Kristen nos surpreendeu ao ser anunciada como a capa da Interview Magazine na edição do mês de março. A atriz foi fotografada por Steven Klein e entrevistada por Patti Smith, que já foi declarada como uma das influências de Kristen. Confira:


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Mesmo com aproximação, com seus olhos da cor das águas do Caribe enchendo a tela, Kristen Stewart parece estar se escondendo – ou ao menos tentando. Há um desconforto, geralmente beirando o terror, que deixa seus lábios trêmulos e sua testa franzida, como se ela tivesse sido atingida por um soro da verdade e sabe que ela não será capaz de esconder seus mais profundos segredos. Ela parece se recuar da nossa atenção, contorcendo-se na sombra de alguma coisa, qualquer coisa, ou de si mesma. Essa tensão superficial foi o principal foco dos cinco filmes da Saga Crepúsculo, como fez a Bella Swan de Stewart e seu inferno anaeróbico do romance adolescente por um vampiro, e fez Stewart o pôster de Hollywood para adolescência legal e angustiada. Em filmes distantes como a comédia de Greg Mottola ‘Adventureland’ (2009), o épico ‘Na Natureza Selvagem’ (2007) de Sean Penn, a ficção científica de Doug Liman ‘Jumper’ (2008), até comovente ‘Para Sempre Alice’, Stewart mostrou que ela pode interpretar a angústia com humor, sentimento, doçura, tolice e tudo mais.

Desde seus primeiros papéis, feitos antes dela ser uma adolescente (The Safety of Objects, Panic Room e Cold Creek Manor), a atriz sempre pareceu ter nascido para isso, e de fato foi. Stewart, agora com 24 anos, cresceu em Los Angeles – cresceu em sets de filmagens onde seus pais trabalham atrás das câmeras em Hollywood. Em seus melhores papéis, Stewart fez sua sinceridade, sua nudez que ela gostaria de encobrir, algo mais, algo ainda mais gracioso; ela parece ter encontrado um jeito de fazer seu próprio domínio heróico. Como Joan Jett em The Runaways (2010), a tradução de estrela do cinema para estrela do rock é perfeita e maravilhosa. Mas até no mundo dos contos de fadas de Grimm, a doce Branca de Neve de Stewart é destaque. E interpretando Marylou na adaptação de Kerouac, On the Road (2012), de Walter Salles, o legal de Stewart torna-se um pó mágico que se espalha ao seu redor – encantador, mercurial, luminoso.

Em Acima das Nuvens, dirigido por Olivier Assayas, Stewart interpreta a assistente pessoal de uma grande atriz, interpretada por Juliette Binoche, e por sua performance, Stewart foi a primeira atriz americana a ser nominada para o prêmio francês equivalente ao Oscar, o César, em 30 anos. O filme é em parte sobre as muitas sobreposições existenciais e intrusões que a atriz enfrenta em sua vida e carreira, desde o material e colegas de trabalho até coisas como perfis em revistas. E, como Stewart diz para sua heroína, escritora e cantora Patti Smith, ela também não é imune a essas intrusões, mas está orgulhosa de onde ela está – e ela está – e é só por causa das paradas que ela fez ao longo do caminho para chegar até alí.

PATTI SMITH: Hey. Isso é estranho?

KRISTEN STEWART: É muito, muito estranho. Você vai fazer uma entrevista adequada, huh? Isso é legal, eu acho.

SMITH: Quantos anos você tem, 24? Eu acabei de fazer 68 e estava pensando sobre o que eu estava fazendo quando tinha 24. Eu não tinha gravado Horses ainda. Eu ainda estava trabalhando na livraria. Eu estava fazendo perfomances e escrevendo. Mas o que você já conquistou profissionalmente é maravilhoso. Você quis ser uma atriz quando você era pequena? O que você pensava naquela época?

STEWART: Bom, eu estou sentada e aproveitando os benefícios de uma decisão que eu fiz quando eu era uma pessoa que eu ainda posso me identificar, mas não sou mais. Eu acho que, por padrão, eu queria ser uma atriz porque em um set de filmagens, a única coisa que uma criança pode querer fazer é ser ator. E eu estava realmente encantada com todo o processo. Naquela época, eu só queria estar nos sets, ir para vários lugares diferentes e trabalhar tanto quanto meus pais. Meus pais trabalham com filmes, eles são da equipe. Eu amo filmes, eu só queria me envolver. Fui muito sortuda. Eu fui a audições por algum tempo e então comecei a fazer filmes. Eu sempre disse que eu queria ser a diretora mais jovem que existe, mas agora eu estou tipo “não, vou esperar até estar pronta para isso.”

SMITH: Quando eu era criança, eu costumava sonhar sobre interpretar Jo em Little Women ou Joan of Arc. Era um sonho, todos sonhamos quando somos crianças. Você teve a direção e você estava em uma posição onde você podia perceber esses sonhos e projeções. Não sei se foi seu primeiro filme, mas eu me lembro do filme que você fez com Jodie Foster (O Quarto do Pânico, 2002) quando você tinha tipo, 12 anos?

STEWART: Sim, esse foi meu segundo filme. Foi um longo processo. Eu comecei quando tinha 10 anos, encerrei com 11 e estreou quando eu tinha 12.

SMITH: Wow, você só tinha 10 anos. Eu vi algumas entrevistas que você fez quando você tinha provavelmente 12 anos.

STEWART: Oh, querida.

SMITH: Você era tão natural e simples. E através de seus filmes, seus personagens também possuem esse jeito natural e simples. Jodie Foster também tem isso e eu estava me perguntando se isso te influenciou como uma atriz, se você aprendeu com ela.

STEWART: Eu fui realmente sortuda de trabalhar com ela em uma idade tão jovem porque eu tive uma séria auto-perseguição… As pessoas às vezes me fazem pensar que eu levo as coisas muito a sério e faz parecer que eu sou melhor do que eles. Mas trabalhar com pessoas como Jodie – nós somos um pouco parecidas. Há algo quando as pessoas olham para você e falam “escute, eu sei que isso é estranho, mas vamos ser honestos.” Eu poderia ter tido muita falta de sorte e me comparado a outro tipo de atriz e me sentido inadequada. Eu não posso, tipo, fazer um show. Eu não sou uma ‘performer’ e é meio difícil para as pessoas aceitarem um tom sério de uma criança sem pensar que elas são prisioneiras.

SMITH: Além disso, quando você é mais solitária ou do tipo mais simples – eu sei por experiência própria que as pessoas sempre pensaram que eu era distante e não jogava na equipe. Mas é exatamente isso quando você tem uma trajetória. Você sabe o que você está tentando fazer e você tem que lançar todas essas coisas que as pessoas querem que você arraste. Você é uma atriz e há muitas expectativas, expectativas de Hollywood. Mas, para mim, parece que você não é só uma atriz e sim uma trabalhadora, envolvida em diferentes disciplinas, curiosa sobre outras disciplinas – escrever, dirigir.

STEWART: Isso é uma das coisas que eu mais valorizo. Eu começo a ficar louca se não estou trabalhando em algo, como quebrar as minhas costas em alguma coisa. É também muito contra-intuitivo para se resumir algo tão pessoal, que exige privacidade. De repente, você abre isso para o mundo e coloca em um contexto onde você poderia facilmente banalizar o que você fez. Se as pessoas sentem esse desconforto, elas não estão erradas. É estranho. Parece artificial porque, do nada, você vira e fala “okay, vou deixar todo mundo por dentro disso!”

SMITH: O trabalho.

STEWART: O trabalho, sim.

SMITH: Bom, nossa cultura mudou muito. Quando eu era uma criança, você ia e via os filmes. Você sabia muito pouco sobre a vida pessoal dos atores exceto o que estaria na Photoplay ou algo assim. Nós não ouvíamos os “Bastidores…” de cada filme, e os atores não tinham que ter esse tremendo trabalho de fazer uma frase de efeito. Eu sou uma fã de filmes e de programas de TV, e eu não espero nada de atrizes ou atores, ou de qualquer pessoa, além de um bom trabalho. O que eles fazem. Eu não sinto como se eu merecesse a vida pessoal deles, ou até o que eles pensam sobre o trabalho que eles fazem. Esse escrutínio ou expectativa afeta você?

STEWART: Não afeta os meus termos de trabalho, nunca. Não. Eu sou sempre questionada sobre que tipo de coisas eu quero fazer, e se eu faço decisões baseadas no meu último projeto. Diz que eu fiz um grande filme sobre um vampiro que se apaixona por uma garota normal. É meio “agora você quer mostrar para eles que você pode ser uma atriz séria de verdade?” É tipo “eu não estava sendo uma atriz séria de verdade antes?” [risos]

SMITH: Exatamente. Eu amei seu trabalho nesses filmes. Eu achei que o compromisso de todos com aquele filme foi verdadeiro. Como em Jogos Vorazes – se você aceita o mundo em que você está entrando, e se as pessoas entregam esse mundo, isso é o que você está procurando.

STEWART: Certo. Digo, é um longo processo, então é difícil generalizar como um todo. Não era inteiramente coeso. Nós subíamos e descíamos. Eu vou reconhecer isso definitivamente. Mas a intenção é tão pura de um jeito muito estranho. Qualquer pessoa que queira falar merda sobre Crepúsculo, eu entendo, mas há algo lá que eu sou infinitivamente orgulhosa, até os dias de hoje. Minhas memórias foram, e ainda são, muito boas.

SMITH: Você deveria estar, porque você desenvolveu uma personagem que as pessoas quiseram assistir – como sua heroína dos quadrinhos ou como as garotas March cresceram nos livros de Little Women.

STEWART: É tão ridículo para eu ouvir você falar isso. Você sabe, eu fiz muito na minha idade, e pensar que você não tinha começado a ficar séria e gravado um álbum com 24 anos… Eu li Just Kids e eu ainda não aproveitei algo que você lutou tanto com uma séria vingança. Foi tão natural para você, a vontade de se permitir explorar, criar e ser livre sem saber para onde estar isso. Você perguntou se aquelas merdas afetavam meu trabalho, e não afetam, mas há outras coisas que afetam o meu “trabalho”. Just Kids me fez querer – você sabe, é super romântico e brega – mas eu comecei a pintar por sua causa. Eu comecei a acreditar em outras partes de mim por causa daquele livro, porque eu fiquei “merda, eu deveria ter feito aquilo quando tinha 17 anos. Deveria ter tido aquele sentimento.” E uma coisa que me faz me sentir bem com o meu atraso é o fato de que você é tão influenciada por outras pessoas. Você tem um amor profundo por outras pessoas. Muitos artistas são tão narcisistas. É muito válido e é uma afirmação do jeito que eu preciso. Algo aconteceu comigo e eu me tornei bem sucedida em algo em uma idade bem jovem, e isso te anima em cada aspecto da sua vida porque você sente que isso é o que você é bom e é nisso que você precisa ficar.

SMITH: Mas a coisa é: você é boa no que você faz, mas você é jovem. Você tem muitas ideias. Você já me deixou ler algo da sua escrita – suas ideias são boas. Eu tive sonhos quando eu era pequena sobre o que eu queria fazer, mas eu não tive que sofrer o escrutínio que você viveu. O que eu sofri foi que eu era uma caipira entrando em Nova York. As pessoas zombavam muito de mim na Factory. Até Andy Warhol pensou que eu era uma caipira. Eu conheci essas pessoas e eu tive que ser forte. Eu teria que ser esmagada por essas pessoas, ou cortar meu cabelo como Keith Richards e dizer “foda-se”. Mas esse escrutínio machuca, os rumores, as merdas constantes, especulações sobre sua vida pessoal devem ser difícil. Mas no final, tudo isso é periférico. O que irá restar daqui a 20, 30 anos – todas essas pessoas com comentários sarcásticos e suas projeções serão esquecidas – mas se o seu trabalho continuar a crescer e você fizer um bom trabalho, isso é o que será lembrado. No final é tudo sobre o trabalho, e você não está atrás. Você aprendeu muitas técnicas, muitas disciplinas. E você pode aplicar tudo o que você aprendeu de um gênero para o outro.

STEWART: Eu concordo.

SMITH: Mas eu estava querendo perguntar para você sobre aquela cena em Sils Maria onde sua personagem, Valentine, a assistente de uma grande atriz, ensaia suas falas com ela. Eu amei essa cena porque tem muitos níveis. Quando atrizes interpretam atrizes ou atores interpretam atores, eles têm que encontrar outro nível. Michael Keaton faz isso em Birdman, onde ele é um ator no palco e ele acha esse momento onde ele dá a melhor performance de sua vida. Mas a personagem de Juliette está lendo suas falas – uma atriz interpretando outra atriz – e você a vê indo para outro nível, um nível maior, ao ir entre suas falas. Aquilo foi fascinante para mim. E sua personagem é muito complexa; você é uma assistente, ajudando outra atriz, não traindo você, Kristen Stewart, uma atriz também.

STEWART: (Risos) Sim.

SMITH: Esse foi um grande trabalho pois requer uma certa quantidade de contenção.

STEWART: O filme é muito focado no trabalho, e que o tanto que ele pode tomar, especialmente se você não é alguém que pode se relacionar pessoalmente com o sentimento de dar tudo de si mesmo. Mas ela admira isso nessa atriz. Tem a compaixão, mas tem também um reconhecimento de que ela será isolada para sempre. Ela a olha como: “Você tem um gênio. Tem algo sobre você que é mágico e absolutamente inegável e meio que intocável, e eu estou encantada por isso; Eu quero chegar o mais perto disso o possível.” Mas há uma distância entre elas, e estão obcecadas com isso, mas elas não podem fechar. Uma delas é fã de arte e a outra é o artista. Há essa necessidade desesperada de entender uma a outra, que é a atração, mas ao mesmo tempo, eu acho que a razão pela qual elas são atraídas, é que não entendem uma a outra.

SMITH: Você tem um dom para mostrar contenção. Mesmo com Bella Swan, ela tem um jeito prático mesmo quando ela faz algo completamente, você sabe…

STEWART: Retardado.

SMITH: (Risos) Não, ela dá tudo por amor. Ela vai até onde isso a leva. Mas essa simplicidade que você tem, com um pouco de contenção, até mesmo um pouco de distanciamento, isso aumenta um certo aspecto do personagem. Em Na Estrada, Marylou era completamente natural. Eu senti o personagem. Eu amei o que você fez com esse personagem. Muitas vezes as pessoas vão tentar fazer um personagem de espírito livre ofensivo ou agressivo demais. Mas nos anos 40 e 50, uma garota de espírito livre ainda estaria vivendo dentro do contexto de seu mundo, um mundo dos homens. Mas ela acendeu a tela, dançando, mesmo quando ela é deixada de lado.

STEWART: Obrigada. Esse foi provavelmente o mais difícil para mim – deixar rolar e mostrar um pouco de exuberância.

SMITH: Você é a mais exuberante. Mesmo com todos os personagens lendários a sua volta, essa menina é aquela que se destaca.

STEWART: Bom, ela foi provavelmente a única que foi considerada semelhante a Kerouac. Muitas pessoas que conversaram com quem conhecia eles, biógrafos e tudo mais, eles estavam dizendo que ela provavelmente foi a versão mais pura (um espírito livre ideal dos Beat’s) porque ela não foi pintada com expectativa. Ninguém a conhecia. Ninguém se importava. Então ela foi capaz de permanecer do mesmo jeito que inspirou esse livro. Considerando dos dois rapazes, como você diz, foram meio mimados por ela.

SMITH: Eu realmente gostei disso. O que mais você tem chegando?

STEWART: Eu tive uma experiência ótima em (próximo filme de romance e ficção científica) Equals, por causa de Drake Doremus, que dirigiu o filme. Ele geralmente trabalha sem esboço algum, esse foi o primeiro filme que ele fez com um roteiro porque o conceito era bem maior, o orçamento era bem maior do que ele estava acostumado, então era um passo necessário. Mas eu me senti como se estivéssemos trabalhando fora de nós – eu e Nick (Hoult) e Drake. Muitos diretores falam sobre como vamos descobrir algo juntos, que é como uma meditação, e vamos descobrir por que estamos aqui no final e eu vou responder todas suas questões e então, vem o quinto dia, logísticas estão em sua garganta e eles está tipo: “Okay! Na verdade, nós vamos fazer assim!” O processo de se fazer um filme toma conta e você tem que planejar a espontaneidade, o que é obviamente contraditório. Então, muitas vezes você tem que se contentar em preencher os espaços em branco. Em Equals, não havia a porra da expectativa. Um dia nós não terminamos algo, não sentíamos isso, não estávamos no humor para filmar isso. Então nós adiamos isso. Não há um momento em que preenchemos um espaço em branco com uma mentira. Se o filme é bom ou uma merda, eu nunca me senti tão livre em um ambiente. E é ai que você vai ser o melhor.

SMITH: Sempre que vamos para o palco para fazer um show, é claro que queremos dar o melhor e mais alto nível de comunicação para as pessoas. Às vezes vem através de uma piada estúpida e às vezes de alguma improvisação ou algo muito simples. A chave para isso é esse momento humano. E para conseguir isso em um filme, no qual, como você disse, precisa de muita preparação, você tem que preparar a espontaneidade.

STEWART: É muito raro.

SMITH: Mas esse é seu próprio presente. Eu tenho alguns amigos que são atores. Eu já assisti eles trabalhando. E eu diria que de todas as artes, atuar é a mais cansativa, ingrata. Nunca se desculpa por seu trabalho. Se as pessoas não aceitam a Saga Crepúsculo pelo que é, foda-se eles. Milhões de pessoas amam a saga. Ela deu-lhes alguma coisa. Contou algo sobre amor e honra. E atuar é um trabalho difícil. Não é um trabalho romântico. Eu assisti as horas de maquiagem, horas sentada à espera das luzes, ou porque você perdeu sua luz, ou começou a chover, ou qualquer coisa. E você se sente como merda ou tem uma enxaqueca, mas você tem que fazer isso, 12, 13 horas por dia.

STEWART: É engraçado pois é toda essa merda que eu mais gosto. (Risos) Eu amo esse sentimento, ficar sentada no set e estar tipo “Ugh, mais quatro horas para fazer a porra que planejamos por meses.” 

SMITH: Você é como o personagem de Robert Duvall em Apocalypse Now. “Eu amo o cheiro de Napalm pela manhã.” 

STEWART: Sim! Exatamente.

SMITH: Eu sou do mesmo jeito. Eu tenho, tipo, nove rapazes em um ônibus de tour, de uma viagem de 12-13 horas de Portland, e não tem nada para comer e você chega na cidade e está tudo fechado… Eu amo isso.

STEWART: Eu sei.

SMITH: Mas é esgotante. AS pessoas pensam que é uma vida romântica mas tem seus aspectos militares. Então, o que você está fazendo agora? O que você está fazendo para si mesma?

STEWART: Eu estou escrevendo um poema para o casamento de uma das minhas melhores amigas. E isso tem tomado muito de mim, ultimamente. Eu estou tentando desenvolver um pouco de fé na minha mão, porque tudo que eu faço em termos produtivos é sempre muito cerebral. Eu fiz algumas pinturas. Eu estou tentando encontrar uma equipe, pois eu realmente quero começar a fazer meus próprios filmes. Eu só preciso achar meu pessoal Eu preciso achar uma DP, o mais importante. Eu tenho alguns produtores que estão me ajudando com isso. Você leu meu curta.

SMITH: Eu gostei muito. Gostei muito da escrita. É como um longo poema em prosa.

STEWART: Espero que o filme sejas assim também.

SMITH: Eventualmente, você quer dar seu trabalho a pessoas e você espera que elas entendam e gostem, mas não seja tão dura consigo mesma.

STEWART: Certo. Eu definitivamente tenho que me lembrar disso.

SMITH: Não deixe que a conversa de outras pessoas sobre o que você está fazendo seja parte de sua própria conversa. Você disse algo bem legal no Seth Meyes.

STEWART: (Risos) Oh meu Deus. Você fez várias pesquisas. Isso é fofo.

SMITH: Eu não fiz isso como pesquisa. Eu estava na estrada e liguei a TV e lá estava você. E, antes de tudo, eu não sei como você pode andar com esses sapatos, porque eu sou muito desajeitada.

STEWART: Cara, eu consigo fazer isso por uns três minutos.

SMITH: Mas ele estava te perguntando sobre Crepúsculo e você disse que tem um meio termo – você se lembra disso?

STEWART: Sim, existe isso. As pessoas estão sempre comparando merda. Tipo, comparando Crepúsculo com coisas e tentando descobrir porque eu fiz coisas que fiz, decisões que tomei, e eu sempre digo que cada momento disso me levou para o que eu sou hoje. Todo filme que eu fiz, eles não representam, independentemente um do outro, porque um pouco de mim é cada um desses, e é parte do meu crescimento pessoal. Não acho que há muita coisa escondida que os atores possam fazer. Se você está fazendo um bom trabalho, você está mostrando uma parte de si mesmo para alguém, então eu não posso fizer que Crepúsculo não tem nada a ver com Para Sempre Alice e Acima das Nuvens. Eles tem tudo a ver um com o outro. Eles são quem eu sou.

SMITH: Eu gosto disso, da linha. Porque alguns trabalhos as pessoas gostam e outros você é pisada. Eu sei o gosto que tem ser louvado por um mês, e em seguida, alguns meses mais tarde, você faz e eles ficam tipo…

STEWART: Você os decepcionou.

SMITH: Ou você mudou totalmente sua cor ou algo assim. E você está explorando. Como Walt Whitman disse, nós contemos multidões. E atores dão vozes a muitas multidões que todos nós contemos. É por isso que eu amo os filmes, por isso nós amamos nossos programas de TV: vemos pessoas diferentes retratar um aspecto diferente de nós mesmo, talvez até mesmo um que não gostamos. E nós temos que fazer todo o trabalho para chegar onde estamos no momento, fazendo o trabalho que estamos fazendo. Este segundo. E o momento do trabalho que você faz no futuro. Não há razão para se arrepender de nada. Arrependimento é um desperdício. Cada coisa que fazemos nos informa. Só sei que sou seu canto de longe.

Fonte | Tradução: Mari e Ana Paula – Equipe Kristen Stewart Brasil