Kristen e seu co-star, Nicholas Hoult, concederam uma entrevista ao Moviefone sobre Equals e falaram sobre o processo de filmagem, sobre o filme ter ido para o DirecTV antes dos cinemas, e muito mais. Confira:

Há muito conteúdo na televisão esses dias. E a maioria dos atores veem isso como uma boa coisa, mas alguns, ocasionalmente, como Kristen Stewart, oferecem uma opinião contrária.

Pegue seu novo filme, ‘Equals‘, como exemplo. Dirigido por Drake Doremus (‘Like Crazy‘) de sua própria história original, é o tipo de filme calculado, perspicaz e excêntrico que a maioria dos estúdios não estão dando muitas chances hoje em dia: uma ficção científica que provoca pensamentos e depende de diferentes estilos de efeito além do espetáculo criado digitalmente de esbugalhar os olhos. A emoção humana é a estrela, entregue por Stewart e seu co-star Nicholas Hoult, que, coincidentemente, os dois tiveram experiências com blockbusters como ‘Twilight‘ e ‘X-Men‘.

Equals‘ estreia nos cinemas em um lançamento limitado no dia 15 de julho, mas está disponível via DirecTV Cinema desde 26 de maio. E, como Hoult aponta, qualquer chance de contar uma história um pouco diferente em uma escala limitada para um público de qualquer tamanho, via serviços de assinatura ou de outro jeito, é um bônus. “Com todo mundo querendo tanto conteúdo, é emocionante, porque há muito mais por aí, e muitas oportunidades de contar as histórias menores. Mas também tem uma inundação de coisas.”

Mas Stewart, que diz que ainda está surpresa sobre o quão rápido o mercado do cinema mudou e continua a mudar, admite que a inundação de conteúdo que Hoult menciona a preocupa, especialmente quando ela está trabalhando em um filme com o tipo de qualidade que ela sente que ‘Equals‘ entrega.

“Você fica inundado com material, é tipo um estímulo em excesso que não tem o mesmo valor do material,” ela diz sobre as bibliotecas profundas de conteúdo agora disponíveis em qualquer hora. “Eu fico despedaçada com isso, porque eu sou muito “das antigas” e egoísta: idealmente esse filme deveria ser visto em um cinema. Eu odeio que as pessoas viram a porra desse filme no DirecTV antes, você entende?”

“Se você se importasse o bastante, porque há fã bases para filmes, para certas pessoas, cineastas, para gêneros, qualquer pessoa que gosta do Drake, do Nick, de mim ou do gênero, provavelmente assistiu esse filme no DirecTV quando lançou,” ela disse. “Mas essas pessoas teriam ido ao cinema comprar um ingresso, foda-se o reembolso. Eu não estou nem falando sobre isso. Mas esses caras que realmente se importam, eles viram no DirecTV, eles provavelmente não vão ao cinema. Para mim, isso é um pouco triste porque esse trabalho, essa fotografia, é tudo tão bonito. Deveria ser visto! Isso me irrita.”

E, na verdade, junto com esse filme de ficção científica comovente, com uma virada romântica no estilo ‘Twilight Zone‘, ‘Equals‘ é uma coisa linda de se olhar, entregando um ambiente convincente e completamente realizado sem exigir uma multidão de artistas digitais da ILM ou Weta. E porque eles querem de verdade que o filme encontre seu público, qualquer que seja a tela em que estará passando, Stewart e Hoult sentaram com o Moviefone para refletir sobre suas experiências ao fazer o filme.

Nós temos uma ótima história de ficção científica, e ainda os efeitos especiais são suas emoções. O que significou para vocês poder contar uma história nesse tipo de contexto, mas sem se apoiar nos efeitos visuais, apenas contando através de vocês mesmos?

Kristen Stewart: Eu acho que, com qualquer filme bom de ficção científica, todos os elementos de fantasia funcionam como uma metáfora relevante. Eles estão lá para servir o que significa estar no centro. Então, nunca parece que você está fazendo algo que não é real, apesar de não ser o mundo em que estamos acostumados. Ainda é um mundo que precisa de muito para se acostumar. Drake é muito bom nisso. Ele cria um ambiente que é muito completo.

Filmes que permitem que as emoções sejam destacadas por CGI, eles parecem falsos e são blockbusters que não me interessam. Mas os que conseguem balancear isso de um jeito certo; eu amo filmes grandes, meio épicos com uma realidade suspensa.

Nicholas Hoult: A coisa legal sobre isso é que tudo que você estava interagindo estava no lugar de verdade. É mais sobre as emoções com as pessoas do que, ao contrário de muitos filmes desse estilo, quando você termina olhando para bolas de tênis ao redor do estúdio e alguém em um microfone dizendo para você quando olhar e o que está acontecendo. Então você não faz ideia. Você tem um conceito, uma imaginação correndo com isso, mas também até você ver o filme, oh, isso era o que estava acontecendo.

Isso pode ser, as vezes, um pouco frustrante porque quando não há nada físico para que você possa sentir. Você não está recebendo nada de volta. Uma grande parte disso não foi sobre quando você estava fazendo ou pensando sobre o que você estava atuando. Foi sobre observar outra pessoa e então entender o que ela estava fazendo e ler isso, o que é meio que a coisa mais importante porque isso é o que você faz quando você está vivendo.

Eu estava lendo sobre os exercícios de atuação bem focados um no outro que vocês fizeram para se preparar pra isso, o que foi um pouco incomum mas muito efetivo para a conexão de vocês. Como foi conseguir essa honestidade emocional um com o outro na preparação para interpretar personagens que vivem em um mundo onde eles são a conexão um com o outro?

Stewart: Se você imaginar o tempo que Nia e Silas passam juntos sem saber nada um do outro, a base antes deles fazerem as primeiras perguntas é uma coisa espiritual. Eles dizem “olá” um para o outro 365 vezes, mas eles não cavam nada mais profundo do que isso. Ainda assim, há um compartilhamento. Você pode ver por dentro de uma pessoa se ela permitir, e isso não significa que você precisa saber qualquer coisa sobre ela.

Então, ao sentar de frente um para o outro, e uma hora ficando apenas encarando, e então tentar transmitir algo e tentar receber isso, e então projetar e pensar o que esse movimento do olho significou. No final daquela hora, você apenas conhece a pessoa. Então ele estava tentando imitar o que Nia e Silas possuem quando eles realmente começam a interagir um com o outro.

Isso foi quase, de um jeito estranho, mais difícil de interpretar essas cenas emocionais sendo tão próximos? Ou isso foi uma comunicação de alguma forma?

Hoult: Nós tivemos sorte que nós filmamos em sequência, o máximo que podemos. Então a primeira vez que você nos vê no banheiro nos tocando pela primeira vez, essa foi a ordem. Até aquele ponto, nós não tínhamos feito nada antes na história. Então, esse tipo de coisa realmente ajuda quando você está fazendo algo, porque tudo que você fez até o momento se comunica com isso.

Stewart: Porque você não precisa jogar nenhum jogo de adivinha. “É o que é, eu fiz isso, e então fiz isso e isso…” Você não precisa saber como vai ser para interpretar algo depois disso.

Hoult: Sim, e há uma construção nesse momento também. Então há uma libertação e isso parece mais natural ao invés de tentar imaginar o que aconteceu até aquele ponto, e então fingir o que poderia estar acontecendo.

Como toda ficção científica boa, há uma tremenda alegoria na história. O que ressoou pra vocês?

Hoult: É sempre essa pergunta, para mim: os sentimentos se você quer sentir tudo, o bom e o ruim, e o que isso significa. E também, se você quer tirar o ruim, se isso também destruir o bom, e então você não pode mais sentir essas coisas.

Stewart: Eu amo a ideia de ter um grupo de pessoas que parecem ser obcecadas com tomar conta um do outro, mas se eles não possuem sentimentos pelos outros, por que se importam? É um desejo generalizado de progredir uma sociedade, como uma continuação egoísta e narcisista da nossa raça. Eu não acho que isso é o que leva alguém para qualquer coisa.

Essa hipótese é suspendida em uma realidade de merda, e eu acho que o que o filme diz é que, a única razão pela qual fazemos o bem ou o mal é para o outro. Nós estamos conectados. Não há razão para fazer qualquer coisa se estamos completamente sozinhos. Há testes. Se você isola os animais, eles apenas param de viver. Isso é verdade. Então eu penso nos primeiros despertares que tive na vida, e então isso me acerta muito forte. Você pensa que eles não vão continuar fazendo isso, mas fazem.

Então eu acho que isso é examinar o fluxo e refluxo dos sentimentos por alguém, e sustentar isso e o que você recebe em troca, e se tem valor ou não. Nós deveríamos apenas nos isolar e não tentar? Ou deveríamos ter fé que um sentimento que uma vez nos afetou tão positivamente que talvez não afete mais talvez nunca volte? Tudo o que vai para o por que de querermos tentar pelo outro, nos colocar para fora, ficarmos desconfortáveis ou com medo. Tudo é pelo o outro. Não é completamente egoísta.

Como atores, vocês se sentem unicamente em harmonia com as suas emoções, em contraste com outras pessoas? Vocês sentem que colocam mais pensamento e se exercitam mais para controlar isso? Ou vocês sentem que as emoções são mais fortes em vocês?

Stewart: Não porque somos atores, mas eu acho que algumas pessoas sentem mais do que outras.

Hoult: Sim, e há um tempo onde ocasionalmente, alguma vezes, isso faz você observar mais as emoções de outras pessoas ou reações, onde você assiste algo e acha interessante e tenta resolver. E então, algumas vezes, você está em um humor completamente estranho, então você torna isso para si mesmo, e então isso se torna muito estranho, porque você está sentindo isso e tentando analisar isso…

Stewart: E então tentar analisar isso!

Hoult: … E pensar nisso, e então você senta e fica pensando, e então fica “Oh, cara…”

Stewart: “Oh, eu sou tão estranha. Por que estou pensando nisso? Estou só tentando ser um ser humano normal.”

Hoult: [Gritando] “Eu tenho que ser livre! Tenho que ser eu mesmo!” [Risos]

Stewart: Tem vezes que eu estou surtando sobre algo! Tipo, fico muito emocionada! E então fico tipo, “Wow. Se eu estivesse interpretando isso, nunca teria feito tão forte.” Entende? Sempre fico, “Não. Seria muito menor. Isso não poderia ser real.” Então há momento na vida quando eu estou fazendo algo muitas vezes e eu fico, “Não, viu, você faz isso de verdade.” A vida não é tão sutil o tempo todo. A delicadeza é algo real no filme, mas a vida não é realmente delicada.

Vocês tiveram uma certa ansiedade de separação assim que o filme acabou porque vocês ficaram tão conectados diretamente?

Hoult: Eu tenho ansiedade de separação no final de cada filme. Mais nesse, com certeza. Sim, é sempre uma coisa no final quando você meio que, por meses cada momento do seu dia foi planejado. O que você ia comer, quando você ia comer e o que você ia vestir.

Stewart: É tão organizado.

Hoult: Tipo, toda sua vida…

Stewart: E então você fica, tipo, caído.

Hoult: E então você de repente chega ao fim de outro trabalho e eles ficam tipo, “Ok, te vejo mais tarde.” E você senta em casa e fica…

Stewart: “Eu posso fazer o que eu quiser agora?”

Hoult: E eu passo, tipo, dois dias sozinho sentado no sofá. E então você consegue sua rotina e seus hábitos de volta, e todas essas coisas. Mas de primeira é a coisa mais estranha. Eu me lembro de ficar muito triste.

Stewart: É quase como passar por um término.

Hoult: No aeroporto de Singapura no meu caminho de volta após o filme, eu lembro de sentar lá e todo mundo já tinha ido embora e eu estava indo, e eu estava sentado pensando, “Wow. Isso é horrível.”

Stewart: Vazio. Sim.

Hoult: É estranho. Muitas pessoas passam por isso em seus empregos, em termos de, tipo, militares, e eles saem de uma extremidade e já experimentaram essas elevações, ou surtos de adrenalina e tudo mais. Então você fica com esse sentimento vazio. Mas então vocês se reúnem novamente na press tour e é legal.

Stewart: Você tem que se acostumar com a vida, porque nossas vidas e nossos trabalhos, eles mesclam tanto, e ainda assim ao mesmo tempo, quando um filme acaba, ele acaba. Então isso te afeta e você pode pegar um pouco disso e levar pra sua vida, e você pode pegar a sua vida e levar para o trabalho. Mas assim que o trabalho acaba, você fica, “Oh Deus. Agora tenho que lidar com a minha realidade atual.”

Fonte | Tradução: Equipe Kristen Stewart Brasil