Kristen Stewart assumiu seu papel como presidente do júri internacional do Festival de Cinema de Berlim nessa quinta-feira (16). A atriz participou de uma conferência de imprensa e respondeu perguntas sobre seu critério para escolher o vencedor, sobre a atual era do cinema e muito mais. Leia:
Kristen Stewart disse que estava sentindo o peso total da responsabilidade de ser presidente do júri no Festival Internacional de Cinema de Berlim na conferência de imprensa de abertura na quinta-feira.
“Sendo completamente transparente, estou me tremendo um pouco. Não é um peso que eu não entendo por completo… Mas não estou em colapso, sou apoiada por um júri muito belo e talentoso”, disse ela.
“Mal posso esperar para ver quem somos ao fim desta experiência. É mais ou menos o que, ao todo, você quer que um festival faça. Estou pronta para ser transformada por todos os filmes e por todas as pessoas ao nosso redor. Acho que é por isso que estamos aqui.”
Ela esteve ao lado da atriz iraniana-francesa Golshifteh Farahani, da diretora alemã Valeska Grisebach, do diretor romeno Radu Jude, da diretora de elenco e produtora americana Francine Maisler, da diretora espanhola Carla Simón e do icônico diretor de Hong Kong e produtor Johnnie To.
Stewart foi questionada sobre seu critério para um filme vencedor. Sua resposta sugere que o campo está bem aberto sob sua visão de júri.
“É interessante estar “no comando” de decidir qual é o melhor filme. É uma noção tão efêmera. É um tanto óbvio que é bastante subjetivo. Podemos concordar que odiamos um filme, mas que a realização dele é surpreendente. E que o feito, a ambição, teve sucesso”, disse ela.
Ela relatou que o importante era “mitigar um pouco da polarização” e “se abrir para algo novo” como membro do júri.
“Goste você ou não, este festival em específico, é historicamente confrontante e político, de uma maneira positiva. E eu acho que é muito importante para nós nos desprogramarmos e nos abrirmos por completo para as novidades. Penso que a diversidade e a amplitude de perspectiva oferecerão algum material novo que pode ser desafiador e estranho de se adaptar, mas acho que o objetivo é escolher o que mais se destacar. Se não conseguirmos concordar que provavelmente é porque é muito bom, entende?”
A atriz ficou momentaneamente atordoada por uma pergunta sobre se havia algum filme ou diretor internacional contemporâneo que ela “gostava”. Stewart se descreveu como uma “idiota” quando não conseguiu pensar em nenhum nome imediatamente.
“Para ser honesta, eu não quero tomar o tempo ficando sentada aqui, atrapalhada, pensando em nomes de filmes e cineastas”, disse ela. “Sinto muitíssimo. Não tenho a melhor resposta para a sua pergunta, mas gostaria de considerar as bibliotecas de todos que estão sentados ao meu lado. Vai ser divertido. Mas, é, desculpa. Sou uma idiota. Não tenho uma grande lista de cineastas no meu bolso para você agora.”
Respondendo uma pergunta sobre se a reputação do festival por declarações políticas afetou a decisão dela de aceitar o papel como presidente do júri, Kristen Stewart disse: “É um prazer tão raro poder falar sobre sua obsessões que, no meu caso, são os filmes, quando você não está divulgando ou filmando um.
“Não foi minha decisão estar aqui, fiquei chocada que me ligaram. É uma grande oportunidade ajudar a destacar coisas bonitas em uma época em que isso é difícil.
“É trabalho de um artista pegar uma coisa nojenta e feia e transformá-la, vesti-la e produzir algo mais bonito e útil”, continuou Stewart. “Algo considerado e não apenas imediatamente reativo.
“Estamos vivendo em uma das épocas mais reativas e abaladas emocionalmente. Poder me sentar, ter um momento para divagar e ver o que as outras pessoas produziram… é uma oportunidade que eu não podia recusar.”
Stewart concordou com os comentários de Radu Jude sobre expandir o orçamento dos filmes. “Como fazemos os filmes, quem os consome, o quanto custam — estamos indo em direção ao esquecimento nesse nível”, disse Stewart, que descreveu a atual situação da indústria como “estúpida e vergonhosa”.
No entanto, ela continua a ser otimista. “Há uma necessidade vital e desesperadora em todos nós para criar algo, e vamos consumir o que o outro produz para sempre. Se você focar na parte da indústria, é fácil pensar: “Minha nossa, está desmoronando.” Porém, eu acho que existe algo vital que é inegável e nunca irá embora.”