Kristen Stewart é capa da edição de primavera da revista Who What Wear e conversou com a amiga e ex-colega de elenco em The Runaways, Riley Keough, para o recheio. Confira abaixo as fotos, vídeos e a entrevista traduzida:

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Riley Keough: Oi!
Kristen Stewart: Ei, e aí?
RK: Minha nossa, estou tão feliz em te ver. Onde você está?
KS: Na minha casa.
RK: Muito legal.
KS: Deixar a responsabilidade de conduzir algo legível em nossas mãos é engraçado. Pensei duas vezes… Tipo: “Legal, posso falar com a Ri por 50 minutos. Parece bom.” Mas então lembrei: “Espera, queremos que as pessoas tenham conhecimento do que foi falado?” Nada de bom sairá daqui.
RK: Tudo bem porque eu tenho pautas, então vou segui-las. Bem, primeiramente… pude ver este filme incrível enquanto estava de cama com COVID, o que foi uma experiência bem maluca porque sonhei que um demônio tinha possuído meu corpo. Estou na Inglaterra. Fui para a cama e liguei para minha curadora de energia quando acordei dizendo: “Literalmente acabei de sonhar que um demônio possuiu o meu corpo e começou a desejar matar pessoas.” Recebi o seu filme nesse dia.
KS: O desejo de matar era um fato, tipo na realidade do sonho, ou você sentiu a necessidade de matar?
RK: Não acredito que estou dizendo isso em uma entrevista. Nunca contei isso para ninguém além da minha terapeuta, mas era como se um demônio tivesse tomado conta do meu corpo, tipo: “Rawrrr!” Ele estava ameaçando pessoas e eu não sabia o que estava acontecendo. Foi muito maluco. Parecia que havia outra entidade no meu corpo.
KS: Como se você estivesse fora de controle.
RK: Totalmente fora de controle.
KS: Tipo ‘Quero Ser John Malkovich’. Que merda!
RK: Eu acordei com COVID, então talvez tenha sido o vírus entrando de maneira agressiva no meu corpo nos meus sonhos. Então tive que assistir Love Lies Bleeding. Foi tão intenso, mas maravilhoso. Pensei: “Isso é ótimo. Pelo menos não estou sozinha.”
KS: Eu ia dizer que é loucura assistir sozinha. É um filme que você gostaria de assistir em um momento agitado com outras pessoas, em vez de ficar parada e sozinha.
RK: É muito bom, e também, você é muito boa.
KS: Obrigada, cara.
RK: Talvez não pareça para você, mas quando eu estava assistindo, você parecia tão livre na sua performance. Não sei se foi assim quando você estava atuando, mas pareceu muito… viva e livre.
KS: É estranho porque a personagem é meio paralisada, então, ao mesmo tempo, ela não é alguém livre ou acho que você não diria necessariamente que ela é.
RK: Não, ela não é, e por isso é tão estranho… Se eu tivesse lido o roteiro, teria interpretado a personagem de maneira muito mais restrita. Não consigo descrever, mas foi muito especial. Foi muito interessante e queria que você falasse sobre isso.
KS: Foi em um bom momento, pois envelhecer e escolher as coisas certas para você contribui para isso, porque me diverti muito. Eu não queria parar de filmar nunca. Queria que ultrapassássemos o cronograma. Tivemos sorte porque tivemos a chance de voltar e fazer “refilmagens”, o que realmente pareceu uma extensão do processo. O roteiro era preciso, mas tudo parecia maleável o tempo todo… [Rose Glass] realmente permitiu que as pessoas entrassem e habitassem este espaço de uma forma que é rara, e eu realmente adorei a oportunidade e fiquei obcecada pela Lou. Ela era alguém que eu realmente precisava defender o tempo todo… Ela é uma protagonista que é tão satisfatória porque todos nós temos esse demônio e esse monstro lá dentro que diz: “Talvez eu possa ser horrível. Talvez eu possa me assustar muito.”
Além disso, em questão de tom, essa pessoa é alguém que não está acostumada com os olhares, então há uma coisa estranha e irônica que acontece nesse filme para mim. Estou tão ciente do fato de que ela geralmente não é a personagem principal. Sempre que a câmera está em mim, e na Lou, penso: “Espera, tá de sacanagem?” Estou me divertindo e provavelmente foi o que você sentiu. Ela é fechada, estranha, bruta e precisa de muita terapia, mas foi tão divertido interpretar a pessoa boa e afável que… não precisa ser moralmente decente ou que passe por algum processo que faz todo mundo se sentir bem em relação aos filmes e histórias que contamos sobre mulheres. Fiquei muito animada com o quanto o papel era diferente, divertido e sexy de uma maneira “foda-se”. Pensei: “Rose, quem é você?!”
RK: Me surpreendi constantemente com esse filme e com a sua personagem. Pensava: “Ok, é isso. Essa é a personagem”, e então era diferente. Você trouxe tanta textura para ela. Sabe quando você assiste algo e pensa: “Ah, não teria pensado nisso. Não teria feito assim”? Amo quando assisto performances desse tipo. Há momentos em que você é tão engraçada.
KS: Me sinto assim em relação a você o tempo todo. Não é sem sentido. É reciprocidade verdadeira. Me sinto assim genuinamente sempre que assisto você em um filme.
RK: Obrigada! Não foi… o que eu esperava, o que eu teria feito ou escolhido, então realmente amei assistir você.
KS: Rose tinha que me lembrar consistentemente do tom, porque eu sempre diminuía e ela dizia: “Não, não.” Ela nos levava em direção ao balístico, tipo, bombástico. O quanto a Anna Baryshnikov é boa no filme?
RK: Minha nossa, eu pensava: “Essa menina é tão doida.” A atuação foi muito boa. Todo mundo era psicótico.
KS: Ela me impressionou tanto ao vivo. Tenho tendência a provavelmente ser irritante para diretores. Levo as coisas de forma muito literal no momento por algum motivo, então depois de alguns dias, digo: “Não sei por que fiquei tão presa naquilo. Sinto muito mesmo. Era um detalhe tão irrelevante.”
RK: Às vezes, a atuação é como se você estivesse bêbada ou algo assim porque você não está completamente dentro de si. Eu me comporto de maneiras que não são normais e fico com a visão totalmente focada. É tipo: “Sinto muito pelo meu comportamento.”
KS: É, você vai dormir de noite e percebe quando acorda, assim como acontece se você foi idiota enquanto estava bêbada.
RK: Como foi a preparação para esse filme?
KS: Bem normal. Lemos o roteiro algumas vezes juntas e provavelmente tivemos conversas diferentes sobre ele ao mesmo tempo. Todos falavam uns com os outros sobre coisas diferentes e não chegávamos em nenhuma conclusão esclarecedora. Na verdade, tive que fazer o contrário… Eu tinha parado de fumar antes das filmagens, então realmente foi uma merda voltar.
RK: Eu fiquei curiosa. Você estava fumando cigarros falsos?
KS: Não, eram de verdade.
RK: Pensei: “Não tem como ela estar fumando cigarros falsos.”
KS: Eca. Não consigo.
RK: São tão nojentos.
KS: São horríveis e eles não fazem fumaça. Entende? Eles ardem, entram nos olhos e você parece uma fracassada. Mas foi horrível. Foi parte da preparação.
RK: Por que você parou de fumar?
KS: Acho que é algo que todos devemos fazer em algum momento de nossas vidas.
RK: Você parou mesmo?
KS: Sim, não gosto de fazer promessas e tal, mas não gosto mais de fumar cigarros. A Lou fuma cigarros pra caralho no começo do filme, e Rose faz takes. Nós não fazemos as coisas três vezes. Foi divertido. Sempre fomos além. Esse filme tirou alguns anos da minha vida, mas valeu a pena. Eu o amo, mas não foi legal.
RK: Ok, vou olhar as perguntas na minha lista…
KS: No que você está trabalhando agora?
RK: Um filme em Londres. Estou ensaiando.
KS: Que legal. É um cronograma de ensaios muito legal e confortável. Que luxo.
RK: Sim, só trabalho oito dias ao todo, então tenho um tempo para relaxar.
KS: Exceto que não é relaxante trabalhar oito dias em um filme, porque então você pensa: “Ok, é melhor eu arrasar.”
RK: Não sei o que é, mas um papel coadjuvante é muito mais estressante para mim. Você sente isso?
KS: Sim, você se tortura porque põe tanta pressão no seu tempo limitado para passar algo. Recentemente precisei sair de um filme que sei que vai ser espetacular. É daqueles em que o roteiro é tão prosaico. É basicamente uma novela, daria para publicar. Os atores são dois dos meus favoritos atualmente, são jovens também. Eles são pessoas emocionantes que são incríveis pra caralho… Detalhes à parte, meu filme [The Chronology of Water] acabou de receber financiamento.
RK: Fiquei sabendo! Devemos falar sobre isso. Que emocionante. Depois de quanto tempo tentando?
KS: Por mais ou menos três anos… Mas estive segurando essa ideia por seis anos. Foi quando começou o processo de adaptação. Fui para a Letônia. Cara, espacial e ambientalmente, essas áreas do planeta estão se abrindo para nós e para a história de uma forma tão viva, e é tão oficial para mim porque faz tanto tempo. Eu vou abrir a porta certa e surtar. Só de saber as pessoas que estão nos ajudando a fazê-lo, a equipe que montamos, o elenco atual, a maneira como está se desenvolvendo… Tudo isso, o quanto a Imogen [Poots, atriz principal] está comprometida há tanto tempo, parece mais pessoal. Sinto que criei um corpo vivo fora do meu. É um clichê tão grande, mas parece um animalzinho levado, e estou tão orgulhosa quanto com medo… tipo, completamente Frankenstein.
Estou com medo de onde pode nos levar, mas também estou incentivando a irmos até o limite. Acho que a Imogen aguenta, ela é forte o bastante fisicamente. Ela está no momento perfeito da vida. Estou tão feliz por ter demorado tanto porque as coisas se abriram de uma maneira que vai criar um filme melhor. Eu acho que é… o timing perfeitamente exato, e estou muito animada. Vai ser rápido. Três meses e acabou.
RK: Vai acabar, então aproveite cada momento estressante. As duas coisas na minha vida que tiveram um timing divino, até agora, foram o nascimento da minha filha e dirigir o meu filme. Realmente acontece quando deve ser e é tão estranho. É uma coisa realmente mágica que não aconteceu tantas vezes em outras partes desse trabalho, como a atuação e tal.
KS: Sim, porque você está colhendo alguma coisa… Outras pessoas geraram a coisa. Você pode encontrar áreas para encaixar sua pessoa, sua personalidade e vida interior, mas é exterior. Você passa por alguma coisa do lado de fora. É um impulso autogerador tão diferente, semelhante ao do útero.
RK: Parece tão simples, mas é tão mágico ver algo sair da sua imaginação e se realizar… Olha, fazemos tantos rascunhos. Às vezes esquecemos o que deixamos e o que tiramos. Você está fazendo o seu trabalho, o que quer que seja como diretora, e então alguém entra segurando uma caneta amarela porque você escreveu: “Ela está segurando uma caneta amarela.” E você pensa: “Uau.”
KS: Uau, escrevi isso seis anos atrás. Obrigada por notar esse detalhe, pessoa.
RK: Essa coisa toda ganha vida e é tipo: “Uau, todas essas pessoas estão transformando minha ideia em realidade, que loucura.” É como mágica.
KS: É tão divertido falar com você sobre isso porque não conseguimos falar quando estamos dirigindo, então é tão louco colocar em termos básicos assim, em que você diz: “Como fiz isso?” Então é tomado e transformado em algo que vive e respira. Eu sei que é apenas um presente, mas realmente testemunhar… Isso é uma citação do livre: “Testemunhe a vontade.” Precisa de tanta vontade e disposição. Dirigir consiste em procurar pelas pessoas certas que querem algo tanto quanto você, e talvez você queira algo diferente, mas canalizar todo esse desejo é tão emocionante. Vocês vão dirigir um novo filme? O que vão dirigir agora?
RK: Estamos escrevendo três filmes porque somos confusas. Me sento e escrevo 10 páginas e penso: “É esse”, e então fico sem inspiração para continuar escrevendo por um mês e volto para o outro. Estou me permitindo ser lírica e emocional no meu processo de escrita porque é o melhor jeito de escrever para mim.
KS: Sinceramente, há muitas maneiras de entrar na história. Para mim, é sempre detalhe versus qualquer coisa abrangente, e isso provavelmente é minha fraqueza e minha força, o que faz sentido porque sou atriz. Acho que é algo que não devemos evitar, especialmente se você trabalha com roteiristas ou está cercada de pessoas que têm uma abordagem mais prática. É fácil ficar com inveja disso, mas também é muito legal poder dizer: “Sim, mas os meus momentos brilham pra caralho.”
RK: Sou roteirista autodidata como você. Não fiz faculdade para escrever roteiros e levei um minuto para aprender… bem, um minuto tem sido dez anos. [Risos]
KS: Você está tipo: “Desculpa, por que estou sendo modesta?”
RK: [Risos] “Na verdade, sou profissional.” Levei muito tempo para encontrar o equilíbrio entre o que funciona para mim e a estrutura. Não consigo escrever com a estrutura em mente. Tenho que escrever do meu jeito, e então…
KS: Encontrar um esqueleto para suporte. Esses momentos que você gosta de sonhar estão todos conectados. Não estão desconectados. Deixe eles livres, então você pode encontrar uma maneira de juntá-los.
RK: Total. Eu sou um pouco disléxica e muitas vezes escrevo o fim primeiro, é o que funciona para mim. Só sigo o caminho que me leva. Não fico sentada pensando: “Ok, vou trabalhar das 15 às 16h, só vou escrever.” Não consigo.
KS: Meu cérebro funciona melhor pela manhã. Eu adoraria viver aquela vida romantizada de escrever durante a noite, mas acordo pela manhã, me comprometo e não digo uma palavra até terminar.
RK: Tenho uma coisa engraçada em que sou um monstro em um avião.
KS: Eu também! Acabei de fazer isso. Li o livro de capa a capa, fiz uma revisão completa e escrevi três cartas de amor para atores.
RK: Eu preciso voar uma vez por semana porque escrevo tanto em um avião. Sei lá. Talvez por estarmos mais perto de Deus.
KS: [Risos] Uau. Enfim, mal posso esperar para encontrar a coisa certa para fazermos juntas. Além disso, penso em nossas empresas como irmãs, é muito fofo. Dizemos: “Vamos ler tudo de vocês. Podem ler os meus?” Sinto que somos novatas… não de um jeito modesto, mas só acho que nós duas vamos longe com essas coisas. Mal posso esperar para crescermos juntas.
RK: Aw.
KS: Eu imagino duas casas e penso: “O que elas estão fazendo para o jantar? O que tem na cozinha?” Estou tão curiosa para saber o que vocês estão cozinhando, cara.
RK: É realmente inspirador assistir seus amigos trabalharem bem. O que nos leva de volta a Love Lies Bleeding porque eu pensava: “Eu amo meus amigos. Eles são tão talentosos!”
KS: Não é o melhor sentimento do mundo? Tenho muita sorte.
RK: Eu amo me sentir dessa forma porque essa indústria pode ser tão competitiva, especialmente quando lembro dos meus 20 anos fazendo testes contra todas essas meninas e como eu me sentia… como era ser comparada a elas.
KS: O palavreado em torno das atrizes era muito mais desagradável naquela época.
RK: Era uma época maluca. Também era uma época em que éramos tão radicais. Cada papel que conseguia, eu pensava: “Não sou essa pessoa.” Todas as personagens eram garotas perfeitas. Todos os papéis eram a garota loira perfeita. Elas eram todas iguais, e eu dizia: “Não posso interpretar isso. Não consigo. Não é minha especialidade.” Eu ficava tão frustrada, porque nunca seria esse tipo de garota.
KS: Bem, esse tipo de garota não existe. É um arquétipo que deixa as pessoas confortáveis, e algumas pessoas na vida real interpretam essas garotas. Em algum ponto, fica muito difícil. Não acho que seja sustentável.
RK: Acho que por isso você era tão emocionante… Você interpretava as personagens principais, mas do seu jeito. Isso é muito mais comum agora. Os papéis para nós são mais complexos, mas é que torna todas as suas atuações tão poderosas e por que elas se conectam tanto… as meninas estavam assistindo uma menina que não viam sempre.
KS: Eu tentei interpretar aquela garota também. Tentei quando deveria.
RK: Sim, mas simplesmente não há uma parte daquilo em você. Enfim, estou feliz por termos mais oportunidades hoje em dia… Quando você vai filmar o seu filme?
KS: O fato de estarmos no telefone agora é tão… Vai me fazer vomitar porque estou ocupada e preciso fazer outras coisas agora. Estou esperando pela neve. Nos meus sonhos, posso escalar atores para os quatro papéis principais muito rápido, vamos fazer uma dança da neve e torcer por uma tempestade antes de entrarmos em preparação completa para que eu possa fazer uma pré-filmagem. Praticamente só preciso de uns quinze filhos da puta no meu set. Podemos fazer tudo tão pequeno. Vamos filmar em 16 milímetros. Quero filmar um pouco do cenário antes de começarmos. Eu quero criar uma vibe e dizer: “Acreditem, é tudo o que precisamos daqui pra frente a menos que tenhamos dias maiores.” Então, torça pela porra da neve… No geral, essas duas sequências vão nos fazer parecer um filme maior, e se não conseguirmos, vamos começar no dia primeiro de abril.
RK: Bem, isso é muito emocionante. Estou muito feliz por você.
KS: Eu sei! Estou muito assustada e animada, parece que estou vivendo em uma simulação. Não é real e nada importa. Além disso, o sentimento muda dependendo da hora do dia. Pela manhã, eu acordo e literalmente: “Me sigam até o inferno, filhos da puta. Posso fazer qualquer coisa.” À noite, se estou sozinha em um quarto de hotel, fico pensando por que disse para todo mundo que deveríamos fazer esse filme.
RK: Acho que esse é o espectro da direção. É tão intenso. Bem, não tenho nenhum conselho para você porque não sei o que estou fazendo, mas estou tão animada porque é uma aventura maluca.
KS: Queria que você estivesse lá. Não quero te contar, quero que você esteja lá. Vai ser divertido pra caralho. Precisamos fazer um filme juntas.
RK: Ok, vamos. Literalmente disse hoje de manhã para a Gina [Gammell]: “Precisamos encontrar algo para mim e Kristen fazermos porque seria muito divertido.”
KS: Sim! Ok, bem, vamos desligar o telefone. Acho que acabamos, né?
RK: Sim.

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Kristen Stewart e Rose Glass conversaram recentemente com o jornal canadense The Globe and Mail sobre Love Lies Bleeding. Leia mais:

ATENÇÃO: Contém spoilers!

Há uma sensação maravilhosa de sujeira neste filme que parece extremamente ligado a um certo período da cultura americana dos anos 80. Então me surpreendeu um pouco que tenha havido discussões iniciais para ambientá-lo em Glasgow.
Rose Glass:
Foi apenas no começo, quando eu estava fazendo um brainstorming com minha co-roteirista, Weronika Tofilska. Eu estava pensando onde poderia ambientá-lo no Reino Unido, porque fiquei bastante intimidada com a ideia de fazer um filme americano. Poderia imaginar a versão escocesa desses personagens, mas logo depois que começamos a desenvolver a história, com todas as armas e músculos, os Estados Unidos parecia o único lugar.

Sempre seria nos anos 80?
Glass:
Mudamos isso um pouco, mas tudo se resumia a como queríamos que fosse definido antes que todos estivessem nas redes sociais. Esses personagens estão isolados em suas pequenas cidades, e não poder se conectar com as pessoas nas redes sociais aumenta esse tipo de isolamento. E colocar algo no passado dá a você uma leve sensação de afastamento da realidade, as coisas assumem uma sensação mais mitológica e de fábula.

Kristen, o quanto disso foi a vontade de trabalhar com Rose e o quanto foi a oportunidade de brincar nesse ambiente completamente nojento?
Kristen Stewart:
Rose foi o ponto de partida, obviamente. Mas também interpretar alguém que é tão impotente e internalizada, e que se apaixona, o que é sempre uma experiência maluca para qualquer um. Se trata de acreditar em algo que não existe, como fantasmas — essa ideia efêmera que leva você ao limite, onde talvez você mate e morra por essa coisa. O filme também não tenta deixar você confortável. Somos parte de uma indústria em que a principal pergunta para nós sempre é: “O que vocês querem que as pessoas aprendam com o filme?” [Risos] Sei lá!
Glass: Sim, qual é a moral dessa história? [Risos]
Stewart: Esse filme sempre seria difícil de fazer, é grande, caro e não é fácil de descrever. Mas é uma evidência das curiosidades, do gosto e do comprometimento da Rose. E o fato de que a A24 a apoiou e permitiu que ela brincasse com algumas armas grandes. Eu só disse: “Posso brincar também?”

Existem algumas armas grandes no filme, tanto de forma metafórica quanto literal. É um filme violento, mas com um toque obscuro de diversão. Você suja um pouco suas mãos.
Stewart:
Há algo inevitavelmente adjacente à ejaculação ao disparar uma arma, sabe? Há muito simbolismo bastante óbvio e grande no filme.

Mesmo assim, o momento mais violento do filme não envolve nenhuma arma, e sim punhos, como quando a mandíbula de um personagem é reorganizada de forma criativa.
Glass:
Isso foi feito quase por completo digitalmente, embora o ator tenha ficado deitado coberto em coisas grudentas por um tempo. Mas eu disse para a equipe de efeitos digitais para irem com tudo, e então aquilo criou vida própria. É muito divertido fazer isso em um filme!
Stewart: Eu não sabia que ele ia ficar daquele jeito! Ele ficou desmontado de uma forma que me chocou na primeira vez em que assisti o filme finalizado. Que bom que eu não sabia durante as filmagens, porque teria interpretado aquele momento de maneira diferente — provavelmente caindo de joelhos e vomitando.
Glass: Acho que sua reação ainda é uma das minhas partes favoritas. Me faz rir demais.

Vou dizer que o momento tirou um ótima reação da minha sessão, e não é fácil deixar os críticos tão animados durante uma exibição para a imprensa pela manhã.
Stewart:
Minha nossa, sim [risos].

Rose, quando conversamos sobre Saint Maud, você disse: “As pessoas realmente querem ver uma menina cutucar uma ferida na mão dela? Acho que sim.” Neste filme, você precisou se perguntar se as pessoas iriam querer assistir um homem ser espancado ao ponto de perder parte da mandíbula, entre outros atos?
Glass:
Essa sou eu fazendo o que acho que é, na verdade, um filme incrivelmente comercial e bem sucedido! Com armas, mulheres, violência e sexo.
Stewart: É o que as pessoas querem, né?
Glass: Então todo mundo diz: “Isso é tão estranho!” E eu penso, como assim?
Stewart: É só um filme americano!
Glass: É como uma história em quadrinhos para adultos. Precisa parecer exagerado, melodramático e estranho.

Uma história em quadrinhos escrita por David Cronenberg, talvez.
Glass:
Bem, esse é um grande elogio!

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Kristen Stewart conversou com a Out Magazine sobre seu novo filme, Love Lies Bleeding, e sobre a representação queer no filme. Leia:

Love Lies Bleeding não é o tipo de filme queer feito para agradar o público heterossexual.

O thriller de Rose Glass segue duas mulheres suadas, sujas e muito complicadas cometendo crimes e se apaixonando em uma pequena cidade nos anos 90. O filme não evita revelar os lados violentos e sujos do amor, e não se restringe.

É exatamente como a estrela Kristen Stewart gosta.

No filme, Stewart interpreta Lou, a filha de um criminoso local e gerente de uma academia que conhece Jackie (Katy O’Brian), uma fisiculturista a caminho de uma competição em Las Vegas. Imediatamente, as duas mulheres não conseguem tirar os olhos e as mãos uma da outra.

A química de Jack e Lou explode na tela sempre que estão juntas. Desde o primeiro momento em que Jackie entra na academia usando suas roupas de malhar dos anos 80, Lou a deseja. Desde então, a atração entre as duas e o relacionamento só fica mais forte, mais físico e mais animalístico.

“Acho que ser uma grande ereção feminina, de uma origem tão natural, instintiva, física, impulsiva e real foi tão legal por não termos que explicar o nosso trabalho”, ela sorri. “Não tivemos que mostrar nosso trabalho. Não precisamos explicar por que temos a nossa conexão por conta do trauma compartilhado ou alguma conversa que foi o catalisador da nossa conexão cerebral. Tipo, não, eu queria transar com ela e foi o que aconteceu.”

“E tipo, não é o romance lésbico que estamos acostumados a assistir. E definitivamente não é a história de desejo feminino que já vimos”, diz ela, acrescentando que, é claro, Love Lies Bleeding é inspirado em filmes anteriores, mas ainda consegue ser único.

“Parecia que a conexão delas era o trampolim perfeito para uma história sobre se o amor tem ou não uma definição fixa. Acho que é dois lados de uma moeda muito violenta, sabe?” diz Stewart, acrescentando que duas pessoas separadas sempre terão visões diferentes. “Estamos juntas? Estamos projetando? Somos co-dependentes? O relacionamento delas é ruim, mas também é algo que vale a pena lutar.”

Stewart disse que a experiência de interpretar uma personagem lésbica que age e reage de forma tão visceral e física, e se apresenta de um jeito que mostra isso, foi um sonho que virou realidade.

“Minha nossa, é muito legal. Me fez parecer uma criança em um parquinho, mas no estilo de um livro de histórias, como você queria se sentir no parquinho. Parecia que eu estava brincando com meus amigos”, diz ela. “Foi muito físico. Parecia que qualquer lésbica poderia se relacionar. Tenho certeza de que o filme parece muito acionável, como se usasse as mãos, sabe? Era assim todos os dias.”

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Em entrevista para a CNN, Kristen Stewart comentou como foi trabalhar com Rose Glass, diretora de Love Lies Bleeding, e o que aprendeu com ela. Leia mais:

Fazer um filme acontecer é difícil. Pergunte para Kristen Stewart.

Sua estreia como diretora, The Chronology of Water, esteve presa no inferno do desenvolvimento, lutando para encontrar financiamento, chegando ao ponto em que ela tomou uma atitude em janeiro e disse para a Variety que não faria outro filme até fazer o dela.

Enquanto a indústria avalia essa ameaça, o público pode aproveitar as próximas atuações de Stewart em Love Me e Love Lies Bleeding, duas histórias muito diferentes em que as personagens dela se apaixonam perdidamente e fazem escolhas questionáveis para manter o romance vivo.

O último, um pedaço recheado de cultura americana escrito e dirigido pela britânica Rose Glass, chega aos cinemas dos Estados Unidos neste mês e apresenta Stewart no papel de Lou, uma gerente de academia apaixonada por uma aspirante a fisiculturista, Jackie (Katy M. O’Brian). O caso de amor entre as duas é ameaçado quando se envolvem na família criminosa de Lou, liderada pelo grisalho Ed Harris, que comanda a pequena cidade em Novo México nos anos 80.

O thriller, como Bonnie e Clyde no estilo dos irmãos Coen, é tanto cinema retrô quanto futurista, um romance queer com sujeira por baixo da unha que pulsa com intenções violentas. Além de mais um mostruário para Stewart, a atriz contou para a CNN que aprendeu muitas coisas trabalhando com Glass. “O que aprendi com isso? Nem todo mundo deveria continuar dirigindo. Ela deveria.”

Stewart sabe do que fala. Uma ex-atriz mirim que liderou com sucesso uma grande franquia antes de mudar para o cinema artístico, Stewart tem experiência para contar mais do que algumas histórias de guerra da vida nas trincheiras do cinema moderno. Ela trabalhou com David Cronenberg, Pablo Larraín, Olivier Assayas e Kelly Reichardt, tem uma indicação ao Oscar e ganhou um César, o equivalente francês — a primeira atriz americana a ganhar um.

Glass tinha acabado de estrear com Saint Maud e só tinha Stewart em mente para Lou. “Love Lies Bleeding foi um grande salto na escala,” contou a diretora para a CNN em uma entrevista com Stewart e O’Brian, “mas encontrei muito incentivo, especialmente para os aspectos mais malucos do filme.”

O roteiro combina um humor ácido e abandono sexual com banhos de sangue ocasionais e fantasmagoria em um enredo parcialmente motivado pelo efeito dos esteroides injetados pela fisiculturista de O’Brian. Stewart entrou de cabeça nas filmagens em Albuquerque no verão de 2022. “Confio nas escolhas dela, nos instintos, nas opiniões, nos gostos… tudo”, disse ela.

“Me senti completamente nas mãos de Rose”, disse Stewart. “Não me sinto assim sempre com diretores. Acho que, como atriz, estou ficando muito irritante. Não confio em todo mundo. Então, foi divertido confiar completamente nela.”

“Há uma delicadeza e um canal aberto de comunicação que é muito legal de ver, que é… não quero ser muito binária, mas é muito feminino”, elaborou a atriz. “E foi divertido vê-la comandar uma experiência tão maluca… estar muito no controle de algo que estava fora de controle.”

Seu relacionamento com Glass é um que ela espera imitar algum dia.

“Se tivesse uma lição para tirar desse filme, diria que é encontrar pessoas que realmente gostam de você. Você precisa encontrar pessoas que realmente querem desistir de si mesmas… de seus pensamentos, seus corpos”, explicou ela.

“Queria oferecer tudo para Rose, para que ela pudesse pegar e fazer o que quisesse, e isso não tinha nada a ver com o que eu queria fazer”, explicou Stewart. “Mas de alguma forma esses instintos se casam e um filme acontece. E quero estar do outro lado disso.”

Uma coisa que a equipe não deve esperar se e quando Stewart se encontrar na cadeira do diretor é muito tempo de inatividade. A conversa segue para O’Brian comparando suas experiências no deserto do Novo México com as produções da Marvel e da Disney (a atriz já teve papéis coadjuvantes em Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania e The Mandalorian).

“Temos muito tempo livre em um set da Marvel,” disse O’Brian, “você só…”

“… respira”, Stewart interrompe.

“É mais descontraído”, O’Brian oferece.

“É chato”, responde a colega de elenco.

Stewart não gosta de ficar esperando. Indústria cinematográfica, anote.

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Kristen Stewart conversou com o Yahoo Entertainment sobre como foi trabalhar pela primeira vez com um coordenador de cenas íntimas em Love Lies Bleeding. O assunto se tornou um tanto controverso em Hollywood nos últimos anos, mas a atriz revela ter gostado. Leia:

Kristen Stewart gostou de ter trabalhado com um coordenador de cenas íntimas em seu novo filme Love Lies Bleeding, dizendo ao Yahoo Entertainment que ela credita ao cargo a eliminação do tipo de cenas de sexo “vale-tudo” que encontrou em seus filmes anteriores.

A atriz de 33 anos estrela ao lado de Katy O’Brian, de 35 anos, no thriller romântico dirigido por Rose Glass. O filme recebeu críticas positivas desde a estreia no Sundance Film Festival em janeiro com os críticos destacando a química elétrica entre as duas. Enquanto Stewart disse que as cenas de sexo com O’Brian deixarão as pessoas chocadas, ela dá créditos ao coordenador de cenas íntimas que ajudou as cenas parecerem reais — e “quentes”.

Em Love Lies Bleeding, Stewart interpreta Lou, uma gerente de academia que se apaixona por Jackie, uma ambiciosa fisiculturista (interpretada por O’Brian) que está de passagem pela cidade. As duas têm várias cenas íntimas que darão o que falar. O papel de um coordenador de intimidade é algo controverso em Hollywood, mas O’Brian diz que foi “legal” trabalhar com um.

“Foi libertador”, ela conta ao Yahoo. “Eu sei que as pessoas pensam que restringe o que você pode ou não pode fazer, e não foi o caso.”

“Não, eu gostei”, adiciona Stewart. “É quase como ter uma conversa honesta sobre o que vocês querem para que o sexo possa ser bom.”

Essa nem sempre foi a experiência de Stewart com cenas de sexo.

“Sempre fui meio que jogada nas cenas de sexo”, conta Stewart ao Yahoo Entertainment, acrescentando que ela não estava muito familiarizada com o papel que um coordenador de cenas íntimas desempenhava em um set antes desse filme.

“Todas as cenas são assim: os personagens começam a se beijar, talvez alguém diga algo, eles caem e começam a fazer amor. Então você pensa: ‘Legal, então é vale-tudo, né? Tipo, ninguém sabe onde é que isso vai dar?’ Não fizemos dessa forma”, diz ela.

“Há uma precisão na cena, uma verdadeira dinâmica de poder acontecendo, e então, para isso transparecer e a cena não ser nós duas dando uns amassos, foi dirigida de uma forma muito limitada.”

De acordo com o SAG-AFTRA, um coordenador de cenas íntimas é “um aliado, um elo de ligação entre os atores e a produção, e um coordenador de movimentos e/ou coreógrafo em relação à nudez, simulação de sexo e outras cenas íntimas e superexpostas.”

Stewart diz que tem sorte de estar em um ponto de sua carreira em que pode fazer os filmes que quer, não os que precisa.

“Eu li o roteiro e achei muito ousado, assustador, engraçado, sensual e um filme que parecia ser de uma época diferente”, diz ela.

Embora Love Lies Bleeding seja de uma época diferente, nos anos 80, algo em relação a contar essa história queer chamou a atenção dela.

“Nos anos 80, havia audácia e coragem. Não sei, não era coragem, só uma intensidade que perdemos um pouco. Como se nossas arestas tivessem ficado um pouco cegas na tentativa de sermos mais atenciosos e legais uns com os outros, o que apoio. Mas também somos monstros porque somos humanos”, diz ela. “É importante fazer filmes sobre pessoas, especialmente pessoas queer, que não estão estritamente ensinando lições e tentando ser boas o tempo todo, como uma bússola moral. Então achei esse filme bom e divertido.”

Stewart se assumiu publicamente no Saturday Night Live em 2017 e aceitou ser um exemplo para muitas pessoas da comunidade LGBTQ.

“Eu nem sabia o que o filme seria”, diz ela. “Apenas achei que a cineasta era alguém que eu deveria apoiar e por isso que o fiz.”

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Kristen Stewart esteve na premiere de Love Lies Bleeding em Beverly Hills, Califórnia, na última terça-feira (05). A atriz posou ao lado da diretora, Rose Glass, e das colegas de elenco Katy O’Brian, Jena Malone e Anna Baryshnikov. Confira as fotos e vídeos abaixo:

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