do envolvimento de Stewart e como o roteiro parecia sério enquanto ainda era “uma tacada ousada e maluca”.
“Na verdade, não fazia ideia de como seria, mas havia partes em que eu pensava: ‘Uau, as pessoas estão fazendo um filme assim agora?’”, disse Yeun. “O que me atrai em papeis é só o pensamento de: ‘Quem está buscando algo? Quem está tentando dizer algo?’”
Stewart disse que eles começaram a filmar “no finalzinho das coisas do COVID” quando todos estavam “trancados e vendo o mundo por meio de telas.”
“Há um renascimento que acontece na tragédia quando estamos todos trancados. Acho que foi como se pudéssemos escolher como continuar”, disse Stewart. “Eu estava lendo o livro Sapiens [de Yuval Noah Harari] na época e pensava: ‘Nada é real, mas tudo é real!’”
Stewart explicou que o filme era um “grande e elaborado exercício de atuação” que a fez pensar muito sobre humanidade e relacionamentos.
“Não é o jeito de vender o filme, mas é como… se você já tivesse experimentado cogumelos e ficou sentado com os olhos arregalados procurando por uma exploração mais profunda para perceber que nunca vai encontrar seu destino final”, disse ela. “Nos unirmos e tentarmos é definitivamente o suficiente e tudo o que temos.”
Kristen Stewart e Steven Yeun conversaram com o site MovieFone sobre o mais novo filme da dupla, Love Me, em que interpretam uma boia e um satélite. Os atores falam sobre suas reações ao ler o roteiro pela primeira vez. Leia:
Moviefone: Para começar, Kristen, você pode falar sobre sua primeira reação ao roteiro e à visão incomum de Sam e Andy Zucchero para este projeto?
Kristen Stewart: Pensei que era uma das coisas mais experimentais, estranhas, ambiciosas e bizarras que já li. Achei o enredo um pouco maluco porque não busca responder nenhuma das perguntas existenciais impossíveis de serem respondidas, e não responde. Não acho que seja uma situação do tipo: “Ah, esse filme se passa no futuro e, portanto, tira todas essas conclusões.” Foi como um convite para fazer um exercício de atuação muito elaborado que nos revelaria para nós mesmos e um para o outro todos os dias. Foi um trampolim. Parecia que a coisa mais confrontadora no roteiro não era o ambiente ou os personagens, era sobre o quanto a identidade é algo indefinido. Pode ser assustador de repente se ver responsável por determinar essas coisas. O filme segura um espelho a um centímetro de distância do seu rosto, basicamente. Eu também havia acabado de assistir um curta que os dois fizeram que foi tão desafiador quanto e queria passar um tempo com eles. Fui atraída pela curiosidade e seriedade dos dois, só isso.MF: Steven, você pode falar sobre sua abordagem para interpretar esses personagens, tanto em live-action e em animação? Como foi o processo para você?
Steven Yeun: A minha experiência provavelmente foi diferente no sentido de que meus personagens refletem muito os da Kristen. Ele queria ser, de alguns jeitos, ser definido por eles, mas também lutava com a tensão. Eu seguia, reagia e interpretava esse espelho de maneira consciente, de uma forma. Então, foi divertido. Também foi revelador em relação à tensão do personagem em querer ter controle de si próprio. É um exercício de rendição e controle, apenas a tensão entre essas duas coisas.MF: Por fim, Kristen, embora essa seja uma história entre duas máquinas, elas acabam tendo uma conexão e um relacionamento muito humano. Você pode falar sobre isso e sobre a mensagem do filme?
KS: Acho que em vez de fazer um filme em que você tem duas pessoas isoladas que não podem ser afetadas por afetação ou experiências individuais, se você pudesse do nada cair na consciência, se fosse uma pessoa madura que poderia escrever o livro da sua vida com um intelecto que não precisasse ser adquirido e que nunca foi moldado pela experiência individual, apenas pelo universo como é conhecido, isso imediatamente te torna uma pessoa. Bem, essas pessoas não existem, certo? É tudo uma metáfora. Boias não falam com satélites. Quer dizer, falam, mas não desse jeito. Acho que talvez você deva ficar aberto para a oportunidade de permitir algo que você imediatamente diminui como algo que não deveria estar vivo. Digo, é tão presunçoso. É como se você só soubesse o que está acontecendo dentro de si mesmo. Acho que como interpretar bebês em corpos de adultos ou na ideia de corpos. Esse foi só um filme sobre identidade variável, definindo essa estranha fricção e contraste entre realidade, o que é real comparado às experiências individuais de todo mundo e como elas são diferentes, e que a realidade não existe. Então, nós devemos defini-la por nós mesmos, e o filme pareceu uma visão básica disso. Eu topei estar em um espaço vazio com o Steven tentando entender o que tudo isso significa.