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Kristen Stewart é capa da edição de primavera da revista Who What Wear e conversou com a amiga e ex-colega de elenco em The Runaways, Riley Keough, para o recheio. Confira abaixo as fotos, vídeos e a entrevista traduzida:

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Riley Keough: Oi!
Kristen Stewart: Ei, e aí?
RK: Minha nossa, estou tão feliz em te ver. Onde você está?
KS: Na minha casa.
RK: Muito legal.
KS: Deixar a responsabilidade de conduzir algo legível em nossas mãos é engraçado. Pensei duas vezes… Tipo: “Legal, posso falar com a Ri por 50 minutos. Parece bom.” Mas então lembrei: “Espera, queremos que as pessoas tenham conhecimento do que foi falado?” Nada de bom sairá daqui.
RK: Tudo bem porque eu tenho pautas, então vou segui-las. Bem, primeiramente… pude ver este filme incrível enquanto estava de cama com COVID, o que foi uma experiência bem maluca porque sonhei que um demônio tinha possuído meu corpo. Estou na Inglaterra. Fui para a cama e liguei para minha curadora de energia quando acordei dizendo: “Literalmente acabei de sonhar que um demônio possuiu o meu corpo e começou a desejar matar pessoas.” Recebi o seu filme nesse dia.
KS: O desejo de matar era um fato, tipo na realidade do sonho, ou você sentiu a necessidade de matar?
RK: Não acredito que estou dizendo isso em uma entrevista. Nunca contei isso para ninguém além da minha terapeuta, mas era como se um demônio tivesse tomado conta do meu corpo, tipo: “Rawrrr!” Ele estava ameaçando pessoas e eu não sabia o que estava acontecendo. Foi muito maluco. Parecia que havia outra entidade no meu corpo.
KS: Como se você estivesse fora de controle.
RK: Totalmente fora de controle.
KS: Tipo ‘Quero Ser John Malkovich’. Que merda!
RK: Eu acordei com COVID, então talvez tenha sido o vírus entrando de maneira agressiva no meu corpo nos meus sonhos. Então tive que assistir Love Lies Bleeding. Foi tão intenso, mas maravilhoso. Pensei: “Isso é ótimo. Pelo menos não estou sozinha.”
KS: Eu ia dizer que é loucura assistir sozinha. É um filme que você gostaria de assistir em um momento agitado com outras pessoas, em vez de ficar parada e sozinha.
RK: É muito bom, e também, você é muito boa.
KS: Obrigada, cara.
RK: Talvez não pareça para você, mas quando eu estava assistindo, você parecia tão livre na sua performance. Não sei se foi assim quando você estava atuando, mas pareceu muito… viva e livre.
KS: É estranho porque a personagem é meio paralisada, então, ao mesmo tempo, ela não é alguém livre ou acho que você não diria necessariamente que ela é.
RK: Não, ela não é, e por isso é tão estranho… Se eu tivesse lido o roteiro, teria interpretado a personagem de maneira muito mais restrita. Não consigo descrever, mas foi muito especial. Foi muito interessante e queria que você falasse sobre isso.
KS: Foi em um bom momento, pois envelhecer e escolher as coisas certas para você contribui para isso, porque me diverti muito. Eu não queria parar de filmar nunca. Queria que ultrapassássemos o cronograma. Tivemos sorte porque tivemos a chance de voltar e fazer “refilmagens”, o que realmente pareceu uma extensão do processo. O roteiro era preciso, mas tudo parecia maleável o tempo todo… [Rose Glass] realmente permitiu que as pessoas entrassem e habitassem este espaço de uma forma que é rara, e eu realmente adorei a oportunidade e fiquei obcecada pela Lou. Ela era alguém que eu realmente precisava defender o tempo todo… Ela é uma protagonista que é tão satisfatória porque todos nós temos esse demônio e esse monstro lá dentro que diz: “Talvez eu possa ser horrível. Talvez eu possa me assustar muito.”
Além disso, em questão de tom, essa pessoa é alguém que não está acostumada com os olhares, então há uma coisa estranha e irônica que acontece nesse filme para mim. Estou tão ciente do fato de que ela geralmente não é a personagem principal. Sempre que a câmera está em mim, e na Lou, penso: “Espera, tá de sacanagem?” Estou me divertindo e provavelmente foi o que você sentiu. Ela é fechada, estranha, bruta e precisa de muita terapia, mas foi tão divertido interpretar a pessoa boa e afável que… não precisa ser moralmente decente ou que passe por algum processo que faz todo mundo se sentir bem em relação aos filmes e histórias que contamos sobre mulheres. Fiquei muito animada com o quanto o papel era diferente, divertido e sexy de uma maneira “foda-se”. Pensei: “Rose, quem é você?!”
RK: Me surpreendi constantemente com esse filme e com a sua personagem. Pensava: “Ok, é isso. Essa é a personagem”, e então era diferente. Você trouxe tanta textura para ela. Sabe quando você assiste algo e pensa: “Ah, não teria pensado nisso. Não teria feito assim”? Amo quando assisto performances desse tipo. Há momentos em que você é tão engraçada.
KS: Me sinto assim em relação a você o tempo todo. Não é sem sentido. É reciprocidade verdadeira. Me sinto assim genuinamente sempre que assisto você em um filme.
RK: Obrigada! Não foi… o que eu esperava, o que eu teria feito ou escolhido, então realmente amei assistir você.
KS: Rose tinha que me lembrar consistentemente do tom, porque eu sempre diminuía e ela dizia: “Não, não.” Ela nos levava em direção ao balístico, tipo, bombástico. O quanto a Anna Baryshnikov é boa no filme?
RK: Minha nossa, eu pensava: “Essa menina é tão doida.” A atuação foi muito boa. Todo mundo era psicótico.
KS: Ela me impressionou tanto ao vivo. Tenho tendência a provavelmente ser irritante para diretores. Levo as coisas de forma muito literal no momento por algum motivo, então depois de alguns dias, digo: “Não sei por que fiquei tão presa naquilo. Sinto muito mesmo. Era um detalhe tão irrelevante.”
RK: Às vezes, a atuação é como se você estivesse bêbada ou algo assim porque você não está completamente dentro de si. Eu me comporto de maneiras que não são normais e fico com a visão totalmente focada. É tipo: “Sinto muito pelo meu comportamento.”
KS: É, você vai dormir de noite e percebe quando acorda, assim como acontece se você foi idiota enquanto estava bêbada.
RK: Como foi a preparação para esse filme?
KS: Bem normal. Lemos o roteiro algumas vezes juntas e provavelmente tivemos conversas diferentes sobre ele ao mesmo tempo. Todos falavam uns com os outros sobre coisas diferentes e não chegávamos em nenhuma conclusão esclarecedora. Na verdade, tive que fazer o contrário… Eu tinha parado de fumar antes das filmagens, então realmente foi uma merda voltar.
RK: Eu fiquei curiosa. Você estava fumando cigarros falsos?
KS: Não, eram de verdade.
RK: Pensei: “Não tem como ela estar fumando cigarros falsos.”
KS: Eca. Não consigo.
RK: São tão nojentos.
KS: São horríveis e eles não fazem fumaça. Entende? Eles ardem, entram nos olhos e você parece uma fracassada. Mas foi horrível. Foi parte da preparação.
RK: Por que você parou de fumar?
KS: Acho que é algo que todos devemos fazer em algum momento de nossas vidas.
RK: Você parou mesmo?
KS: Sim, não gosto de fazer promessas e tal, mas não gosto mais de fumar cigarros. A Lou fuma cigarros pra caralho no começo do filme, e Rose faz takes. Nós não fazemos as coisas três vezes. Foi divertido. Sempre fomos além. Esse filme tirou alguns anos da minha vida, mas valeu a pena. Eu o amo, mas não foi legal.
RK: Ok, vou olhar as perguntas na minha lista…
KS: No que você está trabalhando agora?
RK: Um filme em Londres. Estou ensaiando.
KS: Que legal. É um cronograma de ensaios muito legal e confortável. Que luxo.
RK: Sim, só trabalho oito dias ao todo, então tenho um tempo para relaxar.
KS: Exceto que não é relaxante trabalhar oito dias em um filme, porque então você pensa: “Ok, é melhor eu arrasar.”
RK: Não sei o que é, mas um papel coadjuvante é muito mais estressante para mim. Você sente isso?
KS: Sim, você se tortura porque põe tanta pressão no seu tempo limitado para passar algo. Recentemente precisei sair de um filme que sei que vai ser espetacular. É daqueles em que o roteiro é tão prosaico. É basicamente uma novela, daria para publicar. Os atores são dois dos meus favoritos atualmente, são jovens também. Eles são pessoas emocionantes que são incríveis pra caralho… Detalhes à parte, meu filme [The Chronology of Water] acabou de receber financiamento.
RK: Fiquei sabendo! Devemos falar sobre isso. Que emocionante. Depois de quanto tempo tentando?
KS: Por mais ou menos três anos… Mas estive segurando essa ideia por seis anos. Foi quando começou o processo de adaptação. Fui para a Letônia. Cara, espacial e ambientalmente, essas áreas do planeta estão se abrindo para nós e para a história de uma forma tão viva, e é tão oficial para mim porque faz tanto tempo. Eu vou abrir a porta certa e surtar. Só de saber as pessoas que estão nos ajudando a fazê-lo, a equipe que montamos, o elenco atual, a maneira como está se desenvolvendo… Tudo isso, o quanto a Imogen [Poots, atriz principal] está comprometida há tanto tempo, parece mais pessoal. Sinto que criei um corpo vivo fora do meu. É um clichê tão grande, mas parece um animalzinho levado, e estou tão orgulhosa quanto com medo… tipo, completamente Frankenstein.
Estou com medo de onde pode nos levar, mas também estou incentivando a irmos até o limite. Acho que a Imogen aguenta, ela é forte o bastante fisicamente. Ela está no momento perfeito da vida. Estou tão feliz por ter demorado tanto porque as coisas se abriram de uma maneira que vai criar um filme melhor. Eu acho que é… o timing perfeitamente exato, e estou muito animada. Vai ser rápido. Três meses e acabou.
RK: Vai acabar, então aproveite cada momento estressante. As duas coisas na minha vida que tiveram um timing divino, até agora, foram o nascimento da minha filha e dirigir o meu filme. Realmente acontece quando deve ser e é tão estranho. É uma coisa realmente mágica que não aconteceu tantas vezes em outras partes desse trabalho, como a atuação e tal.
KS: Sim, porque você está colhendo alguma coisa… Outras pessoas geraram a coisa. Você pode encontrar áreas para encaixar sua pessoa, sua personalidade e vida interior, mas é exterior. Você passa por alguma coisa do lado de fora. É um impulso autogerador tão diferente, semelhante ao do útero.
RK: Parece tão simples, mas é tão mágico ver algo sair da sua imaginação e se realizar… Olha, fazemos tantos rascunhos. Às vezes esquecemos o que deixamos e o que tiramos. Você está fazendo o seu trabalho, o que quer que seja como diretora, e então alguém entra segurando uma caneta amarela porque você escreveu: “Ela está segurando uma caneta amarela.” E você pensa: “Uau.”
KS: Uau, escrevi isso seis anos atrás. Obrigada por notar esse detalhe, pessoa.
RK: Essa coisa toda ganha vida e é tipo: “Uau, todas essas pessoas estão transformando minha ideia em realidade, que loucura.” É como mágica.
KS: É tão divertido falar com você sobre isso porque não conseguimos falar quando estamos dirigindo, então é tão louco colocar em termos básicos assim, em que você diz: “Como fiz isso?” Então é tomado e transformado em algo que vive e respira. Eu sei que é apenas um presente, mas realmente testemunhar… Isso é uma citação do livre: “Testemunhe a vontade.” Precisa de tanta vontade e disposição. Dirigir consiste em procurar pelas pessoas certas que querem algo tanto quanto você, e talvez você queira algo diferente, mas canalizar todo esse desejo é tão emocionante. Vocês vão dirigir um novo filme? O que vão dirigir agora?
RK: Estamos escrevendo três filmes porque somos confusas. Me sento e escrevo 10 páginas e penso: “É esse”, e então fico sem inspiração para continuar escrevendo por um mês e volto para o outro. Estou me permitindo ser lírica e emocional no meu processo de escrita porque é o melhor jeito de escrever para mim.
KS: Sinceramente, há muitas maneiras de entrar na história. Para mim, é sempre detalhe versus qualquer coisa abrangente, e isso provavelmente é minha fraqueza e minha força, o que faz sentido porque sou atriz. Acho que é algo que não devemos evitar, especialmente se você trabalha com roteiristas ou está cercada de pessoas que têm uma abordagem mais prática. É fácil ficar com inveja disso, mas também é muito legal poder dizer: “Sim, mas os meus momentos brilham pra caralho.”
RK: Sou roteirista autodidata como você. Não fiz faculdade para escrever roteiros e levei um minuto para aprender… bem, um minuto tem sido dez anos. [Risos]
KS: Você está tipo: “Desculpa, por que estou sendo modesta?”
RK: [Risos] “Na verdade, sou profissional.” Levei muito tempo para encontrar o equilíbrio entre o que funciona para mim e a estrutura. Não consigo escrever com a estrutura em mente. Tenho que escrever do meu jeito, e então…
KS: Encontrar um esqueleto para suporte. Esses momentos que você gosta de sonhar estão todos conectados. Não estão desconectados. Deixe eles livres, então você pode encontrar uma maneira de juntá-los.
RK: Total. Eu sou um pouco disléxica e muitas vezes escrevo o fim primeiro, é o que funciona para mim. Só sigo o caminho que me leva. Não fico sentada pensando: “Ok, vou trabalhar das 15 às 16h, só vou escrever.” Não consigo.
KS: Meu cérebro funciona melhor pela manhã. Eu adoraria viver aquela vida romantizada de escrever durante a noite, mas acordo pela manhã, me comprometo e não digo uma palavra até terminar.
RK: Tenho uma coisa engraçada em que sou um monstro em um avião.
KS: Eu também! Acabei de fazer isso. Li o livro de capa a capa, fiz uma revisão completa e escrevi três cartas de amor para atores.
RK: Eu preciso voar uma vez por semana porque escrevo tanto em um avião. Sei lá. Talvez por estarmos mais perto de Deus.
KS: [Risos] Uau. Enfim, mal posso esperar para encontrar a coisa certa para fazermos juntas. Além disso, penso em nossas empresas como irmãs, é muito fofo. Dizemos: “Vamos ler tudo de vocês. Podem ler os meus?” Sinto que somos novatas… não de um jeito modesto, mas só acho que nós duas vamos longe com essas coisas. Mal posso esperar para crescermos juntas.
RK: Aw.
KS: Eu imagino duas casas e penso: “O que elas estão fazendo para o jantar? O que tem na cozinha?” Estou tão curiosa para saber o que vocês estão cozinhando, cara.
RK: É realmente inspirador assistir seus amigos trabalharem bem. O que nos leva de volta a Love Lies Bleeding porque eu pensava: “Eu amo meus amigos. Eles são tão talentosos!”
KS: Não é o melhor sentimento do mundo? Tenho muita sorte.
RK: Eu amo me sentir dessa forma porque essa indústria pode ser tão competitiva, especialmente quando lembro dos meus 20 anos fazendo testes contra todas essas meninas e como eu me sentia… como era ser comparada a elas.
KS: O palavreado em torno das atrizes era muito mais desagradável naquela época.
RK: Era uma época maluca. Também era uma época em que éramos tão radicais. Cada papel que conseguia, eu pensava: “Não sou essa pessoa.” Todas as personagens eram garotas perfeitas. Todos os papéis eram a garota loira perfeita. Elas eram todas iguais, e eu dizia: “Não posso interpretar isso. Não consigo. Não é minha especialidade.” Eu ficava tão frustrada, porque nunca seria esse tipo de garota.
KS: Bem, esse tipo de garota não existe. É um arquétipo que deixa as pessoas confortáveis, e algumas pessoas na vida real interpretam essas garotas. Em algum ponto, fica muito difícil. Não acho que seja sustentável.
RK: Acho que por isso você era tão emocionante… Você interpretava as personagens principais, mas do seu jeito. Isso é muito mais comum agora. Os papéis para nós são mais complexos, mas é que torna todas as suas atuações tão poderosas e por que elas se conectam tanto… as meninas estavam assistindo uma menina que não viam sempre.
KS: Eu tentei interpretar aquela garota também. Tentei quando deveria.
RK: Sim, mas simplesmente não há uma parte daquilo em você. Enfim, estou feliz por termos mais oportunidades hoje em dia… Quando você vai filmar o seu filme?
KS: O fato de estarmos no telefone agora é tão… Vai me fazer vomitar porque estou ocupada e preciso fazer outras coisas agora. Estou esperando pela neve. Nos meus sonhos, posso escalar atores para os quatro papéis principais muito rápido, vamos fazer uma dança da neve e torcer por uma tempestade antes de entrarmos em preparação completa para que eu possa fazer uma pré-filmagem. Praticamente só preciso de uns quinze filhos da puta no meu set. Podemos fazer tudo tão pequeno. Vamos filmar em 16 milímetros. Quero filmar um pouco do cenário antes de começarmos. Eu quero criar uma vibe e dizer: “Acreditem, é tudo o que precisamos daqui pra frente a menos que tenhamos dias maiores.” Então, torça pela porra da neve… No geral, essas duas sequências vão nos fazer parecer um filme maior, e se não conseguirmos, vamos começar no dia primeiro de abril.
RK: Bem, isso é muito emocionante. Estou muito feliz por você.
KS: Eu sei! Estou muito assustada e animada, parece que estou vivendo em uma simulação. Não é real e nada importa. Além disso, o sentimento muda dependendo da hora do dia. Pela manhã, eu acordo e literalmente: “Me sigam até o inferno, filhos da puta. Posso fazer qualquer coisa.” À noite, se estou sozinha em um quarto de hotel, fico pensando por que disse para todo mundo que deveríamos fazer esse filme.
RK: Acho que esse é o espectro da direção. É tão intenso. Bem, não tenho nenhum conselho para você porque não sei o que estou fazendo, mas estou tão animada porque é uma aventura maluca.
KS: Queria que você estivesse lá. Não quero te contar, quero que você esteja lá. Vai ser divertido pra caralho. Precisamos fazer um filme juntas.
RK: Ok, vamos. Literalmente disse hoje de manhã para a Gina [Gammell]: “Precisamos encontrar algo para mim e Kristen fazermos porque seria muito divertido.”
KS: Sim! Ok, bem, vamos desligar o telefone. Acho que acabamos, né?
RK: Sim.

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Kristen Stewart esteve na premiere de Love Lies Bleeding no Sundance Film Festival no último dia 20. Ao lado de seus colegas de elenco e da diretora Rose Glass, Kristen participou de uma sessão de perguntas e respostas após a exibição do filme. Confira:

EVENTOS > PREMIERES > PREMIERES 2024 > (19/01) PREMIERE DE LOVE LIES BLEEDING NO SUNDANCE FILM FESTIVAL

Kristen Stewart enfrenta um vaso sanitário entupido nos minutos iniciais do bombástico Love Lies Bleeding. Quando ela tenta dar descarga, a perspectiva muda para um close do conteúdo corporal dentro do vaso, uma cena que provoca uma onda de suspiros e gemidos por toda a multidão no Eccles Theatre em Park City, Utah. É apenas a primeira de muitas reações viscerais de aprovação durante a estreia da história de amor, sexo, violência, obsessão e músculos da diretora Rose Glass.

O suspense segue Lou, interpretada por Stewart, uma funcionária solitária de uma academia que mora em uma pequena cidade do Novo México e que encontra um novo romance com a nômade Jackie (interpretada pela magnética Katy O’Brian), uma fisiculturista bissexual com grandes sonhos para uma competição iminente. As duas se apaixonam de maneira rápida e intensa. Mas complicações surgem quando Jackie se envolve na família de Lou, incluindo o excêntrico pai contrabandista de armas (Ed Harris), a amada irmã (Jena Malone) e o cunhado abusivo (Dave Franco).

Exibido na sessão Meia-Noite no Sundance Film Festival de 2024, o filme não tem medo de desviar para o brutal e o surreal — muitos dos quais parecem melhor não serem ditos, mas fizeram o público noturno de Eccles se contorcer, ofegar e aplaudir.

Durante as perguntas e respostas depois da estreia, Glass credita seu elenco fenomenal por capturar o roteiro singular que ela escreveu com Weronika Tofilska. Gesticulando para o grupo ao lado dela, a diretora diz: “Todo mundo aqui também se arriscou… quero dizer, estou feliz que vocês gostaram de fazer algumas coisas ridículas. Eu simplesmente sabia que [o filme] tinha que ser baseado em performances que parecessem muito reais, vividas e que equilibrassem a loucura. Todo mundo simplesmente concordou e nunca olhou para mim, tipo, “Ehhhhhh, é sério?”, o que foi agradável.”

“Eu não faria isso”, responde Stewart com um tom arrogante de brincadeira que é recebido com risadas. Quando questionada sobre como o elenco abordou o equilíbrio do tom, ela fica séria, respondendo: “Ouça o diretor. Sim, não é nossa responsabilidade, sabe? Devo dizer que o roteiro é totalmente diferente. Ela é uma escultora. Eu definitivamente confiei nela quando ela disse: “Entra de cabeça, enlouqueça” ou “Seja verdadeira agora”. Acho que tudo tem origem na descoberta e no amor, e de contar a si mesmo qualquer história para justificar amar algo.”

Gesticulando em direção à barriga, ela continua: “Todos nós temos esses monstrinhos horríveis aqui.” Com esse sentimento, ela se vira incisivamente para Glass com as sobrancelhas levantadas e se afasta, provocando outra rodada de risadas. Stewart continua: “Eu estava tão curiosa! Quando começamos a ensaiar e conversar sobre algumas coisas, pensei: “Rose… isso é você?” Ainda tenho muitas perguntas. Ainda estou procurando esses detalhes. Como você fez isso?”

“Com a ajuda de muitas, muitas pessoas”, Glass respondeu sorrindo.

Naturalmente, isso inclui O’Brian. Como a própria atriz competia como fisiculturista, as demandas físicas do papel não a intimidaram; na verdade, ela faz com que o intenso processo de treinamento pareça aparentemente simples. “Não foi tão difícil, principalmente porque não precisei fazer muita coisa. Não precisei mais pesar minha comida, alguém pesava pra mim. Foi incrível. Só precisava colocar no micro-ondas e comer”, diz ela. “Pedi a um treinador que escrevesse todos os meus treinos, então tudo que tive que fazer foi ir para casa e treinar. De qualquer forma, é o que eu provavelmente faria depois de gravar, só que talvez não por tanto tempo. Contrate um treinador! Caso contrário, é uma merda.”

Embora O’Brian minimize o trabalho difícil, Glass enfatiza o comprometimento da atriz. “Só vou enfatizar que obviamente estávamos fazendo uma filmagem completa, então é uma loucura que Katy treinasse três horas todos os dias além de gravar, então, muito obrigada”, diz ela, com aplausos do público repetindo seu agradecimento.

“Foi muito legal quando Oliver [Kassman], um dos produtores, veio e malhou comigo algumas vezes. Tive apoio do set também. As pessoas queriam vir treinar comigo. Uma das meninas da equipe era uma grande levantadora de peso”, acrescenta O’Brian. “Era um ambiente muito legal e apoiador, não fiz isso sozinha.”

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Kristen Stewart estampou a capa da edição do Sundance Film Festival da revista Variety e esteve na festa em sua homenagem durante o festival. Antes da festa, Kristen deu uma rápida entrevista para o veículo. Confira tudo o que rolou:

EVENTOS > EVENTOS E PREMIAÇÕES > EVENTOS E PREMIAÇÕES EM 2024 > (20/01) FESTA DA VARIETY NO SUNDANCE FILM FESTIVAL

A dominação de Kristen Stewart no Sundance Film Festival de 2024 continuou na festa da Variety, onde ela foi homenageada por seus papéis principais em duas grandes estreias do festival: Love Me, um romance pós-apocalíptico em que ela estrela ao lado de Steven Yeun, e Love Lies Bleeding, um thriller policial da A24 em que ela interpreta uma gerente de academia solitária que se apaixona por uma fisiculturista.

“É difícil chegar aqui”, Stewart contou para a Variety na festa sobre retornar ao Sundance, onde ela já estreou dezenas de filmes ao longo de sua carreira. “Não porque é um festival de cinema estabelecido e de elite, mas porque apoia vozes marginalizadas. Vozes que não são ouvidas em nenhum outro lugar. É um sentimento consolidado e comum, e só te faz mais forte voltar para um mundo cheio de “nãos” e dizer: “Eu sei que há um lugar para mim.’”

Stewart disse que ir ao Sundance parece como viajar “para a terra de todos os atores que eu amo e admiro. É a terra de Evan Rachel Wood, Jenna Malone e Natalie Portman. Eu estive aqui no ano em que Hora de Voltar foi exibido. Eu era apenas uma criança e fiquei obcecada com a performance da Natalie.”

Em Love Lies Bleeding, que marca o segundo filme da diretora de Santa Maud, Rose Glass, Stewart enfrenta atores de peso como Ed Harris e Jena Malone.

“Nem sempre você trabalha com grandes atores, mas fiquei maravilhada”, disse Stewart sobre trabalhar no filme. “Eles são tão bons. Pode ser intimidador, mas você está à altura. Você realmente fica na ponta dos pés nessas ocasiões.”

“[Jenna e eu] temos uma briga de irmãs”, Stewart continuou. “Ela me deixou chocada. Ela gritou na minha cara de uma maneira que não estava remotamente no roteiro. Me pegou tão de surpresa que eu caí na cama e ela subiu em cima de mim e começou a me socar. Eu a admiro como irmã, mas de longe. Sabe quando você assiste pessoas em filmes e pensa que conhece elas? Era uma admiração histórica.”

A colega de elenco de Stewart em Love Lies Bleeding, Anna Baryshnikov, esteve na festa e elogiou Stewart.

“Ela é uma versão adulta de uma pessoa descolada”, Baryshnikov disse. “Ela é incrivelmente gentil e trabalhadora, muito apaixonada e tem um conhecimento muito grande sobre cinema. Um bom exemplo de como ela é uma parceira de cena generosa foi quando, na minha primeira cena, eu estava fumando um cigarro e tremendo tanto que ele apagou. Fiquei muito envergonhada quando a cena acabou, e ela disse: “Não, queremos pessoas que se importem com o filme tanto assim.” Ela é muito talentosa e corajosa. Eu interpreto uma personagem que é apaixonada por ela, e a atuação foi muito fácil.”

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Durante o Sundance Film Festival, Kristen Stewart passou pelo estúdio do IndieWire para conversar sobre o filme ao lado de Steven Yeun, seu colega de elenco, e dos diretores Sam e Andy Zuchero. Confira:

EVENTOS > EVENTOS E PREMIAÇÕES > EVENTOS E PREMIAÇÕES EM 2024 > (19/01) ESTÚDIO DO INDIEWIRE NO SUNDANCE FILM FESTIVAL

2023 foi o ano da inteligência artificial como vilã em Hollywood, com blockbusters como Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte Um e Resistência interpretando a inteligência como uma força mortal que poderia destruir a humanidade. Mas o casal de cineastas Andy e Sam Zuchero decidiram por uma abordagem diferente com o romance Love Me, que conta a história de duas inteligências artificiais que se transformam em múltiplas formas físicas durante o affair que dura bilhões de anos. E se a inteligência artificial fosse uma coisa boa que nos ajudasse a ver o amor através de novas lentes?

Foi uma abordagem inteligente, já que Love Me se tornou um dos filmes mais falados durante o Sundance Film Festival de 2024. Os Zuchero e suas estrelas Kristen Stewart e Steven Yeun passaram no estúdio do IndieWire durante o Sundance para falar sobre a abordagem positiva do filme em relação à inteligência artificial.

“Tínhamos uma história que era uma ficção científica, e Sam disse: “Vamos jogar fora,” porque queríamos um romance,” disse Andy Zuchero. “Enquanto fazíamos esse filme, o cenário da tecnologia e da IA se desenvolveu muito. Estamos recebendo muitas perguntas sobre como esse filme analisa ou aborda a IA. E, sinceramente, somos apenas espectadores, somos parte do público assistindo esse desenvolvimento e é emocionante. E, na verdade, nosso filme não é sobre IA. É sobre humanos através das lentes da IA. E a parte legal é que a IA só funciona para que possamos aproveitar tudo e todos. É uma visão igualitária da humanidade. E foi uma lente interessante de se observar, não havia julgamentos.”

Sam Zuchero explicou que ela se inspirou em comédias de diretores como Frank Capra e Howard Hawks, o que a levou a experimentar com as técnicas de aplicar narrativas clássicas de romance em problemas futuristas como a ascensão da inteligência artificial.

“Eu estava assistindo Aconteceu Naquela Noite e Jejum de Amor e pensei: “Oh, vai ser bom se pudermos contar através das lentes do amor,’” disse ela. “E vai nos dar uma oportunidade de usar IA como uma ferramenta para nos enxergarmos sem julgamentos.”

Yeun e Stewart repetiram os sentimentos de seus diretores, dizendo que o uso de IA no filme como enredo permitiu oferecer uma nova perspectiva sobre amor romântico que é livre dos preconceitos humanos tradicionais.

“Nós somos a totalidade de tudo,” disse Yeun. “É interessante ver como você quer ser amado, ou como você pode conseguir amor, afeto ou não perder alguém. É a maneira como você se compromete com você mesmo e com outras pessoas. E então chegar no fim e dizer: “Talvez seja perfeito de qualquer forma.” Só é imperfeito quando você faz comentários, quando você está autoconsciente. Mas quando você está no momento, só está acontecendo.”

Stewart expressou que espera que Love Me seja usado como exemplo para um futuro cheio de esperança, em vez de medo, em relação à IA.

“Em vez de continuarmos fazendo filmes em que a IA destrói nós todos, talvez sugerimos isso,” disse Stewart. “Vamos amar uns aos outros!”

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Kristen Stewart compareceu à estreia de seu novo filme, Love Me, durante o Sundance Film Festival no dia 19 de janeiro. Ela esteve ao lado de Steven Yeun, seu colega de elenco, e dos diretores Sam e Andy Zuchero. Confira tudo o que rolou abaixo:

EVENTOS > PREMIERES > PREMIERES 2024 > (19/01) PREMIERE DE LOVE ME NO SUNDANCE FILM FESTIVAL

Pode ser estranho chamar de intimista um filme que apresenta toda a história da humanidade e que tem visuais do grande apocalipse desde o início, mas Love Me não é um filme comum. “O início foi diretamente influenciado pela citação de ‘Pale Blue Dot‘ de Carl Sagan, disse Andy Zuchero, um dos diretores do filme, durante a conversa sincera e calorosa após a estreia do filme no Sundance Film Festival. Fazer referência a uma das citações mais conhecidas do famoso astrônomo (e influenciador da gola alta com blazer) é normal para esta história de amor conceitual. “Queríamos que [este filme] proporcionasse a mesma sensação de admiração daquela fotografia da Terra — o sentimento de ser grande e pequeno ao mesmo tempo.”

É assim que também sentimos a emoção e o amor de um novo relacionamento. Tudo é grande e pequeno ao mesmo tempo. Para Me (interpretada pela aventureira Kristen Stewart) e Iam (interpretado por um diferente Steven Yeun), pequenos prazeres como fazer “quesadillas vegetarianas picantes” do Blue Apron enquanto vestem macacões ridículos de animais e assistem reprises de Friends em noites de encontro são monumentais.

Na verdade, para Me e Iam, é tudo o que eles fazem porque não são humanos de verdade. Me é uma bóia inteligente flutuando no oceano no fim do mundo que se conecta com Iam, um satélite que orbita os vestígios do nosso planeta com a história da humanidade para qualquer ser vivo que vagueie pela atmosfera da Terra. Me fica imediatamente interessada em continuar sua conexão com Iam, mas o satélite só está programado para se conectar com seres vivos. De repente, Me precisa se tornar um ser vivo — e um que seja aceitável para o satélite. O filme conceitual começa a se tornar muito mais familiar para quem já navegou no mundo do namoro virtual.

Através da magia aparentemente eterna dos influenciadores do YouTube, Me assume a personalidade e a aparência de Deja e começa a transformar Iam no namorado dela. O problema é que tudo o que ela sabe sobre ser humana é por meio dos vídeos patrocinados da vida tranquila dessa influenciadora, onde as pessoas se chamam de amor e escondem alianças de casamento em potes de sorvete. Enquanto Me tenta forçar Iam a recriar perfeitamente o vídeo encenado da antiga humana, Iam começa a se perguntar o que realmente significa ser real.

“Este é o filme sobre relacionamento e pessoas mais honesto do qual já participei”, diz Stewart, tentando encontrar as palavras certas para descrever os níveis de identidade e caráter dentro de Love Me. Ela sorri e ri de si mesma brevemente. “Uau, ‘filme sobre pessoas’. Que bom que estou aqui para explicá-lo!” As risadas explodem no palco onde Sam Zuchero melhora o argumento de Stewart: “Este filme é sobre o eu interno e que você apresenta… como somos em nosso quarto versus como queremos ser vistos pelos outros.”

Love Me começa com algo tão grandioso quanto o big bang e termina com dois seres que passaram a aceitar quem são e a apreciar plenamente quem é seu parceiro. É difícil decidir o que é mais inspirador. Viu? Grande e pequeno.

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil