Kristen concedeu uma entrevista durante a divulgação de Café Society a revista Cine Premiere México, falou sobre pensar em suas decisões, sua personagem Vonnie e sobre o filme, confira:
Coincidências E Possibilidades Que Desaparecem
Woody Allen lança Café Society, seu filme mais recente, e o faz em um ano onde a nostalgia pela velha Hollywood parece estar por todos os lados.
Alguma vez você já percebeu que os filmes similares são lançados nas mesmas datas? Você se perguntou por que os estúdios permitem que isso aconteça? O fato é que, seja qual for o motivo, os temas dos filmes em Hollywood frequentemente saem um atrás do outro – por exemplo, O Grande Truque e O Ilusionista; A Casa Branca e A Invasão à Casa Branca; Armagedon e Impacto Profundo; Volcano: A Fúria e O Inferno de Dante-. Ainda que não é um assunto que se associaria com Woody Allen, pois raramente está em sintonia com o espírito do momento, seu mais recente filme comprova que a teoria é errada. Há muitas similiaridades temáticas entre a trama de Café Society, protagonizado por Steve Carell, Kristen Stewart e Jesse Eisenberg, e o possivel concorrente ao Oscar, La La Land, de Damien Chazelle. No entanto, na primeira podemos ver os temas que sempre deixou Allen obcecado: a razão vs. a paixão, o amor fora de hora e, sobretudo, seu amor pela velha Hollywood das grandes estrelas.
Virtualmente, os filmes são dois lados de uma mesma tela belamente filmada. A viagem emocional que compartilham é mais profunda: ambas exploram as escolhas do coração humano – o que poderia ter sido e o que foi – e em ambas há uma auto-reflexiva aceitação das decisões e te deixam pensando que escolhas você teria tomado.
Conversamos com Kristen Stewart sobre estes temas e o particular processo de trabalho do cineasta nova-iorquino.
Você já pensou alguma vez no fato de que se tivesse escolhido uma pessoa, sua vida teria tomado uma direção completamente diferente?
Penso nisso o tempo todo. Todo mundo faz isso. Acho que imaginar o que poderia ter sido é natural, mas eu estou muito feliz onde estou.Você se identifica com o conceito de que “aquela pessoa que se foi ou escapou”?
O que eu realmente gosto na Vonnie [sua personagem] é que não acho que ela realmente se arrependa, não acho que ela sinta que alguém escapou. Ela pensa em sua vida e considera casos hipotéticos. Ela aprecia todas as suas experiências, não escolhe fazer as coisas de forma convencional. Nos anos 30, se você não estava casada até certa idade e com alguém apropriado para você, e estava esperando, era um fracasso. Naquela época era realmente aterrorizante a ideia de que não cuidariam de você.Foi uma maneira de refletir sobre o quão suscetível uma pessoa jovem é quando obtém poder?
Totalmente. Neste caso particular acho que os personagens de Steve e Jesse conseguem diferentes facetas de Vonnie e há uma dualidade nela que se revela a partir dessas duas interações, dessa relações. Certamente penso que se você está apaixonadamente envolvida em algo, sempre haverá um jogo de poder. Não vou ao trabalho e apago a minha vida pessoal. Não vou a uma escritório, não tenho um trabalho típico, assim que não posso falar disso, mas certamente me identifico com me sentir estimulada pelas pessoas com as que trabalho nesta bolha. Definitivamente, é real.Você acaba de dizer que ela era feliz com suas decisões, mas sua escolha apelava para diferentes tipos de amor; tinha o sexual, a companhia, o intelectual. Que tipo de amor é vital para você?
Isso é o que eu estava tentando dizer. Há diferentes versões do amor e ainda que não possa defini-las não quer dizer que não sejam valiosas, inclusive se não pode defini-las em termos convencionais. Eu gosto de todas. Tenho diferentes interações e obtenho diferentes coisas dos meus amigos. Não é da mesma maneira com todos. Sou diferente com você de como sou com alguém e de como sou com outra pessoa.Em um ponto, seu namorado no filme, Bobby [Jesse Eisenberg], disse que Hollywood é tedioso, asqueroso, uma indústria onde há canibalismo e você lhe diz que sente pena das estrelas que vivem em uma mansão com piscina. Qual é a sua definição de Hollywood? Acha que é um lugar borbulhante, ou contaminado e sombrio?
Acho que depende de como você vê. Você pode decidir se concentrar nas coisas que te importam e definem. Muitas pessoas estão mais preocupadas por como são as outras coisas, quanto dinheiro os outros ganham e o concurso de popularidade que se desprende disso. Não acho que isso o define por completo. Acho que há muitas pessoas em Hollywood que querem se aproximar mais uma das outras ao contar histórias, fazer filmes, e eu amo isso. Não sinto desdém por quem o faz de forma diferente. Só que eu não faço assim.Você se lembra de algumas das coisas que te surpreendiam mais no showbiz quando começou sua carreira?
Eu tinha nove anos. Minha mãe é revisora de roteiros e meu pai é diretor de palco, assim que eu acho que via isso como um trabalho tradicional. Eu pensava: “Eu sou um membro a mais da equipe. Todos estão fazendo com que aconteça.” Esse processo me chamava a atenção e acho que o que me surpreendeu mais foi quando cresci uns anos e me senti realmente comovida pela arte que isso implicava e me dei conta de que a atuação era o que eu queria fazer para sempre. No começo eu só queria fazer filmes e estar no set. Queria um trabalho. Me deslumbrei com a forma em que cada uma das minhas moléculas se sentiu realizada. Eu amo demais isso.
O mais recente filme de Woody Allen, ‘Café Society‘, está chegando na Austrália nesse mês e o site Daily Telegraph conversou com a Kristen sobre a obra e muito mais! Confiram:
Após encontrar a fama com ‘Twilight’ em 2008, você seguiu em frente com papéis mais adultos. Isso foi de propósito?
Eu fui atraída fisicamente para esses projetos. É quando você se sente melhor: quando há algo intenso que precisa ser explorado. Eu quis fazer filmes desde que eu tinha nove anos e você sabe quando vai ser pra sempre. Você reconhece isso em outras pessoas e se você encontra a estória certa para contar, isso é o que me atrai.Há algum denominador comum entre seus papéis?
Sim, eu! Eu não sou uma atriz personagem. Eu sei que muitos atores dizem que eles podem se esconder atrás de personagens e que eles podem sair de si mesmos. Eu sinto que quando estou fazendo um trabalho estimulante é quando estou me encontrando e não me escondendo. Eu diria que há um limite, mas geralmente eu não paro para analisar minha carreira como um todo.Café Society é seu terceiro filme com o ator Jesse Eisenberg, que disse no passado que você o intimidava. Você sentia isso?
Jesse é muito inteligente. Ele costumava me intimidar. Mas agora há um calor que compartilhamos e que me permite acompanhá-lo. Costumava ser debilitante. Eu costumava ficar tipo, “Eu não vou tentar ficar no seu nível,” e agora nós realmente andamos juntos. Mas eu não sei… Honestamente, a vida realmente o esmaga por causa de sua inteligência. As situações são realmente super estimulantes para ele. Eu acho que ele é uma dessas mentes especiais. Eu tenho uma natureza que realmente entra em contraste com a dele, então acho que isso o deixa louco.Eisenberg também diz que você não liga para o que as pessoas dizem de você. Isso é verdade?
Não! Eu me importo profundamente com o que as pessoas pensam. Eu sou atriz, eu me importo muito em ser entendida. Tudo o que eu quero fazer é me transportar. Quando eu sinto que não consegui, isso me deixa louca. Se eu sinto que não fiz um bom trabalho, ou projetei uma versão estranha e estragada de mim mesma porque me senti insegura, eu saio dessas situações com muito arrependimento. Então, conforme eu fiquei mais velha, eu penso, “Você não vai ser feliz a não ser que você respire fundo e seja completamente você mesma.” No fim do dia, você pode fazer isso, mas o que você não pode fazer é dizer coisas que você não quer dizer e tentar ser algo que você não é.O que a fez querer interpretar Vonnie em Café Society?
Eu amo a Vonnie porque ela também age de um jeito incrivelmente puro e sem vergonha. Especialmente naquela era (1930), Vonnie faz coisas que não são convencionais. Há algo tão atual sobre ela e algo que tão verdadeiramente alegre. Ela realmente aproveita a vida e isso é muito contagiante.Você trabalhou com o roteirista e diretor Woody Allen nesse filme. Qual o seu filme favorito dele?
Annie Hall. Eu sei que é óbvio, mas é meu favorito. A primeira vez que eu vi Annie Hall, foi em um avião, o que é muito desconfortável. Foi no Air France, e eles possuem bons filmes. Eu disse, “Wow, eu nunca vi esse.” E minha publicista, que é uma das minhas melhores amigas, eu a conheço por anos, disse “Assista agora!”E o que vem agora? Um blockbuster de super herói?
Eu não desenvolvi muito meu lado sobre histórias em quadrinhos, mas eu amo filmes grandes filmes, gosto do efeito deles. Eu gosto de compartilhar coisas nesse nível.Você gosta do lado glamuroso da indústria, como ter um estilista e andar no tapete vermelho?
Ninguém pode se vestir sozinho porque nós temos um trabalho a fazer. Estamos trabalhando em outras coisas. Eu tenho uma colaboração muito aberta e envolvente com minha estilista. Eu não sou vestida de forma remota por alguém. Mas ela me conhece por tantos anos, trabalhamos juntas desde que eu tinha 13 anos, então ela destaca quem eu sou, ao invés de me fazer ser outra pessoa.Então você nunca saiu vestindo algo que você não gosta?
Eu sinto como se eu me vestisse, mas eu não poderia fazer isso sozinha, eu não tenho tempo de correr o mundo pelas peças. Há muito material e roupas por aí. E também, eu gosto. Eu me enquadro na categoria de alguém que é atraída por moda porque é essa coisa brilhante… Eu sou tipo uma mariposa em uma chama. E é completamente animalesco. Não é para chamar atenção, eu acho bonito.Você tem um grande guarda-roupas em casa?
Eu tenho muitos tênis! Eu sou realmente muito obcecada por tênis. Mas, não, não muito. Todas essas coisas que usamos são emprestadas. Eu tento manter as peças que parecem minhas, mas eu não tenho muita coisa.
Foi anunciado hoje, pela Amazon, que Kristen ganhou uma campanha na Award Season por seu papel como Vonnie, em Café Society. Confira:
OFICIAL: KRISTEN STEWART GANHOU CAMPANHA PARA O OSCAR NA CATEGORIA DE MELHOR ATRIZ POR CAFÉ SOCIETY ?❤ pic.twitter.com/yRhMfdPyt3
— Twilight Votações (@TwiVotacoes) October 4, 2016
Kristen conversou com o site Fotogramas e falou sobre Café Society, seu projeto de direção, fama e mais. Confira:
Recém chegada ao protetor e invejado universo de Woody Allen, Kristen Stewart vive uma segunda e madura carreira, cheia de cineastas famosos, histórias e personagens que são compromissos constantes.
Kristen Stewart (Los Angeles, 1990) nos encontrou durante o Festival de Cannes, para falarmos de Café Society e também expormos seu discurso crítico com a fama e o show business.
Para Café Society, Woody Allen lhe pediu que fizesse um teste para lhe dar o papel. Como você se sente tendo que passar por uma audição a essa altura da sua carreira?
Eu gosto de audições. Quando você conseguir o papel, você se sente valorizado. Se você não fizer um teste, você pode sentir que te querem apenas por seu atrativo midiático, pelo dinheiro. Não é fácil levar um projeto adiante. Há diretores que passam décadas tentando. E às vezes eles tem que sacrificar sua visão por um ator ou atriz que pode torná-lo mais fácil de obter financiamento. Eu não gosto de desempenhar esse papel. Prefiro passar por um teste e sentir que sou certa para os papéis que interpreto.Como está sendo seu caminho para a direção?
Eu escrevi um curta faz alguns anos e é o momento de dirigí-lo. Eu quero fazer filmes desde que eu tinha 9 anos e tive sorte de estar em filmagens incríveis, nos que toda a energia e talento fluía de um modo quase sagrado. Sei o que é se comprometer até a morte com a visão pessoal de um diretor e converter um filme em algo poderoso que no papel parece uma coisa pequena e frágil. E agora quero ser a catalizadora de tudo isso, quero sentir essa responsabilidade.Neste momento da sua carreira, o que a fama significa para você?
Hoje, as celebridades perderam sua aura mítica. Se transformaram em propriedade de seus fãs. São figuras quebráveis, plásticas, perfuradas. No passado, as pessoas idealizavam as estrelas. Hoje, a indústria do espetáculo se transformou em um reality que funciona como uma farsa, que só procuram fazer dinheiro e que não é real. Um show em que te atribuem um personagem e você tem pouco a dizer sobre isso. Em um nível pessoal, a fama me deu a oportunidade de trabalhar em uma enorme quantidade de projetos surpreendentes. Eu não trocaria isso por nada. No entanto, há um contrapeso que, obviamente, não é agradável: não ser capaz de andar na rua tranquilamente, as pessoas pensam que te conhecem quando não é assim, ou tem que estar sempre retificando suas palavras.Você acha que existe certo sexismo no mundo da fama?
Acho que as mulheres tendem a julgar duramente umas as outras. É natural, animalesco. Mas, mais do que a questão de gênero, a diferença está na vulnerabilidade de atores e atrizes em comparação com cineastas e músicos. Como atores, a maioria das vezes não somos responsáveis pelas coisas que dizemos na tela e isso tende a nos colocar em desvantagem. Nós somos considerados menos válidos, menos originais do que outras associações e profissionais da arte. E temos que ser mais corretos. Os músicos podem dizer o que querem e agirem livremente. Eles sempre falam por si mesmos.Qual foi a sensação de ganhar o César, como Melhor Atriz Coadjuvante por Acima das Nuvens? Você se sente mais apreciada na Europa?
Aquilo foi uma loucura fantástica. Eu me sinto orgulhosa de formar parte do grupo de atores e atrizes americanos que têm sido bem recebidos na Europa. Os diretores americanos que me interessam têm muito em comum com os grandes cineastas europeus. São pessoas que não trabalham apenas por dinheiro, mas sobretudo pelo desejo de criar. Ser parte desse mundo, dessa arte, é uma grande honra.
Em sua passagem por Cannes mais cedo esse ano, Kristen concedeu uma entrevista ao site Hoy Cinema, onde falou sobre como foi trabalhar com Woody Allen, Personal Shopper, fantasmas e mais. Confira a tradução:
Com o cabelo loiro e amarrado, e com óculos escuros, seria difícil reconhecer Kristen Stewart, se não fosse pelos seguranças que a escoltam até o restaurante Nikki Beach em frente ao Hotel Carlton em Cannes.
Depois de ter protagonizado um sucesso como Crepúsculo, preciso analizar os seguintes passos de sua carreira?
Honestamente, eu não mostro cada filme que eu faço com a mesma energia e a mesma inversão. Na verdade Crepúsculo começou como algo muito simples. Depois se tornou algo tão grande que terminaram sendo cinco filmes que, obviamente, ocuparam muito do meu tempo, mas em questão de navegar em minha carreira, não reago tanto nesse sentido. Um filme não me empurra para o próximo, a menos que seja algo leviano onde eu quero desfrutar do tempo. Por isso também fiz alguns filmes mais pesados ou me senti bem fazendo um filme de Woody Allen, mas nunca aceito um trabalho pelo o que os outros pensam.Mas você nunca teve que recusar algum outro filme quando estava em pleno furor de Crepúsculo?
Bom, quando fiz o primeiro filme de Crepúsculo ia ser apenas um filme, e quando fez tanto sucesso nós tivemos a luz verde para fazer os outros. Mas eu também não era obrigada a fazer o segundo. Todos aceitamos voltar porque tínhamos nos divertido no primeiro. E depois tudo se tornou muito intenso. Por sorte, entre cada filme também tive a oportunidade de fazer outros projetos como Welcome to the Rileys, The Runaways, On The Road que eram um pouco diferentes. Mas sim, sempre tive a liberdade de trabalhar no estilo de filme que eu queria.É verdade que você vai dirigir seu próprio filme?
Sim, finalmente consegui o financiamento do meu primeiro filme como diretora e vou começar com a filmagem a qualquer momento. Decidi que não ia atuar em nenhum outro filme até terminar esse.Foi um prêmio especial ter a honra de abrir o Festival de Cannes com o filme de Woody Allen?
Não sei… Nas outras vezes em que eu estive ali senti que não estava no mesmo nível. E desta vez foi tudo muito mais fácil. E mesmo que eu já o conheça muito bem, tampouco sei como me comportar em certas situações sem ficar mal. Mas desta vez superou as minhas expectativas pela genuína celebração. Suponho que também tive muito mais confiança.Quer dizer que não lhe incomodou as más reações em Cannes quando estreou Personal Shopper?
Eu simplesmente senti que se alguém queria sair do normal, fazendo algo muito superficial ou dizendo algo estúpido, não iria me ofender. Ao contrário, eles são os que ficam mal, eu não, porque geralmente é o oposto. Eu me senti incrível, porque todos estávamos lá pelas mesmas razões. As pessoas ruins são facilmente reconhecíveis como insignificantes e superficiais quando querem desmerecer algo positivo.Você vai ao cinema em Los Angeles como uma pessoa comum?
Eu vivo em Los Feliz, um bairro tranquilo de Los Angeles. E tem alguns bons cinemas perto da minha casa.Qual foi a última vez que você foi ao cinema?
Eu fui assistir Mogli: O Menino Lobo.A cena onde aparece o King Louie não parece Apocalipse Now?
E… sim, mas todos os diretores fazem isso. Eu te garanto que o diretor John Favreau, se estivesse sentado conosco te diria que roubou essa cena totalmente de Apocalipse Now.Woody Allen, em pessoa, me disse que ele rouba também dos melhores…
Se “inspiram”. Essa é a beleza do cinema. Assim é como se faz um filme por algo que vi antes.Já que no seu caso não pode copiar ninguém… quem você gostaria de ter conhecido na melhor época de Hollywood nos anos 30?
A Katherine Hepburn.Alguma vez você já se aproximou para conhecer alguém que admira, da mesma forma que os seus fãs?
Eu não me identifico com meus fãs (que querem me conhecer). Nem sequer quero existir perto das pessoas que idolatro. Não quero afetá-los em nada. Quero que continuem sendo como eu imagino, não quero que afetem os meus ideais. Para ser honesta, eu cresci obcecada com uma banda que se chama Rilo Kiley e sempre gostei da Jenny Lewis. Alguns anos atrás eu fui a um show dela e todos meus amigos insistiram para que eu fosse ao camarim, para cumprimentá-la. E eu não quis…Por que?
É algo que eu teria que analizar com um psicanalista (risos). Não sei. Mas, no final, eu acabei fazendo um clipe com ela. Eu não pude contra o meu gênio.Qual foi o clipe? Para procurar no Youtube…
Just One of the Guys, ela também o dirigiu (com Anne Hathaway e Brie Larson).E isso mudou sua percepção depois de conhecer o seu ídolo pessoalmente?
Eu a amo, mas na verdade agora o sentimento é totalmente diferente. Eu continuo gostando da sua música, mas ela está humanizada e às vezes você não gosta de algo assim.Qual foi o lugar mais estranho do mundo onde você ficou surpresa que as pessoas te conheceram?
Botswana, isso foi muito forte.Por que?
Eu estava em umas férias ridículas que um estúdio me deu. E eu nunca imaginei que haveria tantos fãs de Crepúsculo em Botswana.E como foi a experiência em trabalhar com alguém como Woody Allen?
É como quando você escuta uma música sem conhecê-la, mas pode reconhecer quem canta. Basicamente, ele é um artista que é familiar com seus filmes. Ele tem isso de particular.Você ao menos aproveitou?
Eu aproveitei o trabalho. Minha forma de trabalhar é muito impulsiva e espontânea. E nunca antes tive que sair da minha personalidade natural, mas tive que deixar tudo de lado desde o momento em que começamos a filmar.Em que momento você se sentiu suficientemente confortável para evitar a pressão de filmar um filme de Woody Allen?
No momento em que entendi a personagem foi tudo muito mais natural, me senti mais confortável com essa versão da minha personalidade. A princípio ia aprender cada palavra exatamente como estava no roteiro. E ainda que ele não ensaie, eu senti que tinha que ir preparada. E eu sou muito ruim nesse aspecto, não funcionou. Felizmente, quando começamos, eu comecei a entender esse o tom familiar e acho que correu muito bem.Como a escolheram?
Woody viu em mim algo que eu não vi. No momento em que recebi a primeira ligação, foi a melhor sensação do mundo. É o motivo pelo qual continuo fazendo isso. É a melhor relação que eu poderia ter com um diretor, quando me mostram algo que eu não sabia sobre mim. E também passei por uma audição, tive que demonstrar que valia a pena.E depois de ter feito um filme de fantasmas como Personal Shopper, você acredita que há algo do outro lado da realidade?
Sem entrar no plano religioso, porque sou bastante agnóstica, não sei… Eu sou muito sensível com as energias. Eu realmente acredito que algo que não posso definir me controla, e pelo o que também não posso tomar nenhuma responsabilidade. É algo que me faz sentir que não estamos sozinhos. Personal Shopper é uma história de fantasmas, mas o aspecto sobrenatural te faz questionar se não temos percepções diferentes ou tudo é branco e preto. E viver nessa área cinzenta permite que as pessoas se aproximem também.Você acredita em fantasmas?
Se eu acredito em fantasmas? Não sei, eu acho que acredito em algo que não posso definir com uma resposta.Seu medo é bastante convincente nesse filme, como conseguiu?
Simplesmente imaginei que estava realmente recebendo essas mensagens de terror. É muito difícil reagir com algo assim e tampouco quero manipular minhas ideias com nada, mas cada dia de filmagem me surpreendeu com o pânico que esse filme me dava. Quando o li, pensei que estava drogada, pensei que era um sonho existencial, sem soar muito pretenciosa.E você não teve medo de filmar as cenas de sexo?
Não é algo que me dá medo. Eu estou disposta a tudo. Eu realmente aprecio todos os aspectos do cinema. E a única forma de mostrar a alguém que você não pode ligar os pontos é por mostrar as versões extremas de uma pessoa. E eu queria mostrar a versão atual, pensadora e nua que eu poderia mostrar de mim.Você acha que seus fãs a conhecem realmente por vê-la no cinema? Quanto de Kristen Stewart há em seus personagens?
O melhor que um ator pode fazer é não ser estereotipado, o bom é surpreender. E a única forma de conseguir isso é realmente se despir por completo e se revelar como pessoa. Eu não quero interpretar personagens onde eu sou apenas um personagem. Eu não sou esse tipo de atriz. Tudo sempre passa por mim. E o que eu mais gosto é quando alguém chega e diz “Eu não sabia que você era tão assim, mas agora que eu vi… deveria destacar mais”. É algo que sempre me surpreende, mas eu sou assim.