Arquivo de 'Lizzie'



VÍDEO: Confira o trailer de Lizzie
03, ago
postado por KSBR Staff

Foi liberado hoje pela Roadside Attractions o trailer oficial de Lizzie, novo suspense de Kristen Stewart e Chloe Sevigny sobre os assassinatos da família Borden. Kristen interpreta a governanta Bridget Sullivan, cúmplice dos assassinatos. Confira:

Sundance: Confira as críticas de Lizzie
20, jan
postado por KSBR Staff

Lizzie foi exibido na noite de sexta feira (19) no Sundance Film Festival e as primeiras críticas especializadas já estão online. Traduzimos as partes mais importantes de algumas delas abaixo, confira:

ATENÇÃO: CONTÉM SPOILERS

INDIEWIRE:

Deixe Chloe Sevigny e sua paixão de longa data pelo projeto Lizzie revelar a primeira cena de cair o queixo do Sundance 2018. No filme de Craig William Macneill sobre os assassinatos de Abby e Andrew Borden em 1892, que acreditam ter sido cometido pelas mãos da filha de Andrew, Lizzie (Sevigny), a famosa criminosa americana (ela nunca foi condenada, mas o tribunal da opinião pública é outro assunto) tem a chance de refazer sua própria história e motivações.

Enquanto o filme de Macneill, que estreou na sexta feira no Sundance, abre com os assassinatos já completos em moda sangrenta, o filme volta seis meses antes das mortes horríveis. No momento em que Andrew e Abby morrem, Macneill e Sevigny, auxiliados pelo roteiro de Bryce Kass, fizeram um forte argumento por que Lizzie fez o que ela (talvez) fez, motivada por seu pai abominável e seu amor proibido pela empregada da família, Bridget (Kristen Stewart).

É só então que Sevigny e Macneill revelam a sequência de parar o show do filme, onde vemos Sevigny e Stewart totalmente nuas para o ato (é melhor não ter as roupas sangrentas para explicar), resultando em uma combinação de terror corporal que é carnal e totalmente chocante ao mesmo tempo.

INDIEWIRE (2):

Os assassinatos já aconteceram no momento em que “Lizzie”, de Craig William Macneill, se inicia, dois corpos mortos na amaldiçoada casa da família Borden em Fall River, Massachusetts, uma Lizzie Borden (Chloe Sevigny) em estado de choque sendo interrogada pela polícia, e uma jovem empregada aterrorizada (Kristen Stewart) se deslocando pelos cantos. Uma versão revisionista sobre uma lenda americana clássica que já recebeu muitas versões revisionistas (o canal Lifetime sozinho fez um filme que foi tão popular que o canal transformou em uma série limitada), o projeto de longa data da Sevigny infunde uma nova visão sobre a história de Borden e seus 40 golpes, mas uma qualidade apática faz com que ele não exploda no drama necessário para uma história com tanta raiva enraizada.

No roteiro de Macneill e do roteirista Bryce Kass, Lizzie é uma mulher obstinada (Lizzie tinha 32 anos na época dos assassinatos, um detalhe que muitos parecem esquecer), do tipo que leva seus prazeres onde pode, desde o teatro até cuidar de seus pombos. Seu pai, Andrew, um multimilionário nos dólares de hoje, era um bastardo barato, evitando luxos modernos como eletricidade e encanamento no interior da casa. A vida de Lizzie não aconteceu como ela esperava, e sua natureza independente e sua epilepsia persistente a transformaram em uma velha quando ainda era bem jovem, ameaçada pela cruel rédea de seu pai e os olhos intrometidos da sociedade de Fall River.

Quando a empregada irlandesa Bridget chega à casa desbotada do Borden, Lizzie e Bridget formam um vínculo rápido e embarcam em um caso de amor ousado e proibido. No entanto, enquanto Sevigny está totalmente presente em seu papel e Stewart cede com inteligência os melhores momentos para sua companheira (o filme é “Lizzie”, afinal), o par simplesmente não gera o calor necessário para inspirar paixões violentas. Mesmo com todos os olhares furtivos e notas passadas sem fôlego e, ao mesmo uma tentativa de fazer com que botões pareçam sexy, elas nunca vão para além do sentimento de calorosas conhecidas.

Que a Lizzie teria razões para matar seus pais além de algumas das ideias que surgem no decorrer do julgamento – ela estava em um estado de fuga ou que seu pai abusou dela – não é uma surpresa terrível, e “Lizzie” é convincente o suficiente para aprofundar em suas possíveis motivações. No entanto, a repetição deixa “Lizzie” parado e falta ao filme qualquer elemento que lembre energia, fazendo um ciclo pelas mesmas batidas até que algo aconteça apenas porque é preciso.

“Lizzie” funciona melhor quando se aproxima de suas raízes como uma história de terror clássica – ruídos altos chocalham Lizzie e, mais tarde, acabam não sendo nada, um tom particular da música instrumental faz um momento cotidiano parecer sinistro, letras estranhas aparecem na entrada da casa dos Borden – mas, muito do filme é estranhamente inerte. Simplesmente não se move, mesmo quando sabemos o que está vindo, ambos porque nós sabemos a história e porque Macneill já nos mostrou o que está a caminho.

Pelo menos é visualmente bonito, com a câmera do cineasta Noah Greenberg passando lentamente sobre elementos importantes (a primeira cena do machado, em cima do balde) e muitas vezes se aproximando da Lizzie com um olho voyeurista sem ser devasso. Mais tarde, durante uma cena de nudez em que se vê a Sevingy e a Stewart se despindo antes de atacar os Borden, Greenberg e Macneill mantêm um tom semelhante – a nudez é interessante e necessária, nem barata nem exploradora.

THE HOLLYWOOD REPORTER

O elegantemente sinistro porém atraente Lizzie, escrito por Bryce Kass, dirigido por Craig William Macneill e produzido por Chloe Sevigny, em sua melhor forma no papel principal, esculpe o material cru de uma versão adequada para 2018, se encaixando na geração #MeToo. Em suas mãos, Lizzie se torna o estudo de amantes secretos (Kristen Stewart co-estrela como a empregada da casa por quem Borden se apaixona) que se juntam para lutar contra um patriarca abusivo (Jamey Sheridan) e sua esposa que torna isso possível (Fiona Shaw). Então é empoderador e respeitoso ao entregar as cenas de amor entre as mulheres, mas também é pronto para ser um filme de terror completo e trash, de um bom jeito, com sustos, e close-up em rostos esfaqueados para uma Sevigny nua e ensanguentada através de tábuas de madeira. Por causa dessa peculiaridade do tom, esse filme poderá dividir o público e precisará de boa divulgação e apoio de marketing para ir além do festival e da atmosfera dos especialistas.

Após uma sequência de abertura que desenrola o dia dos assassinatos, anunciados pelos gritos de Lizzie e ordens em pânico para a empregada Bridget ir achar um médico imediatamente, o filme volta seis meses para o momento que Bridget chega na casa dos Borden em Fall River, Massachusetts.

A família Borden é liderada pelo patriarca Andrew Borden, um pão duro rico com um lado sádico, que sente prazer em manipular sua família através do dinheiro. Viúvo relativamente recentemente, sua segunda esposa Abby atua como ajudante ou governanta, dando a ele uma cobertura respeitável para que ele possa estuprar as empregadas, como a linda imigrante irlandesa Bridget. É deixado no ar se o Sr. Borden já abusou de suas filhas Emma (Kim Dickens) ou Lizzie, mas agora as duas mulheres são adultas e, na linguagem da época, encalhadas, mas parece seguro dizer que ele pensou sobre isso, e as duas sabiam, também.

Praticamente uma prisioneira na casa, com suas opções de estilo de vida limitadas, a epiléptica Lizzie encontra um pouco de conforto cuidado de pombos e indo ao teatro local, e até esse último prazer tem que ser negociado com o Sr. Borden praticamente toda vez. Aparentemente isolada socialmente, Lizzie forma a tentativa de amizade com a igualmente solitária Bridget, e logo começa a ensinar a menina a ler. Algumas vezes, suas mãos param por um momento mais longo do que esperado no corpo da outra como quando Bridget ajuda Lizzie a se vestir com as muitas camadas de roupa obrigatórias para as mulheres na época. O toque de mãos leva para olhares longos, o que leva para beijos e eventualmente sexo nos palheiros, o que infelizmente o Sr. Borden espia, precipitando o final catastrófico.

Com os pontos sobre o que aconteceu conhecido pela maioria do público, o roteiro bem pesquisado de Bryce Kass se concentra pouco em como e mais no porquê. Ele leva um tempo para destacar o quanto a disputa familiar se baseia no dinheiro, um fator tão motivador quanto desejo, nojo e sede por vingança. Ao mesmo tempo, nem tudo é explicado muito literalmente, e ambos o roteiro e a direção sensível de Macneill deixam para os atores principais preencherem as cores do primeiro plano.

Sempre adepta a ser de uma fala só, e projetar uma inteligência forte e muscular, Sevigny é totalmente a dona do filme e até ofusca Stewart, um feito sem maldade. O elogio especial também vai para o parceiro regular de Macneill, o diretor de fotografia Noah Greenberg, que cria uma atmosfera especialmente sensual com um pouco mais de duas velas, a luz do sol filtrada através de um vidro antigo e uma paleta leve. Por outro lado, a trilha sonora algumas vezes dura de Jeff Russo adiciona um tom moderno ao pequeno estilo vitoriano tardio do período.

THE WRAP:

Um lado lésbico no caso legendário dos assassinatos de Lizzie Borden não é nada novo – Ed McBain propôs a noção em um romance de 1984 – mas o estiloso e assombrado Lizzie pinta um retrato provocante de uma mulher motivada por paixão e deixada com poucas opções pela sociedade que não deu muita função a ela.

Nós conhecemos a agitação interna de Borden, não só pelos seus “feitiços” periódicos mas também pelo jeito que a câmera captura uma encantadora Chloe Sevigny. Ela está sempre no centro do quadro, ou refletida em espelhos, ou fora de foco no primeiro plano enquanto ela imagina o que está acontecendo atrás dela.

O roteirista Bryce Kass e o diretor Craig William Macneill, assim como todos que abordaram a história, são deixados por suas próprias teorias e suposições sobre como aconteceu e os motivos por trás do assassinato do pai e madrasta de Borden, mas eles transformaram o quebra cabeças em um romance assombrado e horripilante.

Seis meses antes de Andrew Borden (Jamey Sheridan) e sua esposa Abby (Fiona Shaw) enfrentarem o machado fatal – e apesar da famosa rima, cada um recebeu bem menos do que 40 golpes – a empregada Bridget Sullivan (Kristen Stewart) se apresenta para trabalhar. Enquanto a maioria da família se refere a ela como “Maggie” (o nome genérico dado a todos os serventes escoceses, assim como os porteiros de Pullman eram chamados de “George”), Lizzie (Sevigny) imediatamente a chama por seu nome real.

Logo de cara, há uma eletricidade entre elas; quando Lizzie ajusta um dos grampos no cabelo de Bridget, é claro que elas já possuem uma conexão. A solteira Lizzie testa a paciência de seu pai com sua teimosia, o desafiando ao ir ao teatro sozinha e constantemente questionando sua autoridade. Andrew é um monstro – ele visita o quarto de Bridget no meio da noite para estuprá-la em múltiplas ocasiões – e ele está irritado com uma série de de bilhetes anônimos com ameaças que chegam na casa.

Quando os bilhetes compelem Andrew a nomear o irmão de sua ex esposa John Morse (Denis O’Hare) a frente de seu testamento, colocando-o em controle do bem estar financeiro de Lizzie e sua também solteira irmã mais velha Emma (Kim Dickens), Lizzie fica furiosa. Quando ela o pega no quarto de Bridget, ela quebra um espelho e espalha o vidro no chão no caminho de Andrew, que está descalço. Em um dia quente de agosto, Andrew e Abby irão morrer em um assassinato que vemos Lizzie cometer, apesar de nunca ter sido culpada pelo tribunal.

Entre o trabalho das câmeras e as performances sutis, Lizzie poderia ser facilmente um filme silencioso e ainda contaria a história de modo efetivo. Mas o diálogo de Kass é ótimo, desde a tentativa de Lizzie e Bridget de namoro (até então apaixonado) até a fúria que Lizzie entrega a Andrew quando ele a chama de “uma abominação” por seu affair com a empregada.

Sevigny e Stewart são intensamente emocionantes como mulheres de lugares diferentes que estão sufocadas pela demanda do patriarcado; elas também criam uma tensão erótica palpável, particularmente cedo quando Bridget está abotoando a blusa de Lizzie para o jantar. Suas performances são apoiadas poderosamente pelo elenco extraordinário, que também inclui Jeff Perry como advogado da família.

VARIETY:

O mundo sabe exatamente uma coisa sobre Lizzie Borden: Ela golpeou seus pais com um machado. Muitas vezes. Não exatamente 40 golpes cada um como na rima infantil, mas o bastante para transformar o rosto de seu pai em mingau, um crime tão horrendo, que os jornais de 1892 escreveram que só poderia ter sido cometido por “alguém insano ou uma pessoa sã que tem o coração tão preto de ódio como o próprio inferno.” O diretor Craig William Macneill, de Lizzie, tem outra teoria. Ele reimagina a assassina (Chloe Sevigny) como uma vítima poderosa que literalmente mata o patriarcado. É uma história simples feita para despertar os corações modernos, e as performances e cinematografia são tão boas, que o filme quase consegue isso. Mas após uma sólida hora de tensão, Macneill não pode resistir a nos atingir com um replay extenso do ataque, o que, ironicamente, é a sequência mais tediosa do conto miserável de Borden.

Primeiramente, é importante saber que os Borden eram ricos, por isso que sabemos o nome de Lizzie. Ela e sua irmã mais velha Emma (Kim Dickens), uma presença invisível, eram os Irmãos Menendez da Era Dourada, duas irmãs esperando para receber uma fortuna. (Embora aos 22, bem mais nova do que a interpretação de Macneill, as perspectivas de casamento de Lizzie não teriam sido tão terríveis.) Ainda assim, a filha de um homem rico na Era Dourada tinha menos opções do que uma herdeira hoje em dia – ao invés de desenhar uma linha de sapatos, Lizzie estava presa em casa preocupada que seu pai, Andrew (um franzido Jamey Sheridan), daria sua fortuna para seu irmão John (Denis O’Hare), imaginando que as mulheres não aguentariam o poder.

Macneill e o roteirista Bryce Kass interpretam seus papéis corajosamente. Andrew não é apenas um pão duro, o que ele era (os Borden eram famosos no local por se recusarem a se atualizarem para luzes elétricas); ele também é um estuprador sexista e homofóbico. E Lizzie é uma lésbica apaixonada por sua empregada Bridget (Kristen Stewart), uma imigrante irlandesa que entra no filme com um vestido marrom arrumado parecendo um passarinho indefeso. Ela até possui algumas penas pequenas em seu chapéu.

Sevigny e Stewart possuem o maxilar forte e pontudos de pessoas que não são tão frágeis como parecem. No começo, Lizzie tem uma boca feroz, retrucando para a garota má que a provoca por ainda usar luz de vela, “Você é uma Edison? Lizzie avança após a primeira meia hora e as duas amantes eventualmente ficam quase mudas, o que reforça as ideias do filme sobre passividade feminina, mas também choca com a garota teimosa que conhecemos. A empregada de Stewart é mais direta e prática, o tipo de personagem que se enche de vida apenas com o olhar. Diferente de Lizzie, ela não oferece esperanças para o futuro. No dia do assassinato, ela testemunhou que estava do lado de fora limpando janelas – o que é verdade, de acordo com o testemunho gravado de Bridget, e uma metáfora perfeita para os empregados que enxergam mais do que as pessoas de dentro.

Mas as duas estão presas nessa casa de três andaram, que é sem ar e silenciosa, exceto pelas ondas de música psicologicamente desenfreadas – violinos maníacos, teclas de piano pulsantes que se tornam grilos – que Macneill usa para nos tirar de uma cena terrível para a outra. Por outro lado, ele mantém as coisas silenciosas, exceto pelos passos altos e rangidos que fazem as paredes parecerem vivas. Durante as noites que Andrew vai nas pontas dos pés até o quarto de Bridget, a câmera permanece em seu rosto agoniante, porém conformado, quando ela o escuta se aproximar. Depois, quando Andrew volta para sua esposa (Fiona Shaw), a madrasta que Lizzie odeia, a câmera dá a ela o mesmo close-up simpático. Nenhuma mulher aqui está feliz.

A cinematografia de Noah Greenburg é deslumbrante. Ele enquadra suas atrizes, as deixando em foco entre janelas e cercas para fazer parecer que elas são prisioneiras. Nessa escuridão, elas raramente passarem livres. Mesmo no primeiro beijo de Lizzie e Bridget no celeiro e seus rostos são iluminados com a luz do sol, a câmera se afasta da alegria para nos lembrar que elas ainda estão presas no domínio de Andrew. Na melhor das hipóteses, elas podem usar essa casa como um instrumento, escondendo bilhetes uma para a outra assim que Lizzie ensina Bridget a ler.

O julgamento de Lizzie dominou os papéis por seis meses, e incluiu partes atraentes como a chocante falta de sangue nos dois corpos, quase como se eles não tivessem mesmo sangue em suas veias. O filme mostra por alto o crime, repetidamente, com poucas cenas além de uma onde Sevigny está nua e tremendo. O terceiro ato é uma bobagem, e meramente dá dicas de ideias que deveriam explorar. Os jornalistas chamaram a menina de fria e sem sentimentos. Outro jornal que Macneill não cita escreveu que “durante sua prisão, ela agiu com maravilhosa calma.” Talvez, na realidade, ela era uma sociopata. Ainda assim, o filme enche sua vida com tanta emoção que parece pronto para argumentar com os jornalistas homens que não tentaram empatizar. Para eles, talvez o ponto de vista de uma mulher era simplesmente irreconhecível, e se esse é o ponto de Macneill, ele poderia ter feito ser mais forte.

Ao invés disso, o que prevalece é apenas violência de dois gêneros na guerra, literalmente por sua própria sobrevivência. Quando um detetive pergunta para Lizzie se seu pai tinha algum inimigo, ela responde, “Isso é a América, senhor. Qualquer homem com um pulso tem inimigos.” É uma armadilha para uma hashtag – certamente, nem todos os homens da Era Dourada eram estupradores abusivos. Ainda assim, Lizzie não desafia o público a discordar.

SCREENDAILY

Com base na história verdadeira de Lizzie Borden, uma herdeira de Massachusetts que matou seu pai e madrasta em 1892, o filme de Craig William Macneill recria a história na forma de um horror psicológico gótico. Estrelando Chloe Sevigny como a protagonista anti-heroína e Kristen Stewart como uma empregada irlandesa que pode ter conspirado com ela para realizar os assassinatos, Lizzie é, na melhor das hipóteses, uma vitrine poderosa para as duas atrizes. Na pior delas, é um exercício cansativo e pouco atraente na inevitabilidade da destruição mutuamente assegurada de uma família.

O filme começa seis meses antes do assassinato com a chegada de Bridget (Stewart), uma imigrante irlandesa que passa usar o nome familiar “Maggie”. Se Lizzie é uma mulher de respostas rápidas e determinada, sem medo de desafiar seu pai dominador e rico, Andrew (Jamey Sheridan) e praticar o tabu social de ir ao teatro sem uma escolta, Bridget é quase o oposto: subserviente, frágil e suave: reconhece seu lugar humilde, mesmo que ela entenda sua opressão.

As tensões dentro da casa começam rapidamente a aumentar. Lizzie tem um ataque epiléptico no teatro, pressionando ainda mais os Borden a encontrar uma maneira de fazer com que ela não “manche” a reputação da família. Então, Andrew começa a encontrar notas ameaçadoras na sua porta (“Seu pecado irá encontrá-lo”). Preocupado com sua segurança e legado, o patriarca convida seu irmão preguiçoso e irresponsável, John Morse (um desagradável Denis O’Hare), para sua casa visando fazer planos para seu patrimônio, caso algo aconteça a ele. Quando Lizzie descobre o plano deles para interná-la, ela tenta se defender, desafiando seu pai e seu tio para conseguir o controle.

Os intensos conflitos de Lizzie com os dois homens proporcionam os mais desagradáveis confrontos do filme; em uma cena surpreendente, um Andrew furioso abate os amados pombos de Lizzie e depois obriga a família a comê-los no jantar. Quando Lizzie se senta na mesa de jantar enquanto os pássaros são servidos, ela silenciosamente fervilha com sua fúria interior, seu corpo tremendo com uma raiva que ela mal consegue conter. (É um dos muitos momentos surpreendentes que Sevigny arrasa.) Enquanto isso, Andrew começa a aparecer na cama de Bridget e a se aproveitar da jovem moça, no momento em que Lizzie e Bridget começam a se encontrar inexoravelmente atraídas uma pela outra. Torna-se uma questão de tempo até Lizzie pegar o machado e matar seus pais.

Antes de revelar o ato em si, o roteirista Bryce Kass dá um passo atrás da casa dos horrores e dos pivôs para a investigação e processo judicial que se seguiu. Aqui, o filme assume o drama do tribunal, mas Kass e Macneill estão muito mais preocupados com o estudo do caráter do que o enredo. Embora a história atinja em um relacionamento incipiente entre Borden e Bridget, são as características individuais que são mais interessantes e complexas. Dificilmente uma história de amor, a atração das duas mulheres surge de seus sofrimentos mais do que qualquer tipo de compreensão crescente.

Assim como Sevigny está cheia de olhares de aço, Stewart está lindamente angustiada; seu rosto revelando anos de tristeza. Mas juntas, o relacionamento delas nunca atinge o tipo de autenticidade ou intimidade mais profunda que daria ao filme uma âncora emocional. Em vez disso, como um filme de terror, Lizzie proporciona suas emoções através do choque. Quando os assassinatos são finalmente mostrados, é um show horrível e sangrento. A trilha sonora misteriosa de Jeff Russo, cheia de violinos agudos e chocalhos fantasmagóricos, dá mais combustível ao tom assustador do filme.

O diretor Macneill evoca de forma crível os ambientes repressivos e antigos da vida da classe alta da Nova Inglaterra. A casa é uma personagem forte em si mesma; úmida e estéril, iluminada por velas com andares barulhentos, proporciona pouco calor ou descanso para os personagens. Não é de se admirar que Lizzie e Bridget se refugiem em um celeiro cheio de feno fora da casa. Mas os espectadores de Lizzie não recebem tal consolo. Imprevisivelmente sombrio, o filme oferece um mergulho irrevogável na morte, loucura e ruína psicológica.

Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Sinopse oficial de Lizzie é revelada
16, jan
postado por KSBR Staff

Alguns dias antes da premiere no Sundance Festival, a sinopse oficial de Lizzie foi divulgada. Kristen Stewart será Bridget Sullivan, a empregada da família Borden. Confira abaixo:

LIZZIE é um thriller psicológico baseado nos famosos assassinatos da família Borden em 1892 em Fall River, Massachusetts. O filme explora a vida de Lizzie Borden, focando no período que leva aos assassinatos e sua imediata consequência – e revela muitas camadas da estranha e frágil mulher que foi acusada do crime brutal.

Como uma mulher solteira de 32 anos, e rejeitada socialmente, Lizzie vive uma vida claustrofóbica por baixo do controle frio e dominante de seu pai. Quando Bridget Sullivan, uma jovem empregada, começa a trabalhar para a família, Lizzie encontra um astral simpático e gentil, e uma chance de intimidade que se torna um plano maléfico, e um final perturbador e obscuro.

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil