Jeff Leins, crítico de cinema, teve acesso ao roteiro do filme On the Road, e escreveu sobre ele.
Atenção: O artigo está CHEIO de spoilers.
Em 1951, depois de três viagens cruzando o pais, Jack Kerouac escreveu seu romance definitivo: On the Road. O livro, narra sua aventura (como Sal Paradise) com Neal Cassady (renomeado Dean) pelas experiencias de vida com drogas, sexo, jazz e poesia. Agora o romance está se tornando um filme, 31 anos depois de Francis Ford Coppola obter os direitos.
Filmar a atrasada adaptação está finalmente a caminho. Walter Salles, responsável por ‘Diários de Motocicleta’ que carrega uma temática similar de encontrar a você mesmo na estrada, está dirigindo um elenco estrelar e Coppola é produtor executivo. Para celebrar, eu li os rascunhos dos roteiros de Junho de 2005 e de Maio de 2010 escritos por Jose Rivera, que colaborou com Salles em ‘Diarios’ com uma merecida indicação ao Oscar. Claro, isto é apenas uma avaliação dos rascunhos e não o filme não-concluido:
O roteiro começa com um apartamento no Queens, onde o pai de Sal Paradise dá seu último suspiro com um cigarro e morre nos braços do filho. No funeral, está claro que é um momento essencial de sua vida adulta; o doce começo de um novo capitulo. Sal (Sam Riley), descrito como uma “ ex-estrela do futebol universitário agora um romancista lutador,” bebe sua tristeza com seu amigo “ninhado, magrelo” Carlo Marx (interpretrado por Tom Sturridge), também um escritor sofrido. (Marx é o alter ego de Allen Ginsberg.)
Juntos eles são apresentados a Dean Moriaty (Garrett Hedlund), vestindo nada além de um “ sorriso sedutor decorado” em seu lindo rosto. Esta entrada nua é um firmamento instantâneo da despreocupação de Dean, atitude sensual, encontro similar ilustrando a erosão grupal com “furiosa testosterona, energia e apetite” com tempo e maturidade.
Partindo de rascunhos anteriores, Rivera inclui os primeiros momentos da amizade de Sal com o carismático Dean, que tem uma profunda e inspiradora influencia nele, ao invés de pular para a relação já em progresso. Está é uma mudança fundamental porque o rascunho mais novo foca em como o laço deles arqueia na viagem exploratória, ao invés da história de Sal na procura de consolo e inspiração.
Os dois tornam-se amigos muito rápido, mas Sal quase desenvolve uma adoração heróica de Dean que o cega do egoísmo presunçoso e comportamento sem juízo do amigo. Rivera compara Dean a Jesus na última ceia quando ele passa um copo de café com Benzendrine e começa outro papo existencialista em um clima “benny”. É uma das muitas brincadeiras de se drogarem descontroladamente, exuberância juvenil, muitas vezes celebração de suas liberdades ou precursores de fantasias sexuais (ménage à trois, orgias, nudez pública, e experimentação homossexual). Essas brincadeiras desenfradas servem como um contraste para uma atormentada sociedade pós-guerra e inibida por princípios conservadores.
Na primeira viagem de Sal ele encontra Terry (Alice Braga), uma bonita garota mexicana, em um onibus para Los Angeles e eles compartilham de carinho durante a viagem. Quando ele se depara com a probabilidade de se tornar um homem de família do campo, Sal parte, pois ainda não está pronto para se estabelecer.
Mulheres vem e vão pela vida deles, geralmente relacionadas a Dean, mas representam algo muito diferente para ambos. Por exemplo, Marylou (Kristen Stewart) é apresentada como a esposa de 16 anos de Dean (nua, é claro) e um espírito livre, ninfa sensual entre os garotos. Mas Sal tem um interesse imediato em sua “sutil beleza natural” e eles flertam, e eles trocam olhares animados e assanhados e falam de morar juntos.
A outra esposa de Dean, Camille (Kirsten Dunst), incorpora a responsabilidade que ele deixa pra trás na estrada, é a imagem de Sal sobre uma vida eventual e feliz em família.
Na estrada de novo, Dean, Sal e Marylou encontram o afável Ed Dunkel, sua esposa severa Galatea (provavelmente Elisabeth Moss), o “maravilhoso drogado” Old Bull Lee (Viggo Mortensen, descrito com “35 indo pros 95”) e sua “uma vez bonita” esposa Jane (Amy Adams). Entre os dois casais, Sal aprende como fazer uma relação durar e tem suas primeiras realizações em encontrar sua mulher adequada.
Rivera emenda pedaços da prosa poética de Kerouac com a historia da era da auto-descoberta de Sal, mas faz o roteiro seu. Um pouco sobre a aversão do escritor e o contexto histórico de suas explorações selvagens são a marca, mas talvez mais impressionante é seu controle nas energias das personagens, da espontaneidade da gradual desilusão de Sal
Salles, Coppola, e o talentoso elenco tem muitas espectativas para o filme de 2011, mas o roteiro de Rivera deveria ser maior e a melhor razão para procurar por On The Road.
Fonte | Tradução: Raquel – Equipe Kristen Stewart Brasil