Kristen Stewart participou de um bate-papo na quarta-feira (15) como parte do Festival de Toronto e falou sobre sua carreira e seu novo filme, que está em exibição no festival, Spencer. Além do bate-papo, Kristen também participou de entrevistas individuais com alguns jornais canadenses. Confira um resumo do bate-papo e alguns destaques da entrevista com o Q on CBC:

The Hollywood Reporter: Kristen Stewart, que interpreta a falecida Princesa Diana em Spencer, do diretor Pablo Larraín, diz que há uma grande diferença entre ela como atriz mergulhando no casamento de sua personagem e a própria Princesa.

Enquanto falava no Festival de Toronto na quarta-feira, Stewart refletiu sobre seu tempo interpretando Diana e explicou como sentiu o apoio no set do filme.

“Uma diferença entre Diana e eu, sobretudo, é que ela estava sozinha e eu não estava. Pessoas estavam me abraçando… eu tinha uma rede de apoio”, disse Stewart.

O filme de Larraín se passa em um longo fim de semana de Natal quando Diana decide terminar seu casamento com o Príncipe Charles. Stewart, embora efusiva em sua admiração pela Princesa Diana, reafirmou que ela e a falecida Princesa são pessoas diferentes, apesar da atriz de Hollywood ter uma fama similar após sua estreia na franquia Crepúsculo.

“Não havia um jeito de interpretar esse papel perfeitamente, portanto, foi mais fácil de não me sentir tão intimidada. Porque o único jeito de capturar algo louco é ser assim, e eu só podia ser a minha versão e esperar que tivesse aprendido tudo o que podia sobre ela e então misturar nós duas para fazer a melhor versão possível”, ela explicou sobre a alquimia necessária para interpretar Diana na tela.

Além da ajuda de um professor para acertar o sotaque britânico e das roupas, cabelo e maquiagem feitas pela equipe criativa de Larraín para interpretar a falecida Princesa, Stewart dá créditos para sua colaboração próxima com o diretor chileno para colocar Diana na tela.

“Você precisa ser humano e não destruir sua equipe, não tirar vantagem das pessoas e artistas. Mas se sua intenção é boa, você realmente pode guiar uma pessoa e ela pode gostar”, diz Stewart sobre Larraín. “Como alguém que pretende fazer filmes, me senti renovada por ele e impressionada com seu compromisso. O comprometimento com sua visão, que também era bem particular e estranha, era feral e muito legal. Esses são os únicos tipos de pessoas que deveriam estar fazendo filmes.”

Ela também elogiou a diretora de fotografia, Claire Mathon – outra veterana no time criativo de Larraín – junto com a figurinista Jacqueline Durran, o cabeleireiro e maquiador Wakana Yoshihare, e o designer de produção Guy Hendrix Dyas.

“Claire é um gênio. Ela é uma mulher de poucas palavras, mas tão atenta. Ela não está pensando no resultado enquanto está trabalhando. Ela está recebendo. Eu poderia me levantar e correr até o outro lado do cômodo e de alguma forma ela estaria na minha frente antes que eu chegasse lá”, Stewart lembra.

“Algumas pessoas estão muito presas dentro de suas próprias mentes – composição, luz e o que querem que você faça – versus o que você vai dar para eles”, ela adicionou.

Indiewire: Conversando em um bate-papo exibido como parte do Festival de Toronto, Kristen Stewart disse que não havia lido o roteiro de Spencer, escrito por Steven Knight, antes de dizer a Pablo Larraín que estava interessada em interpretar o amado ícone britânico.

“Ele me ligou. Primeiramente, eu não havia lido o roteiro, e ele propôs essa ideia e disse que estava fazendo um tipo de poema em um tom estranho sobre a Diana, e perguntou se eu estaria interessada ou não em abordar o assunto antes de enviar o roteiro”, ela disse. “Meio sem pensar, e de forma muito irresponsável, eu disse: ‘Sim, absolutamente.’”

Stewart disse que normalmente ela está confiante quando aceita um papel, mas quando disse sim para Larraín, ela não estava. A atriz adicionou: “Eu poderia ter completamente estragado tudo.”

“Antes de dizer sim ou não, eu pensei: ‘Quem é você se não disser sim?’” Stewart continuou.

Spencer faz uma abordagem lírica à história de Diana, descrevendo-se como uma “fábula” que se passa em três dias tumultuosos em 1991 antes do divórcio da Princesa e do Príncipe Charles. Essa abordagem funcionou bem com as sensibilidades de Stewart.

“Meus tipos favoritos de filmes são os que exploram e cultivam o caos controlado, é assim que você descobre coisas que valem a pena fotografar”, disse a atriz, adicionando que ela não sentiu pressão para interpretar uma Diana perfeita.

“Ela é como um fio elétrico e alguém que tem uma energia incrivelmente encantadora, casual, contagiante, empática e calorosa, mas ao mesmo tempo você sempre sente que há algo errado – ela está protegendo uma coisa”, disse Stewart. “Você nunca sabe o que vai acontecer. Ela entra em um cômodo e a terra começa a tremer. Então, eu sabia que não havia um modo perfeito de interpretar isso e, portanto, foi mais fácil. Ou ao menos mais fácil de não ficar tão intimidada e assustada. Eu só poderia ser a minha versão e esperar que aprendi e absorvi tudo sobre ela, combinar nós duas de um jeito estranho e então fazer a melhor versão.”

Havia uma coisa sobre Diana que Stewart sabia que precisava acertar: Sua experiência como mãe.

“Acho que seu poder e força da natureza imbatível realmente aparece quando ela está com as crianças. Ela não era muito boa em se proteger, mas era ótima em protegê-los”, ela disse. “Se você não conseguir acertar nisso, você não acerta ela.”

Entertainment Weekly: Por todos os relatos críticos, Kristen Stewart fez a mãe de todas as interpretações da Princesa Diana em Spencer, de Pablo Larraín, e fez dando atenção digna de realeza ao instinto maternal do ícone falecido.

A atriz de 31 anos revelou em uma discussão virtual na quarta-feira durante o Festival de Toronto que ela era “alheia” à monarquia britânica quando criança, mas pesquisar a vida de Diana como mãe para o Príncipe William e Príncipe Harry deu para ela as “impressões mais fortes” de quem Diana era como pessoa.

“Era a única coisa em sua vida que ela tinha certeza. Ela queria se sentir incondicional sobre algo. Seu poder e força da natureza imbatível realmente aparecia quando ela estava com as crianças porque ela não era muito boa em se proteger, mas era ótima em protegê-los”, Stewart contou para o público. “Como uma pessoa de fora, eu consegui sentir. Queria proteger isso e foi uma coisa estranha sobre esse filme porque se você não acerta essa parte, você não a acerta.”

Ela descreveu Diana como alguém que as pessoas “se atraiam” naturalmente por causa de partes diferentes de sua personalidade, incluindo uma “mistura estranha de desejo e bondade extrema”, o que a levou a ser tão vulnerável quanto defensiva em entrevistas.

“Ela mostra o que sente como ninguém. Sinto que ela não consegue esconder nada, e mesmo assim não sabemos nada sobre ela. Diana é alguém que você apenas se atrai”, Stewart continuou, adicionando que as liberdades artísticas de Spencer – que segue uma imaginação fantasiosa do feriado de Natal de Diana na casa de Sandrigham, onde ela decide terminar seu casamento com o Príncipe Charles (Jack Farthing) – se comunicam com o legado de Diana.

“Ela oferece um terreno incrivelmente exuberante e complicado para fazer arte. Ela é alguém que é tão inspiradora e que mudou o mundo, e me perguntam muito se é ou não legal tentar contar a história de alguém que não está mais aqui, alguém que já foi tão invadida e roubada”, ela disse. “Nós realmente não declaramos saber de nada ou apresentamos novas informações, toda sua força e missão foi o que precisávamos para nos juntar e encontrar conexão.”

E sua abordagem funcionou até agora: os críticos aclamaram a performance como uma das melhores do ano após a estreia do circuito de festivais, com Stewart ganhando atenção considerável na corrida do Oscar como resultado.

Sobre trabalhar com as crianças: “Tive sorte, eu realmente gostei deles. Eles eram muito inteligentes, legais, engraçados e doces. Realmente se abriram para essas experiência de um jeito muito bonito. Eu estava com medo de algumas coisas. Obviamente o sotaque é assustador, mas tecnicamente, se você tem tempo, você aprende qualquer coisa. O sotaque é difícil, mas eu não posso fazer crianças gostarem de mim, elas têm que fazer isso, não posso controlá-las. Posso controlar todo o resto, mas essa era a carta coringa. Por isso que, para mim, é a coisa mais legal quando os três estão juntos. Eles são ótimos atores e crianças adoráveis. Há uma cena no filme, uma onde temos que acender velas e não é escrita com tantos detalhes, mas tínhamos que seguir esse padrão. De primeira, saímos do roteiro e ficamos brincando. Mas eles sabiam bastante porque são ingleses, cresceram com essa cultura onde estão bem cientes da família real. Há algumas falas que se fossem ditas por qualquer adulto seriam muito óbvias, mas parecem muito honestas com essas crianças.

Em um momento, Harry pergunta: “William, você quer rei algum dia?” Não sei se eles se sentam e falam sobre isso, talvez sim. Devem precisar falar em algum ponto. Foi legal segui-los, acho que não há uma resposta melhor. Tivemos sorte que eles eram rapazinhos muito bonitos.”