Arquivo de 'Críticas'



Hoje foi o grande dia! Spencer foi exibido pela primeira vez para o público e para a crítica especializada. Com muita aclamação para a performance de Kristen Stewart como Princesa Diana. Focamos em partes específicas das críticas para evitar os spoilers, mas leiam com cuidado:

VARIETY:“Onde diabos eu estou?” diz Diana, tentando segurar um mapa enquanto dirige. Ela provavelmente deveria saber; é seu antigo bairro – o lugar onde ela cresceu, a apenas uma milha ou duas de Sandringham. Mas ela está mal agora; ela perdeu sua bússola espiritual. Então ela para em um posto de gasolina e entra no café para pedir ajuda. É uma situação cômica, já que Diana, em uma jaqueta xadrez vermelha e verde que parece ser Chanel, sabe que onde quer que vá, será saudada como quem é: a mulher mais famosa e idolatrada do mundo. “Com licença”, ela diz para ninguém em particular. “Estou procurando um lugar. Não tenho absolutamente nenhuma ideia de onde estou.” Essa declaração pode ser lida em um nível profundo. No momento, porém, o que estamos vendo e ouvindo é Kristen Stewart, e ouvi-la dizer essas falas dá um arrepio. As palavras são suaves e acetinadas, mas saem em uma rajada sussurrante, uma explosão de sinceridade infantil que é ao mesmo tempo imperiosa e ansiosa. Di, podemos ver, está comandando a sala, sentindo o poder que está nela. Ela também parece que quer derreter.

E aqui está a parte da beleza: imediatamente, sentimos como se estivéssemos vendo… Diana. A coisa real. Kristen Stewart não faz apenas uma representação (embora no nível da representação ela seja excelente). Ela se transforma; ela muda seu aspecto, seu ritmo, seu carma. Assistindo-a interpretar Diana, vemos um eco, talvez, da própria relação ambivalente de Stewart com a fama – a maneira como ela fica em pé no palco de uma premiação, mordendo o lábio, deleitando-se com a atenção mesmo que ela esteja um pouco desconfortável com isso (e até já que ela faz dessa desconfiança em relação aos holofotes um elemento-chave de seu estrelato). Principalmente, porém, o que vemos na Diana de Stewart é uma mulher de elegância nata, com uma luminosidade que emana dela, exceto que parte dela agora é levada a esmagar esse esplendor, porque sua vida se tornou um desastre.

DAILYBEAST: Não há uma atriz viva hoje que consegue segurar um close-up como Kristen Stewart. Enquanto a câmera se move, você sente suas defesas se intensificarem – a barreira invisível entre o público e a atriz enfraquecendo. Parece, mais do que qualquer coisa, uma violação. E por isso ela é perfeita para o papel de Diana, a princesa torturada pela mídia voyeurística dos tabloides.

[…]

Spencer é, primeiramente, um mostruário para os talentos de Stewart e a atriz – que sabe uma ou outra coisa sobre perseguição de tabloides – está mais do que apta para a tarefa de interpretar essa figura quase mística. Ela acerta a voz de Diana e seu afeto; sua postura desengonçada; sua angústia interna. Também há uma musicalidade em sua performance, um ritmo estacado acompanhando a câmera sempre em movimento de Larraín. Durante o percurso de três dias – véspera de Natal até o Boxing Day – ela apresenta a amplitude da busca condenada de Diana pela autonomia e amor. Poucos atores convencem na vulnerabilidade como Stewart, cuja cada centímetro treme com cada olhar crítico ou de zombaria. Até agora, e apesar de várias performances merecedoras – desde Na Natureza Selvagem e Férias Frutadas de Verão até Acima das Nuvens e Personal Shopper – o Oscar evitou Stewart. Talvez possamos atribuir isso à Saga Crepúsculo, que manchava sua reputação com escrita e direção pobres e, às vezes, a deixava à deriva. Mas isso não vai durar muito.

AWARDSWATCH: Um ícone aguçado e ídolo gentil, Diana Spencer ocupa um lugar na consciência do público britânico e do resto do mundo, o que é tão complicado quanto gigantesco. O novo filme sublime de Pablo Larraín sobre onde, onde é interpretada por Kristen Stewart no melhor de sua carreira, é uma homenagem fantástica e apropriada. É um pouco como a dúzia de roupas incríveis que Stewart usa no filme. Dizer que a Diana de Stewart está bem vestida durante o filme seria um linguajar muito “real”. Como a Diana que vemos em Spencer falaria, ela está fantástica pra caralho.

[…]

A abordagem de Stewart sobre a falecida princesa é muito menos inocente e infantil do que a performance estelar de Emma Corrin na série The Crown, da Netflix, parcialmente porque Spencer se passa uma década depois da temporada mais recente da série.

Ninguém é permitido brilhar mais do que Stewart nesse filme. Ela não deixa. A ex-estrela de Crepúsculo que, cinco anos atrás em Personal Shopper, nos mostrou que é uma das atrizes mais capazes dos Estados Unidos, simplesmente decola. No meio de preocupações britânicas com seu sotaque, Stewart o entrega de forma impecável. Sua performance é ainda melhor. Como uma jovem mulher apavorada, uma esposa desprezada e uma mãe semi-maníaca ligada a William e Harry, Stewart, Knight e Larraín possuem uma ideia focada sobre uma figura trágica e acidentalmente revolucionária. O filme do diretor chileno, só então, pode ser brilhantemente consistente e tremendamente emocionante. Ou, em palavras que a Diana de Stewart possa usar, fantástico pra caralho.

DEADLINE: Não posso falar o bastante sobre a performance de Stewart, se afastando de uma imitação de uma figura impossivelmente bem-narrada para alcançar lindamente a essência de quem ela era. É uma reviravolta revigorante, intensa, comovente e totalmente deslumbrante, levando Diana para lugares que ainda não vimos serem interpretados como nessa atuação hipnotizante.

THR: Spencer não vai ser para todo mundo, apesar do eterno culto de adoração pela Princesa de Wales – e a curiosidade de ver Stewart se atirar sem uma rede de segurança em um papel onde ela está longe de ser a escolha óbvia – vai atrair muitos.

[…]

Essa é uma interpretação angustiante de uma mulher sozinha, ciente de que suas opções por sua sanidade estão acabando. Como tal, o filme fica nas costas de Stewart e ela se compromete tanto com os excessos um tanto loucos quanto com os momentos de iluminação delicada. A equipe de cabelo e maquiagem faz um trabalho excelente em alterar sua aparência para encaixar no assunto, mesmo que esse seja um filme em que a essência dos personagens tem mais peso do que a semelhança dos atores com eles. Mas o trabalho detalhado de Stewart no sotaque e maneiras é impecável. A câmera a adora, e ela raramente foi mais magnética, ou tão frágil a ponto de quebrar seu coração.

[…]

Stewart, é claro, sabe uma coisa ou outra sobre ser incessantemente – e muitas vezes cruelmente – escrutinizada como uma jovem mulher repentinamente famosa; essa habilidade de identificação talvez preencha sua caracterização em sua performance mais impressionante desde Personal Shopper.

THE WRAP: Embora existam papéis coadjuvantes excelentes para Timothy Spall, Sean Harris e Sally Hawkins, o filme é de Stewart. Ela consegue o olhar, a inclinada da cabeça e a voz de menina elegante muito bem, mas não é uma imitação – é mais uma interpretação de um papel clássico, trazendo camadas de verdadeira complexidade humana para uma figura que, com toda a mitologia que ainda a cerca, ainda pesa na consciência dos britânicos e do mundo.

FILM OF THE WEEK: A escolha de Stewart para o elenco, outra celebridade reservada que sabe o olhar obsessivo e dominador dos fãs mais do que muitos, é inspiradora. Sua performance não é somente uma imitação entediante, apesar de ter prestado atenção na postura de Diana, especialmente. Em vez disso, é uma evocação empática de uma mulher que de alguma forma ficou trancada para fora de sua vida externa e interna, congelada em um corredor – antes de correr pela saída de emergência.

THE GUARDIAN: Vinda da Califórnia, Kristen Stewart prova-se inteiramente convincente no papel título. Ela entrega uma performance desajeitada e cortês de Diana, e é completamente como deveria ser quando Diana se apresentava de forma desajeitada e cortês, enfeitando sua elegância esnobe natural com etiquetas estudadas aparte. Quando ela desmoronou, perdeu seu equilíbrio, foi como uma esposa de Stepford com uma falha no sistema. Mas Stewart captura efetivamente a agonia de uma mulher tão programada e isolada que parecia que ela não tinha saída e que havia perdido quem ela era.

SCREENDAILY: Stewart traz seu próprio magnetismo para o papel, assim como aparentemente trazendo sua própria história ao lidar com fãs obsessivos e atenção da mídia. Visualmente, ela fez uma Diana muito convincente com o cabelo e maquiagem de Wakana Yoshihara e com uma recriação do estilo dela em um figurino variado e expressivo de Jacqueline Durran (se apoiando fortemente na Chanel). Mas acima de tudo, Stewart imediatamente extrai a fragilidade conturbada de sua personagem e uma certa arrogância de menina rica – suas falas talvez ficam muito em uma nota, mas ainda assim carrega uma autoconsciência teatral que é perfeita para o papel de uma mulher presa pela constante pressão para performar.

THE TELEGRAPH: Stewart navega por esse terreno arriscado com domínio total, acertando na voz e nas maneiras no ponto certo mas elevando um pouco todo o resto para poder se encaixar nos desvios melodramáticos, paranoicos e absurdos do filme.

INDIEWIRE: Kristen Stewart encontra sua personagem no meio do caminho, adotando a inflexão elegante de Diana ao interpretá-la com o mesmo sentimento desamparado e assombrado que a atriz colocou em uso em seu trabalho com Olivier Assayas. […]

Stewart faz um trabalho terrífico como esta realeza-que-virou rainha-dos-gritos, mas tem-se a sensação de que ela poderia ser ainda melhor se “Spencer” permitisse que a personagem fosse tão selvagem quanto tudo o mais ao seu redor.

THE PLAYLIST: Kristen Stewart, a cuja escalação uma minoria muito vocal e muito entediante de auto-nomeados guardiões da chama de Diana desaprovou ruidosamente, dá uma performance que é simultaneamente completamente investida no mito de Diana e vitalmente distante dele. E como possivelmente a única atriz no mercado agora cuja própria imagem também é uma mistura tão paradoxal de brilho e reticência – não há ninguém que projete timidez tão fortemente quanto Stewart – para que ela interprete a pessoa mais famosa que já odiou a fama, já é um jogo genial.

Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

O Kristen Stewart Brasil esteve presente na premiere de As Panteras no Brasil e nesse post contamos tudo (não tudo) o que você precisa saber para correr para o cinema na quinta-feira e assistir ao filme. Confira:

ATENÇÃO: Tentamos ao máximo não contar spoilers, mas leia com cuidado!

Ontem eu tive o prazer de assistir a pré estreia de As Panteras e o filme cumpre com tudo o que promete. É divertido, tem muita ação e você fica entretido do começo ao fim. É um filme com muita representatividade que te deixa muito feliz por ver tantas mulheres diversas na tela de um blockbuster.

O filme começa no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, com Sabina (Kristen Stewart) em uma missão: Entregar para o governo americano um homem que desvia dinheiro de causas nobres. Sabina finge estar em um encontro com Jonny (Chris Pang) até que ele esteja literalmente envolvido demais com ela (ou com as cortinas do quarto do hotel). Jane (Ella Balinska) é a parceira de Sabina na missão, e vemos as duas em um estágio muito inicial da parceria. Essa missão é uma das últimas de Bosley (Patrick Stewart) que está se aposentando da Agência Townsend após muitos anos trabalhando com as Panteras (ele foi o primeiro Bosley e vemos em uma cena montagens muito divertidas dele com as Panteras da série de 1960 e no filme dos anos 2000).

Um ano depois, encontramos Elena (Naomi Scott) em uma reunião com Peter Fleming (Nat Faxon), o típico chefe que se acha inteligente demais para saber os detalhes do que está desenvolvendo. O dispositivo em questão é o Calisto, que promete ser uma energia sustentável, mas que ainda precisa de alguns ajustes para não virar uma arma perigosa capaz de matar quem ficar por perto. Fleming, obviamente, não dá ouvidos para Elena e acha que o dispositivo está pronto para ser apresentado ao Sr. Brok (Sam Claflin), que está muito alheio ao perigo do dispositivo.

Elena então pede ajuda para as Panteras, mesmo sem saber muito bem o que são ela e o que elas podem fazer. Novamente, vemos Sabina e Jane trabalhando juntas a contragosto, já que elas não se deram muito bem na primeira missão no Rio. As coisas complicam e as Panteras precisam proteger Elena de um assassino altamente treinado que foi contratado para eliminá-la, já que ela é a única que sabe sobre o potencial do Calisto.

O filme, como apontamos antes, é muito divertido. Uma das minhas preocupações sobre um reboot de uma franquia tão conhecida era que ficasse com piadas forçadas e frases de efeito para ser uma coisa “atual” e fiquei muito surpresa com o resultado. Tudo o que acontece no filme é muito sutil, o que acontece com Elena na reunião, por exemplo, é o cotidiano de várias mulheres em seus ambientes de trabalho diariamente. O humor não é feito com frases de efeito, os atores são verdadeiramente engraçados com destaque para Kristen, Naomi e Sam.

Obviamente vemos muitas perucas, disfarces e troca de looks ao longo do filme, que é o que torna um filme das Panteras tão divertido. Em uma das minhas cenas favoritas (e uma das mais divertidas do filme) as três estão disfarçadas com as mesmas perucas e roupas na empresa em que Elena trabalha fazendo dancinhas para distrair a segurança e também batendo muito em quem tenta atrapalhar a missão.

Por falar em bater, a ação do filme é incrível. Vemos muitas cenas perfeitamente coreografadas e as meninas arrasam em todas elas, com destaque para Ella Balinska que mostra todo o seu talento com as lutas. Além de ter um plot twist como todo filme da franquia e muitas referências para a série e os filmes antigos, junto com várias participações especiais durante a cena dos créditos.

O filme deixa uma lição maravilhosa sobre amizade e a importância do trabalho em grupo. Elizabeth Banks realmente fez algo especial com a franquia, adicionando mais emoção nos filmes tão divertidos que todos crescemos amando e nos espelhando em suas personagens. Se você quer um filme para se divertir, rir, se emocionar e ficar boquiaberta com tanta mulher maravilhosa, assista As Panteras a partir do dia 14 de novembro nos cinemas de todo o Brasil.

A primeira exibição de Seberg para o público aconteceu ontem (30) durante o Festival de Veneza e agora podemos ver o que a crítica especializada achou do filme. Em uma matéria resumindo a opinião de todos sobre o filme, o Entertainment Weekly separou o que os principais veículos comentaram, confira:

A transformação física e emocional de Kristen Stewart na atriz malfadada Jean Seberg conseguiu algumas das melhor críticas da carreira da estrela de Crepúsculo, mesmo que os críticos não estejam completamente vendidos pelo filme que constrói sua performance.

A atriz de 29 anos está na frente do suspense político do diretor Benedict Andrews, Seberg, que conta a vida turbulenta da estrela da French New Wave na mira do programa de vigilância COINTELPRO, do FBI, que acompanhou o apoio da estrela de Breathless ao movimento Pantera Negra e seu relacionamento com o ativista dos direitos humanos (e primo de Malcolm X), Hakim Jamal, no final dos anos 60.

Críticas iniciais do projeto – que estreou na sexta feira no Festival de Veneza – elogiaram imensamente a humanidade que Stewart trouxe para a personalidade da atriz, com Stephanie Zacharek, da TIME, observando que Stewart e Seberg ”se misturam em uma presença vibrante” no ”filme potente e envolvente.”

”Stewart é fora do comum, apesar disso não ser uma surpresa. Ela está entre as melhores atrizes atualmente, apesar de que chamá-la de “ótima” é um deserviço com sua sutileza – talvez seja melhor chamá-la de mestre dos pequenos gestos,” ela escreve. ”O piscar de seus olhos já é um dialeto próprio.”

Escrevendo para o The Daily Beast, Marlow Stern elogia Stewart no papel, apesar de sentir que o material em sua disposição não está no mesmo nível de seu talento – especialmente quando é enquadrada em Solomon, por Jack O’Connell, um agente da COINTELPRO, continuando que as ”a ótica está nublada o bastante, como uma atriz branca e rica de Hollywood terminou como uma vítima trágica da COINTELPRO – quando um filme de estúdio ou minissérie sobre os verdadeiros Panteras Negras ainda está para ser produzido.”

Ainda assim, ele observa: ”Stewart habilmente captura o dano psicológico crescente, essa figura glamurosa com corte de cabelo pixie reduzida a violentos paroxismos de paranóia e suspeita. Poucas atrizes conseguem comandar um close-up como Stewart, cuja vulnerabilidade quase explode na tela.”

Xan Brooks do The Guardian e Guy Lodge da Variety concordam.

”Stewart é uma atriz fabulosa, como foi demonstrado em Personal Shopper, Certain Women, e muitos outros, e ela interpreta esse papel com uma determinação sombria que é admirável por si só. O que a decepciona é o enredo numeroso, junto com o diálogo meio raso que poderia ter sido retirado de uma matéria de uma revista para adolescentes. Ela diz, ‘Eu quero fazer a diferença,’ e ‘Eu corro dessa menina minha vida inteira.’’ Ela diz, ‘Estou financiando os Pantera Negra só para termos absoluta certeza de que estamos no mesmo caminho,’” escreve Brooks, enquanto Lodge adiciona: ”A performance sutil e enigmática de Stewart como a estrela malfadada merece um roteiro mais espinhoso do que o que esse drama leve de biografia com espionagem proporciona.”

Sobre fazer o filme, Stewart anteriormente contou ao EW que sentiu a presença da falecida atriz – que se suicidou em 1979 após uma longa luta contra a depressão – no set do filme.

”Sempre que você faz um filme sobre uma pessoa real – especialmente se ela não está mais vida – parece que existe essa coisa onde, se alguém morre, você se pergunta se eles conseguem ver você cutucar o nariz ou algo assim… Você se pergunta: Eles estão assistindo? Eu acabei de interpretar Jean Seberg, e eu sentia toda vez que um gato ia pular na cena!” Stewart disse sobre o ambiente da produção. ”Eu sempre me perguntava se estávamos fazendo as coisas certas… Nesse mundo estranho de fantasia, eu me tornei tão próxima dela enquanto fiz esse filme. Se ela pudesse entrar em algum lugar agora, eu me sentiria como uma irmã, ou se alguém falasse uma palavra ruim sobre ela, eu iria defendê-la tipo, “Ei! Ela existiu!” como se eu a tivesse conhecido. Tudo o que acontecia no set que era um pouco misterioso, eu sempre atribuía a ela.”

Seberg – que viaja para o Toronto International Film Festival em seguida – é esperado nos cinemas no fim do ano, apesar de não ter ainda um data definida. Leia mais críticas retiradas do Festival de Veneza:

David Ehrlich (IndieWire)
“Algumas vezes hábil, geralmente desastrado e sempre negando Kristen Stewart o espaço para respirar nova vida na titular do filme, Seberg parece fora de ritmo quase que desde o começo. Um pequeno prólogo, começando no dia em que Seberg quase foi queimada viva enquanto filmava Saint Joan, lança uma sombra nos eventos que estão por vir, mas o roteiro cansativo de Joe Shrapnel e Anna Waterhouse força a cena a ser muito pesada. O resto do filme toma tempo o bastante para Seberg jogar indireta em Paint Your Wagon e lamentar a irrelevância relativa de seu próprio trabalho, mas esses poucos segundos – onde Seberg quase é morta por fingir ser um mártir real – providenciam uma evidência significativa de que ela queria mais da vida… Tudo parece inautêntico, a ponto de Seberg apenas ganhar vida quando se comprometer com a teatralidade completa. Andrews é um diretor de palco talentoso cujo Una foi uma master class em de coreografia arrebatadora em claustrofobia sustentada, e há alguns flashes em Seberg – um momento tenso na casa Solomon; um pouco de pique esconde entre Seberg e Jamal – quando o bloqueio expressa uma vitalidade que a escrita nunca tem. Mas Andrews está perdido no mar quando sempre que as coisas engrandecem, e seu olhar aguçado não consegue salvar esse filme de sua própria deformidade. Bonjour tristesse, realmente.”

David Rooney (The Hollywood Reporter)
“Uma nota de rodapé fascinante traçando a interseção entre o final dos anos 60 em Hollywood e o maldoso e intrometido governo americano é explorado no envolvente segundo filme do diretor Benedict Andrews, Seberg. Esse suspense elegante e agradável relata os esforços contínuos do FBI para neutralizar a atriz Jean Seberg quando ela se tornou apoiadora do movimento Pantera Negra e outros grupos de direitos humanos. O roteiro nem sempre evita frases de efeito e o ritmo poderia ser mais forte. Mas como a menina de corte de cabelo pixie imortalizada no pôster de Breathless de Godard, a luminosa Kristen Stewart o mantém grudado, oferecendo uma performance cativante que se torna cada vez mais pungente à medida que o assunto se desenrola.”

Guy Lodge (Variety)
‘Quem é Jean Seberg? um repórter pergunta para ’a epônima estrela de cinema no meio de Seberg, tentando fechar uma entrevista promocional para Paint Your Wagon com um semblante pessoal. Ela não consegue responder, com o assessor de imprensa de Seberg interrompendo a pergunta: ”Vamos manter as perguntas sobre o filme,” ele orienta. É um dos momentos do retrato escorregadio e desviado de Benedict Andrews onde Seberg é tratada como um produto, um peão ou uma trouxa, tratada por homens para seus próprios interesses e não os dela. E ainda assim, Seberg faz algo um pouco similar a esse assessor protetor: Toda vez que ameaça realmente perfurar a psique de seu assunto, interpretado com inteligência tipicamente intrigante e ilusória por Kristen Stewart, a mecânica mais comum do filme que ela está servindo atrapalha.”

Marlow Stern (The Daily Beast)
“A perseguição implacável do governo com Seberg – pelo mero “crime” de fazer uma doação para os Panteras Negras – eventualmente causa a atriz a desfiar, resultando em tentativas de suicídio e um parto de natimorto. Stewart habilmente captura o dano psicológico crescente, essa figura glamurosa com corte de cabelo pixie reduzida a violentos paroxismos de paranóia e suspeita. Poucas atrizes conseguem comandar um close-up como Stewart, cuja vulnerabilidade quase explode na tela. É uma pena, então, que esse filme de Andrews escolheu ver Seberg pelos olhos de Solomon, um agente da COINTELPRO que vira protetor de sua presa. Solomon – que é um personagem fictício – fornece um contraponto ao Kowalski racista e sem desculpas de Vaughn (um papel que ele nasceu para interpretar, na verdade) e os outros figurões do Bureau que gostam de brincar com a palavra com N para descrever Jamal e os outros Panteras Negras. A ótica está nublada o bastante, como uma atriz branca e rica de Hollywood terminou como uma vítima trágica da COINTELPRO – quando um filme de estúdio ou minissérie sobre os verdadeiros Panteras Negras ainda está para ser produzido – mas, para que um dos cães de ataque de Hoover sirva como substituto “nobre” da platéia, isso é uma ponte longe demais.”

Xan Brooks (The Guardian)
“Não há dúvidas de que há um drama brilhante e trágico para ser feito sobre a vida de Seberg, que falava sobre os direitos humanos, apoiava os Panteras Negras e foi carregada para a lama pelo FBI de J. Edgar Hoover. Mas enfaticamente não é a biografia de Benedict Andrews, um conto sombrio sobre a história dos Estados Unidos que parece maquiada e suspeita e é filmada com uma luz que você encontra normalmente no estúdio de um fotógrafo ou no shopping. Nos conta que Seberg foi prejudicada e que ela ficava ótima de sutiã – e não necessariamente nessa ordem.”

Fionnuala Halligan (Screen Daily)
“O triste desenrolar da icônica atriz socialmente consciente Jean Seberg nas mãos do FBI de Hoover prova uma história silenciosamente envolvente e uma colaboração visualmente interessante entre o diretor Benedict Andrews (Una) e sua estrela Kristen Stewart. Seberg de alguma maneira consegue fazer uma combinação complicada de política radical, sexo inter-racial e tragédia de Hollywood enquanto estiliza Stewart em Chanel. É um ato de equilíbrio e tanto, mas este é um filme em que a história é forte o suficiente para puxar o carrinho pesado.”

Alonso Duralde (The Wrap)
“Embora Seberg raramente seja tão bom quanto sua atriz principal, o filme lança luz sobre um canto trágico da história americana que não é discutido o suficiente – os cidadãos americanos que tiveram suas vidas destruídas pelo secreto COINTELPRO, programa de contra-inteligência de J. Edgar Hoover, vigilância direcionada a qualquer pessoa que o FBI considerasse “subversiva”, sejam eles manifestantes da Guerra do Vietnã, ativistas negros ou indígenas, até ambientalistas… Stewart nunca tenta personificar completamente Jean Seberg – ela evita as vogais lisas do meio-oeste da falecida atriz – mas em certos pontos do filme e em certos ângulos, ela é uma campainha morta. O que Stewart captura, mais importante, é a faísca nos olhos de Seberg; ela também sabe como apagar essa faísca, o que acrescenta mágoa às cenas posteriores de uma Seberg desesperada e suicida.”

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil

Críticas americanas de American Ultra
18, ago
postado por Mari

Aconteceu ontem, em Los Angeles, uma exibição especial de American Ultra para a imprensa e alguns críticos compartilharam seus pensamentos sobre o filme. Cortamos os spoilers para a leitura ficar mais agradável, porém vocês podem conferir a crítica completa clicando no nome de cada site. Confira:

Ramascreen:

Obviamente, esse não é a primeira vez de Jesse Eisenberg e Kristen Stewart juntos, você pode ver como é sem esforço a dinâmica entre os dois, tão fácil, tão em sincronia, eles podem ler e entender um ao outro muito bem. E por causa disso, não há nada falso na relação de seus personagens. A rápida e alta energia do filme mantém você alerta e ansioso. Não há um único momento entediante. Eu também tenho que dar créditos para Topher Grace, que interpreta o vilão, ele é tipo um mimado que demanda o respeito que ele não merece e Grace intepreta isso perfeitamente. O filme também é a mesclagem perfeita de ação e comédia. Eu pessoalmente achei muito mais engraçado do que Segurando as Pontas, se você quer fazer essa comparação. Então, adicione American Ultra para sua lista de filmes pipoca de sábado, eu garanto que você não vai se arrepender.

EW:

O filme é uma bagunça divertida, e Eisenberg e Stewart, que atuaram juntos pela última vez no indie de 2009, Adventureland, fazem um improvável mas cativante casal de (anti)heróis; eles são Bonnie e Clyde com bong, uma contagem de corpos extra-alto, e algum tipo de bússola moral (embora girando) no centro. Topher Grace, com os olhos tão brilhantes como de um escoteiro, prova mais uma vez que ele é excelente em colocar um rosto nojento na sociopatia, e a coisa toda termina em 90 minutos. American Ultra provavelmente não irá ganhar nenhum prêmio que não venha do Spike TV ou Soldier of Fortune, mas é agosto, e não a temporada do Oscar: invista na pipoca amanteigada do cinema e aproveite.

Screencrush:

Os vilões da CIA eventualmente se tornam muito falsos que eles param de ser assustadores, mas as performances doces de Eisenberg e Stewart mantém American Ultra focado. O par trabalhou junto antes, em Adventureland, de Greg Mottola, e eles possuem uma química fácil e convincente (sem mencionar o timing cômico e afiado). Eisenberg faz um herói improvável – o que é grande parte da piada – mas eles trabalha seu aspecto físico, todos seus braços e pernas finas, até que Mike se sente como uma ameaça verdadeira. E Stewart, que possui uma reputação injusta por causa da franquia Crepúsculo, rouba cena após cena, e entrega uma das falas mais engraçadas do verão após Mike matar dois caras no trabalho.

The Wrap:

Se você acha que Eisenberg faz um drogado de cidade pequena improvável, ele é ainda mais improvável como um super agente da CIA, mas de alguma forma, os dois cancelam um ao outro e o fazem totalmente plausível. Ele e Stewart possuem um relacionamento doce, mas sua personagem tem que entregar mais giros e revelações do que sua performance pode aguentar. (E se você está revirando os olhos na ideia da estrela de Crepúsculo fazer uma performance, você não tem prestado atenção em seu trabalho mais recente. Vá ver Acima das Nuvens se você ainda não viu.)

We Live Film:

Ao lado de toda violência e da história da CIA, há uma história de amor realmente boa para focar. Em 2009, Eisenberg e Stewart estrelaram juntos em Adventureland, que eu acredito ser um dos filmes mais subestimados daquele ano. Eisenberg e Stewart tiveram uma química incrível naquele filme e a carregam até aqui. Em apenas quinze minutos, o espectador vai poder se conectar e relacionar com Mike e Phoebe de algum modo. Durante este período de tempo, você irá conseguir um senso de intimidade e compaixão ao redor deles como pessoa. Estranhamente, durante esses momentos, senti como se eu estivesse assistindo um drama romântico independente. Foi incrivelmente inteligente que Nourizadeh e Landis fizeram Mike e Phoebe personagens relacionáveis, que queremos torcer por eles antes da ação louca começar. Foi meio chocante, mas realmente há uma mesclagem de momentos doces e sinceros ao longo do filme que realmente se destacam no meio de tantas outras comédias de ação.

Ao todo, American Ultra é aquela diversão que eu estava procurando o verão inteiro. Há poucos filmes nesse verão que foram tão divertidos quanto Ultra é. Foi refrescante ver um filme que não estava com medo de ser diferente, mas ao mesmo tempo conseguiu criar dois personagens que eu estava torcendo. Foi um tratamento especial e um ótimo jeito de terminar a temporada de verão no cinema, considerando que a maioria desse verão foi grandes sequências atrás de sequências. Eu não estou dizendo que Ultra é um filme perfeito, mas se atreveu a ser diferente e consegue muitos pontos por isso, pelo menos em meu livro.

Tradução: Mari – Equipe Kristen Stewart Brasil

O site Hitfix postou uma crítica do filme “Clouds Of Sils Maria” onde fala sobre o desempenho de Kristen no filme, confira:

Juliette Binoche olha para o espelho em um divertido drama-versus-arte da vida

CANNES – Em um festival que tem sido extraordinariamente generoso para atrizes – proibido o transporte de qualquer número de entradas de alto nível, de Tommy Lee Jones, “The Homesman” aos Dardennes ‘”Two Days, One Night” para “Mommy” de Xavier Dolan – parece apropriado que o último filme da competição  selecionado para a imprensa deve ser um exame explícito do seu ofício. Os fantasmas graciosos de “All About Eve” e Cassavetes “Opening Night” assombram Olivier Assayas  “Clouds Of Sils Maria” – uma comédia melancólica aparentemente a apenas um fino degrau  de separação fictícia de tomar o título “Sendo Juliette Binoche.”

Nós podemos apenas especular quão diretamente o caráter de Maria Enders, um ícone de tela criado pelo Euro-teatro que, desde então, mudou-se para o estúdio de tarifa americano, baseia-se no vencedor do Oscar francês. Suas trajetórias de carreira são, certamente, semelhante o suficiente, embora o fato de que Binoche é suficientemente consciente de si mesma para assumir este papel divertido, em primeiro lugar sugere que ela é mais confiante em sua pele do que Enders – uma mulher frustrada de lados opostos por sua vaidade e cinismo.

O estilo “Eve” e sua rivalidade nos bastidores inicialmente parece ser o tema do filme de Assayas, como Enders é enviada em uma pirueta profissional pela notícia de que o papel que a tornou famosa em sua juventude é definido a ser interpretado pela jovem brilhante de Chloë Grace Moretz. Isso é apenas uma pista falsa picante, no entanto, para a verdade mais difícil: a de que mais difícil rival psicológica de um artista em envelhecimento é o seu eu mais jovem, ou pelo menos a sua percepção do mesmo.

Assayas inteligentemente aumenta a verossimilhança do personagem por nunca  nos mostrar o trabalho de Enders: salve um breve vislumbre, sem palavras de sua performance no palco no epílogo do filme, vemos a atriz só em repouso fora da tela, tornando-o mais fácil de encaixar a obra de Binoche para as lacunas. (Ok, ela nunca fez um thriller CIA com Sydney Pollack e Harrison Ford chamado, hilariamente, de  “Beetle On Its Back.” Mas os pontos de referência estão perto o suficiente.)

Em Zurique, onde ela está programada para apresentar um prêmio honorário ao dramaturgo veterano e mentor antigo Wilhelm Melchior, diretor de teatro alemão Klaus Diesterweg (“Everyone Else” estrela Lars Eidinger) se aproxima dela com uma proposta que ela acha ao mesmo tempo repugnante e intrigante, porque a sua remontagem de “Maloja Snake“, um Melchior de duas mãos que fez seu nome quando adolescente, ela deseja estrelar o papel oposto, como uma lésbica de meia-idade romanticamente atormentada por sua jovem empregada. É uma oportunidade cruelmente irresistível para confrontar-se no espelho, admitindo tanto a sua idade e resistência; no universo paralelo do filme, “Maloja Snake” é a sua própria “Clouds Of Sils Maria” do tipo de conluio. Incentivada por sua esperta e cansa assistente Valentine (Kristen Stewart), Enders aceita.

Este é o tipo de território metatextual inteligente em que Assayas muitas vezes parecia mais pessoalmente cócegas. Nutritivo como seus últimos empreendimentos em storytelling mais classicamente composto ter sido, o emaranhado autobiográfico de 2012 “Something in the Air” sugere um retorno ao auto-reflexividade tonto de “Irma Vep” e “Demonlover” era devido. Dez anos atrás, o diretor poderia ter filmado a história de Enders como um freakout formal e temática semelhante, situando tudo no meio ambiente “Alphaville” estilo de produção de palco do Diesterweg – ou pelo menos como uma sátira full-tilt, o que com o repetidos protestos do script contra as culturas contemporâneas de TMZ e Twitter.

Clouds Of Sils Maria” chega a tais acrobacias, salpica o mundo das celebridades suspenso do filme com o passar  de absurdos – e ter em particular o divertimento da ingênua Moretz de olhos de vidro com Jo-Ann Ellis, uma renascida do inferno precoce que parece ter partes iguais de Lohan e Angelina Jolie júnior  – mas por outro lado jogando crises pessoais e profissionais de Maria em sua maioria diretamente. Eu não tenho certeza de que a luz de script de Assayas, divertido inteiramente em unhas de balanço, tendo uma abordagem de empatia calorosa aos seus personagens, e artifício irônico para seus ambientes.

É a relação artista-assistente, interpretada com bom humor e apreciação mútua de Binoche e Stewart, que, finalmente, dá profundidade e definição para essa brisa fresca de um filme: com Valentine aparentemente a última remanescente caixa de ressonância para a diva rabugenta, Enders vê seu único como um facilitador, não como um indivíduo; Valentine, por outro lado, impede o seu próprio ego, participando assim obedientemente para outro.

A visão de túnel de Enders é tal que ela não pode sequer ver as ironias olhando a cara dela quando ela e Valentine ensaiam cenas de um relacionamento tóxico entre uma mulher mais velha e uma mais jovem; Valentine, no entanto, certamente pode. Oferecendo um desempenho mais tocante, na textura do filme, Stewart interpreta sua auto-afirmação gradual lindamente, sua assinatura subestima a construção em luz e sombra, sua abertura de linguagem corporal taciturna como sua co-estrela se vira adequadamente apertada e incerta. Há um brilho triste, também, a sua entrega como devaneio na mesquinhez implacável do jornalismo contemporâneo de celebridades. Binoche não é a única atriz cuja carreira está sob a lente de aumento aqui.

Posicionado entre melodrama e peça de câmara, então, “Clouds Of Sils Maria” seja muito bobo ou não bobo o suficiente. É difícil dizer se “Maloja Snake,” o jogo reverenciado que tanto tortura Enders no presente, se destina a ser tão terrível quanto Assayas faz parecer com falas veneráveis ​​como: “Eu não acho que são os dados da empresa que te mantém acordada a noite toda – é desejo”. Espera-se que Assayas esteja tendo mais um elitismo cultural no processo: enquanto Enders é casualmente desconsiderada de cinema de gênero mainstream, tomando como um problema paternalista com entusiasmo, Valentine é uma obra de arte erudita que parece tratá-la menos gentilmente.

Fonte | Tradução: Beatriz – Equipe Kristen Stewart Brasil