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Kristen concedeu uma entrevista por telefone para a revista Rolling Stone, onde ela fala sobre o vídeo-clipe que ela dirigiu em Nashville e sobre a experiência. Confira:

Para se familiarizar com Kristen Stewart – ela possuiu um papel pequeno em um filme de vampiros, talvez você tenha visto – basta saber que ela não se sente confortável no centro das atenções. Ela é um alto-falante cinético, elíptica e na maioria das vezes auto-depreciativa, então talvez não seja uma surpresa que aos 24 anos, ela já está fazendo o outro movimento para detrás das câmeras. Como parte do contínuo Blank Check Series, a marca Buffalo David Bitton ofereceu à Stewart uma quantia modesta, porém não revelada, de dinheiro para “embarcar nessa nova jornada criativa”, na qual a estrela de Twilight co-dirigiu um vídeo clipe para sua amiga Sage Galesi, da banda de country-rock Sage + the Saints.
“Eu venho dizendo que quero dirigir filmes desde que eu tinha 10 anos,” diz Stewart, no telefone de algum lugar em New Orleans, onde ela está atualmente filmando American Ultra. “E então eu comecei a fazer filmes e trabalhar com tantas pessoas incríveis que eu percebi o que eu estava enfrentando. Então foi como, de jeito nenhum, agora eu vou ganhar mais atenção do que eu deveria por causa de quem eu sou. Basicamente, sou grata à Sage, porque ela estava falando ‘Eu tenho essa coisa, ninguém poderia contar a história melhor do que você… apenas faça e deixe de ser tão chata.”
Então Stewart, junto com o diretor David Ethan Shapiro da Starlight Studios, o cinematógrafo/editor James Gallagher e alguns amigos em comum foram para o Tennessee por cinco dias em fevereiro para filmar o clipe de “Take Me to the South”, música inclusa no EP de 2013 (I Will Lie) da banda. Filmando pela cidade de Nashville, Stewart e Cia filmaram no estilo documentário, Galesi se apresentando no High Watt, tocando nas ruas do centro da cidade e curtindo com amigos na parte de trás de uma caminhonete. “Nós queríamos que fosse como um vislumbre de sua vida,” explica Stewart. “E isso é muito difícil. Assim que você começa a filmar, todos se transformam em cervos nos faróis.”
O vídeo de “Take Me to the South” estréia no fim do mês. Enquanto isso, Stewart junto com Galesi e Shapiro, estava entusiasmada em discutir sua estréia como diretora por meio de uma ligação: “É tão legal fazer entrevistas diferentes das que estou acostumada.”

Sua costar de Twilight, Nikki Reed, produziu um vídeo da música “Edie Sedgwick”, dos dias solos de Sage, certo?
Foi assim que nos conhecemos, sim, foi no set de um filme em Vancouver sete anos atrás, e nós nos tornamos muito boas amigas.

O vídeo tem uma sensação caseira improvisada. Qual, se há alguma, narrativa você fez?
Sage vivia disso; nós não fabricamos nada. Eu queria que o vídeo fosse realmente capturado e encontrado, ao invés de montado e executado. A história é que ela é incrivelmente corajosa para ser essa pessoa de L.A. que não sai com pessoas que escutam músicas country – e de repente ela percebe que quer ser uma artista country e dirige até Nashville sozinha para ver se ela conhece algumas pessoas e consegue formar uma banda. E ela fez isso tudo. Foi tão fácil, assim que ela me apresentou a ideia. Eu estava tipo, bom, isso é o vídeo. Está feito. Basicamente, eu não queria que parecesse… Digo, ninguém quer que sua coisa seja pretensiosa, mas eu não queria que parecesse como se estivéssemos tentando ser legais. A música country não é legal. É verdadeira e doce.

Você é fã de country?
Não. Isso é tão engraçado. Isso é algo que Sage e eu não temos em comum e basicamente tudo da nossa amizade é… nós temos muito em comum. Então eu estava tipo: O que? Você quer fazer uma música country?

Você fez algo para se preparar?
Bom, eu sentei e assisti muitos clipes country antes de começar a fazer isso. Eu realmente não vi algo que realmente estava se esforçando para estar ali. Mas eu preciso explicar o que eu disse: Eu não estava falando da música country em geral. A música country que Sage está tocando – ela não está tentando ser legal. E a história foi tão clara para nós, eu não precisei olhar em mais lugares para ficar inspirada. Também, você vai para Nashville e as pessoas comem, respiram e dormem música country, então estar lá foi essa coisa transformadora. Todos os nossos amigos estavam tipo ‘Hey, baby, hey, querida, como você está?’ É uma coisa realmente contagiante e um lugar muito acolhedor.

Qual foi o principal desafio que você enfrentou como diretora de primeira viagem?
É uma pressão diferente da que eu estou acostumada quando eu estou atuando. É esta tensão muito consistente, que nunca cessa. Considerando que, com atuação, há pequenas rajadas… você alivia pedaços de tensão para a câmera e, em seguida, você vai para fora e, eu não sei, espera para fazer tudo de novo. Mas não houve um segundo em que eu não estava sentada com a minha cabeça em minhas mãos. É sua responsabilidade fazer tudo isso funcionar e eu estava sempre preocupada se estava faltando algo. Oportunidades perdidas são as mais angustiantes, dolorosas e nauseantes. Como ator, seu trabalho é se perder no momento. Perder-se é a última coisa que você quer fazer como diretor, então isso vai contra meu instinto. Eu tinha que aproveitar a minha energia ao invés de explodir no set.

Sage e David, como vocês descrevem a técnica de Kristen?
Shapiro: Ela é muito apaixonada. Ou ela ama algo ou ela odeia.
Galesi: Ela foi natural. Ela era boa em não exagerar, mas certificando-se que certas batidas fossem capturadas e me dizendo em quais momentos eles estavam. A amizade tornou tudo mais fácil porque ela podia me dizer algo muito facilmente.
Stewart: Foi tão engraçado quando eu fazia a Sage fazer as coisas mais de uma vez. Foi uma experiência estranha porque eu nunca queria ter feito aquilo. Mas houve momentos em que eu a fiz repetir alguma coisa 10 vezes. Na maioria das vezes parecia que estávamos fazendo um documentário e então pareceu com um filme.

Em qual cena?
Stewart: Fizemos tantas vezes essa parte em que ela está olhando por cima do ombro e parecia planejado, como se ela estivesse bem na hora. Mas então eu a peguei nos bastidores para um show e ela estava olhando para esse cara e ela não tem uma queda por ele necessariamente…
Galesi: Vamos deixar bem claro que eu não tenho uma queda por aquele cara!
Stewart: Sim, aquilo foi outra coisa que foi inventada. Enfim, basicamente ela está lá olhando o cara tocar e ele representa tudo que faz Nashville tão diferente de qualquer coisa que crescemos em Los Angeles – porque ele é tão country e eu adorei apontar a câmera para ele. Eu a peguei olhando para ele e está em silhueta então você está se esforçando para ver mais, o que eu amo porque ela está tendo esse momento particular. E eu estava tipo: “Hey, Sage, o que você está fazendo? Está sendo tão óbvia.” E ela estava, “O que? Não!” Corta. Pegamos.

Você trabalhou com uma lista impressionante de atores e diretores: David Fincher, Sean Penn, Jodie Foster. Tem alguém que você aprendeu muito e tentou canalizar aqui?
Digo, especificamente, não, mas absolutamente tudo que eu fiz mudou meus desejos. Soa ridículo nomear essas pessoas, mas Walter Salles (On the Road) e Sean Penn (Into the Wild) trabalham do mesmo modo em que eu gostaria de trabalhar. É sobre sempre, sempre, sempre ser capaz de cheirar algo e se recusar a comer. Você honra tanto o que você está trabalhando que fazer uma paródia disso soa errado. Esse é o sentimento que esses caras possuem. Eu me sinto tão segura com eles como atriz, porque eu sei por um fato que eu posso tentar coisas e me deixar levar e eles nunca vão me deixar fazer algo falso. Eu definitivamente quero explorar essa avenida da minha vida e esse é o jeito que eu quero fazer.

Você tem algum plano de dirigir algo no futuro?
Eu tenho trabalhado muito recentemente. Eu definitivamente preciso de um descanso e reorientar minha mente, porque se eu vou colocar tanto tempo em uma coisa, tem que ser algo em que eu vou morrer por isso. Tem alguns curtas que eu escrevi que eu realmente quero fazer. Eu provavelmente vou seguir em frente e me dar mal um pouco. Tipicamente você pode jogar algumas coisas na parece e ver o que cola. Você não tem pessoas olhando para isso e falando ‘K-Stew está fazendo um filme!’ É embaraçoso. Eu tenho que descobrir com quem eu quero trabalhar. Esse video é de nós quarto – eu, Sage, David e James – colaborando, e não eu querendo dizer que dirigi alguma coisa. São pessoas, por falta de palavra melhor, “vibrando.” Um diretor é tão bom quanto às pessoas que ele trabalha. Eu tenho que descobrir quem são os meus garotos.

Fonte | Tradução: Mari – Equipe Kristen Stewart Brasil