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Kristen Stewart é uma das atrizes fotografadas para o portifólio anual da VOGUE UK, que destaca as melhores performances do ano. Confira:

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Quem era seu crush famoso na infância?
Uma mistura equilibrada entre Leonardo DiCaprio e Kate Winslet em Titanic.

Qual conselho você daria para seu eu mais jovem?
Está tudo bem, carinha, apenas continue trabalhando.

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Kristen Stewart é capa da Backstage Magazine
27, jan
postado por KSBR Staff

Kristen Stewart estampa a capa da nova edição da Backstage Magazine e bate um papo com a revista sobre atuação. Ela também fala sobre seu novo filme, Spencer. Confira fotos e leia a entrevista abaixo:

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A última entrevista do último dia de sua incansável turnê de imprensa para divulgar Spencer finalmente chegou e, de alguma forma, Kristen Stewart ainda não está cansada de falar sobre atuação. A autodeclarada “cinéfila nerd” fica no auge da animação quando está lutando com as perguntas mais essenciais sobre sua arte – como se atores podem desaparecer verdadeiramente e completamente em seus papéis.

“Há como se perder em um personagem e é muito comum atores dizerem, tipo: “É sobre se aproximar ao máximo dessa pessoa’”, ela diz, então faz uns gestos, tentando alcançar o próximo pensamento. “Mas acho que fazendo isso, você está se aproximando mais de você mesmo.”

Stewart entende o motivo pelo qual alguns atores, quando discutem uma performance particularmente transformadora, optam por se afastarem de si mesmos ou por se encobrirem. “É uma corda bamba”, ela reconhece. “Você abre uma porta e começa a articular o fato de que isso é muito vulnerável e muito pessoal. Você se abre de um jeito um pouco assustador.”

“Olha, não estou criticando pessoas que se esquivam dessa pergunta e dizem: “Não, eu desapareço no papel, isso não tem nada a ver comigo’”, ela esclarece. “Só não faz sentido. É uma resposta completamente sem lógica. Tipo, como você pode ser alguém além de você mesmo?”

Poucas pessoas se veem de forma tão completa como Stewart. Ela trata uma sessão de fotos em uma casa luxuosa em West Hollywood Hills – com roupas chiques de chamar atenção e, em um momento, um pássaro de estimação colorido – como apenas outro dia de trabalho. No próximo dia, ela viajará para Vancouver para filmar um novo projeto e pausar a divulgação de seu trabalho como Diana Spencer, a princesa de Gales. Spencer, a biografia de terror da Neon feita pelo diretor Pablo Larraín, presenteou Stewart com homenagens em festivais de cinema e indicações em categorias de Melhor Atriz no Critics Choice Awards e no Golden Globes. Mas por agora, ela está bebendo champagne comemorativo de um copo de plástico e dando completa atenção à discussão em sua frente.

Mas voltando para sua reclamação sobre como abordar, ou não, a atuação. Embora Stewart hesite dar conselhos aos seus colegas artistas, ela tem certeza de uma coisa: se você está se perdendo, você está perdido.

“Tentar me esconder por trás dos personagens não é atraente para mim”, ela explica. “Realmente quero me despir, me sentir revelada e descoberta através das lentes do cinema e dessa nova perspectiva.”

“Mesmo que você não seja ator,” ela adiciona, “qualquer pessoa que não seja um narcisista completo, basicamente, usa essas curiosidades para fechar as lacunas entre você e seus semelhantes. Os atores só fazem uma versão mais elaborada disso, em que tentamos pensar, tornar físico e fazer de modo sonoro – tudo isso. É só pensar: “Deus, imagino como isso deve ser.” Essa é toda a tarefa.”

Essa é uma das muitas razões pela qual Spencer ainda pode oferecer novos pontos de discussão para ela há meses em uma campanha de prêmios. O filme é um exemplo extremo desse tipo de imaginação; é um riff de jazz que está mais interessado na verdade emocional do que no fato biográfico, e nos leva para a transformação mais completa que já vimos de Stewart. Indo pela abordagem oposta de berço ao túmulo da maioria das biografias de Hollywood, Larraín e o roteirista Steven Knight focam na separação de Diana e do príncipe Charles (Jack Farthing) durante três dias claustrofóbicos na casa de Sandringham da Rainha Elizabeth II (Stella Gonet). O filme se descreve como uma “fábula de uma tragédia real.” Como Stewart diz sobre a visão do filme: “Destilar uma pessoa e examinar suas verdadeiras cores em um estado de trauma faz sentido. Esses momentos revelam tanto sobre quem você é.”

Nesse caso, ela não está falando apenas de Spencer. Sua performance incrivelmente física, impecavelmente maquiada e vestida faz aquele truque de mágica cinematográfico em que um ícone interpreta outro ícone; mas a missão de Stewart de usar um personagem para revelar mais de si mesma foi colocada em teste como nunca antes. “O único jeito que posso ser verdadeira sobre Diana é focar somente na minha perspectiva dela. Se você começar a interpretar a perspectiva de cada um, está interpretando uma pessoa diluída. Não é uma pessoa.”

Sua abordagem contribui para uma performance que é balanceada por gestos, expressões e padrões de falas filtrados pela maior ferramenta de atuação de Stewart: ela mesma.

“Aposto com você que, se você colocasse Diana e eu lado a lado, nós não andamos do mesmo jeito, não falamos do mesmo jeito, não fazemos nada igual. Mas me senti inspirada por ela. E acho que todas as coisas que fiz dizem tanto sobre mim quanto sobre ela. É sobre nós duas”, Stewart diz. “Houve uma fusão de almas.”

Filha de um diretor de palco e de uma produtora de TV [sic], Stewart começou a trabalhar nas telas com oito anos após um agente vê-la em uma peça teatral na escola. Seu trabalho em O Quarto do Pânico, de David Fincher, e Na Natureza Selvagem, de Sean Penn, a levaram para o papel de Bella Swan na franquia de filmes Crepúsculo. O papel fez dela um nome familiar e levou para um tipo de escrutínio público que, sim, se assemelha ao jeito que os paparazzi tratavam Diana até sua morte em 1997. Sobre seus anos nos holofotes, Stewart admite: “Você traz tudo isso para o seu trabalho, e o público também.”

Para uma estrela estabelecida, o truque é usar sua reputação para colorir e texturizar uma história em vez de se esconder atrás de uma voz, sotaque e protéticos. “Eu realmente gosto quando atores conhecidos usam [a reputação],” ela diz, “em vez de tentar agir como se fossem intocáveis ou como se não os conhecessem. Eu penso: “Cara, você não é um desconhecido! Você é completamente cognoscível, você é falível e está sempre evoluindo e mudando. Gosto de convidar pessoas para essa jornada e isso é evidente no meu trabalho.”

Atores que ainda não familiares com o público também podem fazer isso. “Começa com uma pessoa querendo ficar mais próxima do porquê algo os fez sentir algumas coisas”, Stewart diz.

Assista sua trajetória pelos filmes independentes, desde interpretar Joan Jett em The Runaways para sua performance ganhadora do César Award em Acima das Nuvens, e você verá evidências de uma artista se encontrando nas telas. Enquanto ela escavava seu próprio luto em Personal Shopper, enfrentava a paranoia como a atriz Jean Seberg em Seberg e trouxe um charme fácil para As Panteras e Alguém Avisa?, ela também ficou mais confortável. Desafiando avisos de fontes internas da indústria, Stewart começou a namorar mulheres e a assumir sua sexualidade; ela recentemente ficou noiva da roteirista Dylan Meyer.

Stewart irá em breve adaptar e dirigir a biografia de Lidia Yuknavitch, The Chronology of Water, fazendo sua estreia com um longa por trás das câmeras. O que deixa Stewart mais animada do que tudo é a colaboração entre o cineasta e a estrela. “Sinto que bons diretores te aproximam das coisas que você quer, não do que eles querem. Depois, de alguma forma, por osmose, eles conseguem o que querem”, ela diz. “Vocês compartilham a porra de um coração. E quando você termina a tomada e faz contato visual com a pessoa que está dirigindo o filme, aquela que te levou nesse caminho – se vocês não estão no mesmo ritmo, se eles não estão com você, a conexão não vai ser evidente no filme.”

Com que frequência ela faz essa conexão? Praticamente nunca, ela diz, rindo. “Quando isso acontece, eu literalmente dou cambalhotas e pulo de felicidade.” (Ela declarou em entrevistas anteriores que seu currículo provavelmente só inclui “cinco filmes realmente bons.”) Mas enquanto filmava Spencer com Larraín, a diretora de fotografia Claire Mathon e uma pequena equipe em vários castelos pela Alemanha, Stewart experienciou uma sinergia como nunca antes. Especialmente no “caos controlado” semi-improvisado ao lado dos jovens atores que interpretaram os príncipes William e Harry (Jack Nielen e Freddie Spry), ela diz: “Tudo começou a vibrar… Os momentos que estamos filmando e os momentos que estou tentando canalizar as coisas que aprendi são tão sagrados.”

“Por mais composto que o filme seja, foi uma corrida louca. Nós sempre nos preparamos, nos preparamos e nos preparamos para caralho. E, assim que chegamos lá, parecia que estávamos fazendo malabarismos com água – como se estivéssemos jogando balões de água. Senti que nossa balança e conexão seguravam o conteúdo toda vez.”

Isso leva para o conselho fundamental de Stewart sobre se tornar tanto uma estrela do cinema quanto um ator: ame a arte o bastante para passar uma carreira inteira procurando essa onda. “É isso que mantém você trabalhando – tentar chegar nesse ponto”, ela diz. “É tão raro que, quando acontece, você pensa: “Minha nossa, isso me sustentaria por 10 anos!”

Se você é tão apaixonado por formar personagens e fazer arte como Stewart é, você está no caminho. “Eu amo muito o cinema – a alquimia, a quantidade de pessoas que leva para fazer um filme”, ela diz. “Há coisas que são mais verdadeiras do que a verdade, sejam formas de expressar uma ideia, uma imagem ou som evocativo. É o que o cinema nos dá; uma manifestação dos sonhos. Nós podemos pegar as noções mais internas e externalizá-las, encontrar imagens e palavras para elas.”

A razão pela qual fazemos filmes, ela conclui, é para responder uma pergunta: “Como é se sentir vivo?”

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

A W Magazine revelou sua edição anual de melhores performances do ano com os atores de destaque em 2021 e Kristen Stewart está em uma das capas por sua performance em Spencer. Abaixo, confira fotos, a entrevista traduzida e o vídeo legendado:

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Você começou a atuar quando tinha 9 anos. Você soube imediatamente que isso é o que queria para sua vida?
Quando fiz um filme chamado Encontros do Destino, pensei: “É isso. Esse é o sentimento”. Estive buscando esse sentimento desde então. Aquele de criar algum junto com outros. Foi emocionante ver quantas versões de mim mesma pude encontrar.

Como Spencer chegou até você?
Pablo Larraín me ligou um dia e disse que estava tentando fazer um filme sobre Diana Spencer. Pensei: “Quem é essa?” E, na verdade, era a princesa Diana. Esse era seu nome verdadeiro. O filme dele é como uma meditação/sonho febril/poema de três dias, tentando imaginar como um certo período foi para ela enquanto ela tentava moldar sua identidade.

Foi difícil de negociar o externo – o cabelo, vestidos, o visual da Diana – com o estado interno dela?
A perspectiva inteira do filme é incrivelmente interna, então nunca tive que entregar uma performance exagerada. Na verdade, eu estava apenas reagindo aos elementos que estavam no espaço comigo. Fisicamente, era sobre ver o quanto conseguiria aguentar, o quanto de frio conseguiria suportar, quão magra e cansada poderia ficar. Mesmo assim, ainda me senti com três metros de altura. Existe algo nela, mesmo que por osmose, apenas na imaginação dela como figura, coisas que me impressionam, que me fazem sentir-me protetora, coisas que preocupam e ainda são estranhamente fortes. No final do filme, eu pensei: “Ok, na verdade, conseguiria continuar.” Realmente tentei lutar comigo mesma. Definitivamente atribuo isso à essa transferência estranha, essa energia, quem ela era… Era imparável.

Pablo ficou surpreso quando você aceitou? Você ficou surpresa quando aceitou?
Não poderia dizer não. Fico deslumbrada com a presença do Pablo. Como atriz, procurando diretores para trabalhar, obviamente você olha seus trabalhos, mas também olha como eles preenchem um lugar, como falam com você, como é o sentimento na ligação quando estão apresentando uma nova ideia. Naquele momento, parecia… Posso atribuir um milhão de palavras a isso. Seria mais verdadeiro dizer que era tentador demais para recusar.

Em que momento da sua carreira você começou a pensar em dirigir filmes?
Quando eu era mais nova, costumava perguntar para cada ator adulto que trabalhava comigo: “Você trabalharia com uma diretora com menos de 18 anos?” E eles sempre respondiam: “Bem, preciso sentar e conversar com essa pessoa.” E eu dizia: “Ok, vamos conversar.”

Você já ficou deslumbrada por uma celebridade?
Sim. Eu vi a Neve Campbell em um restaurante outro dia, olhei por cima do ombro e fiz essa coisa que odeio quando fazem comigo, que é quando olham, desviam e fingem que não me viram. Penso: “Venha dizer oi.” E então meus amigos disseram: “Você deveria ir dizer oi” e eu disse: “Nem pensar.” Então, ela nos convidou para sentar e conversar por um tempo. Pensei: “Cara, preciso ver Pânico [cinco].” Eu amo tanto esses filmes. Mas é engraçado o que realmente te deixa deslumbrada, nunca é quem você espera. É uma coisa física – talvez você ame muito um músico ou um ator, mas quando os encontra, pensa: “É, legal. Eles existem, são pessoas.” Alguns entram na sua mente de forma física. Então seu corpo fica ahhh.

Qual o seu signo?
Sou de Áries.

Você segue a astrologia? É uma verdadeira Áries?
Não sigo diariamente, mas gosto da conversa. Vi o The Birthday Book. Aquela coisa é incrivelmente precisa no meu. De certa forma, é assustador. A melhor parte é: “A pessoa de Áries mais desenvolvida fará isso. A pessoa menos desenvolvida fará isso.”

Você tem uma música de karaokê? Você já interpretou a Joan Jett.
Eu acho legal quando as pessoas se empolgam. Amo quando alcançam o equilíbrio entre performar e se deixar levar pela brincadeira do karaokê sem tirar um momento para deixar todo mundo saber que são ótimos cantores. Isso me deixa com vergonha. Ainda não encontrei meu equilíbrio. Normalmente só grito Blink-182 porque é minha zona de conforto.

Crescendo como atriz, qual foi o melhor conselho que recebeu?
Na verdade, ironicamente, me disseram várias vezes que se entrevistas ou divulgações se tornarem mais pesadas, você começa a sentir uma versão de uma crise de identidade na confusão. Quando eu era mais nova, sempre me disseram para ir em público e ser outra pessoa. E essa é uma fala em Spencer – precisa haver duas versões de você. Algumas vezes você precisa fazer coisas que seu corpo odeia. Não há outra maneira de fazer algo sem ser do seu jeito. Isso soa tão contrito, mas eu não sei como ser outra pessoa, o que é um presente e acho que uma verdade para todo mundo. Essa ainda é uma versão de você sendo outra pessoa. E eu sei que essa é uma resposta estranha para a sua pergunta. É apenas sobre absorver pessoas, suas verdade e então dizer: “Ok, posso ser o que sou.”

Você já passou por aquele grande momento de crise de identidade e pensou que não queria isso?
Nunca. Definitivamente já quis voltar no tempo e não aceitar certos trabalhos, mas novamente, não há outra forma de passar por isso. Se eu já dei uns passos para trás e pensei: “Talvez meu caminho seja outro”? Eu tenho uma escolha infinita. Constantemente penso que não tenho um caminho, tenho 500 milhões para escolher. Digo, quantos filmes consigo fazer em um ano? Provavelmente três, quatro. Penso que são muitos, mas apenas imagine quantas experiências. Não sei qual outro estilo de vida me daria isso. E, a essa altura, estou tão viciada. Não consigo parar.

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Kristen Stewart é capa da edição de inverno da revista Document Journal e foi entrevistada pelo diretor de seu próximo filme, Crimes of the Future, David Cronenberg. Eles falam sobre Spencer e sobre a ficção científica que será lançada no próximo ano. Confira:

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O teórico radical Régis Debras o descreveu como “um milagre em dobro, um casamento impressionante do moderno com o antigo, como um poema de Apollinaire ao ar livre.” Para o antropologista Marc Augé, o espetáculo televisionado não foi nada menos do que um trabalho de “grande arte”, feito sob medida para um público britânico recém libertado da austeridade conservadora para os braços da reviravolta blairista sonora. Do outro lado do Canal da Mancha, o documentarista Mark Cousins examinava o funeral televisionado da princesa Diana através das lentes da mudança em relações territoriais: escrevendo ao lado de Debray e Augé para o livro After Diana, publicado pela Verso Books em 1998, Cousins lembra da ovação em massa que Earl Spencer recebeu de um público em luto assistindo ao funeral privado em televisões fora da Abadia de Westminster. Enquanto Spencer apontou que os tabloides britânicos transformaram sua irmã, nomeada em homenagem à deusa da caça, na “mulher mais caçada do mundo moderno”, as palmas estrondosas foram capturadas pelas câmeras do lado de fora da Abadia e transmitidas para os criadores do público nas mesmas telas em que estavam aplaudindo.

O drama ficcional de Pablo Larraín, Spencer, estrelando Kristen Stewart como a princesa Diana no meio de uma crise existencial durante três dias em 1991, oferece pouco dessa ostentação emotiva. A performance de Stewart é uma externalização do mundo interno de Diana enquanto ela passa pela cultura dos paparazzi e convenções históricas para confrontar uma verdade aterrorizante e empolgante da condição humana: somos responsáveis por criar nossa própria realidade. Dentro dos confins da casa do interior da família real em Sandringham, onde os jantares de Natal acontecem com precisão militar, a loucura começa a se parecer com resistência e o mal-estar físico é sintoma de uma libertação iminente. (Em uma das primeiras de muitas cenas em refeições, Stewart devora colheradas de pérolas gigantes e sopa verde-musgo antes de vomitar no vaso sanitário de um banheiro palaciano, evocando as epifanias estonteantes de Roquentin sobre o absurdo da existência em A Náusea de Jean-Paul Sartre.)

Larraín escolheu Stewart após vê-la em Personal Shopper, de Olivier Assayas, uma história de fantasmas similarmente introspectiva sobre luto. Mas em Spencer, é a exuberância de Diana (e de Stewart) que prevalece, a permitindo transcender o destino, tragédia e realidades construídas em livros de história e jornais. “Foi muito bom para mim que não precisei acertar em tudo,” diz Stewart, “porque fazer justiça a ela seria ter certeza de que ela estava viva para caralho.”

Stewart agora está em pré-produção para sua estreia como diretora, uma adaptação da biografia de 2010 de Lidia Yuknavitch, The Chronology of Water, que ganhou seguidores dedicados por sua abordagem franca sobre sexualidade, violência e transformação. Mas ela será vista em seguida em Crimes of the Future (2022), um suspense de ficção científica dirigido pelo lendário cineasta canadense, David Cronenberg. Cronenberg teve sua cota de confrontos com os tabloides ingleses. Sua adaptação da obra pós-moderna de J.G. Ballard, Crash – Estranhos Prazeres, causou pânico moral quando estreou em Cannes em 1996, um ano antes da morte da princesa Diana, diagnosticando profeticamente as perversões psicossexuais da cultura ocidental nos últimos momentos do século 20: celebridades e acidentes de carro. Cronenberg vem sendo aclamado há muito tempo como um oráculo das fusões visionárias de carne e máquina que projetou em clássicos cults como A Mosca, Scanners e Videodrome. Mas o diretor insiste que estava apenas ilustrando o inevitável quando previu o YouTube, transumanismo e a tecnologia de células-tronco.

O cinema filosófico de Cronenberg deve mais aos pensamentos de Sigmund Freud, Edmund Husserl e René Descartes do que aos efeitos especiais. Ele mina as profundezas da condição humana com a audácia analítica de um biotécnico. “A essência em se entender com que você é, é se entender com seu corpo”, diz Cronenberg. “Há uma interpenetração completa entre o interior e o exterior do seu corpo. De um jeito estranho, eu acho, Crimes of the Future é bem literal quanto a isso.”

Kristen Stewart: Acho que você consegue nos ouvir agora, posso sentir.
David Cronenberg: Só estou te ouvindo vagamente, não sei o porquê.
Kristen: Bem, merda! Você quer me ligar? Estou tentando dar uma de MacGyver nessa situação. [Digitando] David, talvez você deva me ligar porque não estamos te ouvindo.
David: Consertei. [Risos] Obrigado pela sugestão, de qualquer forma.
Hannah Ongley: Bem, David, obrigada por se juntar a nós. Sei que você está muito ocupado com a pós-produção de Crimes of the Future.
David: Estou passando muito tempo com a Kristen todos os dias, mas na sala de edição. É um relacionamento estranhamente íntimo porque você se torna tão sensível, como diretor, a cada hesitação, cada movimento corporal, cada inflexão vocal. Então você tem esse relacionamento estranho com um ator que não sabe que você está fazendo isso.
Kristen: Sempre ouvi que David tem a precisão mais gentil – o que foi confirmado quando trabalhei com ele. Fiquei tão impressionada com como foi fácil estar lá, sentir e descobrir coisas sem essa pressão adicional de: “Puta merda, estou trabalhando com David Cronenberg. Ele fez alguns dos melhores filmes do nosso tempo!” David disse para mim no telefone, quando falamos sobre Crimes of the Future pela primeira vez: “Vai ser um festival de amor.” E foi desse jeito.
David: Escrevi esse roteiro há 20 anos, então foi quase como um roteiro que outra pessoa escreveu. Tirando os papéis que escalei em Atenas, com atores gregos, nunca ouvi o diálogo antes. Ouvir Kristen começar a dizer as falas desse personagem, foi um choque! Eu pensei: “Oh, meu Deus, essa é uma criatura real – fora de controle, no sentido de que possui vida – e está nascendo bem na minha frente.”

Como te disse, Kristen, você foi uma revelação para mim. Você pode ver um ator e assisti-lo, mas ainda pode não saber como é estar no set com essa pessoa. Algumas vezes é uma coisa difícil porque você pode não receber o que esperava [risos]. Acho que nunca disse: “Escalar esse ator foi um erro”, mas quando você consegue uma Ferrari em vez de um Volkswagen, é bem legal.
Hannah: Você estava procurando por uma Ferrari durante 20 anos?
David: Você sempre está. Você procura por poder, carisma e complexidade – apenas coisas interessantes e inesperadas. Quando você consegue tirar isso de um artista na sua frente, é muito animador. E eu fiquei muito animado de trabalhar com a Kristen.
Kristen: Estou procurando por uma Ferrari agora. Pela primeira vez na minha vida, estou escalando elenco. Na verdade, é engraçado porque hoje receberemos a primeira leva de testes. Estou nervosa por elas! Minha nossa, gravar um vídeo para algo e então meio que jogar ao mar e esperar que outra pessoa encontre.

Isso vai soar óbvio, e espero não parecer banal, mas as pessoas por quem você se atrai… algumas vezes, você vai conseguir articular o motivos e outras, não. No final, você sempre meio que testa seus instintos enquanto está fazendo o filme e pensa: “Aquele pensamento ou suspeita estava correto? Eu estava certa?” É um pouco raro – pelo menos para mim, felizmente – ser enganada por trocas narrativas que pegam algo de você e não colocam nada de volta. Fui enganada uma ou duas vezes, e olho para aquelas experiências e penso: “Meu Deus. Merda, não acredito que me deixei acreditar que poderíamos fazer algo juntos.”
David: Acho que, como diretor isso pode vir com a experiência. Você sabe como reagirá, sabe o que pode te atrair de modo falso.
Kristen: Parte de mim está animada para ver o que elas fazem em seus próprios pequenos microcosmos, vê-las como uns curtas. É quase como um experimento legal ver o que alguém faz. Uma experiência tão vulnerável! Obviamente, venho de fazer testes pessoalmente e realmente conseguir afetar as pessoas, conseguir uma impressão que não está apenas incorporada no material. Também, essas pessoas não leram o roteiro inteiro e, tipo, é muito grosseiro. Eu digo: “Diz pra elas que não precisam se masturbar!” Mal posso esperar para ver como as pessoas se revelarão.
David: Bem, quando se trata de testes em vídeo, primeiramente… você não consegue não notar a cozinha e se tem louça na pia ou não. Então, o cachorro passa pela câmera, e…
Kristen: [Risos] Oh, se eles têm cachorros, isso é bom porque significa que são doces. Sim, você precisa olhar os detalhes.

O que direi sobre seu processo – que é alucinante, considerando que você se cansou de gravar em filme e não quer voltar – quando você grava, ainda parece que está rolando o filme, o que acho que algumas pessoas perdem a noção com câmeras digitais. Eles filmam o tempo todo, tentam gravar o máximo que podem. O que é importante é preservar o catalisador: os momentos em que você pode sentir o zumbido do filme girando. Faz com que as pessoas fiquem atentas de um jeito que infunde a porra do filme com magia, o sentimento de um raio em uma garrafa, e se você não pegar a bola curva, você vai falhar e o filme vai ser uma merda. Esse sentimento de imediatismo, e todos juntos isolados em um milésimo de segundo, é algo que você consegue em filme, mas definitivamente estava presente no set filmando em digital.
David: Um dos assistentes de câmera disse para mim: “Sabe o que eu estou realmente adorando no seu set?” Eu respondi: “O que?” E ele disse: “Você diz “corta’”. Respondi: “O que? É claro que digo “corta”. Digo “ação” e depois “corta’”. [Risos] Então ele disse: “Não! Os cineastas mais novos não dizem “corta”. Eles continuam filmando.” É claro, antigamente era caro continuar filmando. Agora não é.
Hannah: David, você escreveu Crimes of the Future 20 anos atrás. Você revisou o roteiro desde então?
David: Não, nem um pouco. A única coisa que precisei reescrever, principalmente, foi com a mudança de locação, nada com os personagens ou diálogos. Na verdade, devo confessar que algumas cenas não tinha lido há 20 anos. Fiquei um pouco chocado. Pensei: “O que esse roteirista louco estava fazendo? Como ele espera que eu faça isso funcionar?”

Para mim, sempre houve um elemento de arte encontrada no cinema. Em particular, havia muitas coisas em Atenas e não estive lá desde 1965. A primeira cena do filme é um navio afundado de lado. Nós o descobrimos! Eu estava procurando por locações, vi esse navio e pensei: “Isso precisa estar no filme.” Hitchcock – quem os jovens cineastas costumavam idolatrar, não sei se ainda fazem isso – tinha tudo mapeado. Ele tinha tudo em storyboards e dizia que as gravações do filme eram como “triturá-los em máquina”. Em outras palavras, não era emocionante para ele. Isso seria horrível para mim. Então, todos os dias no set eram dias de descobertas.
Hannah: É interessante, porque mais cedo você estava falando sobre a relevância cultural de Crimes hoje em dia, embora seja uma ficção científica que você escreveu em 1996. Kristen, seu novo filme, Spencer, se passa nos anos 90 e a princesa Diana faleceu em 1997, quando você devia ter uns sete anos de idade? Como foi voltar para aquela época ou pesquisar sobre ela?
Kristen: Tenho uma memória muito desenvolvida de como os adultos se sentiram quando eu tinha sete anos. Me lembro de ver imagens das flores fora do Palácio Buckingham. Obviamente, não entendia completamente o que estava acontecendo e o impacto da perda, mas vi o resultado. Esse luto em massa foi muito impactante para uma criança de sete anos.

É engraçado, nosso filme é uma destilação de sentimento. Toda a autenticidade que tentamos infundir no filme foi tonal. Não afirmamos saber nada novo. É tão diferente das biografias autoritárias. É meio acumulativo, por osmose. Foi um sonho que começou com Pablo imaginando três dias em que essa mulher está prestes a fazer uma decisão meio que em um precipício. Fazendo toda a pesquisa e querendo incorporar o máximo que pudéssemos para parecer verdadeiro com quem ela era, nós lemos tudo o que pudemos e esquecemos. Acho que você só precisa confiar no processo e saber que essas coisas, de alguma forma, encontram o próprio caminho no seu corpo.

Acho que o mais legal sobre a Diana, a impressão mais inegável que tenho sobre ela, é que ela era muito imprevisível. Toda vez que vejo uma foto ou entrevista, sinto que não faço ideia do que vai acontecer. Foi realmente bom para mim que não precisei fazê-la completamente correta porque fazer justiça a ela seria ter certeza de que ela estivesse viva para caralho. Todas suas habilidade empáticas, seu ar desarmante e casual – tudo o que faz parecer que ela está protegendo algo muito delicado e frágil. Ela é transparente como ninguém.
Hannah: Kristen, eu adoraria ouvir você falar sobre os figurinos de Spencer. Acabei de assistir Personal Shopper outro dia e fiquei chocada como sua personagem parece ter um relacionamento parecido com as roupas – quando ela está experimentando as botas de salto alto e o aspecto quase aprisionado de seu guarda-roupa, no sentido que a faz sentir tanto confiante quanto humilhada.
Kristen: Primeiramente, somos seres pequenos com camadas. Acho que cada personagem revela aspectos que podem ser mais surpreendentes para você, ou fora de seu padrão comum, a não ser que você a história mexa com você para encontrar essas coisas. É uma loucura – todo mundo pode mudar a cor do cabelo, e várias pessoas mudam. É marcante como isso muda a forma como você se sente. É um lugar realmente interessante para viver como atriz – sempre imaginando o hipotético. Isso parece óbvio, mas existem versões infinitas de você. E digo isso para todo mundo, não só para atores. As roupas definitivamente permitem que você encontre essas outras versões.

Nos filmes que você mencionou, Diana e a menina que interpretei em Personal Shopper estão se sentindo perdidas em termos de quem são e quanto de espaço podem ocupar. Ambas estão vindo de perspectivas diferentes – uma de perda extrema e outra de rejeição e isolamento. Você começa a perder a cabeça, você não tem nenhuma razão para nada, portanto, não sabe quem é. Então, as roupas em Spencer são uma grande coisa. Por mais que as roupas de Diana fossem lindas, elas também pareciam frágeis, ridículas e constrangedoras. Mesmo as mais bonitas, as que deviam fortalecê-la – algumas coisas, eu apenas pensava: “Que merda ridícula”. Era uma completa projeção, mas tenho certeza de que, algumas vezes, ela pensava: “Por que estou usando essa merda de chapéu?”
David: Posso fazer uma pergunta? O sotaque… De uma forma, ele é como um figurino porque também força você a se tornar uma outra versão de si ou outro personagem. Você tinha algum professor que estava lá o tempo todo?
Kristen: Sim. [William Conacher] foi como um milagreiro, para ser honesta. Coincidentemente, ele fez todas as Dianas – trabalhou com Naomi [Watts] e Emma [Corrin] em The Crown – então ele tem conhecimento. Para mim, ele é muito mais do que um professor. É um artista em sua própria forma e Pablo o deixou entrar bastante no processo. Ele cresceu no Reino Unido e tem uma perspectiva muito interna, em termos de fazer parte daquela cultura, diferente de nós. É como aprender a dar cambalhota. Se você tem tempo, seus músculos possuem a habilidade. Tivemos três ou quatro meses para fazer isso ser natural. Dito isso, eu treinei muito o diálogo. Acho que improvisamos somente uma cena no filme e foram as crianças. Eu não fiz ADR [substituição automática de diálogo] para essa merda!

Deixando o sotaque de lado, o jeito que ela fala é obviamente reconhecido como muito particular [risos]. Há tantas camadas nela que, na superfície, não combinam. Ela é essa tensão constante, um cisne livre da restrição e com borbulhas de exuberância. Foi uma das performances mais físicas que fiz. Eu chegava em casa todos os dias, corria pelo quarto de uma maneira eufórica e sobrecarregada, desmaiava e dormia até ter que ir trabalhar novamente no outro dia. Foi triste porque esses três dias foram infernais. Mas ela foi uma personagem tão estranhamente alegre de interpretar que eu voltaria e faria novamente, e você não diz isso sobre tantas outras coisas. Eu me diverti para caralho interpretando-a.
Hannah: Você estava falando sobre ela como alguém que parecia estar no precipício – isso é algo que também te agradou na escrita de Lidia Yuknavitch? The Chronology of Water parece explorar esses estados nos meados de possibilidades abertas.
Kristen: Acho que a única razão para transformar um livro em um filme é porque você basicamente quer possui-lo. Eu quero ler em voz alta em público, quero compartilhar com outras pessoas em tempo real. A biografia de Yuknavitch descreve o quanto foi difícil para ela encontrar a voz que transmitiu ao longo da vida – diante de ter um corpo feminino em um mundo onde a violência e agressão são direcionadas a ele o tempo todo. O quanto é difícil colocar em narrativa sobre o medo e dor novamente é tão bem articulado, e isso me abriu.

Também, nunca tivemos uma história de amadurecimento sobre uma mulher que parece real para mim. Assistimos meninos gozarem em meias o tempo todo nos filmes. Isso foi algo que assisti quando tinha, tipo, 12 anos de idade. American Pie é um dos meus filmes favoritos, mas meninas nunca foram permitidas terem corpos e quero muito assistir isso.
Hannah: Ambos parecem muito investidos em explorar o corpo humano durante estados cruciais de transformação. David, como diretor, como você usa o corpo não só para expressar as experiências internas e emoções de um personagem, mas também para refletir sobre transformações culturais e sociais?
David: Para mim, isso começa além da sociedade. Penso em mim mesmo como um existencialista. Não acredito na vida após a morte, não acredito em Deus. Para mim, o corpo é o que somos. Somos seres físicos. A essência em se entender com o que você é, com o que a condição humana é, é se entender como o corpo, e é claro, isso não é em um vácuo. Você é um corpo entre outros em uma sociedade, uma cultura, um mundo, e assim vai. Há uma completa interpenetração entre o interno e o externo do seu corpo. Acho que, de uma forma estranha, Crimes of the Future é muito literal sobre isso.
Kristen: [Risos] Extremamente.
David: [Risos] Sim, extremamente. Então, esse é só meu entendimento da condição humana. Envolve questões de sexualidade e seu lugar na sociedade, e isso, é claro, envolve identidade de gênero e tudo mais. Mas começa com a realidade do corpo. É o que nós somos e, quando o corpo acaba, nós acabamos. Não estamos mais aqui. É difícil para uma criatura sensível como o ser humano imaginar a inexistência, mas para mim, parte do processo de se entender com o seu corpo é a inexistência.
Hannah: Seus primeiros filmes foram muito prescientes em investigar a junção do homem com a máquina. Você vê as tecnologias de aprimoramento humano como uma forma de expressão criativa?
David: No início da ficção científica nos anos 40 e 50, a tecnologia sempre foi uma ameaça. Era algo que vinha do espaço sideral, algo ameaçador. Para mim, sempre foi óbvio que essa tecnologia somos nós mesmos. É uma extensão do corpo humano, para começo de conversa. Você tem uma pedra, um porrete – é uma extensão do seu pulso – e por aí vai. Então, olhando para a tecnologia, você descobre muito sobre o mais íntimo do ser humano. É uma reflexão do que somos e o que somos. Mesmo algo tão óbvio quanto a internet revelou coisas que provavelmente sabíamos há muito tempo sobre as variedades dos seres humanos – sua raiva, sua fúria, sua capacidade de ser perverso.
Kristen: Se você se afastar completamente e olhar para nós como se estivesse olhando para uma colmeia ou algo assim, não há nada inorgânico. Conseguimos. Olhe para todas as coisas estranhas que os insetos fazem. Se tropeçássemos em, sei lá, uma sociedade de formigas, tudo o que elas fazem é delas. Se você se afastar dos seres humanos, é a mesma coisa. Se estamos usando essas coisas para nos matar ou para sustentar nossas vidas é uma conversa mais difícil, mas concordo com você sobre a tecnologia ser uma extensão de nós mesmos.

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Kristen Stewart participou da mesa redonda de atrizes do Los Angeles Times ao lado de grandes nomes como Kirsten Dunst, Lady Gaga, Jennifer Hudson, Penélope Cruz e Tessa Thompson. Veja as fotos, vídeos e transcrição da conversa abaixo:

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Lady Gaga estava se segurando.

Quinze minutos em uma conversa com suas colegas de trabalho – Penélope Cruz, Kirsten Dunst, Jennifer Hudson, Kristen Stewart e Tessa Thompson – e a artista ainda não havia falado, a não ser que falassem com ela. Foi algo tão incomum para ela, que decidiu interromper a conversa para se explicar.

“Realmente peço desculpas por estar tão quieta”, Gaga disse, unindo-se às atrizes virtualmente de Las Vegas, onde estava programada para subir aos palcos para sua residência mais tarde naquela noite. “Mas fico tão fascinada ouvindo vocês. Sinto que estou aprendendo muito com todas, com a forma que abordam suas artes e como suas vidas pessoais estão entrelaçadas com tudo o que fazem. Sinto vontade de ficar vulnerável por um segundo e compartilhar isso.”

A estrela de Casa Gucci, 35 anos, seguiu para se descrever como “masoquista” quando atua, “completamente separada da vida real”. Ela disse que estava se abrindo sobre seu processo “totalmente não saudável” na esperança de se conectar com as outras na mesa redonda e procurar conselhos de mulheres que possuem mais experiência com filmes do que ela.

O papel de Gaga em Casa Gucci é apenas sua segunda grande transformação como estrela do cinema, seguindo seu papel indicado ao Oscar em Nasce uma Estrela, de 2018. No novo filme de Ridley Scott, ela interpreta Patrizia Regianni, a real italiana cujo casamento tumultuoso com o chefe da Gucci quase destruiu a famosa grife.

Compare-a com Stewart, que aos 31 anos, já apareceu em mais de 50 filmes. A veterana de Crepúsculo, que começou a atuar quando tinha 8 anos, aparece mais recentemente como a princesa Diana em Spencer. No filme, Stewart interpreta a falecida princesa nos frágeis dias finais antes de se separar do Príncipe de Gales.

Dunst também está na frente das câmeras desde a infância. A atriz de 39 anos começou a fazer testes para comerciais quando tinha apenas 3, passando sua juventude em filmes tão variados quanto Adoráveis Mulheres, Entrevista com o Vampiro e As Virgens Suicidas. Seu papel mais recente é em Ataque dos Cães, onde interpreta uma recém-casada cujo cunhado teimoso se recusa a recebê-la na família.

Hudson, que assim como Gaga começou sua carreira como cantora, virou para os filmes com sua performance vencedora do Oscar em Dreamgirls, em 2006. Agora com 40 anos, ela pode ser vista como Aretha Franklin em Respect, que segue a vida da lendária artista do soul desde suas origens na igreja, passa pelo alcoolismo até o estrelato global.

Thompson, de 38 anos, tem atuado pela maior parte de sua vida, mas fez uma primeira impressão na indústria em 2014 com o sucesso do Sundance, Cara Gente Branca. Agora fazendo parte da franquia da Marvel, Thor, ela ainda é leal à suas origens independentes com seu novo filme Identidade. Ambientado nos anos 20, o filme é a história de uma mulher negra que percebe que sua antiga amiga está se passando como uma mulher branca pela sociedade de Nova York, a fazendo reconsiderar suas próprias escolhas de vida.

Enquanto isso, crescendo na Espanha, Cruz era uma adolescente que dançava antes de começar a atuar. Seu papel de destaque nos Estados Unidos foi em Vanilla Sky, de 2001, mas ela continuou a trabalhar em ambos os países, frequentemente com o diretor de seu mais recente projeto, Pedro Almodóvar. Ele está por trás de Madres Paralelas, onde a atriz de 47 anos interpreta uma mãe novata que forma um laço incomum com outra mulher que ela conhece na maternidade.

As seis atrizes conversaram através de uma chamada de vídeo no final de outubro. A conversa foi editada para extensão e clareza.

Gaga, você disse que passou seis meses falando como sua personagem para interpretar Patrizia Regianni. Como isso é possível?
Lady Gaga:
Meu processo foi muito: como entro tanto no sotaque para me esquecer completamente dele? E então fazer todo o trabalho de analisar o roteiro, de modo que, quando chegar no set, possa jogar tudo isso pela janela e apenas estar presente no momento.

Kristen, sua abordagem com a princesa Diana foi similar? É um sotaque que tantas pessoas estão familiarizadas.
Kristen Stewart:
Acho que para mim, eu precisava ser esse tipo de fio elétrico – o mais espontânea que conseguisse. Em toda minha pesquisa, sentia que quando Diana entrava em um lugar, parecia que o chão começava a tremer. Há essa energia tênue, precária e partida que também era contagiante e agitada. Eu não fiquei com o sotaque entre as tomadas, nem durante o fim de semana. Me sinto um tanto absurda, a não ser que esteja no momento, entende? Então foi uma abordagem um pouco diferente, mas ainda senti que precisava estar no meu corpo a ponto de não precisar me fixar nisso.

Jennifer, você também interpretou alguém que tantos fãs conheciam. Mas a própria Aretha pediu para que você a interpretasse em Respect. Como você lidou com essa pressão?
Jennifer Hudson:
Ainda fico pensando: “Fiz tudo? Deixei algo passar?” Fiz aulas de piano para interpretá-la, que comecei há três anos. E ainda faço. Então, de certa forma, está infiltrado na minha arte. Parecia que havia recebido essa tarefa dela, mas ao mesmo tempo, é o que me deu o incentivo para conseguir passar pelas filmagens. “Ok, se ela disse que eu posso fazer isso, então eu posso.”

Algumas de vocês estão em casa. À medida que a pandemia se desenvolvia, vimos uma mudança na sociedade de um estilo de vida em que o trabalho consumia tudo. O COVID mudou alguma de suas atitudes em relação ao trabalho?
Tessa Thompson:
Ter o tempo de desacelerar foi tão fortalecedor. Eu realmente amo atuar e estar em frente das câmeras, mas fazer isso com tanta frequência talvez não seja o que eu quero. No final das contas, estou realmente interessada em contar histórias. Então, é legal pensar em outro jeitos de fazer parte de processo, o que foi realmente gratificante em termos de produção durante a pandemia. Comecei uma produtora, e tem sido tão divertido me concentrar em uma história.

Acho que me fez reavaliar a abordagem ao trabalho – assim como a sensação de estar em um set. A ideia de segurança e de fazer as coisas de uma forma mais gentil é algo que penso bastante. E, obviamente, temos passado por isso com a greve e com as conversas sobre como deveria ser a segurança em um set.

A tragédia que ocorreu no set de Rust em outubro fez alguma de vocês pensar de forma diferente sobre o protocolo de segurança no set?
Stewart:
Estranhamente, na minha experiência, os filmes maiores são onde as pessoas não estão presentes de forma segura e definitivamente nunca são gentis. Minha filosofia por trás do que é necessário para fazer um filme, é você estar disposta a arrancar uma unha por ele. Artistas que perpetuam esse sentimento de compromisso desesperado com o filme – teoricamente, gosto muito disso. Há essa coisa estranha e ferozmente psicótica que você precisa ter – esse desejo que você corre atrás até o fim. Só precisamos de rédeas.

Não somente a perspectiva em termos de quem está contando as histórias está se ampliando, mas a maneira que fazemos isso está mudando. O que a Tessa disse realmente ressoou em mim. Vamos reinventar a roda. Ficamos sentados em casa sem saber se sairíamos novamente por tanto tempo. Então, acho que esse retorno é divertido, porque algumas vezes você precisa desses recomeços estranhos para verificar a si mesmo e se perguntar: “Estamos fazendo isso do jeito que realmente queremos?”

Imagino que você se sinta mais confortável quando está trabalhando com aqueles que já são familiares, certo, Penélope?
Penélope Cruz:
Sim. Almodóvar é como um membro da minha família. Nos conhecemos quando eu tinha 18 anos… e agora fizemos, tipo, 8 filmes juntos. É uma experiência incrível toda vez, porque mesmo sendo tão próximos, somos como irmãos. Criamos uma distância saudável sem planejamento quando estamos no set. É um relacionamento completamente diferente quando estamos juntos como amigos.
Thompson:Penélope, estou curiosa. Como vocês desenvolvem as coisas juntos? Vocês se falam quando ele tem alguma ideia?
Cruz: Ele me fala. Ele está sempre escrevendo 3 ou 4 coisas ao mesmo tempo. Quando estávamos em lockdown completo em Madri durante o COVID, ele me ligou de casa e disse: “Estou escrevendo isso e pensando em você.” E, é claro, é uma notícia muito boa de ter no horizonte.

Penélope, você também trabalhou com seu marido, Javier Bardem. E Kirsten, seu parceiro, Jesse Plemons, está em Ataque dos Cães com você. Qual o lado bom e ruim de trabalhar com seu companheiro?
Cruz:
Eu gosto, mas não conseguiria fazer isso todo ano. Uma vez ou outra, tudo bem. Quando ele estava interpretando Pablo Escobar e eu era Virginia Vellejo [em Escobar – A Traição, de 2017], eu não o suportava. Não conseguia nem olhar para ele. Foi muito difícil.
Dunst: É incrível. Eu amo trabalhar com o Jesse. Ele é minha pessoa favorita para isso. Nos apaixonamos primeiramente de forma criativa, então planejamos fazer algo juntos talvez a cada 5 anos ou algo assim. Mas, honestamente, não tivemos muitas cenas juntos nesse filme. Foi legal ter alguém para te acompanhar no almoço. Você geralmente almoça sozinho em seu trailer. Foi legal deitarmos juntos em nossa cama, tentando não bagunçar o figurino ou o cabelo e a maquiagem, apenas cochilarmos juntos se tivéssemos algum intervalo.
Gaga: Realmente peço desculpas por estar tão quieta, mas fico fascinada ouvindo vocês… Sempre penso que quando o filme acaba e sou apenas um saco de ossos voltando para casa, que não há outro jeito de contar histórias sem me abandonar. Ainda sinto que tenho muito o que aprender dessa forma.

Quando estudei minha personagem durante o COVID, li tanto e aniquilei meu roteiro de uma forma que estava faminta para entender essa mulher. Eu não crio um ambiente seguro quando trabalho. Fumo cigarros como uma chaminé e faço várias anotações, trabalho em todos os sentidos de memória e personificação. Minha terapeuta sempre me diz que devo tentar trabalhar com 70% porque estou me machucando. Ouvi-las falar sobre estarem com seus companheiros e o jeito que conseguem balancear suas vidas é uma mensagem realmente importante para muitas pessoas.
Thompson: Minha segurança pessoal parece estar ligada a cada pessoa no set. Eu não ligo para a brutalidade emocional que às vezes é necessária. Acho que somente a brutalidade das horas, olhar para as pessoas ao redor com quem você está trabalhando e perceber que eles estão ficando loucos e não viram suas famílias. Parece que precisamos ser melhores.
Stewart: Brutalidade emocional é um jeito muito bom de colocar isso… Eu costumava pensar: “Preciso me foder muito, ou não vai ser real.” Ou: “Preciso incorporar cada memória pessoal e ligar em alguma coisa nesse personagem.” Mas então descobri que quando estou relaxada, sou mais presente, honesta e, portanto, mais vulnerável. Foi como uma descoberta ao contrário. Se não tentar quebrar minha cara em uma janela de vidro, consigo realmente pensar sobre a cena. Também, não é saudável. Se você fumar essa quantidade de cigarros, vai se prejudicar. Não dá para fazer isso por muito tempo.
Gaga: Você não está errada. Há essa cena no filme em que minha personagem recebe os papéis do divórcio na escola de sua filha. Meu marido manda os papéis por meio do advogado da empresa da família. Então, estou levando um pé na bunda na escola da minha filha. E me lembro de dizer: “Vou gritar com você por cada mulher nesse planeta, por cada mulher que foi ferida dessa maneira.” Então me levei de volta para o lugar em que fui atacada em minha própria vida. Ainda me sinto como uma estrela do rock por ter conseguido me erguer e continuar a trabalhar.

Entendo tudo o que estão falando sobre vulnerabilidade, mas o caos funciona para mim – reviver coisas que me machucaram, trazê-las de volta. Parece que consigo pegar algo que foi tão doloroso e transformar em algo significativo. Mesmo assim, eu estava um caco depois daquela cena. Realmente me deixou pra baixo.
Dunst: Bem, algumas vezes, suas emoções também não param. Você deve gritar com alguém e chorar, e quando a tomada termina, você talvez precise achar alguém para te dar um abraço. Você usa sua bagagem. Para mim, o que ajuda é quase fazer parecer que você e o personagem estão em uma sessão de terapia. E talvez isso se torne algo catártico. Mesmo que você precise ir para lugares que às vezes são muito dolorosos, espero que isso possa ajudar outras pessoas.

Penélope, ouvi você dizer que Almodóvar diz que você sofre muito por sua arte.
Cruz:
Se outra pessoa me dissesse isso, eu ouviria, mas vindo dele – no set, você pode ver que ele está disposto a dar a vida pelo filme. Então eu disse: “Você é a última pessoa que pode me dar esse conselho porque você não sabe como segui-lo”. Mas é verdade que lidei com isso de um jeito muito diferente antes. O que mudou para mim foi me tornar mãe. Não quero levar essa energia para casa. Nos meus 20 anos – ou até nos 30 – realmente acreditava que quanto mais sofria, melhor seria o resultado. E desde que tive filhos, isso mudou completamente porque cada hora que não estou com eles, entro 100% nessa ficção. De um jeito estranho, me permite ir mais fundo porque posso sair para respirar e me sentir segura, sentir onde estou e onde minha vida está, então voltar.
Hudson: Saindo de tudo o que vocês estão dizendo, são certas coisas que você se conecta, que você extrai, que podem ser usadas nesses momentos. E foi uma descoberta para mim de tantas formas como artista, sendo uma mulher negra… Não somente estava aprendendo mais sobre Aretha, mas estava me tornando mais forte de formas diferentes enquanto passava por sua jornada. Até mesmo vocalmente, eu pensava: “Aretha está me mandando de volta para a escola de música.” Eu ficava bicando nas teclas do piano. Nunca serei Aretha ou você, Gaga, amor, mas isso me inspirou a querer…
Gaga: Acho que você está se saindo bem, Jennifer.
Hudson: Estou trabalhando nisso. Mas esse é o poder da Rainha do Soul. Quando terminarem o filme, espero que todos tenham um respeito novo por ela, porque eu sei que eu tive. Não foi até ela conseguir sua voz que tivemos a nossa Rainha do Soul. Se todos nós parássemos para encontrar nossa própria voz, que rei ou rainha acharíamos escondido?

Tessa, como em Respect, Identidade é um filme que se passa há muitas décadas. Quais temas do filme você sentiu que eram mais relevantes para o público de 2021?
Thompson:
Acho que usa brilhantemente a ideia de passagem em termos de raça como uma metáfora para as maneiras que todos nós nos passamos. Essa ideia de que a versão de nós mesmos que projetamos para o mundo nem sempre se iguala com o que somos. Nós performamos e colocamos máscaras porque a sociedade nos diz para nos encaixarmos dentro dessa caixa. A verdade é que, quando estamos nos expressando completamente, estamos fadados a extravasar um dos lados.

Essa mulher, Irene, é alguém que estava tão reprimida pelas ideias do que ela precisava ser. Ela está fingindo uma heterossexualidade, fingindo felicidade dentro da vida doméstica, fingindo essa ideia do que é ser uma mulher – uma mulher negra. E por dentro, ela está desmoronando, porque esse fingimento não é quem ela é. Como atriz, algo que achei muito desafiador e delicioso foi essa ideia de como você não mostra o que está dentro de uma pessoa que é tão reprimida e calculada, mas também mostra o bastante para o público sentir que existem todas essas coisas por baixo.

Você mencionou sobre sua produtora mais cedo. Você disse que é importante para ajudar a contar as histórias de mulheres negras. Quanta responsabilidade você sente em trabalhar nesses filmes que representam sua comunidade?
Thompson:
Acho que algumas, você, como artista de cor, pode ser encaixotado nesses espaços. Essa ideia de que você deveria ser um embaixador. Eu só quero fazer coisas que me hipnotizam, que parecem complexas, interessantes, divertidas, selvagens ou desafiadoras. Não quero me sentir limitada pela necessidade de representação. Uma coisa que amei em interpretar a Irene é, na verdade, o privilégio da ambiguidade. Ela é uma personagem na narrativa que tem tanta ambiguidade. Frequentemente sinto que, particularmente como uma artista de cor, você está sempre interpretando um papel que é funcional dentro de uma narrativa e não há espaço para ambiguidade, e acho isso profundamente entediante. Acho que é o que espero fazer nas coisas que produzir. Adoraria criar o tipo de espaço e personagens que morreria para ter interpretado quando comecei nessa indústria, quando pensava: “Não sei por quanto tempo vou ficar por aqui, porque não sei se há papéis interessantes o bastante para alguém como eu.”

Kirsten e Jennifer, vocês duas têm cenas poderosas em seus filmes em que precisam parecer embriagadas. Interpretar alguém bêbado é tão difícil quanto dizem?
Hudson:
Foi difícil para mim no começo. Nunca bebi na minha vida… Há uma cena em que Aretha cai do palco no meio de uma performance, e para aquela cena, Forest Whitaker [colega de elenco] disse: “Jennifer, gire em um círculo”, para me ajudar a criar a embriaguez. Me deu um sentimento de como seria ficar naquele estado.
Dunst: É um ótimo truque. Allison Janney me ensinou esse truque em Lindas de Morrer, porque eu precisava estar bêbada em uma cena. Ela disse: “Gire bastante em um círculo” e eu disse: “Oh, sim, isso funciona bem”. Sempre que preciso me sentir sem equilíbrio ou tonta, fico girando até entrar em cena. Fico girando como se fosse brincadeira. É pior se você fechar os olhos enquanto gira.
Gaga: Alguma de vocês toma as bebidas cenográficas e realmente se sentem bêbadas, mesmo que elas não sejam de verdade? Eu, sim.
Stewart: Sempre que tomo uma bebida ou outra para lubrificar as engrenagens quando tenho que parecer bêbada em uma cena, tenho a reação contrária e fico totalmente bem. Na verdade, nunca estive melhor.

A pandemia mudou o cenário do entretenimento, tornando o streaming mais importante e a ida ao cinema mais difícil. No meio dessas mudanças, por que vocês continuam comprometidas com a atuação em filmes?
Hudson:
Acho que filmes são uma fuga para todos nós – especialmente em épocas assim. Desde que ficamos em casa, uma das maiores coisas que fizemos foi assistir filmes.
Cruz: Mas nada supera a experiência de assistir algo em um cinema em vez de assistir em casa com tantas interrupções e se acostumar a assistir coisas com essas interrupções. Sinto que um dos maiores problemas que se tornou ainda maior por causa do COVID é a capacidade de atenção e o relacionamento com a tecnologia. As gerações que agora são adolescentes e crianças, e as que virão depois, merecem ter esse ritual mágico que é ir ao cinema. Sinto que mesmo que seja por essa razão, o mundo não pode desistir disso.
Thompson: Filmes sempre me fazem me sentir menos sozinha. A ideia de pessoas assistirem juntas a outras que não conhecem – e que talvez nunca se vejam novamente – existe um romance nisso. Também algo que acho que nos conecta com a humanidade de outros. Filmes nos tornam mais curiosos sobre pessoas que não conhecemos.
Stewart: Os filmes permitem que você sonhe além da maioria das formas de arte. Sou suspeita para falar, porque amo filmes mais do que tudo, mas não podemos parar de fazê-los. Não podemos parar assistir em salas grandes e escuras juntos. Não posso te contar como me senti exatamente em um sonho, mas posso fazer um filme sobre ele.

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil