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Divulgando Spencer, Kristen Stewart é capa e recheio da edição de novembro da revista Entertainment Weekly. A atriz fala sobre o filme e sobre como lidou com a fama durante sua carreira. As fotos estão na nossa galeria e você pode conferir a entrevista abaixo:

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A cadela de Kristen Stewart não liga para estrelas de cinema. Tudo o que Cole – uma vira-lata adotada lançando seu pequeno corpo robusto em êxtase pelo gramado de uma mansão em Malibu nessa tarde calorosa de setembro – quer fazer é correr atrás de uma bolinha de tênis encardida que a atriz gentilmente continua jogando entre os cliques para a capa da EW. Ela certamente é a única aqui (e provavelmente muito além desse código postal) a estar felizmente sem saber dos oceanos de tinta real e digital derramadas em sua dona pelos últimos doze anos – a obsessão incansável e reflexiva sobre os papéis de Stewart e suas roupas, vida amorosa, a cor de seu cabelo ou o estado de sua carreira.

É tentador traçar uma linha entre a nativa de Los Angeles de 31 anos e a falecida Princesa Diana, quem ela interpreta em Spencer: duas jovens mulheres, presas como borboletas sob a redoma sufocante da fama. Mas o filme, encabeçado pelo aclamado cineasta chileno Pablo Larraín (Jackie), é muito mais complicado e ambíguo do que isso – um conto artístico intoxicante sobre rainhas fantasmas, espantalhos e pérolas desabando, atrelado com uma performance central mais do que notável por sua vulnerabilidade e nuance da vida real. (Após a estreia no Festival de Veneza na primeira semana de setembro, a conversa sobre uma indicação em Melhor Atriz rapidamente atingiu o ápice.)

Stewart é relutante em exagerar qualquer paralelo com sua muda. ”Digo, eu provei… Já cheguei perto desses níveis maníacos de fama e intrusão”, ela admite alguns dias depois em um lounge de um hotel em Telluride, Colorado, após a estreia do filme no festival da cidade, corajosamente inalando um cappuccino para acalmar seu jet lag italiano enquanto versões bossa nova das canções de Adele e Bon Jovi tocam no ar de alta altitude. ”Não intrusão”, ela rapidamente se corrige. ”Isso implica que me roubaram de um jeito violento. Já tive experiências com pessoas tentando entrar, mas não há comparação com essa mulher em particular, em termos desse desejo ardente em tê-la e conhecê-la.”

De fato, é surpreendente como a Princesa de Gales permanece na cultura pop quase 25 anos após sua morte – a circulação de incontáveis livros, blogs de moda e, talvez de forma mais famosa, a última temporada da novela de alto prestígio da Netflix, The Crown. (Stewart é fã: ”Eu assisti provavelmente em uma noite. Eu acho que Emma Corrin fez um lindo trabalho. Digo, não que minha opinião importe!” Ela adiciona, rindo. ”Mas eu a amei na série, de verdade.”) Somente com 7 anos quando Diana morreu, Stewart dificilmente se considerava uma dos fãs fiéis. Mas quando Larraín a ofereceu o papel: ”Eu sabia antes mesmo de ler o roteiro. Pensei: ‘Você não vai dizer não para isso, porque quem você seria nesse caso?’ Eu teria me sentido absolutamente como uma covarde. Especialmente dado que sou uma pessoa tão de fora. Não sou do Reino Unido, não tenho nenhum interesse particular na família real. Então eu era esse tipo de canvas em branco e pude absorvê-la de um jeito que pareceu muito instintivo, sabe?”

”Nós todos sabemos muito sobre a Diana, esteja você mais ou menos interessado” diz o diretor nascido em Santiago, de 45 anos, sobre sua abordagem intencionalmente incomum. ”Você precisa trabalhar com isso e sabe. Ela já é um ícone, então você precisa começar dessa base. Então escolhemos um momento bem específico de sua vida que poderia a definir de um jeito muito simples, ou pelo menos tentar… Para mim, é uma tragédia grega universal em sua forma e base, uma estrutura clássica. Esse elemento simples é o que acho que nos atraiu.”

O roteiro de Steven Knight (Peaky Blinders, Allied) estabelece seus parâmetros de acordo, confinando a linha do tempo em um feriado de Natal não especificado na casa de campo da Rainha, Sandringham, provavelmente um ou dois anos após a separação final de Diana com a Casa de Windsor em 1992. A princesa desafiadoramente dirigiu até lá sozinha, a primeira de muitas pequenas rebeliões que acontecerão nos próximos três dias de festa forçada em inúmeras maneiras – algumas até comicamente pequenas para uma mulher de tão suposto privilégio e poder. ”É um fato que algumas vezes ela não queria ir jantar”, diz Stewart. ”E se isso é tudo o que você tem, você se sente encurralado em um canto e o único jeito de se revoltar é mudar suas roupas ou não ir comer… Se você não tem voz, nunca é ouvida e nunca te perguntam nada, você vai fazer coisas que são muito fáceis de julgar para que te ouçam.”

E julgar irão: desde um Príncipe Charles (Jack Farthing) levemente irônico até camareiras, pajens e guardas que passam apressados, notando cada infração. Seus únicos aliados, aparentemente, são uma dedicada camareira (Sally Hawkings), um simpático chef (Sean Harris), e seus próprios filhos, William e Harry (interpretados por Jack Nielen e Freddie Spry). Mesmo antes de chegar na grande entrada de Sandringham, ela começa a entrar em espiral, seu estado emocional exacerbado pela proximidade com sua casa de infância – uma presença grande e assombrada localizada apenas alguns metros de distância.

Mas após alguns anos resistindo ao desafio real, Diana não está sem seus truques; Stewart silenciosamente acerta no queixo caído, olhos arregalados e cadências suaves e delicadas as quais a princesa escondia atrás de uma atitude de aço. ”Ela é uma combinação tão estranha de coisas que não parecem se juntar”, disse a atriz. ”O poder que ela tem em cada lugar é provavelmente o que era tão perturbador para as pessoas que queriam um tipo de representante recatada e quieta… Ela era tão tátil, calorosa e zumbia com uma fragilidade que precisava ser pacificada e salva.”

De fato, sob o redemoinho de joias, vestidos e chapéus de renda, ela se move por esse mundo enclausurado como uma ferida com pernas: melancólica, furiosa e desesperadamente solitária. Apesar de Stewart ser identificada por papéis mais modernos, Larraín viu qualidades nela que o lembravam de outra época: ”É uma combinação de algo que parece elegante, verdadeiro, estranho, enigmático e magnético”, ele diz. ”Todos esses espaços [em Sandringham], a maior parte da mobília, dos tapetes, das cortinas, dos tecidos e cores, a iluminação, está lá há séculos. Mas se você tirar esses elementos, parece um pouco fora de época. O elemento principal para esse sentimento atemporal era Kristen.”

Por mais que a narrativa do filme costuma ir menos em direção às estruturas tradicionais de uma biografia e mais em direção do que Stewart chama de ”destilação” e ”um poema de tom longo” – um que inclui, entre outras coisas, uma alucinação relacionada com uma sopa e o fantasma de Anne Boleyn – sua performance ainda está enraizada em verdades reais e dolorosas. Para encontrar essa essência, a atriz se apoiou fortemente em pesquisas, trabalhando com o famoso professor William Conacher (que também treinou Corrin e Naomi Watts para suas respectivas Spencers) e mergulhou em pilhas de histórias sobre a Diana.

Mesmo assim, ela diz: ”Há materiais contraditórios direto da fonte. Ela nem sempre diz a mesma coisa em todas as entrevistas, sabe? Havia uma natureza inconstante, obviamente, em muitos dos fatos. Ela é, de forma muito triste e irônica, uma das pessoas mais desconhecidas da história, quando tudo o que ela queria era ser mais próxima de todos e se despir.” Quer o resultado seja perfeito ou não, ”havia algo sobre absorvê-la completamente durante os últimos seis meses antes desse filme. Eu sabia que havia atingido algum tipo de energia fundamental. Se as pessoas tiverem muito o que falar sobre não ser uma imitação perfeita, tudo bem para mim.”

Uma luta Stewart não iria ganhar: usar seu próprio cabelo. Essa parte era inevitável, ela admite: ”Se não fosse uma peruca, teríamos muito menos tempo para filmar”, ela diz sobre os quatro meses que passou na Alemanha e Inglaterra no começo do ano, com uma equipe menor no meio de uma pandemia. ”E nós estávamos correndo muito. Não foi confortável ou luxuoso de modo algum. Estávamos nos esforçando ao máximo, o que você pode sentir no filme com 10 ou 15 minutos de duração – uma vez que começa a andar, não para, é uma vibração. Foi assim nos bastidores, também.” (De fato, o roteiro de Knight é tão simplificado que nada ficou no chão da sala de edição, Larraín confirma, além de pequenos cortes em diálogos.)

Apesar de Stewart estar apenas começando seus 30 anos, sua carreira parece mais uma maratona do que uma corrida: nascida na indústria – sua mãe trabalhou como supervisora de roteiro por anos, seu pai era um diretor assistente em maior parte na TV, e seu irmão mais velho constrói equipamentos para suportar as câmeras – ”Eu herdei um amor verdadeiro pelo circo”, ela diz. ”Meus pais trabalhavam constantemente, mas nunca senti que eram ausentes. Eu estava sempre mexendo na bolsa deles procurando por comida do set e pensando: “O que vocês fizeram o dia inteiro?” Aos 9 anos, ela teve seu primeiro gostinho como figurante em Os Flintstones em Viva Rock Vegas, mas confessa: ”Eu não era muito boa em testes para comerciais naquela idade. Não era o tipo certo para isso. E era fisicamente doloroso ser criticada por não conseguir dançar usando maria-chiquinha.”

Isso começou a mudar quando interpretou a filha de Jodie Foster no suspense de 2002 de David Fincher, O Quarto do Pânico. Uma sequência de papéis – em sua maioria filmes independentes no estilo Sundance – seguiram, até uma certa franquia de vampiros se tornar nuclear. Após Crepúsculo, ela encontrou mais sucessos em Branca de Neve e o Caçador de 2012 e ganhou elogios como atriz coadjuvante em filmes como Para Sempre Alice, mas foi seu trabalho com o artista gálico Olivier Assayas nos dramas metafísicos Acima das Nuvens e Personal Shopper que pareceram virar o jogo. (Stewart permanece sendo a única atriz americana a ganhar um César, o equivalente francês ao Oscar, por Acima das Nuvens.)

Para divulgar Personal Shopper em 2017, ela foi anfitriã do Saturday Night Live pela primeira vez. Aquele episódio – em que ela eviscerou secamente a obsessão desconcertante do 45º presidente com sua vida amorosa, fez uma nação inteira repensar seu relacionamento com os Pizza Rolls da Totino’s, e declarou: ”Sou muito gay, cara” para uma onda de grandes aplausos – pareceu como uma revelação de uma estrela que muitos parecem pintar como uma esfinge de celebridade, um enigma bom-demais-para-você coroado com delineador e cara de tédio. ”Acho que algumas vezes você dá sorte. Há alguns episódios mágicos”, ela diz, desviando dos créditos. ”Mas essa ideia generalizada de que sou uma estranha do caralho é tão engraçada porque acho que meus amigos me acham engraçada! Digo, eu os faço rir o tempo todo. Só tive trabalhos que não foram assim.”

Na verdade, pessoalmente ela é fantasticamente careta – fofa e de risada fácil, sarcástica, boba e muito intensa, sincera com muitos palavrões, mesmo enfrentando perguntas que já respondeu infinitas vezes, que ela faz a maioria das turnês de imprensa de outras atrizes parecerem arte performática embrulhada em papel plástico. (Ela também parece viver uma vida de verdade fora das telas, dando a energia de uma amiga que felizmente perderia uma tarde jogando dardos com você em um bar, mas também um membro consciente do seu clube do livro.)

Ela deixou sua personalidade brincalhona aparecer no reboot de As Panteras de 2019 e na comédia romântica queer do ano passado, Alguém Avisa?, que se tornou um sucesso improvável no Hulu. A atriz não está inconsciente de como a recepção de Spencer pode mudar sua posição no ranking de classe de Hollywood e não tem vergonha de assumir que se importa: ”Você quer ganhar, somos todos como animais,” ela diz com naturalidade. ”Artistas querem se envolver com o mundo e ter conversas extensas. Mesmo que pareça que sou uma pessoa que não quer ser extremamente famosa, ainda quero que essa conversa seja extensa… Eu costumava ser intencionalmente o oposto de cuidadosa em termos como escolhia meus projetos. Por um minuto, eu fiquei: “Vou fazer qualquer coisa!” E, honestamente, foi um bom lugar por um tempo. Mas acho que agora vou ser um pouco mais cautelosa. Acho que sou melhor em encontrar algo que vai ser frutífero para mim pessoalmente, em termos de experiência, se não necessariamente o que vai prosperar no mundo.”

Em seu próximo baralho está um filme de David Cronenberg chamado Crimes of the Future estrelando Viggo Mortensen e uma ficção-científica dramática de alto conceito ao lado de Steven Yeun. (”É uma história de amor entre um satélite e uma boia, é difícil de explicar. Espero que eu não estrague tudo porque é um roteiro realmente muito revolucionário.”) Também há a adaptação de longa-gestação de The Chronology of Water, baseada na biografia de 2011 de Lidia Yuknavitch, que ela planeja dirigir, mas quer que outra pessoa seja a atriz. (”Mal posso esperar para jogar alguém na água mais gelada, funda e assustadora e ver o que acontece”, ela sorri maliciosamente.)

É difícil não pensar naquela menininha de maria-chiquinha que não conseguia dançar em testes quando Stewart fala de uma das cenas mais inesquecíveis de Spencer – uma montagem estonteante onde Diana rodopia pela casa em um transe meio louco e febril, usando tutus, cetim e, em certo ponto, até mesmo seu vestido de casamento. Larraín mantinha um cabideiro em espera e uma playlist que ele escolhia de acordo com sua vontade: Miles Davis, LCD Soundsystem, Talking Heads. ”No final de cada dia”, ela lembra, ”havia 30 minutos extras para escolher uma roupa e para Pablo escolher uma música em algum cômodo. Ele disse: “Não estamos fazendo tudo de forma cronológica e não estamos fazendo uma biografia, essa é sua chance de contar a história. Tudo o que você precisa fazer é habitar o espaço, ouvir a música e levá-la com você, tudo o que você sabe sobre estar nesse lugar e ver o que acontece. Veja se sai algo.”

”Na primeira vez, eu não queria fazer. Eu sou uma louca por controle e dizia: “Preciso saber o que estou fazendo, quero estar preparada!” Mas eu desci as escadas, e eu sei que isso soa muito bobo e exotérico, mas pareceu tão espiritual e tão sinistro, fiquei tão sobrecarregada com o sentimento dela. E não digo tipo coisa de fantasma. Digo tudo o que ela me fez pensar e sentir, e aconteceu em um momento. Eu disse: “Você estava certo. Estava tão certo sobre isso.” Ela continuou a dançar.

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Kind of Blue: Quando o diretor Pablo Larraín abordou Kristen Stewart pela primeira vez para o papel da Princesa Diana em Spencer, ela só havia assistido sua sensação artística de 2016, Jackie. Mas ”a confiança com qual ele disse que queria fazer esse filme comigo… Seu ego não teve nada a ver com isso, ele realmente se expôs. Eu nem havia lido o roteiro e disse: “Absolutamente.””
Blond Ambition: “Acho que ele estava um pouco nervoso com o meu consumo de pesquisa”, ela admite sobre Larraín, cuja visão envolvia uma versão mais abstrata e impressionista da falecida Princesa de Gales. Mesmo assim, Stewart se jogou: ”Eu sabia que tinha a habilidade de escolher e ter uma impressão completa e não parecer cautelosa, ou vacilante ou oprimida.”
Like a Boss: Desde o princípio, Larraín teve fé em sua interpretação: “Digo, estou parafraseando e provavelmente simplificando demais,” ela diz, “mas ele diria: “Se você conseguir acertar uma ou duas coisas, seja você mesma. Se você acertar o sotaque e se a peruca está boa, você não precisa de mais nada.”
Splendor in the Grass: Mesmo assim, Stewart diz: “Se eu não tivesse lido a opinião de todos, visto todas as fotos e sentido a perda dela todos os dias – porque ela parece tão viva em cada foto e realmente saia de todas as entrevistas – eu não teria me importado da mesma forma. Eu não teria a artilharia emocional ou física para levar para o set.”
Walk the Live: Sim, Stewart assistiu The Crown (e amou), mas ela gosta de pensar que Diana gostaria de ver mais de uma versão de si mesma nas telas: “Ela era tão obcecada com conexão e com as pessoas, ela realmente tinha uma humanidade avassaladora, acho que ela acreditava… Bom, deixe-me colocar dessa forma: É mais divertido para mim acreditar que ela acreditaria em um tipo de multiplicação da arte, e que ela ainda existe [em parte] porque somos todos obcecados por ela.”
In the Slipstream: “Eu não sei se preferiria ser pré ou pós internet”, Stewart admite, sobre o jeito que a fama evoluiu desde a época de Diana. “Se você se sente isolado ou mal compreendido, é muito fácil agora se conectar com as pessoas que são como você. Mas com isso, você também está se expondo. E não quero dizer apenas celebridades, qualquer pessoa que usa a internet – crianças, meninas que são muito sensíveis e seus cérebros ainda estão se desenvolvendo – todos estão abertos a críticas. Mas ao mesmo tempo, estamos abertos a sentir o alívio da conexão.”
Earning Her Stripes: Stewart ainda era adolescente quando a fama de Crepúsculo a tornou em um alimento constante e repentino para os tabloides. “Me deixou mais forte”, ela reconhece. “E quando digo forte, não quero dizer mais dura. Dito isso, não, não foi divertido. Mas não estou com raiva de ninguém por isso, entende? Eu meio que entendo. E não que eu acho que estou em uma posição de ficar ressentida com a situação que me encontro. Só não dou muita credibilidade para isso.”
Back to the Garden: “Isso é tudo muito ambíguo e estranho de falar”, ela continua, falando sobre sua própria fama. “Mas eu consegui… Se você não olhar, não existe. É essa ideia efêmera, na verdade. Felizmente, continuei trabalhando, então ficou tudo bem. Se isso tivesse realmente afetado minha profissão, teria sido ruim. Mas eu nunca tive um Instagram público, nunca interagi pessoalmente com isso. Essas coisas só chegam até mim quando estou fazendo entrevistas, divulgando filmes, conversando com as pessoas que escrevem esses artigos.”
Coming Up Roses: “Eu fiz alguns independentes entre cada filme de Crepúsculo”, ela diz sobre sua trajetória, que varia nos anos recentes entre o drama francês Acima das Nuvens para o papel principal em um grande reboot de As Panteras. ”E eu sempre dizia: “Oh, estou navegando por instinto.” E é verdade, mas algumas coisas eu escolhi porque pensei: “É, talvez eu faça uma coisa grande agora.” Só para ver se funcionava. E algumas vezes não funciona!”
Unchained Melody: Como todo mundo, Stewart passou por suas próprias fases pandêmicas: “Eu fiquei muito bêbada”, ela diz sobre seus primeiros dias de quarentena. “Então eu parei de beber e me tornei muito boa em sinuca. Li muitas notícias, lá atrás quando estávamos todos lendo notícias por estresse e não conseguíamos focar em mais nada.”
A Novel Perspective: “Algumas vezes, ficar trancada em casa sem saber por quanto tempo me paralisou por um tempo”, ela admite. Roteiros – e livros – a ajudaram a abrir seu mundo novamente: “Uma vez que comecei a trabalhar, comecei a ler novamente. Eu passei por todos os livros sobre Anne Boleyn. Finalmente li Sapiens – Uma Breve História da Humanidade, que estava na minha mesa de cabeceira por cinco anos.”
Into the Light: “Uma vez que fui forçada a sair novamente, a perspectiva que ganhei desse sentimento de encarceramento, eu tinha um desejo realmente bonito. Quase senti que eu tinha ido dormir, abri meus olhos e estava cinco anos mais velha, mais inteligente e mais empenhada.” E então? Ela sorri. ”Então pude começar a trabalhar na Diana.”

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Kristen Stewart aparece na capa da nova edição da revista The Advocate ao lado de sua colega de elenco em Happiest Season, Mackenzie Davis, e da diretora do filme, Clea DuVall. Na entrevista, as três discutem sobre a importância de uma comédia romântica queer para a nova geração, confira:

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A mágica do Natal e do cinema se juntam em uma tarde mais do que congelante em fevereiro no subúrbio de Pittsburgh. Membros da equipe de filmagem movimentam-se pelo Fox Chapel Golf Club, onde mais cedo naquele dia, eles fizeram neve para imitar um Natal Branco. Enquanto isso, em um momento de pura serenidade, a Mãe Natureza envia poucos centímetros do material invernal verdadeiro.

Dentro do clube histórico do local, os figurantes interpretando convidados da festa conversam usando roupas de Natal. O corredor está iluminado com pisca-piscas e a decoração é enfatizada com uma árvore de Natal magnífica. É 18º de 29 dias de filmagem para o segundo filme de Clea DuVall como escritora e diretora, Happiest Season, a primeira comédia romântica natalina de um estúdio que foca em uma história de amor queer. Apesar de ser tarde e o elenco e equipe estarem trabalhando há horas, o cômodo está cheio de energia.

Happiest Season estrela Kristen Stewart e Mackenzie Davis como um casal que está em uma situação difícil em seu relacionamento quando Harper, que ama o Natal, insiste em levar Abby para a casa de seus pais para o fim de ano. O obstáculo? Enquanto Harper é aventureira e livre na sua vida em Pittsburgh com Abby, ela não se assumiu ainda para seus pais superdotados e conservadores, Ted (Victor Garber) e Tipper (Mary Steenburgen). Inicialmente, ela apresenta Abby como sua colega de quarto hétero, e é aí que começa o problema. Para qualquer pessoa que já tenha se assumido, a noção de voltar para trás é um empecilho. Mas as mulheres estão apaixonadas, e a beleza radical de Happiest Season é que é uma comédia romântica. Diferente de muitas histórias de amor queer que vieram antes dessa e terminaram em tragédia, o público sabe que no filme de DuVall há um final feliz logo ali.

Na cena filmada no country club, Harper está concentrada em seu pai, que está concorrendo para prefeito da cidade. Ele faz um discurso sobre valores familiares. Abby está ao lado de Harper, seus dedos roçando e se entrelaçando enquanto elas escondem seu relacionamento à vista de todos. É maravilhoso testemunhar a energia entre as mulheres sabendo que Happiest Season logo se juntará ao cânone de comédias românticas natalinas que sempre possuem histórias de amor heterossexuais. Tudo, desde clássicos como Indiscrição e Duas Semanas de Prazer até o mais moderno Simplesmente Amor, vem à mente. Nos anos recentes, emissoras e serviçoes de streaming, incluindo Netflix e Freeform, e agora até Lifetime e Hallmark, passaram a fazer filmes natalinos queer. Mas Happiest Season, da TriStar Pictures, ocupa seu próprio espaço. Com os cinemas fechados, o serviço de streaming Hulu comprou o filme da Sony no final de outubro, onde fará sua estreia.

No set, Stewart e Davis riem entre as tomadas enquanto DuVall, usando uma touca de tricô, uma jaqueta bufante e fones de ouvidos, aparece na multidão de atores, figurantes e membros da equipe que enche o espaço. Pioneira para as mulheres queer desde que estrelou em Nunca Fui Santa 20 anos atrás, DuVall, que fala abertamente sobre sua jornada para se assumir, é a pessoa perfeita para fazer um filme natalino revolucionário que foca em um casal do mesmo sexo. Não somente estrela Stewart, uma A-lister assumida, e Davis, amada pela comunidade LGBTQ+ desde que interpretou uma personagem queer no episódio San Junipero em Black Mirror, Happiest Season também estrela três outro atores assumidos. Dan Levy, de Schitt’s Creek, que interpreta o melhor amigo de Abby, John; Aubrey Plaza, de Parks and Recreation, é a ex namorada de Harper, Riley; e o ator veteran Garber é o pai de Harper. Falando sobre a família de Harper, Alison Brie, de GLOW, é a rígida irmã mais velha, Sloane, que possui seus próprios segredos, a parceira de escrita de DuVall, Mary Holland, é uma ladra de cenas natural como Jane, a generosa irmã do meio e a esquisita em uma família onde aparência é tudo.

”Tudo o que eu sempre quis era um filme natalino que representasse minha experiência, então decidi fazer um,” DuVall tweetou em setembro, quando as primeiras fotos de Happiest Season foram liberadas.

Uma das fotos compartilhadas por ela era de Abby e Harper patinando no gelo enquanto Abby segura em uma rena para mantê-la de pé. Os símbolos natalinos estão em todos os lugares pelo filme onde o amor entre as mulheres é evidente. Outra foto é com a família de Harper na manhã de Natal em frente da árvore com seus pijamas, roupões, e cara de sono. Harper está atrás de Abby com seus braços a envolvendo. Não há mistério sobre o final do filme. Tudo vai ficar bem. E isso é o que torna Happiest Season, com toda sua alegria natalina, tão maravilhosamente subversivo.

”Não é só um filme que as pessoas LGBTQ+ vão se relacionar e se conectar. É realmente uma história que eu acho que tem empatia por todos os seus personagens,” DuVall diz. ”Quando alguém se assume, não é necessariamente sobre a pessoa. É como uma árvore; seus galhos se fragmentas e se torna parte da jornada de outra pessoa, também. O que definitivamente não é uma perspectiva que eu tive até muito mais velha.

“Mas também é para qualquer pessoa que tenha uma família, qualquer pessoa que já voltou para casa no fim de ano, qualquer pessoa que já voltou para casa com outra pessoa no fim de ano. É a experiência humana de ir para casa com alguém ou para a sua família em qualquer momento.”

Entre ajustes de câmeras naquela noite de inverno, antes de tudo entrar em lockdown, Stewart e Davis discutem o filme. Stewart, que seguiu a saga Crepúsculo para se tornar uma estrela de filmes independentes como Personal Shopper e Certas Mulheres, se assumiu publicamente anos atrás. Apesar de ser de uma geração de pessoas LGBTQ+ mais jovens que DuVall, e certamente do que seu colega de elenco Garber (cujo primeiro filme foi Godspell – A Esperança em 1973), Stewart elogia a coragem de DuVall ao fazer um filme digerível, engraçado e divertido com uma história de amor queer feliz em foco.

”Você começa o filme imediatamente confortável ao saber que é uma comédia romântica. Para mim, especialmente como alguém que se identificaria completamente com uma história do tipo, o público fica aliviado de um jeito imediato,” diz Stewart, adicionando que ela foi surpreendida da melhor forma ao saber que era um filme de estúdio. ”É tolerante, de um jeito bonito. E o sentimento é muito bom.”

Davis ecoa o elogio de Stewart sobre como Happiest Season lida com a história de amor do mesmo sexo.

”O filme também não faz disso um evento, o que é muito legal. São duas pessoas apaixonadas e existe esse obstáculo que elas precisam superar. Obviamente, isso é dependente de sua sexualidade, mas todo o resto parece suplementar ao fato de que elas são lésbicas,” Davis diz. ”Há histórias sobre casais gays ou lésbicos ou sobre uma pessoa de alguma identidade marginalizada que são tragédias ou, no mínimo, dramas de alto nível. É muito legal ficar tipo ‘Elas terão problemas, mas tudo vai ficar bem.’”

A fotografia principal de Happiest Season demorou menos de um mês, mas no set, Stewart e Davis possuem um relacionamento fácil já que ocasionalmente uma completa com a palavra que a outra está procurando. DuVall confirma que a química de suas estrelas existiu desde o começo.

Enquanto Stewart criou uma carreira em filmes menores, Davis estrelou em ficções científicas de peso como Blade Runner 2049 e O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio. Mas ela é verdadeiramente aclamada por seu papel queer em San Junipero e como Cam, uma programadora de computadores intensa na subestimada série da AMC Halt and Catch Fire. As mulheres foram o casal perfeito para DuVall.

”É uma daquelas coisas. Você não pode planejar nem ensaiar. Está lá ou não está, e eu tive muita sorte que essas duas se deram bem,” DuVall diz. ”Eu estava muito nervosa. E elas não se conheciam antes. Lembro da primeira noite em que elas se conheceram, nós todos saímos para jantar e parecia que eu estava indo em um encontro às cegas que eu tinha planejado e onde as pessoas precisavam se casar, e eu sabia disso.”

Por outro lado, Stewart estava grata por ter DuVall para ajuda-la a fazer de Abby uma personagem queer tridimensional, o que não é uma coisa comum em filmes populares.

”Eu queria que a pessoa que eu estivesse interpretando fosse incrivelmente específica. Se você vai ter uma dose desse tipo de pessoa em um filme comercial onde você normalmente não a veria como protagonista, eu não queria que fosse remotamente uma coisa só. Queria que parecesse que essa é uma pessoa completamente realizada e de bem consigo mesma – que esses detalhes ficassem juntos de uma forma que você acreditasse fielmente,” Stewart diz.

”Demorou anos para que ela encontrasse essa balança perfeita de identidade e como se apresentar de um jeito que não a deixa remotamente desconfortável, ou qualquer outra pessoa, porque não há confusão. Existe uma confiança na Abby,” ela diz. ”Isso não é uma coisa fácil de explicar para um diretor hétero ou para um figurinista. Poucas palavras foram necessárias para explicar uma coisa que seria muito complexa para alguém que não faz parte da experiência.”

Enquanto a representação LGBTQ+ cresce no cinema e na televisão, perguntas sobre quem deveria interpretar esses papéis vem aparecendo cada vez mais. O ambiente foi alterado desde que Davis interpretou uma personagem queer em Black Mirror anos atrás.

”Estamos vivendo em uma época onde essas perguntas deveriam ser feitas sobre tudo o que fazemos,” diz Davis. ”Estou animada em fazer parte de qualquer uma dessas conversas e de ser convidada. Perguntei para Clea quando ela me pediu para fazer o papel se era complicado que eu não tinha tido essa experiência… Você precisa saber quando você está tomando um espaço que deveria ser de outra pessoa e quando você está participando de algo no qual você foi convidada e interpreta um papel nesse espaço.

“Eu gosto de contar histórias bonitas sobre mulheres queer, ou somente relacionamentos femininos que podem falar sobre a complexidade desses relacionamentos, mas que você não está de luto por alguém no final, por essa vida horrível ou se punindo por existir. Esse é o tipo de coisa que eu acho que muda o efeito – colocar descrições de gênero normalizadas e positivas de relacionamentos que não são retratados com frequência no mundo.”

Assistir o relacionamento animado de Abby e Harper se desenrolar no início do filme, testemunhar sua queda e então seu compromisso final com o amor tendo todos os símbolos do Natal no fundo – laços, guirlandas, papel brilhoso, biscoitos de gengibre e uma trilha sonora carregada de jingle bells – com certeza será uma experiência emocionante para pessoas queer que cresceram sem se ver nas telas. É grande parte da razão pela qual DuVall – cuja longa carreira inclui papéis queer em Nunca Fui Santa, American Horror Story: Asylum, Veep, e no primeiro filme que ela escreveu e dirigiu, A Intervenção – queria fazer o projeto.

DuVall reitera que Happiest Season não é um filme político, por assim dizer. ”Não é parte do ambiente,” ela diz.

Ainda assim, não dá para negar que o filme tem capacidade de alterar a conversa cultura ou, no mínimo, dar para o público um início de conversa que também adiciona leveza no ambiente e os faça rir. Ela e Stewart refletem em como um filme como Happiest Season poderia ter as influenciado mais jovens.

”É realmente o ovo ou a galinha porque você não sabe com certeza,” DuVall diz. ”Nós todos, durante nossas vidas, carregamos essa bagagem e, algumas vezes, nem sabemos da onde veio.”

DuVall fala de uma experiência que muitas jovens lésbicas e bissexuais que nunca se viram refletidas podem entender.

”Me daria um sentimento de ‘Você está bem’, em vez de assistir Alguém Muito Especial e pensar ‘Eu quero que aquela menina fique comigo, e não com ele.’”

Stewart, que esteve nos olhos do público desde criança, reconhece que essa falta de visibilidade na cultura pop e a mídia a afetaram em sua própria descoberta e que ela foi impactada com o estigma.

”Eu estava realmente confortável funcionando convencionalmente. Somente em retrospecto eu vejo que se meus olhos estivessem um pouco mais abertos para a ambiguidade de um jeito que não fosse estranho, eu provavelmente teria mais quedinhas por meninas quando era pequena. Eu apenas não tinha, verdadeiramente.

“Agora eu sei que fui afetada pelo mundo se abrindo para mim um pouco mais quando fui ficando mais velha. Quanto mais artistas eu conhecia, amigos eu tinha e exemplos diferentes de coisas e jeitos de amar e conhecer como o outro se apresentava, eu fiquei tipo, ‘Eu posso fazer isso.’

“Eu não queria ser chamada de lésbica. E eu não queria ser aquela menina estranha, nojenta, ‘sapatão’. E isso é um saco. É horrível. Mas sempre me senti atraída por estranheza e diversidade. Eu teria amado ter mais exemplos disso não sendo ridicularizado e um ponto de escrutínio. Sim, teria sido incrível,” Stewart diz.

A pandemia negou a oportunidade de pessoas LGBTQ+ verem a si mesmos na comédia romântica natalina em uma grande tela. Mas os sinos tocam para Happiest Season no Hulu no dia 25 de novembro. ”Foi um ano brutal,” reconhece DuVall, que espera que seu filme traga muita alegria para aqueles que precisam de um alívio das notícias difíceis. Mas ela também está ciente de que arte e entretenimento podem mudar a cultura. E quem sabe, Happiest Season pode fazer isso pela próxima geração, assim como a carreira de DuVall fez por outras pessoas queer.

”Eu tive o grande privilégio de ser parte de Nunca Fui Santa 20 anos atrás. Naquela época, eu definitivamente não tinha me assumido. Ao decorrer dos anos, vendo o impacto que o filme teve nas pessoas e o quanto as ajudou… Fez o que filmes devem fazer, que é nos fazer sentir vistos e nos conectar com a experiência humana de um jeito mais profundo,” DuVall diz.

”Isso realmente informou o que eu queria fazer quando comecei a contar minhas próprias histórias.”

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Kristen Stewart é capa e recheio da nova edição da revista Marie Claire da Hungria, onde ela fala sobre seu novo filme, a comédia romântica natalina Happiest Season. Confira as fotos e entrevista abaixo:

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Como foi assistir ao filme pela primeira vez?
Foi fácil de assistir e isso diz algo para mim… [risos]. Geralmente tenho dificuldade em me assistir nos filmes pela primeira vez e eu faço anotações do tipo ‘Ok, você errou aqui mas salvou ali… Está um pouco murcho aqui mas ficando interessante ali’, mas com Happiest Season, graças ao gênero, foi diferente. Em uma das primeiras cenas, quando Mary Holland abre a porta para mim, eu parei de me julgar. Estou realmente orgulhosa do resultado.

O que te atraiu na história?
Era claro que a história era pessoal. É uma coisa que acontece diariamente, mas você pode claramente sentir que é a história de Clea DuVall. Ela está contando em sua própria voz. E essa voz é muito similar a que eu tinha na minha cabeça quando era mais jovem. Algumas partes estavam soando verdadeiras no meu ouvido, elas me faziam rir… Nunca vi uma comédia romântica natalina lésbica e estou muito orgulhosa de fazer parte de uma das primeiras a existir. Realmente não acredito que não existia um filme natalino gay com tantos nomes grandes nele.

Você acha que poderiam ter feito um filme similar 10 anos atrás?
Não, obviamente não. Não há surpresa que não existia um 10 anos atrás.

O quanto você ama o Natal pessoalmente?
Obviamente amo muito o Natal, mas não consigo te dizer o motivo exatamente. Amo tradições, decorar a árvore…

Tinha algum filme que você costumava assistir repetidamente com a sua família no Natal quando era criança?
Nós costumávamos assistir Meu Papai é Noel o tempo todo. Meu irmão e eu tínhamos em VHS e assistíamos toda véspera de Natal. As pessoas da minha idade podem te dizer que para a nossa geração – pelo menos nos Estados Unidos – esse era o maior filme de Natal. Apesar de que assistíamos alguns filmes de terror, também… [Risos] Não consigo explicar o motivo, é uma coisa estúpida porque eu amo assistir filmes assustadores durante o fim de ano. Talvez porque eu gostaria de prolongar o Halloween.

Você assistiu algumas comédias românticas natalinas antes de trabalhar em Happiest Season?
Sim, o que é engraçado porque, durante as filmagens, Clea precisou lembrar Mackenzie e eu várias vezes que não estávamos filmando um filme independente com pouco orçamento. Algumas vezes não falávamos as nossas falas como o gênero exigia. Porque é uma comédia romântica, há consequências. Clea teve que nos avisar algumas vezes sobre elas.

Você assistiu outros filmes?
Assisti Harry e Sally – Feitos Um para o Outro e fiz uma anotação mental de ’Oh, isso é algo que posso usar.’ A leveza entre os dois era imersiva e linda… Algumas vezes você precisa que uma cena seja doce e grudenta. Então assisti algumas comédias românticas clássicas para me convencer que devido às necessidades específicas do gênero, eu teria que exagerar algumas vezes. E funcionou [Risos].

Como foi trabalhar com Mackenzie Davis?
Não poderia ter sido melhor, foi perfeito. Mackenzie foi a escolha ideal para interpretar a Harper porque você sempre consegue sentir que a personagem dela tinha boas intenções – mesmo quando ela está fazendo coisas erradas atrás de coisas erradas e passa de alguns limites. Trabalhar com ela foi extremamente divertido. Mackenzie é muito engraçada e topa qualquer coisa. Adoraria trabalhar com ela novamente.

Você tem um elenco cheio de estrelas nesse filme. Isso torna melhor o trabalho?
Amo todos no nosso elenco e não só torna mais fácil como também melhor. Você pode fingir que gosta de todo mundo no set, mas se não é realmente desse jeito, adiciona muito na produção. Quando Dan Levy estava falando sobre se assumir e o quão difícil isso pode ser, realmente senti muito por ele. É algo que também tive experiência, conheço o sentimento. Mas estar na frente dele e ouvir de sua perspectiva foi diferente… Então, sim, eu admiro o elenco inteiro, sem exceções.

Apesar de ser uma comédia romântica, o assunto de se assumir pode ser difícil para alguns. Você sentiu uma grande pressão por causa disso?
Acho que sentimos uma pressão por anos e acho que essa pressão foi o que levou Clea a fazer esse filme em primeiro lugar. Quando li o roteiro, minha primeira reação foi ’Oh meu Deus, você conseguiu, parabéns.’ Me senti com muita sorte de fazer parte dessa produção porque existem muitos filmes queer mas nenhum como esse. Nós estamos fazendo tudo: para um grande público e servindo como uma coisa diária. No começo pareceu que seria um filme significativo e eu sabia que não me arrependeria de fazer parte.

Como foi trabalhar com a diretora Clea DuVall?
Foi fantástisco porque ela sabia exatamente o que queria contar. Não sei se eu conseguiria dirigir uma produção grande assim. Mas Clea tinha uma ideia definitiva sobre como podíamos fazer isso difícil, mas também uma história bonita e fácil de digerir. Acho que ela fez isso perfeitamente.

Você disse anteriormente que gostaria de dirigir. Esse projeto te influenciou a seguir seus sonhos?
Todos os dias que passo em sets de filmagens me inspiram como diretora. Quero fazer isso desde os 9 anos de idade e estou pronta, estou apenas esperando as coisas voltarem ao normal no mundo. Existe um filme que estou muito animada e mal posso esperar para começar. Estou pronta para lançar… [Risos] Vou começar assim que as circunstâncias me permitirem.

Você começou a trabalhar jovem. Existe algo que você sabe agora mas que gostaria de saber na época?
Algumas coisas eu sei agora, mas ainda não aprendi… Sim, se eu pudesse voltar no tempo eu diria para mim mesma ’Relaxe, não leve tudo tão a sério. Mas ao mesmo tempo, não faça nada diferente. Você precisa passar por tudo isso.’ Quanto mais velha fico, o trabalho fica mais divertido. Me conheço mais agora, me sinto mais confortável e mais corajosa.

Qual a coisa mais importante que você tirou desse projeto?
Definitivamente Mackenzie Davis, Clea DuVall, Mary Steenburgen… e basicamente todos com quem trabalhei. As conversas que tive com outros realmente me enriqueceram e, claro, a razão pela qual fizemos esse filme. Mas gostaria de levar cada pessoa que conheci durante esse projeto.

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Kristen Stewart entrará na nova década com mais duas campanhas da Chanel em seu bolso. Ela estampa a campanha de maquiagem Rouge Allure Camelia e a coleção Primavera-Verão 2020 da grife. Confira:

CHANEL > ROUGE ALLURE CAMELIA > CAMPANHA

CHANEL > SPRING/SUMMER > CAMPANHA

“As roupas parecem muito ajustadas. Você deve fazer algo nelas, não apenas sentar e ficar bonita,” Kristen Stewart diz sobre a coleção primavera-verão da Chanel. E então ela subiu em um trampolim para o fotógrafo Jean-Baptiste Mondino, que a capturou no ar para a mais recente campanha de publicidade da marca, programada para estrear em 1º de janeiro em títulos europeus.

“”Gosto de seu lado cintilante de moleca,” entusiasmou Mondino, que também fez campanhas de fragrâncias para Chanel, estrelando Gaspard Ulliel e Vanessa Paradis.

Embaixadora da marca desde 2015, e rosto do perfume Gabrielle Chanel e da maquiagem Noir et Blanc, Stewart atualmente aparece na biografia Seberg, de Benedict Andrews, sobre a atriz Jean Seberg, que a designer da Chanel, Virginie Viard citou como inspiração para sua proposta de primavera, mostrada em um cenário de telhados de Paris.

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

As Panteras estampam a capa da V Magazine
04, nov
postado por KSBR Staff

Com a estreia de As Panteras se aproximando, Kristen Stewart, Naomi Scott e Ella Balinska estampam a capa da V Magazine com uma sessão de fotos exalando sensualidade e uma entrevista muito divertida entre elas. Confira as fotos e a matéria traduzida por nossa equipe.

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As mais novas recrutas da franquia feminista-utópica As Panteras, Kristen Stewart, Naomi Scott e Ella Balinska trazem músculos sérios para a maior ação-comédia do verão.

Na entrevista, elas falam com inteligência sobre suas personagens superempoderadas, o que inclui uma dedo duro de uma empresa de tecnologia, uma humanitária durona, e a primeira heroína queer da Agência Townsend.

Naomi Scott: Oi Kristen! Primeira pergunta… Como você se envolveu com o filme?

Kristen Stewart: [Risos] Bom, você já sabe sobre isso. Tipo, por que você está me fazendo essa pergunta estranha que você já sabe a resposta?

NS: Na verdade, eu não sei!

KS: Você realmente não sabe? Ok, bom, alguns anos atrás, a Liz [Banks] e eu nos conhecemos em uma festa no Festival de Veneza – ela estava no júri e eu tinha uma filme lá. Eu estava com o Nicholas Hoult, que é muito divertido, então nós estávamos, sabe… dançando. Não é uma coisa comum para mim, como você sabe.

NS: Oh? Eu pensei diferente… [Todas riem]

KS: Certo, então ela me viu no momento que eu já estava sem energia. Era tarde, mas não era porque eu estava cansada. Eu estava… sabe quando você está dançando e de repente você pensa, ”O que estou fazendo?” Eu tinha saído do meu corpo, aquela perspectiva de ser flagrantemente autoconsciente. Poderia não ter sido óbvio, mas ela veio até mim e disse, ”Hey, calma, apenas se divirta…” Ela viu, mesmo que a gente nunca tenha se encontrado antes. Ela basicamente disse, ”Todo mundo é um idiota, também. E mais, você é maravilhosa e eu te amo.” Então nós nos tornamos fãs uma da outra naquele momento. Estar visível para alguém, e essa pessoa te destacar desse jeito, nesse tipo de ambiente, é como um ato de ternura. E subsequentemente, ela me falou sobre a ideia de fazer um novo filme de As Panteras, com o roteiro muito diferente. Ela disse, ”Eu não sei exatamente o que vai ser, mas sei que quero sua energia nele.” E, só para que todo mundo saiba, ela realmente possui a história depois disso. Ela fez da história completamente dela.

NS: Eu peguei carona no roteiro sendo originalmente diferente… Eu acho que gravei para o papel… Talvez três anos atrás? Antes de saber que a Elizabeth estava no projeto.

KS: Nossas personagens não estavam no roteiro nesse ponto. Por sorte, eu realmente confiei na Elizabeth – sou uma grande fã. Mas acontece que eu e Liz somos tão diferentes. Fico em choque que ela gosta de mim ou se relaciona comigo de qualquer jeito. Porque somos o oposto uma da outra.

ELLA BALINSKA: Eu definitivamente sempre soube que vocês duas estavam no projeto. Tipo, vocês foram anunciadas e eu recebi um email, por meio da minha equipe, sobre o projeto, mas não tinha o nome verdadeiro…

NS: Sim! O que era?

EB: Silver Cloud?

KS: Por muito tempo, eu achei que algo chamado Silver Cloud estaria envolvido no filme, e fiquei tipo, estou perdendo algum detalhe?

EB: Desculpa Kristen, eu sei que você vai me odiar por isso, mas pergunta rápida… Eles tinham um código quando vocês estavam filmando Crepúsculo?

KS: Oh, eu não sei…

NS: Você não lembra?

KS: Para ser honesta, quando estávamos filmando Crepúsculo, eles chamavam só de Crepúsculo.

NS: [Risos] Porque eles não faziam ideia do que ia sair disso…

KS: Sim… Então, vocês duas passaram por Silver Cloud. O que aconteceu depois?

EB: Sim, eu descobri que tive a chance de fazer um teste para Silver Clouds, e no final do email estava escrito, ”Oh, por falar nisso… É As Panteras.” Tipo, vamos parar de palhaçada [risos]. Então eu mandei meu vídeo.

KS: Que eu vi.

EB: Você viu?

KS: Ah, sim.

EB: Meu Deus…

NS: Eu consigo imaginá-la assistindo, tipo, ”Ela é muito fofa!”

KS: Na verdade, eu fiquei muito impressionada com o seu vídeo porque essas coisas são tão difíceis de fazer. Essas cenas são sempre uma droga. Mas eu fiquei tipo, ”Uau, ela realmente está confiante.”

EB: Obrigada. Você me viu em um lugar muito vulnerável. Enfim, então eu voei para encontrar a Elizabeth, muito desobedientemente porque eu estava filmando outra coisa na época.

NS: Tem que fazer o que pode, garota.

EB: Eu faria novamente. Elizabeth e eu tivemos uma ótima reunião.

KS: Você não pode contratar alguém que você não gosta, mesmo que seja um ator brilhante. Se você não gosta a pessoa, você está se colocando em quatro meses de vibes negativas. Ok, próxima pergunta…

EB: De todos os papéis que você interpretou, algum se destaca como seu favorito?

KS: Absolutamente não, é muito difícil. É como escolher seu bichinho de pelúcia favorito.

NS: Minha garota… Ela fica tipo, ”Dos 20 papéis…”

KS: É mais tipo 50. [Todas riem] Se eu não estivesse no meio das minhas melhores amigas-irmãs, eu nunca teria sido uma babaca como acabei de ser.

NS: E vamos ser honestas, eu tenho três papéis para escolher! Não tenho papéis sérios o suficiente para responder essa pergunta.

KS: Mas qual o seu favorito?

NS: Bom, meu favorito seria 100% a Princesa Jasmine.

KS: Aw! Faz sentido. Você está interpretando uma personagem da Disney… E você é uma cantora inacreditável. Para mim, sendo honesta, em termos de ter um afeto por uma personagem – que não é baseada em uma pessoa real – eu verdadeiramente amo muito a Sabina, minha personagem em As Panteras.

NS: Eu amo a sua personagem, também.

KS: Ela é a pessoa mais legal do mundo.

NS: Ela é uma versão sua, Kri.

KS: Sim, com certeza.

EB: A Sabina é tão espontânea, e isso tornou ficar com você no set muito divertido, de modo geral. Era você, quando você está naquele humor de ficar tipo, ”Cara…”

KS: Bem, ela tem um lado muito pragmático e estóico, que você vê antes das Panteras se tornarem uma família. De primeira, nós não nos damos muito bem, até tudo ficar mais claro e percebermos que precisamos desesperadamente uma da outra. Sabina se coloca no mundo, com o risco de ficar seriamente ferida.

NS: Ela é uma dessas amigas que nunca é falsa – não existe um osso ruim em seu corpo, mas se você a machucar, ela sangra no mesmo instante. É o que eu amei na sua personagem de primeira, e depois quando assisti ao filme, senti muito por você e por seus pais…

KS: Porque ela era muito isolada quando criança…

NS: Sim, exatamente. Foi linda a descoberta dessa vulnerabilidade.

KS: Você pensa que ela é difícil, mas na verdade ela não sabe como se conectar.

EB: Eu sinto que muitas pessoas podem se relacionar com isso verdadeiramente.

KS: Talvez não mais, mas eu podia me relacionar com isso imensamente quando era mais nova. Agora eu sei como me esconder e não ficar no centro das atenções. Mas eu sinto que eu tenho essa estaca zero muito sólida e modesta na minha vida – essa base sobre a qual danço radicalmente… Eu sei como tratar as pessoas e, sabe, isso leva um longo tempo, às vezes. Tipo, mesmo sabendo como ser aberta com as pessoas na sua vida, ou as tendo o mais perto possível de mim… Isso é muito importante. Eu tenho minha família e todos os meus amigos. Meus cães são um fator muito centralizador na minha vida. Então minha estaca zero é muito sólida, mas eu também gosto me sentir desordenada. Não é sobre criar caos, eu só estou em uma busca constante.

NS: Eu vejo muito da mentalidade da Sabina como independente, tipo, ”Está tudo bem, eu já resolvi – não preciso de ajuda.”

EB: Você [Naomi] se relaciona com isso também?

NS: Sim, 100%. Sabe o que estranho? Você [Kristen] e eu sempre dizemos que somos pessoas muito diferentes uma da outra, tipo, ”Ah, a Naomi é tão responsável…” Mas existe um outro lado de mim, também, que é mais como a Kristen e tão intrínseco…

KS: Você é uma pessoa que questiona muito e está constantemente e profundamente pesquisando.

NS: Que suposições as pessoas tem sobre você que você gostaria de corrigir?

KS: Sabe, essa pergunta vai me fazer ficar imediatamente com raiva. Vocês vão falar, ”As pessoas acham que você é isso,” e eu vou ficar, ”Quem diabos pensa isso?” Mas não, por alguma razão eu realmente amo o quão patológica é essa pergunta… Vamos ser verdadeiras sobre isso. Eu acho que a minha é muito óbvia. Eu vou dizer e vocês me respondem se estou certa: que eu sou, tipo, séria demais. Porque eu posso ser séria demais!

NS: Não, você não é.

KS: Ok, mas vamos colocar todas as nossas suposições na mesa e então vamos derrubá-las, uma por uma.

NS: Bom, uma das minhas coisas favoritas quando alguém me pergunta ”Como é a Kristen?” é responder, ”Deixa eu te dizer o quanto ela é legal…” A parte frustrante é o sentimento que você entende essa pessoa de um jeito que as outras pessoas não entendem.

Para ser honesta, eu não tinha visto muitos outros filmes seus antes de trabalharmos juntas, mas voltei para casa e percebi o quanto você era uma atriz talentosa – o que eu sei que soa estranho, porque não é como se eu não pensasse isso antes. Mas eu não entendia a profundidade do seu talento. Isso me fez ficar, ”Merda, preciso subir um pouco.” Para ficar no seu nível.

EB: Mas você traz isso à tona com seus colegas de trabalho. É empoderador estar em uma cena com você, desse modo.

KS: Eu preciso muito de vocês.

NS: Eu acho que isso também ocorre em parte porque essa personagem era tão você – você foi parte da concepção e é perfeita para você. Foi escrita por você e para você.

EB: Eu não quero revelar muito sobre sua personagem porque eu quero que as pessoas se surpreendam, mas eu lembro de pensar, quando li o roteiro, ”Eu espero que eles mantenham a Sabina desse jeito.” Eu fiquei, por favor não comprometam.

KS: A Liz escreveu desse jeito. Eu tive tanta sorte. Ok, esse foi um desvio de assunto muito lindo e que eu realmente aprecio demais. Mas o que as pessoas pensam sobre vocês que vocês ficam, ”Eu acho que não é verdade?” [Silêncio] Bom, na verdade, eu sinto que você [Ella] já disse algumas vezes que você não acha que é engraçada.

EB: Sim.

KS: Eu já conversei com você sobre isso algumas vezes, como antes do set, em manhãs quando a Nay não estava por perto. Você ficava, ”É, eu sinto que, sabe…”

EB: Que eu sou estranha. Sou muito analítica.

KS: Você acha que é uma nerd e que as pessoas não estão interessadas em nerds, mas na verdade, nerds são as pessoas mais interessantes. Algumas vezes, Nay e eu podemos ser como um trem descarrilhado uma com a outra, sem dizer nada engraçado, mas rindo histericamente de alguma coisa. E então a Ella entra na conversa e diz algo realmente engraçado. Mas depois você começa a se criticar, como se não fosse engraçada. Eu fico, ”Não, você está arrasando!”

NS: A Ella é tão inteligente e existe tanta coisa nela que ainda vai se desenvolver. Tipo, quanto anos você tem? Vinte e…

EB: 23.

NS: E você tem algumas características que… Algumas vezes, quando você é criada no meio de crianças brancas, as pessoas podem fixar em certas coisas sobre você. Tipo, ”Ela é bonita,” ou ”Ela é gamer ou geek.” Mas você é uma mistura de tantas coisas incríveis. Você é negra, britânica, super-ultra inteligente, incrivelmente linda e você é nerd e moleca também… e você nem sabe disso. Sim, é o que é. Você é como uma fantasia e você nem sabe disso ainda. Para mim, provavelmente é que e sou irritante. Algo assim [risos].

EB: Não.

NS: Mas o problema é: Eu sou irritante.

KS: Cala a porra da boca. [Todas riem] Estamos em um semicírculo, de pernas cruzadas em um sofá e estamos expressando nossos sentimentos uma pela outra, honestamente. E é essa a posição que estamos assumindo.

NS: Posso ser realmente honesta? Vou fazer xixi nas calças.

KS: Nós realmente nos tornamos melhores amigas nesse filme. E eu não tolero nada que seja remotamente crítico ou maldoso sobre uma das minhas melhores amigas. Então, a Naomi não é nada irritante. Ela só tem muita energia. Porque alguém colocou 5 centavos nela… ou talvez, uns 75 centavos.

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil