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Kristen Stewart é capa e recheio da nova edição da revista Rolling Stone como parte da divulgação de Love Lies Bleeding, novo filme de Rose Glass estrelado por ela e Katy O’Brian. Na entrevista, Kristen fala sobre lidar com a ansiedade no passado, sobre a preparação para The Chronology of Water e seus planos de engravidar no futuro. Confira as fotos e leia a entrevista:

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Kristen Stewart é forte pra caralho, e não digo de forma metafórica. Por exemplo, não estou falando sobre qualquer experiência do passado que ela tenha “superado”, como aquela vez em que fez aqueles filmes de vampiros e lobisomens e foi considerada a Atriz Mais Odiada do Mundo porque não parecia animada o suficiente de se sentar em uma sala rodeada por jornalistas e discutir dar uns amassos nos seus colegas de elenco. Ou a vez em que foi fotografada beijando o diretor muito mais velho (e casado) de Branca de Neve e o Caçador, e, por conta do terror que isso gerou, foi banida da sequência. Não estou falando da coragem que foi necessária para interpretar Joan Jett na frente de Joan Jett. Ou a coragem que foi necessária para interpretar a Princesa Diana na frente do mundo inteiro. Ou a coragem que foi necessária para se assumir no SNL respondendo os tweets maldosos de um apresentador de reality show maluco que virou presidente. Em outras palavras, não estou falando de “força” como uma descrição dada para mulheres famosas que não sucumbem aos rótulos que a sociedade coloca nelas. Não. Estou falando, de forma bem literal, sobre os bíceps de Kristen Stewart.

Ok, vamos recapitular. É o começo de uma tarde de janeiro. Estamos em um grande deck bem situado na encosta de Los Feliz, com uma vista deslumbrante da folhagem tropical. O tempo voltou àquela perfeição meteorológica branda, endêmica em Los Angeles, apesar de uma manhã que estava de pernas para o ar, derrubando uma pequena árvore no quintal de Stewart. “Que porra de energia maluca de bruxa você trouce para L.A.?!!” dizia um email na minha caixa de entrada quando acordei. “O tempo está maluco aqui fora!” Era a mensagem mais recente em uma corrente que começamos para tentar planejar nosso segundo dia juntas, embora a troca tenha regredido (desenvolvido?) para recomendações de livros e artigos e uma confissão de Stewart de que, quando se trata desses tipos de entrevista, “a ansiedade é real.”

Por fim, ela me convida para o que ela já havia planejado fazer de qualquer forma naquela tarde: kickbox com seu treinador Rashad. Supostamente, estamos nos encontrando para que ela possa divulgar Love Lies Bleeding, um thriller romântico dirigido por Rose Glass, em que Stewart interpreta uma gerente de academia que cobiça uma fisiculturista (interpretada por Katy O’Brian) que, como Stewart descreve, “chega e sacode a lata de Coca-Cola, mas explode e todo mundo se suja” (a “sujeira” é a maneira mais estranha possível de descrever o inferno sangrento, suado e movido por identidade que acontece depois). Nesse contexto, kickbox é algo clichê adjacente à divulgação de filmes que Stewart provavelmente recusaria fazer, e portanto, imaginamos, é a coisa mais subversiva que ela poderia fazer. “Menos conversa, mais rock”, aconselha ela.

Por enquanto, está bastante estabelecido que “subversivo” é a praia de Stewart. Imagine-a aos 17 anos se recusando a interpretar Bella Swan de maneira alegre e olhos brilhantes como os adultos tinham em mente, e escolhendo andar triste por aí como se realmente estivesse apaixonada por um morto-vivo. (“O estúdio estava tentando fazer um filme para crianças. Eles não queriam o que realmente estava no livro. Quando é que Bella e Edward sorriam?”) Então, depois de passar cinco anos em uma franquia que arrecadou mais de 3,5 bilhões de dólares na bilheteria mundial, gerou coisas como secadores de cabelo de Crepúsculo e momentaneamente fez de Stewart a atriz mais bem paga do mundo, houve a transição de uma vez por todas (em sua maioria) para os filmes independentes, que ela fazia entre os filmes da saga, às vezes filmando três ou quatro por ano. Houve Acima das Nuvens, pelo qual ela recusou o papel principal para interpretar a assistente um pouco despojada, e que a levou a ganhar um César (o equivalente francês do Oscar), a única mulher americana a conquistar esse feito. Houve Spencer, que a concedeu uma indicação ao Oscar na categoria Melhor Atriz por sair de sua zona de conforto com tanta habilidade. Depois que nos encontramos, ela viajou para Park City, em Utah, onde foi homenageada com o Visionary Award enquanto estreava seu 11º e 12º filme no festival — Love Lies Bleeding e Love Me, um romance pós-apocalíptico no qual ela interpreta uma boia ao lado do satélite de Steven Yeun (“Basicamente, a internet, o universo que conhecemos, está contido em uma máquina, e eles buscam entender como podem namorar”, explica ela). “Estávamos começando a filmar, e havia possibilidade de ser uma cena muito tensa”, Yeun me conta sobre trabalhar com Stewart em um projeto tão incomum. “Ela só colocou a mão no meu ombro e disse: ‘Ei, eu gosto de você.’ Isso desfez toda a névoa no meu cérebro. Ela é muito profunda e legal dessa forma.”

A profundidade e a frieza fizeram de Stewart uma escolha óbvia para papéis contraculturais, mulheres que se destacam porque estão distantes de qualquer coisa ao redor. Mas também são as qualidades por trás da habilidade de Stewart de fazer personagens parecerem contraculturais pela virtude do fato de que ela os interpreta, levando uma timidez e restrição que parecem ser inimigas em uma franquia em que ela precisa dizer, em voz alta, falas do tipo “Olá, bíceps!”, mas brilha em um nível mais sutil. “Ela entende como as pessoas se disfarçam e consegue interpretar isso, o que torna o trabalho dela tão interessante e diferente”, diz Jodie Foster, que começou a filmar O Quarto do Pânico com Stewart quando ela tinha 10 anos. “Eu me lembro de ficar maravilhada com essa criança.”

Quando chego na casa dela, Stewart, agora com 33 anos, está acordada há muitas horas. Houve uma época em que ela tinha “um relacionamento muito fodido com o sono”, mas agora ela dorme e acorda cedo, trabalhando pela manhã com a noiva Dylan Meyer em um dos muitos projetos encabeçados pela Nevermind, a produtora que as duas fundaram com Maggie McLean em 2023. (Stewart me diz que não foi nomeada em homenagem ao álbum do Nirvana, mas que compartilham o desejo da banda de “mudar as coisas para melhor de alguma forma”.) “Dylan e eu estamos escrevendo uma coisa, então valorizamos as primeiras três horas do dia. Nossos cérebros funcionam bem nesse horário”, diz Stewart. “Quando ela se mudou para essa casa, eu não tinha cortinas, tinha três garfos, nunca bebia café e não dormia. Ela disse: ‘De manhã, você bebe café e trabalha, você está viva, acordada e de noite, você fecha as cortinas.’ Pensando bem, era óbvio.”

Quando Stewart me leva para o lado de fora, Meyer já está no deck, vestindo uma camisa branca do New Order enquanto Rashad arruma os tapetes de ioga e pesos livres. Logo Stewart coloca uma playlist e Rashad está nos fazendo “separar as omoplatas e concentrar no abdômen” ao som de Vivien Goldman enquanto a vira-lata preta de Stewart, Cole, vaga por entre os tapetes. Nos alongamos e treinamos luta, então chegamos no momento sobre o qual Stewart me avisou: a competição de flexão em uma barra fixa em uma engenhoca independente instalada no deck. Eu faço aproximadamente nenhuma. Meyer consegue várias. Stewart faz flexão atrás de flexão, depois troca para uma posição diferente e faz mais algumas, e todos olhamos admirados.

“Você deveria saber que a Kristen é boa em tudo. É inspirador, mas também irritante”, Meyer me diz baixinho sem um pingo de irritação de verdade.

“Vamos, vamos, vamos!” grita Rashad. “Você é forte pra caralho, vamos!”

Stewart finalmente desce da barra, ofegante.

Ela abre aquele famoso sorriso de canto e olha para os protetores corporais: “Vamos para o ringue.”

Foi a subversão da ideia de uma “mulher forte” que levou Stewart até Love Lies Bleeding, ela havia me contado algumas semanas antes, sentada no sofá de couro preto de sua sala de estar embaixo de grandes letras de metal que formam a palavra ASS (bunda em inglês). Nesta tarde, está chovendo e a vista pelas portas de vidro quase não vai além do deck, onde além da barra de flexão, há uma banheira com pés que Stewart tirou de um dos banheiros e colocou do lado de fora (“Quebra muito, mas é bem legal tomar banho aqui fora”). Pouco imponente por fora, a casa desce a encosta de maneira elegante, mas é mobiliada de forma aleatória e um pouco mal cuidada. Do outro lado da sala, onde um manequim de plástico branco está em um banco com vários roteiros e papéis da Nevermind, há uma parede de livros de um lado (Mary Shelley, Jack Kerouac, Kim Gordon, Kathy Acker) e um tipo de sala de jogos do outro, composta por uma mesa de sinuca laranja, uma máquina de pinball da Playboy, uma fileira de armários de metal e uma geladeira com um grande adesivo de risco biológico laranja na porta. Uma sala ao lado da cozinha possui um sofá em desintegração, uma bateria e uma coleção de violões e guitarras. Perto da escada, infiltrações marcam o teto e as palavras “a vida é bonita” estão pichadas em tinta vermelha.

“Só pra você saber, essa pichação… você conhece o Mr. Brainwash?” Stewart aponta ironicamente para a parede. “Ele veio aqui com um amigo meu e fez isso, eu fiquei tipo: ‘Então, eu sei que eu meio que vivo em uma república, mas isso é psicótico.’ Sabe? Pensar que você pode fazer isso na porra da casa de alguém.” Durante a pandemia, Stewart pichou “PRINCIPALMENTE” em letras maiúsculas. “Enfim,” continua ela, dando de ombros, “só para contextualizar que: foda-se esse cara.”

Stewart comprou a casa há 12 anos, como um lugar para “se esconder” durante o término com Robert Pattinson, na época em que ambos tinham que andar nos porta-malas de carros para tentar evitar os paparazzi. Em teoria, ela entende o interesse que as pessoas ainda tem nesse relacionamento, entende mesmo, mas me diz mais tarde: “Rob e eu não podemos continuar falando disso, porque é estranho pra caralho. É como se alguém continuasse perguntando, literalmente por décadas, sobre o último ano da escola. Você responde: ‘Incrível pra caralho, cara! Sei lá!’”

Qualquer que seja sua restrição nos filmes, hoje Stewart é animada e cheia de alegria. Pouco depois de começarmos a conversar, ela começa a perambular, sem avisar, para trocar os sapatos de couro preto por tênis (“Gosto de sapatos macios. Fui em um lugar hoje e me arrumei, mas agora estou aqui pensando: ‘Por que estou com esses sapatos grandes?’”). Alguns minutos depois, ela perambula de novo (“Ela continua andando para longe de mim”, Stewart narra da minha perspectiva), e retorna da geladeira com o adesivo de risco biológico com duas cervejas. “Pode beber se quiser”, ela anuncia. “Eu vou beber uma.”

Abrimos as latas. Ela retorna para o sofá. Stewart está usando uma camisa preta desgastada com buracos nas duas axilas, jeans preto largo e esmalte preto descascado. Seu cabelo está em um rabo de cavalo, com mechas escapando.
“Você já sabe o que vai…” ela para. “Eu sei que os atores ficam na defensiva. Não quero dizer, tipo: ‘Já sabe o que vai escrever?’ Mas você já, sei lá, tem um rascunho ou algo assim?”

Não, digo para ela. Acabamos de nos conhecer. Como saberia os rascunhos da história?

“Ok, beleza.” Ela se inclina na minha direção, as pernas abertas e os cotovelos apoiados no joelho. “Vamos pensar em alguma coisa.”

Há muito para dizer sobre Love Lies Bleeding, então podemos começar por isso. E foi assim que aconteceu: Stewart estava em Londres para a estreia de Spencer. Na manhã seguinte, sem dormir (“Estávamos fazendo coisas inglesas”), ela desceu ao saguão do ostentoso hotel de coletiva de imprensa para se encontrar com a diretora Rose Glass, cujo filme de estreia, Saint Maud, um sonho febril psicológico sobre obsessão religiosa, encantou Stewart. Elas se sentaram em uma mesa ao lado e beberam chá. Glass explicou que o que as pessoas queriam dela a seguir era um filme sobre uma mulher forte, uma personagem principal forte.

“O que isso significa?” Stewart pergunta agora, apertando os olhos. “É besteira. Significa que não estamos deixando as mulheres realmente se definirem. É a suposição de que precisamos ser empoderadas pelas pessoas que decidem quem terá perspectiva, que temos que fornecer algo inspirador. É a coisa mais básica que existe.” Glass revelou que havia pensado em uma maneira de subverter essa expectativa: levando a sugestão de maneira literal. “Ela disse: ‘Garota forte? Fisiculturista. Entendi.’ Simples assim.”

Quando saiu da reunião, Stewart sabia que ficaria com o papel que Glass havia escrito com ela em mente — Lou, a gerente de academia, que é masculina, forte e fechada como um punho, até que a fisiculturista, Jackie, explode o mundo dela — mas não assinou o contrato até retornar para Los Angeles e ler o roteiro. “Eu estava jantando com alguns amigos em casa quando recebi a mensagem”, diz Glass sobre receber a notícia. “Acho que eu já estava um pouco bêbada. Só me lembro de muitos gritos e pulos animados.”

Depois disso, Stewart terminou a campanha esperada de atores indicados ao Oscar (“Começa a parecer que você está dando uma aula sobre o seu filme”) e então viajou para Albuquerque, New Mexico, onde filmaria Love Lies Bleeding, e apareceu na casa de Glass com um cabeleireiro para destruir o cabelo loiro de Diana, chegando até a pegar a tesoura no final para fazer parecer com que Lou tivesse cortado o próprio mullet. “Assim que cortei o cabelo, disse: ‘Tchau, para sempre’” Stewart diz sobre deixar Spencer para trás.

Lou era uma história muito diferente, uma personagem cujo mundo decadente e musculoso não poderia ser mais diferente da gaiola dourada da Princesa Diana, cujas cenas de sexo eram apenas sobre o prazer feminino e sobre o corpo feminino, que não era inspiradora ou estava partindo em uma jornada de autodescoberta e que não era o tipo de pessoa que é personagem principal em um filme. “Foi divertido pra caralho ter a irmãzinha masculina como a protagonista de um filme”, diz Stewart. “Esse nunca é o tipo de personagem principal em um filme. Nunca é a pessoa com quem você quer transar. Quer dizer, algumas pessoas querem, mas não é o que é prescrito.”

Como uma estrela de cinema assumida — “e não há muitas” — pareceu pessoal de uma forma que Stewart não esperava: um filme queer que não envolvia a narrativa de “sair do armário”, e no qual o elemento queer era menos um enredo e mais um estilo. Ela já havia falado sobre seus papéis não como uma forma de escapismo, mas como maneiras de explorar facetas diferentes de sua identidade — imaginar quem ela talvez fosse se sua “natureza” tivesse sido exposta a uma “criação” totalmente diferente. Mas ela me contou que interpretar a Lou foi como voltar para sua “primeira configuração”. “É um retorno muito estranho e um pouco emocionante de alguma forma. Tipo como você é aos 11 anos — fisicamente, as roupas que você escolhe usar — antes de ser atingida pelas expectativas masculinas.”

Ela dá um gole na cerveja e se encosta no sofá. “Nunca senti que apresentei uma feminilidade para colher os benefícios como se fosse mentira”, continua ela. “Eu sou muito fluida e nunca senti que tipo: ‘Ah, uau, menti por tanto tempo para conseguir trabalhos.’ Isso seria errado. Me diverti brincando com todas as qualidades tonais, mas há muito mais espaço para o sucesso quando você escolhe o feminino. Não há espaço para o outro.”

Ok, vamos recapitular de novo. Porque a criação é importante, aqui estão alguns traços gerais.

Stewart cresceu em um bairro nobre de Los Angeles em Woodland Hills. O pai dela era gerente de palco e trabalhou em programas como o Oscar e Fear Factor, e Stewart odiava quando ia trabalhar com ele por conta de toda a correria e alvoroço (“Eu me escondia na sala de mixagem de som e tocava baixo com eles”). A mãe dela era supervisora de roteiro e trabalhou em filmes como Mortal Kombat e O Pequeno Grande Time, e Stewart amava ir trabalhar com ela — o silêncio e a calma, o sentimento de que todos estavam trabalhando juntos para elevar uma bolha frágil de faz de conta. Quando ela tinha 8 anos, e porque havia percebido que a atuação era o único trabalho que as crianças podiam fazer que permitia que faltassem as aulas, Stewart pediu para a mãe levá-la em um seminário de testes, uma daquelas lojas de departamento em que você é fotografado e prometem te conectar com alguns agentes se não for tão ruim. Stewart, cuja experiência com atuação naquele momento consistia em reencenar cenas de Titanic no parquinho da escola, descobriu que não era.

Ela conseguiu um comercial da Porsche. Depois, conseguiu Encontros do Destino. Então, David Fincher assistiu ao comercial da Porsche e pediu para seu pessoal encontrá-la, e assim ela conseguiu O Quarto do Pânico. “Todo mundo disse na época: ‘Olha, se essa criança quiser continuar fazendo isso, ela com certeza tem a sagacidade e a sensibilidade’”, Fincher me conta. “Mas quando você está ao lado de Jodie Foster, e a pergunta sendo feita para uma criança de 10 ou 11 anos é: ‘O que você quer fazer pelo resto da vida?’… a Jodie é extremamente protetora com pessoas que não são capazes de tomar esse tipo de decisão. Jodie dizia: ‘Ela não precisa pensar nisso. Precisa pensar no que vamos fazer antes do almoço.’”

Enfim, Foster não podia fazer muito: quando o momento chegou para Stewart, as perspectivas de carreira não tinham nada a ver com isso. Era a puberdade. “Foi assim que eu comecei a querer transar”, Stewart especifica o momento na sexta série em que tudo passou de “tudo está maravilhoso” para de repente se sentir como “não consigo encontrar palavras e quero que meu rosto esteja na parte de trás da minha cabeça ao invés da frente.” Ela bebe mais um gole de cerveja. “A puberdade é uma merda.”

Há algumas lembranças importantes aqui: a época em que ela foi para a escola sem depilar as pernas e alguém disse: “Ecaaaa”; quando ela acidentalmente bateu no saco de um amigo e ele grunhiu: “Ai, seu homem de merda!”; a maneira como os meninos tratavam sua amiga feminina Britni em relação a como tratavam ela. “Eu estava ciente de que os meninos que eram meus amigos não me viam como uma pessoa para transar”, diz ela. “Minha sexualidade é totalmente fluida. Estou por todo o mapa, e acho que era naquela época. Mas eu também queria ser normal e gostosa, então pensei: ‘Beleza, vou fazer o possível para tentar entender como parecer uma menina para esses meninos gostarem de mim.’ É isso. Uma história totalmente normal.” Exceto que não aconteceu de forma normal porque naquela época ela estava a caminho de gravar filmes como Na Natureza Selvagem, Férias Frustradas de Verão e, como parte de seu teste para Crepúsculo, acredite se quiser, rolar na cama da diretora Catherine Hardwicke com Pattinson.

O que quer dizer que enquanto Stewart ainda estava entendendo quem ela era e o que ser “transável” significava, o mundo estava ocupado ensinando as duas coisas para ela. Stewart não podia sair de casa sem o olhar masculino a seguindo na forma dos fotógrafos do TMZ e não podia se expressar sem se tornar o significante cultural de cada mulher que já ouviu: “Você é tão mais bonita quando sorri.” Além disso, era da época (“Os anos noventa e o começo dos anos dois mil eram péssimos para jovens mulheres. Você não acha?”) A ansiedade dela piorou tanto que ela deitava no chão dos banheiros, sem conseguir abrir os punhos — ficou tão ruim que, em um momento, ela precisou ser hospitalizada (“Eles diziam que eu estava desidratada. Eu não estava desidratada, estava surtando. Me deram uma intravenosa e um sedativo fraco, então comecei a me acalmar e meus punhos começaram a se abrir porque você atrofia, porra”).

Durante muitos anos, ela não conseguia entrar em um lugar sem verificar as saídas e precisava saber onde o banheiro estava o tempo todo (“Eu sempre pensava: ‘Quem sabe? Eu poderia entrar em combustão espontânea e virar uma poça de vômito agora’”). Houve um período em que ela não conseguia dormir, então ficou viciada em não dormir, pensou que ia morrer por conta disso, mas então, de alguma forma, não morreu. “Eu amava ficar triste e tal”, ela me conta. “Minha nossa, fiz disso um projeto de arte completo: minha vida.”

É claro, tudo isso foi há muito tempo. Stewart vai até a geladeira e pega mais uma rodada. Acontece que: ela cresceu, não é mais quem ela era. Mas ao mesmo tempo, de alguma forma, ainda é. Como uma mulher queer no olhar público, ela teve a oportunidade de pensar sobre sua identidade e o que tudo isso significa. Ela considera o seguinte arco das coisas: “É assim: Jodie [Foster], eu, boygenius”, diz ela, simplesmente, sobre as posições que ela imagina que todas ocupam no continuum celebridade queer. “Estou no meio, sabe? Jodie passou por momentos muito difíceis [como atriz gay], e não estou falando por ela, estou analisando objetivamente a época e o lugar em que Jodie estava sendo ela mesma, e isso não é fácil. Diria que é quase impossível se você quisesse continuar fazendo o que ama.”

“Para mim, não foi um problema”, continua ela. “Mas isso é provavelmente por conta do espaço que eu habito, das parte que me sinto atraída, os cineastas que se atraem por mim e o público que existe para os filmes. Se eu realmente quisesse conquistar mais um espaço comercial e mantê-lo, não sei se teria funcionado.”

Mesmo assim, ela aponta que, para ela, se assumir não foi um processo árduo. Ela estava muito “fisicamente assumida para o meu corpo” muito antes de se assumir publicamente no SNL. E até mesmo aquilo foi “um momento muito espontâneo”, diz ela. “Não pareceu esse derramamento de sangue.” Nem foi algo que ela havia planejado com antecedência. Stewart estava apenas sentada com os roteiristas do SNL, pensando: “Esse é o monólogo mais chato do mundo. O que vamos fazer? Que porra é essa?” quando alguém mencionou os tweets de Trump sobre ela. “Ele está com raiva de mim por trair o meu namorado?” respondeu ela. “Mal sabe ele…” Assim que as palavras saíram de sua boca, ela soube que tinha que usá-las. (E quanto aos pensamentos dela em relação ao Trump? “É claro que ele tinha que opinar sobre a minha humilhação pública. Foi tipo: ‘O que essa mulher de 20 anos que não faz ideia da vida está fazendo com esse homem?’” E: “Ele é um bebêzão.” E também: “Vai se fuder, filho da puta!”).

Ela diz que Foster tem sido como uma mentora para ela, um número que sempre estará guardado em seu celular, mesmo que não mantenha contato consistente, e está ciente de que a honestidade sobre sua identidade queer provavelmente tem sido um exemplo para outros. Mas ela também sabe o quanto os tempos mudaram, pelo menos no “cantinho especializado” do mundo em que ela vive. Stewart dirigiu The Film da boygenius, um clipe musical de 14 minutos que termina com as três artistas se beijando, e consegue ver a evolução entre elas, como ela tem uma consciência de conformidade de gênero que parece muito “millennial” em comparação ao que é oferecido agora. “Olho para essas crianças que estão tão confortáveis em todas essas posição e que podem ter o gênero como um acessório, podem realmente brincar com essa novidade. Ter feminilidade em um dia, não ter no outro.” É uma fluidez psicológica que Stewart cobiça: “Tenho muita consciência dessas coisas.”

Então ela fez o que pôde: se apoiou nessa consciência. Stewart começou a ler principalmente obras escritas por mulheres (“Eu era muito obcecada com escritores homens. Só recentemente que pensei: ‘Que merda eles estão fazendo?’”). Começou a se aprofundar na teoria de gênero, dando para si mesma a educação universitária que, em outra vida, poderia ter tido. Passou a pensar no corpo feminino não só de forma física e sexual, mas de forma metafórica (“A parte mais legal de nós é que temos essa abertura sempre presente e impossível de ser fechada, e andamos com ela o tempo todo. Fingimos que ela não está ali, mas é a nossa maior força”). Ela começou a questionar a “violência da dinâmica” quando se trata de gênero, se alguém teve um momento #MeToo ou não (ela diz que não teve). “A violência e a vergonha que as mulheres internalizam e então usamos como gatilhos de prazer? Não podemos fugir disso”, diz ela. “Pensar que sabemos o que queremos de uma forma que é remotamente distanciada do patriarcado é impossível. Nunca saberemos. E estou muito mais interessada em me aproximar disso do que me distanciar.” Em outras palavras, ela começou, como a própria diz: “Fazer Os Monólogos da Vagina em todos os lugares.”

Alguns anos atrás, Stewart leu um livro de memórias que parecia descarregar magicamente na página tudo o que estava sendo consistente em sua mente. Antes mesmo de terminar The Chronology of Water, ela enviou um email para a autora, Lidia Yuknavitch, perguntando se poderia adaptar sua história, um sucesso cult sobre a vergonha, a fúria e a arte feminina, BDSM entre mulheres e muitas outras coisas “tão tabu que quase dá tesão.” Enquanto trabalhava no roteiro durante muitas semanas, ela acampou em uma van do lado de fora da casa de Yuknavitch no Noroeste Pacífico. Depois, ela leu o roteiro para Yuknavitch, em voz alta, na sala de estar da escritora. Então, ela contratou Imogen Poots para interpretar Yuknavitch. Depois, foi buscar financiamento para fazer o filme, o que provou ser quase impossível porque, afinal, a vergonha, a raiva e a arte feminina e o BDSM entre mulheres são tópicos que não parecem ser adequados para um sucesso de bilheteria. O que só ressaltou como cada pedacinho do livro era verdade.

Estávamos bem relaxadas até o momento, mas de repente Stewart se levanta e anda de um lado para o outro na frente da estante de livros. Ela sabe que seu roteiro é “radical em milhões de maneiras.” Ela sabe que nunca dirigiu A Árvore da Vida, mas também conhece a misoginia incorporada no sistema e sabe que poderia fazer algo subversivo, bonito e verdadeiro se tivesse a chance. “E isso me deixa irritada pra caralho. Não de uma forma, tipo: ‘Estou fazendo isso há tanto tempo, portanto eu mereço.’ É mais: ‘Se eu fosse um homem, vocês acreditariam em mim, porra!’”

O tom de voz de Stewart aumenta a ponto de estar gritando agora, lá com os livros. Por fim, ela caminha até a mesa de sinuca e começa a arrumar as bolas.

“Quer jogar uma partida?” pergunta ela. “É o truque de festa de qualquer lésbica inexperiente.” Vale a pena mencionar que não estamos completamente sóbrias no momento. Do lado de fora da janela, está escuro demais para dizer se ainda está chovendo.

Stewart aplica giz no taco, se inclina sobre a mesa e dá uma tacada. Logo fica claro que ela é a melhor jogadora: quando acerta a bola, é rápida e decisiva. Mesmo assim, ela se distrai com a conversa. Se eu já li Jeanette Winterson? Ou Kate Zambreno? E o livro de memórias de Genesis P-Orridge? Foi uma experiência extrema! Será que eu percebo que estamos nos preparando para o fracasso com essa história de capa? Que é impossível definir qualquer momento no tempo, qualquer identidade fixa? Mesmo assim, ela quer que a capa envie uma mensagem clara: hipersexualidada, andrógina e invertendo o roteiro do gênero. “Se eu passei pela Saga Crepúsculo inteira sem uma capa da Rolling Stone, foi porque os meninos eram os símbolos sexuais”, aponta ela. “Agora, quero fazer a coisa mais gay que você já viu na vida. Se eu pudesse deixar crescer um bigodinho, um caminho da felicidade e desabotoar minhas calças, faria isso. Os homens, desculpa, mas os pelos pubianos deles estão no meu rosto constantemente, e eu penso: ‘Hmmmm, vamos nessa.’”

A propósito, ela quer que eu saiba que não vai desistir de Chronology. Stewart tem falado sobre o filme com jornalistas por anos, a ponto de estar ficando vergonhoso, mas agora esse é seu único plano para o futuro. Ela vai continuar a escrever com Meyer, vai continuar procurando por outras histórias que elas possam contar e que sentem que não estão recebendo atenção, mas ela não está aceitando outros papéis. O próximo filme que Stewart quer filmar é o dela.

Acerto a bola com uma tacada e ela me olha fingindo estar assustada: “Sai da minha casa agora.”

Quando nos sentamos de novo na sala de estar dela algumas semanas depois, Stewart parecia mais relaxada, e não só por conta das endorfinas liberadas por suas milhões de flexões. Uma semana antes do nosso primeiro encontro, ela viajou para a Letônia para explorar locais para Chronology, e ficou maravilhada com a beleza e diversidade do lugar — praias que pareciam a Flórida, a poucos quilômetros de florestas que pareciam o Noroeste Pacífico. Ela agora calculava que o filme poderia ser filmado lá por metade do custo, e embora seja estranho considerar fazer um filme fora do sistema de Hollywood, ela estava se acostumando com a ideia. Com essas localizações, ela sente que pode manter o projeto pequeno e íntimo e pode elevar aquela bolha frágil de faz de conta. “Não quero oitenta pessoas no set”, diz ela. “Vou surtar se eu vir um trailer.”

Ao longo dos anos, os relacionamentos mais íntimos de Stewart tendem a ser com pessoas que ela vê como parceiros criativos, o que, ela admite, “não tem sido muito bom para os relacionamentos.” Quando se trata de Meyer, ela diz: “Não fazemos essa separação. Encontrei a pessoa certa porque posso ser tão obcecada pelo o que eu faço. E, por sorte, minha namorada, minha parceira, gosta das mesmas coisas que eu. Pegamos as coisas nas quais queremos investir tempo e as interligamos, e somos muito mais inteligentes e fortes juntas. Você pensa: ‘Isso é bom pra caralho.’”

As duas se conheceram no set de American Ultra, se conectaram imediatamente (“de uma forma que você não sabe se quer transar ou pensar em um aperto de mãos secreto”), e então se desconectaram imediatamente por conta de outros relacionamentos românticos (“Estávamos enroladas fodendo outras coisas, literalmente”). Seis anos depois, elas se esbarraram de novo. Stewart perguntou por que não mantiveram contato. Meyer disse que havia enviado um email. Stewart zombou e então, opa, verificou todas as mensagens que havia ignorado. “Foi minha culpa, com certeza”, disse ela. “Mas então eu fiz esse relacionamento acontecer. Foi intenso, porque eu fiquei otimista.”

O que ela descobriu ser uma coisa interessante. Por boa parte de sua vida adulta, Stewart se sentiu insegura. Anos foram gastos “vivendo com muita tensão e aproveitando os altos e baixos das coisas”, entrando de cabeça em “relacionamentos horríveis pra caralho” e buscando experiências que eram “emocionalmente psicotrópicas” porque então você pode “colocar tanto na sua arte.” E resultou mesmo em arte. Arte da qual às vezes ela até se orgulhava, arte em que conseguiu “colocar desejo nas pessoas” e fazer de seus sentimentos os sentimentos deles — e, sinceramente, o que é melhor do que isso? “Nunca houve um momento em que eu pensei: ‘Cara, o que estou fazendo com o tempo que tenho na Terra?’” diz ela. “Não sei o que mais estaria fazendo. Eu amo.”

E, olha, tem sido ótimo provar todas essas facetas de si mesma, experimentá-las e entender como ela gostaria de se apresentar na vida real, o que, sejamos honestos, é o que fazemos o tempo todo: “Fazemos escolhas todos os dias em relação a quem seremos. Não de uma forma controladora, mas de um jeito que reconheça: ‘Essa sou eu. É a mais fácil. É aquela que me sinto mais confortável, é a que escolhi.’”

Mas também — e tenha paciência com ela agora pois Stewart sabe que está prestes a se contradizer — ela está ciente de que pode haver algo tão fundamental em quem somos que pode ser perdido e difícil de recuperar. “Sinto que só agora estou voltando a ser aquela criança de 11 anos”, diz ela. “É preciso um longo período de crescimento para voltar para quem você era quando criança.” Ela sabe que essas coisas “podem parecer uma contradição, como se estivesse apresentando algo que não combina.” Ela recusa o conceito de “autenticidade” (“Tá de sacanagem? Somos todos tão maleáveis”). Mas ela ainda acha que talvez exista algo essencial que você sente falta quando é negado a você, algo que pode te ajudar a crescer, ser quem era e a destacar esse elemento, porque “do contrário, é entediante. Não é evolução. Agora, estou realmente criando um lar em que sou uma pessoa adulta.”

Alguns anos atrás, Stewart e Meyer se mudaram para uma casa no fim da rua, mantendo essa para ser usada como escritório da Nevermind e como um refúgio para amigos passando por términos ou outras situações difíceis, assim como Stewart estava passando quando comprou a casa (ela a chama de “Hotel do Coração Partido”, adicionando que do contrário é “maluquice manter uma mansão secundária no fim da rua em que você mora”). Desde que Meyer a pediu em casamento em 2021, elas brincaram com ideias de como querem se casar, fazendo piada (nem tanto? não era piada?) uma vez dizendo que gostariam que Guy Fieri oficializasse o casamento. Desde então, elas perceberam que o foco principal das duas precisa ser os dois projetos do coração — Chronology de Stewart e The Wrong Girls de Meyer, em que Stewart irá estrelar e o qual ela descreve como “uma comédia de amadurecimento sobre duas amigas maconheiras e preguiçosas.” É o único filme que Stewart diz que faria se tivesse recebido o sinal verde antes de Chronology. Com tudo isso se espalhando, Stewart explica: “Não queremos um casamento grande. Provavelmente vamos casar em breve. Só estamos ocupadas tentando fazer filmes porque são nossos bebês.”

E então, elas já conversaram sobre a possibilidade de bebês de verdade. “Não sei como será minha família, mas não há nenhuma maneira de eu não começar a ter filhos”, Stewart me contou no nosso primeiro encontro. “Além disso, em algum momento em breve vou querer ter um bebê. Realmente quero que isso aconteça.” Tendo visto esse desejo se solidificar em tantos amigos, Meyer e ela começaram a se preparar para as possibilidades de como querem engravidar e discutiram carregar os embriões uma da outra. “Não tenho medo de engravidar e nem de ter um bebê”, Stewart me conta. “Mas tenho medo pra caralho do parto, é loucura. Você já ficou drogada demais e precisou ficar de quatro de repente?” ela pergunta em relação à sensação de seu corpo estar operando além do seu controle. “Eu odeio isso. Quer dizer, fumo muita maconha, obviamente me automedico, mas não gosto de drogas pesadas. Já experimentei, e muito. Só não consigo lidar.” Mesmo assim, a ideia da gravidez é tão “radical” que ela acha que poderia enfrentar esse medo.

Agora, no entanto, ela não consegue pensar em criar nada, ou ninguém, antes de Chronology. Stewart espera estar na Letônia em março para as filmagens, ela adoraria chegar a tempo para gravar algumas cenas na neve. Ela me mostra o baralho de locações que montou, e então me pergunta se quero ver os vídeos, depois passa vários minutos mexendo em um controle remoto (“Sabe quando você está muito fora de si e fica tentando fazer a música tocar? Estou assim.” Finalmente, o vídeo começa, o enredo é resumido em uma montagem, o tom estranho, obscuro e exuberante. Ela é assim, é o que Stewart está tentando dizer. Ela só quer poder falar. Menos conversa, mais rock.

Então, desligo meu gravador. Bebemos mais algumas cervejas, o céu de Los Feliz escurece. Por fim, Meyer envia uma mensagem para saber o que está acontecendo e vamos para um bar alguns minutos na mesma rua e nos sentamos em uma cabine, comemos asinhas de frango e ninguém se aproxima além da mulher que anotou nossos pedidos. Stewart se senta ao lado de Meyer, que fala durante a maior parte do tempo (sobre livros, sobre escrever, sobre como essas são as melhores asinhas de Los Angeles ao ponto de não estar mais interessada em outras asinhas). De tempo em tempo, Stewart estica a mão para tocar gentilmente no pescoço de Meyer. Em um momento, elas vão para o lado de fora dividir o baseado que esteve atrás da orelha de Stewart e retornam sorridentes e carinhosas. Quando terminamos as asinhas e as cervejas, chamo um carro, e elas esperam do lado de fora comigo até ele chegar. As duas são boas de abraço.

Antes de nos despedirmos pela última vez, Stewart me pergunta de novo se eu sei o que vou escrever sobre ela, o que, é claro, não sei. Ela está certa: estamos nos preparando para o fracasso com essa coisa de história de capa. Identidade é tão maleável, uma série de escolhas feitas repetidamente para servir algo vago. Pode ser necessária muita força para abafar todo o barulho e chegar em um ponto em que você sabe fazer essas escolhas de uma maneira honesta. Então, é, acho que o que eu tenho a dizer é: Kristen Stewart é forte pra caralho — seja lá o que isso signifique.

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil