Kristen foi anunciada recentemente como capa da edição do mês de novembro da revista ELLE, que é uma edição especial para homenagear as mulheres que fazem parte da indústria do cinema. As outras capas contam com grandes nomes como Amy Adams, Lupita Nyong’o, Kathy Bates, Helen Mirren, Felicity Jones, Aja Naomi King e Anna Kendrick. Confira as fotos e a entrevista abaixo:

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A primeira coisa que você deveria saber sobre Kristen Stewart, pelo menos de acordo com seu co-star por três vezes, Jesse Eisenberg, é que ela tem um medidor de falsidade infalível: “Kristen suspeita naturalmente do fingimento,” diz Eisenberg. “Nós estávamos filmando uma cena emocionante no final de ‘Adventureland‘, quando Kristen tinha apenas 17 anos, e ela gritou “Corta!” no meio da cena – por ela mesma. Ela disse, “Estou mentindo, não está sendo completamente verdadeiro!” Ela possui a mais estranha falta de vaidade em uma indústria que não promove isso. Eu a uso como minha rubrica para entender no que eu deveria confiar.”

Stewart é, acima de todas as coisas, uma atriz honesta, o que a faz tão encantadora de assistir. Ela nunca força uma emoção ou tenta dominar uma cena, e ainda assim ela consegue segurar a atenção do público com nada mais do que um olhar. Há alguns atores que conseguem parecer completamente naturais em uma performance, mas o fato de que Stewart conseguiu uma expressão verdadeira tão jovem – ela ainda tem 26 anos! – fez dela uma estrela de cinema única.

Mas de acordo com Stewart, a jornada até onde ela está hoje na indústria do cinema levou décadas. Filha de pais no ramo (seu pai é assistente de palco; sua mãe é uma supervisora de roteiro e dirigiu o filme ‘K-11‘, sobre um produtor de música que vai parar na cadeia por conta de drogas), ela começou a atuar na quarta série. Aos 11 anos, ela atuou ao lado de Jodie Foster em ‘Panic Room‘, de David Fincher; aos 17 elas conseguiu um dos maiores papéis em uma das maiores franquias da história de Hollywood – os cinco filmes de ‘Twilight‘, que fizeram Stewart um fenômeno internacional. Stewart teve que aprender em quem confiar (e como confiar em si mesma) enquanto o mundo assistia. De primeira, o escrutínio dos tablóides faziam seu sangue borbulhar: “Eu tenho um temperamento forte pra caralho, com certeza,” ela diz, rindo. Ela está falando de um trailer no meio do deserto do Arizona, onde ela está dirigindo seu primeiro curta, ‘Come Swim‘, uma meditação sobre o isolamento contada pela visão de um homem nadando em uma piscina – que ela também escreveu. “Eu definitivamente transformo alguns sentimentos em raiva. Mas também, eu reconheço que nunca vai haver uma balança entre um indivíduo e a mídia como um todo. Eu fiquei confortável em estar disposta a falar sobre as coisas que me motivam e ignorando as coisas nojentas.”

Esse é o superpoder de Stewart: Ela não perdeu o controle por causa da mega fama – ela foi incentivada por isso. Após dar tchau para Bella Swan, Stewart tomou as rédeas de filmes independentes que a permitiram forçar seus limites. No drama de 2014 de Olivier Assayas, ‘Cloud of Sils Maria‘, ela interpreta uma intrigante assistente que usa sua sexualidade para explorar a insegurança de sua chefe, que é atriz, interpretada por Juliette Binoche. O filme mostrou um lado de Stewart que foi sensual, complexo e distorcido – o que a levou a ser a primeira atriz americana a ganhar um César (a versão francesa do Oscar). “Isso foi sobre duas pessoas tão próximas, que isso requer várias partes de você, do seu animal – de tudo”, ela diz.

O próximo filme de Stewart é o suspense psicológico também de Olivier Assyas, ‘Personal Shopper‘, sobre uma mulher no mundo da moda que começa a ver fantasmas enquanto luta com uma trágica perda de família. “Ela faz parte desse mundo tão brilhante e narcisista,” Stewart diz sobre sua personagem, “e ela quer entrar nele, mas ela está do lado de fora pensando “Foda-se todos vocês.” Há algo tão insensível sobre ela, mas ela não desiste.”

Persistência é um grande tema para Stewart; ela trabalha incansavelmente e intensamente até que ela tenha finalmente acessado alguma base de verdade. Kelly Reichardt, que a dirigiu como uma advogada em Montana que começa a dar aula à noite e encontra uma conexão inesperada com uma jovem fazendeira em ‘Certain Women‘, diz, “Quando Kristen apareceu no set, parecia que ela tinha bebido 14 copos de café; os joelhos dela tremiam. Eu pensei, “Como que vou acalmá-la?” E então quando a câmera rolou, ela ficou completamente parada. Ela é uma atriz extremamente técnica. Eu só percebi o quanto ela estava fazendo de uma vez só na cabine de edição.”

Essa sagacidade técnica está sendo útil assim que Stewart está no outro lado da câmera. Apesar de ter tido um grande ano – ela também estrelou a comédia de Woody Allen, ‘Café Society‘, e o filme de guerra de Ang Lee, ‘Billy Lynn’s Long Halftime Walk‘ – ela recusou qualquer novo papel até que ela finalize ‘Come Swim‘, que possui a trilha sonora de Annie Clark (St. Vincent). Stewart está muito feliz por estar no comando: “Eu tenho a equipe mais legal do mundo: pessoas incríveis, jovens, vorazes, ambiciosas e experimentais,” ela diz. “Eu nunca me diverti tanto fazendo algo, de verdade.”

Ela soa tão feliz e despreocupada, como se finalmente ela estivesse no controle de seu próprio destino. Isso pode estar relacionado com o fato de que ela contou para o mundo sobre sua namorada, a produtora de efeito visuais Alicia Cargile, dizendo que se ela fosse verdadeiramente comprometida à autenticidade, ela precisaria se abrir mais sobre sua vida amorosa. “Eu não tenho vergonha e não estou confusa,” ela diz. “As coisas mudaram. E não somente comigo – nós somos realmente permitidos apoiar essa nova aceitação em desenvolvimento e sermos incríveis.”

Panic Room – 2002



“Eu era muito pequena! Jodie é o melhor exemplo de como você quer se conduzir como líder de uma produção, como você quer definir o tom e dar ordens no set.”

Adventureland – 2009

“Jesse e eu trabalhamos juntos três vezes. Nossa dinâmica nunca mudou. Eu sabia que seríamos amigos porque somos dois esquisitões.”

Clouds of Sils Maria – 2014

“Eu amo filmes sobre pessoas que fazem arte, e a compulsão nisso. Só se torna tão cinza… quando você tem uma arte que é exposta no lugar de negócio.”

Café Society – 2016

“O que eu gosto na minha personagem, é que seus olhos estavam sempre abertos. As pessoas dizem que Woody escreve muito bem as mulheres, e isso é verdade.”

Billy Lynn’s Long Halftime Walk – 2016

“Eu interpreto a irmã de um soldado que funciona como a porta voz para dizer que a guerra não é a resposta.”

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil