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Acontece hoje (17/05) o Photocall e a Press Conference de Personal Shopper em Cannes. Confira fotos e vídeos do elenco abaixo:

Fotos

PHOTOCALL

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Eventos > Conferências e Photocalls > Conferências e Photocalls 2016 > (17/05) Photocall de Personal Shopper em Cannes [HQ]
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Outros > Fotos de Fãs > (17/05/16) Photocall de Personal Shopper em Cannes
PRESS CONFERENCE
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Outros > Fotos de Fãs > (17/05/16) Press Conference de Personal Shopper em Cannes

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“Kristen, vampiros ou fantasmas?” “Fantasmas.”

“Hey, nem todo mundo vaiou.” – Kristen rindo sobre as vaias para o filme ontem

“Kristen disse que o sentimento é mútuo!”

“Depois, ele brincou com ela: “Falei certo? Isso que você escreveu pra mim ontem à noite?”

“Lars Eidinger disse que a cena que ele filmou com a Kristen foi a melhor experiência como ator que ele já teve.”

“Eu sou movida por algo que eu não posso definir e nem me responsabilizar. Então eu não posso acreditar que estamos tão sozinhos.”

“Se eu acredito em fantasmas? Eu acho? Eu acredito em alguma coisa.” – Kristen na press conference.

“Press conference começando no live!”

“Kristen e Olivier em entrevista no live!'”

“Kristen está posando com o elenco e o diretor!”

“O photocall começará em minutos!

Aconteceram hoje as primeiras exibições de Personal Shopper, de Olivier Assayas, em Cannes. O filme recebeu vaias após a primeira exibição no festival, trazendo muitas opiniões mistas sobre o filme, mas nunca sobre a atuação de Kristen. Separamos as críticas dos maiores sites abaixo.

ATENÇÃO: CONTÉM SPOILERS

Indiewire:
Em Clouds of Sils Maria, de Olivier Assayas, Kristen Stewart era uma coadjuvante. Para sua mais recente colaboração com o diretor, ela é o centro do show. Como Maureen, uma jovem americana vivendo em Paris e lidando com a morte recente de seu irmão, a atriz carrega cada cena entre uma série de circunstâncias peculiares que podem ou não envolver fenômenos sobrenaturais. Esse é um trabalho medido e rico em ambiguidade sobre o processo do luto, disfarçado de uma estória de fantasmas, que experimenta as minúcias da linguagem do cinema com somente um mestre medium pode fazer.

Desde sua sequência de abertura, é claro que Personal Shopper mira em uma abordagem experimental: Maureen entra em uma casa vazia e sombria por alguns minutos, e a câmera de Assayas desliza junto, sem contexto. Somente mais tarde se torna claro que ela fez um juramento com seu irmão gêmeo – que, como ela, sofria de um problema de coração – que quem morresse primeiro, faria uma tentativa de comunicação além do túmulo.

Gastando seus dias trabalhando para uma celebridade local, ela passa seu tempo livre conversando pelo Skype com seu namorado enquanto ele termina um projeto no trabalho, e saindo com a ex namorada de seu irmão enquanto elas montam uma estratégia para tentar fazer contato com seu espírito. Suas tentativas seguintes assumem uma série de reviravoltas, a primeira com um encontro de verdade marcado por um CGI ruim, e então algo muito mais assustador.

Em uma viagem para Londres, Maureen recebe mensagens de um número desconhecido, o que se torna um diálogo prolongado que consome a maior parte do segundo ato do filme. Conforme o suspense cresce, com as mensagens se tornando um jogo de gato e rato e Maureen incerta se está trocando mensagens com um fantasma, Personal Shopper move-se para um visual texturizado e devagar sobre o que significa ficar à deriva na cidade grande.

O compromisso de Stewart com o papel é impressionante e ela emite uma curiosa sensualidade que não foi vista previamente em sua carreira. Sozinha uma noite na casa de sua patroa, sua personagem entra em um ato fetichista que sugere que ela foi possuída por um espírito pervertido, se não algo muito mais malvado. Mesmo quando os efeitos especiais entram no drama, eles meio que oscilam no ar, como pontos de interrogação. Personal Shopper não é uma estória de fantasmas tanto como examina os fundamentos psicológicos que fazem as estórias de fantasmas nos assustar.

Contudo, Personal Shopper cria um universo completamente realizada que mescla terror visceral com as observações mais profundas de sua causa. O público que não está disposto a lutar com esse jogo fascinante demonstra o pior medo que assola a cultura do cinema: algo diferente.

Film4:
É bom ser surpreendida. Personal Shopper é um filme misteriosa que lida descaradamente com o sobrenatural e o banal que nos assusta em filmes de terror em certos pontos. Mas, apesar de suas armadilhas de gênero, é uma peça de humor: você vai ser completamente absorvido em seu mundo de completa histeria, ou você vai achar um pouco bobo. Eu acho que é um pouco de Repulsion encontra Paranormal Activity?

Também é um filme sobre a ausência: Maureen, de Kristen Stewart, está em diálogo com três figuras ausentes no filme (quatro, se você contar com seu namorado a distância, mas já que ela fala com ele via Skype, pelo menos ela vê seu rosto de vez em quando).

Esses três diálogos se juntam em uma cena chave em hotel onde marca o ponto se você está dentro ou fora desse filme. Eu estava dentro – eu não acredito que os cabelos da minha nuca não levantaram, estava muito quente no cinema pra isso – mas se uma mão inesperada tocasse no meu ombro naquele momento, eu teria gritado muito mais alto do que as almas ruins que pensam que é certo vaiar no final dos filmes que eles pessoalmente não gostaram.

Não é um filme perfeito, algumas decisões dos personagens desafiam a lógica, mas é visivelmente efetivo no nível que eu suspeito que seja o mais importante para Olivier: nos levar em uma jornada emocional. Também é uma jornada inesperada – eu desafio qualquer pessoa a ter adivinhado onde a narrativa estava indo em alguns momentos (seria injusto sugerir que o próprio filme não ligou?) -, mas dada a escassez de um filme de três atos rigidamente sobrecarregados de trabalho que encontrará o seu caminho em cinemas, é algumas vezes refrescante assistir algo que quebra a maioria das regras dos livros de “Como Escrever Seu Primeiro Roteiro”.

Personal Shopper também adere um princípio visual prazeroso, que é o jeito menos vulgar que posso encontrar para dizer isso, algumas vezes, muito sexy. Em The Handmaiden, que estreou mais cedo em Cannes, também em competição, nos deu no geral muita coisa boa, Personal Shopper parcela seu encanto em costuras reveladoras e roupas íntimas transparentes e sapatos de salto alto de tirar o fôlego em doses pequenas, os levando para a fábrica do filme, sem sair como um anúncio gratuito para a brigada suja.

Nada disso iria funcionar sem a performance maravilhosamente elevada de Kristen Stewart, algumas vezes retida e generosa, mas nunca chamando atenção para sim mesma ou parecendo “atuar”. Eu simplesmente acreditei que ela era a personagem, e eu não posso pensar em um elogio maior para um ator.

Variety
De primeira, a personagem de Stewart, Maureen Cartwright, parece ser moldada do mesmo jeito que a assistente de celebridade que ela interpretou em Sils Maria. Ainda assim, enquanto Maureen pertence ao mesmo sistema de satélites descartáveis atraídos para a órbita de ídolos de tablóide carentes, seu trabalho não poderia ser mais diferente. Francamente, é difícil imaginar um trabalho melhor em Paris enquanto assistimos Maureen em sua motocicleta de um atelier de alta costura para o outro, pegando vestidos para a estrela de um nome só, Kyra, usar – a única regra é a que ela não pode experimentar as roupas. Enquanto ser uma personal shopper oferece tão pouco para a satisfação pessoal, o trabalho é tão agradável que deixa tempo para Maureen fazer bico como medium, onde as coisas começas a ficar estranhas.

Na cena de abertura, Maureen entra em uma mansão vazia para iniciar uma sessão, e enquanto ela não vê o fantasma ameaçador pairando no fim da sala, Assayas faz questão de que nós o vemos. Irá demorar um tempo antes do filme revelar o que Maureen estava fazendo naquela casa – apesar de que, nunca explicam o que ela, uma americana, está fazendo em Paris. Acontece que, seu irmão gêmeo, Lewis, também vivia na França. Na verdade, seria mais certo dizer que ele morreu na França, o que não tem sido uma coisa fácil para Maureen aceitar. Os dois possuíam corações fracos, e o acordo era, quem morresse primeiro mandaria um sinal do outro lado, então ela – e nós – passamos o filme esperando pela tal mensagem. E porque Assayas já indicou que fantasmas não são apenas reais, mas potencialmente malignos, isso cria um verdadeiro suspense.

A mensagem chega, assim como todas as mensagens tendem a chegar, via celular durante uma atormentada viagem para Londres. Considerando que Maureen vai passar 20 minutos mandando mensagens para um desconhecido (e possivelmente morto-vivo), é uma espécie de conceito inteligente que ela passe a conversa manipulando sua tarefa mais glamurosa, evitando ligações de seu namorado a longa distância e fazendo pesquisa via YouTube (onde ela assiste vídeos sobre um pintor abstrato Hilma af Klimt e o escritor francês Victor Hugo, com os dois conversando com o além). Stewart é uma atriz espetacular, seu frágil exterior quase não disfarça qualquer dificuldade que ela ou seus personagens estejam lutando por baixo, e aqui, a imprevisibilidade do que ela pode fazer em seguida é agravada pelo fato de que não existem regras para o que pode acontecer.

The Guardian:
Kristen Stewart é a quinta caça-fantasmas? Perguntas assim podem aparecer na sua mente ao assistir esse cativante, tenso, fervorosamente absurdo e quase inclassificável filme de Olivier Assayas. É um filme que entrega a loucura que nós tanto desejamos em Cannes, apesar de na primeira exibição algumas pessoas cansativas continuaram a tradição do festival de vaiar filmes muito bons.

Personal Shopper tinha aquele élan provocativo indefinido que me lembrou um pouco de Breaking the Waves de Lars Von Trier. Na verdade, é um dos melhores filmes de Assayas em muito tempo, e a melhor performance de Stewart – ela estrela como uma stalker fashionista sobrenatural, onde o vilão poderia ser a própria heroína. Isso é O Diabo Veste Prada com The Handmaiden e um toque de Single White Female?

A performance de Kristen Stewart é tremenda: ela é calma e vazia de um jeito confiante de alguém muito competente, inteligente e jovem, e ainda assim suas demonstrações de emoções são muito reais e comoventes. Ela é inteiramente devota a seu smartphone, o que é o canal de seus medos e há uma pitada de pura genialidade de Hitchcock em uma cena onde ela liga o celular e mensagens de texto acumuladas começas a aparecer, trazendo o perigo para bem perto. Com esse despreocupado e audacioso Personal Shopper, Olivier Assayas trouxe a agitação para o festival.

Flickreel

O diretor Olivier Assayas coloca suas cartas na mesa bem cedo em Personal Shopper. Maureen (Kristen Stewart) se aproxima de uma grande casa abandonada, fala com alguém que mais tarde descobrimos ser a ex-namorada de seu irmão gêmeo, e então se instala para passar a noite. Ela está ali para esperar um sinal se deu irmão, de além do túmulo, e enquanto ela só escuta sons estranhos e se sente profundamente desconfortável, nós vemos algo aparecendo na escuridão. Se tratando de um fantasma ou não – há um pouco de ambiguidade no começo, mas curiosamente Assayas brinca com essa suposição mais tarde – talvez seja pouco claro, mas não há dúvidas que esse filme tem uma lógica interna que inclui elementos sobrenaturais.

Personal Shopper é, nessa cena e em muitas outras, um filme de terror, com Kristen Stewart andando por lugares escuros e se assustando com barulhos altos e assustadores. Mas há muito mais no filme do que apenas isso, tanto em relação ao subtexto do filme, e literalmente em relação ao que acontece depois. Assayas certamente abocanhou mais do que pode mastigar, tentando fazer várias coisas ao mesmo tempo em Personal Shopper – o filme também é sobre a dor, a luta com a identidade, o uso da moda para se tornar outra pessoa, e um assassinato misterioso – mas enquanto há erros, incluindo alguns momentos de efeitos especiais que são um pouco bobos, há mais coisas dando certo do que falhando.

Kristen Stewart está absolutamente maravilhosa em Personal Shopper, com basicamente todo o peso do filme em seus ombros e com poucos momentos sem ela neles. É um papel desafiador – seu retrato de uma irmã e luto é muito comovente – e há um número de vezes em que ela é chamada para realizar uma ideia ou uma emoção com um pouco mais de direção para fazer o trabalho pesado. Ela aceita esse desafio, mostrando novamente que ela é uma ótima atriz, se lhe for dado o material certo.

Personal Shopper é um filme misturado que é muitas vezes frustrante, como resultado de Assayas, que também escreveu o filme, talvez ter tentado apresentar muitas coisas ao mesmo tempo. Mas não é chato, e Kristen Stewart consegue manter tudo no lugar com sua performance.

The Wrap

Kristen Stewart se junta novamente com Olivier Assayas para um filme que parece ser o gêmeo do mal de sua primeira colaboração, o imponente Clouds of Sils Maria. Aqui, Stewart também é uma assistente. E também é focado sobre a mortalidade em um ambiente cultural. Mas acredite quando eu digo, dessa vez, Assayas realmente trouxe o sangue.

Stewart interpreta Maureen, uma jovem americana vivendo em Paris. Maureen trabalha como uma espécie única de assistente para a atriz/modelo/socialite Kyra. Sua tarefa é encher o armário de Kyra com os melhores itens de Paris e Londres – algo que Maureen odeia. Logo nós descobrimos a razão por Maureen estar ali: Ela pode se comunicar com os mortos e está esperando ouvir uma palavra de seu irmão gêmeo, que morreu recentemente antes de deixar a cidade.

E então, uma noite, ela o faz. Acampada na casa onde seu irmão morreu, Maureen liberta… Algo. Um fantasma, com toda certeza. Mas não está claro se o fantasma é de seu irmão ou de alguma outra pessoa, e não fica claro se é uma força do bem ou ago com más intenções. A resposta é provavelmente a última, a julgar pelo resto do filme (Assayas realmente trouxe o sangue.)

O filme é assustador como o inferno, com algumas partes realmente arrepiantes, mas não confunda isso com os seus thrillers medianos. O erudito e muito inteligente Assayas define o filme em uma base de muita divagação, alternadamente contemplando Victor Hugo, com sua fotografia abstrata dos anos 60 da televisão.

Assayas muitas vezes parece feliz em fazer perguntas ao invés de respondê-las, e isso inclui o mistério central de “Que diabos está acontecendo?” Muitas vezes ele vai desaparecer no meio de uma cena, como se ele perdesse o interesse e quisesse levar isso para outro lugar, e não há dúvidas que esses foram os pontos que irritaram a audiência de hoje.

Esses toques não fazem Personal Shopper um filme ruim – eles o fazem um filme de Olivier Assayas. Você consegue o bom com o mau de Assayas, e há uma abundâncias de bons aqui. O diretor faz um bom uso de sua câmera itinerante, movendo-se atreves do espaço e construindo a tensão com um simples plano de câmera. Ele faz um bom uso de sua atriz principal, encontrando uma energia tensa – e sim, sexual – em Stewart que nenhum outro diretor havia conseguindo libertar.

Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Foi liberado o press kit de Personal Shopper, e nele contém uma nova entrevista com Kristen. A atriz fala sobre como entrou no projeto, como se preparou e muito mais. Confira:

Você pensou que trabalharia novamente com Olivier tão rapidamente, somente após dois anos de Sils Maria?
Não. Mas eu sabia que ele gostava de trabalhar com as mesmas pessoas, atores e técnicos. Então, no fundo, eu tinha esperança. Nós nos demos muito bem no set de Sils Maria e eu imaginei que, mais cedo ou mais tarde, nós trabalharíamos alguém em um projeto criativo. Mas eu não fazia ideia que seria tão rápido! Eu sou amiga do produtor de Olivier, Charles Gillibert. Ele que me disse que Olivier já estava trabalhando em um novo roteiro. Eu acho que estávamos em Cannes para Sils Maria. Honestamente, foi a primeira vez que conheci pessoas tão próximas que formavam um time de verdade. Eu não queria ir embora. Fomos feitos um para o outro! Eu tenho muita sorte. Então, quando Olivier me ofereceu a chance de atuar em Personal Shopper, vou admitir que estava animada, mas não estava surpresa. Nós realmente queríamos continuar nossa experiência como um grupo.

Eu tenho a impressão de que, em você, Olivier Assayas não achou somente uma atriz, mas sim uma pessoa ideal para incorporar o tipo de mulher jovem e moderna que ele sempre quis mostrar em seus filmes. Você pode dizer o mesmo por ele? Que ele é o diretor que você sempre procurou?
Sim, com certeza. Nós dois trabalhamos com muitas pessoas. Mas nós compartilhamos uma forma de comunicação não-verbal que é perfeita para nossa profissão. Nós não falamos muito, mas nós entendemos um ao outros e compartilhamos os mesmos interesses, assim como um tipo similar de curiosidade. É muito divertido trabalhar com ele.

Como Olivier Assayas te abordou com Personal Shopper?
Ele me disse que tinha escrito um roteiro muito simples, e que ele estava escrevendo com a esperança de que eu gostasse. Quando eu recebi o roteiro, eu estava muito assustada porque era difícil para mim imaginar ligar para o Charles ou Olivier e dizer para eles que não era para mim! Felizmente, esse não era o caso. Uma vez que li, eu fiquei muito impressionada. Era tão diferente de Sils Maria. Para mim, mais do que tudo! Eu pensei que conhecia Olivier, mas eu não conseguia entender como ele apareceu com essa estória. Abriu meus olhos para os aspectos mais escondidos da minha personalidade. É um filme muito contemplativo. Em Personal Shopper, Olivier consegue invocar palavras invisíveis de seu próprio jeito sem nomeá-las. Eu acho que é um filme mais pessoal do que Sils Maria. Não é analítico. É um filme sensual e completamente humano. Olivier é um cineasta inteligente que conseguiu expressar emoções bem privadas nesse filme. Foi muito legal. Eu não tinha sentido isso em Sils Maria.

Personal Shopper fala de temas incomuns no cinema francês, como fantasmas e espiritualismo, enquanto permanece diferente dos suspenses americanos envolvendo o sobrenatural.
Sim. Em Sils Maria, interpretado por Juliette Binoche e minha personagem, Valentine, estamos tendo uma conversa sobre filmes. Elas descordam sobre um filme que acabaram de ver sobre mutantes no espaço. Valentine diz que há tanta verdade na fantasia ou ficção científica quanto nos filmes supostamente “mais sérios”. Esses filmes usam símbolos e metáforas, mas isso não os faz mais superficiais. Eles falam sobre a mesma coisa e examinam os mesmos assuntos explorados pelos filmes abertamente psicológicos. É engraçado pensar que Olivier literalmente baseou seu novo filme em um diálogo de Sils Maria. Personal Shopper também é um filme de gênero, o que o separa da maioria dos filmes de diretores franceses. É um filme de gênero que não tenta nos assustar com fantasmas, mas, ao invés disso, oferece uma reflexão sobre a realidade. O filme também faz, em minha opinião, a pergunta mais assustadora da vida: “Eu estou completamente sozinha, ou eu posso entrar em contato verdadeiro com outra pessoa?”

Qual foi o aspecto mais difícil de trabalhar em Personal Shopper?
Eu interpreto uma jovem mulher que é muito solitária, completamente isolada e triste. Foi exaustivo estar em personagem o tempo todo. Mesmo quando eu estava em uma cena com outros atores, eu nunca podia estar realmente com eles. É como se todos fossem fantasmas. Eu não me considerava uma pessoa limitada. Não podia existir o mínimo de interação entre nós porque eu realmente não sentia que eu existia. Eu mergulhei em um estado muito doloroso. Felizmente, eu estava rodeada de pessoas que eu amo e nunca me senti sozinha. Tive muita sorte. Se a atmosfera no set não tivesse sido positiva ou amigável, eu estaria devastada e provavelmente caída no chão. No filme, eu nunca paro de correr de um lugar para o outro. Estou sempre em movimento. Eu perdi muito peso durante as filmagens. Foi exaustivo.

Maureen odeia seu status como personal shopper, e também sua chefe rica e famosa. Mas ela não consegue deixar de experimentar as roupas da mulher, violando diferentes regras – e se divertir fazendo isso.
Maureen é fascinada pela mesma coisa que ela odeia. Ela está passando por uma crise de identidade. Eu amo o fato de que ela não é exibida como uma feminista criticando a superficialidade da sociedade consumista. Ela está passando por dificuldade internas. Ela é muito atraída por esse mundo, onde a carreira dela está começando a tomar forma. Eu senti isso as vezes, como todo nós sentimos em certo ponto. A estória se passa no mundo da moda contemporânea, mas poderia ter sido em Hollywood em 1930. Eu não sei se as coisas eram piores ou melhores lá atrás. As pessoas sempre foram atraídas por todo esse brilho. Como pequenas traças.

Personal Shopper lida com o luto. Mas também é a estória da emancipação de uma jovem mulher, tentando encontrar a liberdade tomando um passo muito estranho.
Sim. Os melhores períodos da minha vida vieram antes de desastres. Momentos de serenidade ou satisfação geralmente seguem eventos traumatizantes. Você se sente mais vivo se já teve um encontro com a morte. No final do filme, mesmo que ela não tenha encontrado o que ela estava procurando, Maureen pode finalmente começar de novo.

Como você se preparou para o papel de Maureen? E, o quanto a aparência física de seus personagens é importante para você?
Absolutamente importante. Eu queria que as pessoas sentissem como se Maureen fosse uma gêmea procurando pela simbiose que ela perdeu quando seu irmão morreu. Então, eu imaginei ela tendo esse visual simples, quase andrógino. Sua aparência também reflete sua relação de amor e ódio com o mundo da moda. Portanto, a escolha das roupas foi muito importante. Quanto a preparação para o filme, eu sempre leio o roteiro uma vez, e então me recuso a ler de novo. Desse jeito, eu descubro as cenas todo dia no set. Eu não tive nada em particular para aprender no set. Olivier queria filmar mais cedo naquele ano para que eu pudesse seguir com o filme de Woody Allen, onde interpreto uma menina jovem, encantadora, feminina e alegre. Eu senti que era incapaz de fazer os dois filmes nessa ordem. Eu senti que, depois de tudo que eu iria passar por Personal Shopper, eu estaria devastada e nem tão bonita no final das filmagens! Eu não me preparei realmente, mas eu sabia onde procurar pelo o que eu precisava. Eu sabia onde encontrar o gatilho, e tudo o que eu tinha que fazer ela puxar. Eu estava pronta para fazer isso pelo filme.

Você filmou nas ruas de Paris com a equipe de Personal Shopper 48 horas antes dos ataques de 13 de novembro. É difícil de não pensar nisso enquanto assistimos o filme, o que parece ser carregado uma tensão e ansiedade específica para nosso tempo.
Quando eu vejo o filme, eu digo para mim mesma que estamos no nosso próprio mundo, completamente absorvidos pelas coisas que nos preocupa, e de nós mesmos. Maureen é consumida por suas obsessão e ela quase não presta atenção para as coisas e pessoas ao seu redor. Ela não está realmente em Paris, ou em qualquer outro lugar. Me machuca quando assisto ao filme, que tem minha personagem correndo por Paris, uma cidade que está prestes a ser terrivelmente ferida, sem ter o mínimo de prazer. É muito doloroso e comovente. Eu odeio colocar nesses termos, mas tivemos sorte. Um dia depois do acontecido, nós tivemos que começar um novo dia de filmagens, mas foi quase impossível trabalhar. Tudo parecia tão falso. Filmar em um estúdio…

Antes de seus dois filmes com Olivier Assayas, qual era sua relação com o cinema francês?
Eu vi alguns essenciais, como Breathless e Jules et Jim. Charles, Olivier e toda a equipe abriram meus olhos para um novo mundo de exibições de filmes e cinefilia. Eu descobri muitos filmes franceses em DVD. Foi uma experiência única para uma atriz americana de repente se encontrar parte desse universo. É muito legal. Em Hollywood, todo mundo compartilha os mesmos valores. Aqui, na França, é muito mais variado e frenético. Nos Estados Unidos, os filmes são feitos para entreter e fazer dinheiro. Diretores e filmes da arte ocupam uma pequena porcentagem da indústria. Basicamente, os cineastas que eu mais gosto nos Estados Unidos são aqueles que compartilham uma certa ideia sobre cinema que é mais próximo de alguns diretores europeus e franceses. Na França, o motivo pelo qual fazem filmes não é o mesmo que em Hollywood. Há um desejo de correr riscos, ao contrário de filmes americanos de alto orçamento, que só estão interessados em repetir ideias que já foram tentadas.

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Juliette Binoche, que também está presente no Festival de Cannes, conversou com a Vanity Fair sobre o orgulho que sente de Kristen. Confira o trecho abaixo:

Nos últimos anos, Binoche tem crescido nesse papel de mentora, guiando sua co-star Kristen Stewart em sua aclamada colaboração com Olivier Assayas, Clouds of Sils Maria, pelo qual Stewart ganhou um César.

“Eu estava tão orgulhosa dela, eu tenho que dizer, quando ela ganhou o César”, disse Binoche. Desde a vitória, Stewart assinou para mais dois filmes franceses, ambos com Assayas. E Binoche, como alguém que trabalhou com ambos os lados, americanos e franceses, tem uma teoria sobre o porque Stewart e França terem desenvolvido uma afeição mútua nos últimos anos.

“Kristen é uma jovem atriz, e é muito comovente [para os franceses] ver alguém que não precisa estar aqui, porque não se trata de dinheiro, não é sobre a fama, é sobre explorar diferentes formas de se expressar,” explicou a atriz. “É comovente para nós porque temos uma tradição aqui na França de fazer filmes como uma forma de arte [em vez de negócios]. O crédito final é dado para o diretor, é uma lei aqui na França. Um produtor não pode ter o crédito final. É a lei.”

“Há uma proteção da arte muito forte aqui,” continuo Binoche. “Eu acho que Kristen entendeu isso muito rápido. Ela tem a inteligência. Ela é rápida. Ela tem essa necessidade, essa curiosidade de explorar, e eu acho que quanto mais você vê atrizes jovens, atrizes francesas querendo ir para a América, mais você vê atrizes americanas querendo ser reconhecidas também em filmes europeus. Então eu acho que a troca está realmente se abrindo.”

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Hoje (15/05) Kristen foi à premiere de American Honey – filme que possui duas amigas dela no elenco, Sasha Lane e Riley Keough. Confira as fotos e os vídeos abaixo:

Fotos

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