Kristen Stewart e Steven Yeun conversaram com o site MovieFone sobre o mais novo filme da dupla, Love Me, em que interpretam uma boia e um satélite. Os atores falam sobre suas reações ao ler o roteiro pela primeira vez. Leia:
Moviefone: Para começar, Kristen, você pode falar sobre sua primeira reação ao roteiro e à visão incomum de Sam e Andy Zucchero para este projeto?
Kristen Stewart: Pensei que era uma das coisas mais experimentais, estranhas, ambiciosas e bizarras que já li. Achei o enredo um pouco maluco porque não busca responder nenhuma das perguntas existenciais impossíveis de serem respondidas, e não responde. Não acho que seja uma situação do tipo: “Ah, esse filme se passa no futuro e, portanto, tira todas essas conclusões.” Foi como um convite para fazer um exercício de atuação muito elaborado que nos revelaria para nós mesmos e um para o outro todos os dias. Foi um trampolim. Parecia que a coisa mais confrontadora no roteiro não era o ambiente ou os personagens, era sobre o quanto a identidade é algo indefinido. Pode ser assustador de repente se ver responsável por determinar essas coisas. O filme segura um espelho a um centímetro de distância do seu rosto, basicamente. Eu também havia acabado de assistir um curta que os dois fizeram que foi tão desafiador quanto e queria passar um tempo com eles. Fui atraída pela curiosidade e seriedade dos dois, só isso.MF: Steven, você pode falar sobre sua abordagem para interpretar esses personagens, tanto em live-action e em animação? Como foi o processo para você?
Steven Yeun: A minha experiência provavelmente foi diferente no sentido de que meus personagens refletem muito os da Kristen. Ele queria ser, de alguns jeitos, ser definido por eles, mas também lutava com a tensão. Eu seguia, reagia e interpretava esse espelho de maneira consciente, de uma forma. Então, foi divertido. Também foi revelador em relação à tensão do personagem em querer ter controle de si próprio. É um exercício de rendição e controle, apenas a tensão entre essas duas coisas.MF: Por fim, Kristen, embora essa seja uma história entre duas máquinas, elas acabam tendo uma conexão e um relacionamento muito humano. Você pode falar sobre isso e sobre a mensagem do filme?
KS: Acho que em vez de fazer um filme em que você tem duas pessoas isoladas que não podem ser afetadas por afetação ou experiências individuais, se você pudesse do nada cair na consciência, se fosse uma pessoa madura que poderia escrever o livro da sua vida com um intelecto que não precisasse ser adquirido e que nunca foi moldado pela experiência individual, apenas pelo universo como é conhecido, isso imediatamente te torna uma pessoa. Bem, essas pessoas não existem, certo? É tudo uma metáfora. Boias não falam com satélites. Quer dizer, falam, mas não desse jeito. Acho que talvez você deva ficar aberto para a oportunidade de permitir algo que você imediatamente diminui como algo que não deveria estar vivo. Digo, é tão presunçoso. É como se você só soubesse o que está acontecendo dentro de si mesmo. Acho que como interpretar bebês em corpos de adultos ou na ideia de corpos. Esse foi só um filme sobre identidade variável, definindo essa estranha fricção e contraste entre realidade, o que é real comparado às experiências individuais de todo mundo e como elas são diferentes, e que a realidade não existe. Então, nós devemos defini-la por nós mesmos, e o filme pareceu uma visão básica disso. Eu topei estar em um espaço vazio com o Steven tentando entender o que tudo isso significa.